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O que é laqueadura tubária?

As tubas uterinas, também conhecidas como trompas de Falópio, desempenham um papel fundamental no processo reprodutivo. São nessas estruturas em forma de tubo que ocorre a fecundação após a ovulação.

Caso seja fecundado por um espermatozoide, o embrião formado será transportado das tubas uterinas até o útero, o ambiente ideal para seu desenvolvimento. Sem a função adequada das tubas uterinas, esse encontro essencial para a concepção não ocorre, impedindo a fertilização.

Dessa forma, qualquer procedimento ou condição que afete a patência ou a funcionalidade desses tubos pode ter implicações diretas na capacidade reprodutiva da mulher. A laqueadura tubária, é um desses procedimentos, e sua realização envolve a obstrução cirúrgicas das tubas uterinas, evitando, assim, a gravidez.

A seguir, detalharemos o que é a laqueadura, como é realizada e explicaremos as mudanças nas regras de realização dessa cirurgia desde 2022. Quer saber mais? Acompanhe!

O que é laqueadura tubária e como é feita?

A laqueadura, também conhecida como “ligadura”, é um procedimento de esterilização cirúrgica — um método contraceptivo potencialmente irreversível que envolve a utilização de técnicas cirúrgicas. O objetivo da laqueadura é obstruir o canal das tubas uterinas, impedindo que o óvulo e o espermatozoide se encontrem para a fecundação.

O procedimento pode ser feito em uma das seguintes modalidades de cirurgia, como:

  • laparoscopia — é uma técnica minimamente invasiva endoscópica, feita a partir de pequenos cortes na região do abdômen;
  • laparotomia — nela, são feitos cortes mais extensos na região do abdômen.

A partir dessas modalidades, seu médico acessará as tubas uterinas e obstruí-las com uma das técnicas a seguir:

  • incisão tubária — corte com lâmina seguido de técnicas de sutura ou tração;
  • eletrocoagulação — um corte feito com cauterização;
  • oclusão mecânica — colocação de clipes ou anéis ao redor das tubas;
  • salpingectomia bilateral — retirada parcial ou total das tubas uterinas.

Regras da laqueadura

As regras para a realização da laqueadura estão previstas na norma que regulamenta os direitos de planejamento familiar (lei nº 9.263/1996). Essa lei já tem mais de 20 anos e precisou ser atualizada devido às mudanças sociais que ocorreram durante esse período. Inicialmente, ela trouxe muitas conquistas, como o direito a:

  • a assistência à concepção e contracepção;
  • o atendimento pré-natal;
  • a assistência ao parto, ao puerpério e ao neonato;
  • o controle das infecções sexualmente transmissíveis;
  • o controle e a prevenção dos cânceres cérvico-uterino, de mama, de próstata e de pênis.

O objetivo da lei era trazer acesso igualitário a esses serviços, mas algumas regras acabaram restringindo o acesso a alguns procedimentos, como a laqueadura. A parte mais polêmica da lei era a necessidade de consentimento do parceiro para realizar a cirurgia, o que, na prática, acabou penalizando mais as mulheres. Vejamos as mudanças a seguir:

Indicações e condições para a realização da laqueadura

Antes Agora
em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce. em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 21 (vinte e um) anos de idade ou, pelo menos, com 2 (dois) filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 (sessenta) dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, inclusive aconselhamento por equipe multidisciplinar, com vistas a desencorajar a esterilização precoce.

 

Primeiramente, é importante frisar uma questão que permaneceu inalterada. Em qualquer idade, pessoas com 2 filhos vivos podem realizar a cirurgia de esterilização. Indivíduos que não se enquadram nessa hipótese precisam se enquadrar na regra da idade.

Aí, temos a primeira mudança significativa. O limite inferior de idade a partir do qual um paciente pode realizar o procedimento. Antes eram 25 anos de idade e, agora, são 21 anos de idade. Ou seja, mulheres com menos de dois filhos vivos podem fazer a laqueadura a partir de 21 anos de idade.

Outros pontos que não mudaram são:

  • a cirurgia somente pode ser feita 60 dias depois de você ter comunicado ao seu médico que deseja realizá-la. Esse período é importante para que você reflita se realmente quer esse procedimento, que é potencialmente irreversível;
  • durante esses 60 dias, seu médico vai encaminhá-la para algum serviço de regulação de fertilidade, onde você será acompanhada por uma equipe multidisciplinar. Eles vão informar sobre os riscos da cirurgia, das taxas de arrependimento e de outras informações relevantes para a tomada de decisão.

Consentimento do parceiro

Anteriormente, a lei trazia a seguinte previsão: “na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do consentimento expresso de ambos os cônjuges”. Agora, o dispositivo foi completamente revogado: não há mais nenhuma norma que exija consentimento do parceiro. Isso é um avanço para os direitos reprodutivos da mulher, visto que agora eles se tornam uma questão individual.

Realização da laqueadura durante o parto

Antes Agora
É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores A esterilização cirúrgica em mulher durante o período de parto será garantida à solicitante se observados o prazo mínimo de 60 (sessenta) dias entre a manifestação da vontade e o parto e as devidas condições médicas.

 

Anteriormente, para realizar a laqueadura no parto, era preciso comprovar a necessidade do procedimento. Com as mudanças na lei, agora é direito da mulher fazer a laqueadura durante o parto, se ela desejar. Para isso, ela precisa expressar o desejo 60 dias antes do parto, período no qual ela também será acompanhada por equipe multidisciplinar em serviço de regulação da fertilidade.

Portanto, as mudanças na lei trouxeram mais autonomia para as mulheres decidirem sobre seus planos reprodutivos. Com isso, pode realizar o procedimento sem o consentimento dos parceiros, uma regra que dificultava o acesso à laqueadura.

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Amamentação: empedramento do leite, o que fazer?

A amamentação é um dos momentos mais significativos no início da maternidade. Por ser uma fase em que os laços afetivos entre mãe e filho são nutridos, muitas mulheres esperam anseio por esse momento, mas, ao mesmo tempo, podem sentir certo receio. Afinal, os desafios da amamentação são bem conhecidos e algumas dificuldades podem surgir, como o empedramento do leite.

No entanto, com a abordagem e as técnicas adequadas, a amamentação pode se tornar muito mais tranquila. Neste post, vamos explicar alguns aspectos essenciais da amamentação, focando principalmente no empedramento do leite, na sua prevenção e no seu tratamento. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe até o final!

Benefícios da amamentação

Para o bebê, o leite materno oferece uma combinação perfeita de nutrientes, contendo tudo o que o organismo do bebê precisa para se desenvolver de forma saudável. Por exemplo, o leite materno contém ácidos graxos essenciais, como o DHA, importante para o desenvolvimento cerebral.

Alguns estudos já apontaram que a amamentação adequada pode aumentar o coeficiente de inteligência do bebê no futuro. Além disso, ele contém anticorpos maternos, fortalecendo o sistema imunológico do bebê e reduzindo o risco de várias doenças.

Para a mãe, amamentar ajuda:

  • na contracepção;
  • no processo de recuperação pós-parto, auxiliando na involução do útero;
  • na queima de calorias (o que pode facilitar a perda de peso);
  • na prevenção do empedramento do leite e do ingurgitamento mamário.

Algumas pesquisas mostraram que a amamentação pode contribuir para a redução do risco de algumas doenças, como o câncer de mama e ovário. Por fim, não podemos nos esquecer de que a amamentação fortalece o vínculo entre mãe e filho.

Por esses motivos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva até os seis meses de idade. É um alimento tão completo que o bebê não precisa sequer beber água. Depois dessa fase, a introdução de alimentos complementares é necessária, mas é importante continuar a amamentação até os dois anos ou mais.

Desafios da Amamentação

Ainda que a amamentação seja um processo fisiológico natural, isso não a torna isenta de desafios. Muitas mães sentem culpa por causa disso, mas é importante saber que muitos desses desafios são muito comuns. Algumas lactantes enfrentam problemas, como:

  • dor;
  • fissuras no mamilo;
  • o empedramento do leite.

O apoio de profissionais é crucial nesses momentos, devendo-se evitar a automedicação e soluções caseiras sugeridas por fontes sem conhecimento técnico. A educação sobre a amamentação deve estar presente nas consultas de pré-natal e de puerpério. Se você tiver alguma dúvida, não deixe de conversar com seu ginecologista

Empedramento do Leite: o que é?

O empedramento do leite, também conhecido como ingurgitamento mamário, ocorre quando o leite produzido não é ejetado regularmente dos ductos mamários. Com isso, as proteínas presentes no leite se cristalizam e bloqueiam os ductos mamários. Isso pode resultar em mamas doloridas, inchadas e, até mesmo, febre. Existem vários fatores de risco para o empedramento do leite, incluindo:

  • lactação abundante, em que a mãe produz mais leite do que o bebê consome. Nesse caso, a prevenção envolve a drenagem manual do excesso de leite;
  • espaçamento irregular das mamadas ou substituição de mamadas por fórmulas, o que pode alterar a demanda e oferta de leite. Se a mulher não pode amamentar por algum motivo, ela precisa drenar o leite para evitar o empedramento;
  • pega incorreta do bebê, o que pode impedir a drenagem adequada. Vamos explicar melhor a técnica da pega correta a seguir.

Como prevenir o empedramento do leite?

A técnica da trava facilita as mamadas, corrigindo problemas de pega incorreta. Ela envolve os seguintes passos:

  • posicionamento: mantenha o bebê em frente a você, segurando-o com firmeza com um dos braços. Utilize a mão livre para levar o mamilo até o lábio inferior da criança a fim de incentivar a abertura da boca;
  • trava: Procure colocar todo o mamilo acima da língua do bebê. Ao concluir esse passo, a maior parte do mamilo e da aréola deve estar dentro da boca da criança. A trava ocorre quando os lábios superior e inferior do bebê envolvem o mamilo completamente;
  • checagem: a criança deve sugar de forma tranquila e parecer confortável. Se algo parecer errado, ajuste a posição. Introduza delicadamente seu dedo mindinho entre as gengivas da criança para interromper a sucção e retire com cuidado o mamilo de sua boca;
  • ajuste: ajuste a posição do bebê e reinicie o processo até que o mamilo e a aréola estejam inseridos adequadamente.

Além disso, alternar seios é uma medida importante. Por isso, ofereça ambos os seios nas mamadas para evitar que um se torne muito cheio.

O que fazer se o leite empedrar?

Prevenir o empedramento do leite com as técnicas é o passo mais eficaz, mas, ainda assim, ele pode acontecer. Para melhorar o quadro, algumas estratégias incluem:

  • continuação da amamentação: apesar do ingurgitamento, é importante não interromper a amamentação, pois isso pode resultar na formação de mais empedramento do leite;
  • massagem suave: antes da mamada, uma massagem suave pode ajudar a soltar os ductos bloqueados;
  • aplicação de calor: compressas quentes ou um banho morno antes da amamentação podem ajudar na drenagem;
  • consultar um profissional: se os sintomas persistirem ou se complicarem, é fundamental buscar ajuda.

Em alguns casos, o ingurgitamento mamário pode evoluir para uma infecção, o que demanda o uso de antibióticos para a recuperação do quadro.

Portanto, a amamentação é uma jornada que pode ter altos e baixos. Ao final, geralmente, é extremamente gratificante para a mãe. A informação correta e o acompanhamento médico são fundamentais para superar os desafios e desfrutar dos benefícios mútuos que ela proporciona. O empedramento do leite é uma condição comum, mas que pode ser efetivamente tratada e prevenida.

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Ferro na gestação: por que esse é um assunto importante durante a gravidez?

A gestação é um período repleto de mudanças e desafios, e a nutrição adequada é um dos principais pilares para uma gestação saudável. Entre os diversos nutrientes essenciais nesse período, o ferro destaca-se por sua crucial importância para a mãe e o feto.

Ele desempenha um papel vital em diversos processos de adaptação do organismo da mãe e de desenvolvimento do bebê. Assim, a demanda de ferro na gestação aumenta consideravelmente.

A seguir, vamos falar sobre a importância do ferro durante a gravidez, as implicações da sua deficiência e a necessidade de suplementação adequada. Ficou interessada? Acompanhe até o final!

Qual a importância do ferro para a gestação?

Falar sobre a suplementação de ferro na gestação é essencial. Afinal, muitos processos gestacionais importantes precisam desse micronutriente.

Durante uma gestação, há o desenvolvimento de um novo ser dentro do útero. Para crescer, o feto precisa de nutrientes e de oxigênio para liberar energia. A principal célula que transporta o oxigênio são as hemácias (eritrócitos), os tão conhecidos glóbulos vermelhos.

Os glóbulos vermelhos contêm uma substância em seu interior, a hemoglobina. A hemoglobina é formada por proteínas ligadas a um íon de ferro. Sem ferro suficiente, não ocorre a produção adequada de hemácias.

Na gravidez, o número de hemácias que a mulher produz cresce bastante. Afinal, além de oxigênio para o próprio organismo, ela precisará fornecer para o bebê. Como o corpo do feto está em constante desenvolvimento, ele demandará bastante energia. Por isso, o ferro é um nutriente tão importante.

No entanto, não é apenas isso que aumenta a necessidade de ferro. O feto precisará também produzir suas próprias hemácias e vários outros tecidos que precisam desse sal mineral tão importante. Em especial, o desenvolvimento da placenta precisa de ferro para ocorrer adequadamente. A placenta é o anexo embrionário responsável por intermediar as trocas entre a circulação da mãe e a do feto.

O que acontece durante a gestação que pode reduzir o ferro no organismo?

Como vimos acima, diversos processos fundamentais precisam de ferro para ocorrer. Isso leva ao consumo das reservas de ferro que a mãe acumulou ao longo da vida. Estima-se que a perda de ferro na gestação e na lactação seja de 1000mg. Nesse sentido, a suplementação de ferro é necessária tanto para mulheres saudáveis quanto para mulheres com anemia ferropriva. Isso ajuda a evitar complicações durante o parto, como a anemia materna.

Em especial, a suplementação de ferro é crítica em casos de anemia crônica grave, que está associada a complicações gestacionais, como:

  • redução do volume de líquido amniótico;
  • alterações significativas na cardiotocografia;
  • risco aumentado de partos prematuros, abortamentos e baixo peso ao nascer.

Como é feita a suplementação com ferro?

A suplementação de ferro é uma medida fundamental no contexto do pré-natal, que incluiu várias outras condutas preventivas para a saúde da mãe e do feto. Nas consultas de pré-natal, o médico também poderá:

  • perguntar sobre sua saúde e suas preocupações;
  • fazer um exame físico detalhado;
  • coletar dados biométricos importantes para avaliar a evolução da gestação;
  • requisitar exames preventivos;
  • tratar queixas e doenças que podem surgir durante a gestação.

É preciso que a suplementação com ferro seja indicada pelo médico que faz seu pré-natal. um médico por alguns motivos:

  • a suplementação deve ser baseada nas necessidades individuais de cada mulher, como alimentação (pacientes veganas podem precisar de suplementação adicional);
  • é fundamental realizar um hemograma, que envolve a contagem das hemácias e a dosagem da hemoglobina, para identificar quadros de anemia;
  • existem diversos tipos de suplementos de ferro. Nem sempre a dose do suplemento corresponde à dose de ferro elementar. Por exemplo, 120 mg de sulfato ferro não corresponde à 120 mg de ferro elementar;
  • há orientações importantes sobre a forma que o medicamento deve ser consumido. Por exemplo, alguns alimentos reduzem a absorção de ferro enquanto outros podem potencializá-la;
  • o consumo excessivo do suplemento também pode trazer problemas.

Em mulheres sem anemia, a suplementação é feita com 120 mg de ferro elementar em conjunto com a suplementação com ácido fólico. Em mulheres com anemia, a suplementação por ferro é feita em um esquema diferente de acordo com os resultados do hemograma, podendo envolver a aplicação de ferro por via intramuscular em casos mais graves. Após a administração dos suplementos, serão feitos hemogramas periódicos para avaliar a resposta ao tratamento. Isso pode ajudar o médico a otimizar a dose até que a paciente esteja com níveis adequados de hemoglobina.

Garantir uma gestação saudável é fundamental para o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê, e a suplementação adequada de ferro é uma ferramenta importante nesse processo. Como vimos, o ferro é essencial para diversas funções, desde a produção de hemácias até a formação da placenta.

Portanto, a orientação médica adequada quanto à suplementação de ferro na gestação busca assegurar um desenvolvimento fetal mais saudável e prevenir complicações para a mãe durante e após o parto. A gestação é um momento único e delicado, e a atenção à nutrição é uma forma de garantir um começo de vida saudável para o novo ser que está a caminho.

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Fissura durante a amamentação: o que fazer?

Amamentar é uma das experiências mais ricas e desafiadoras na vida de muitas mães. Esse momento íntimo entre mãe e filho é essencial para a saúde e desenvolvimento do recém-nascido. Afinal, o leite materno é o alimento mais completo para um bebê, sendo recomendada a amamentação exclusiva até os 6 meses de idade. A amamentação também traz benefícios para a mãe: ela queima calorias e pode auxiliar na contracepção.

Entretanto, apesar de ser um ato natural, a amamentação não é isenta de desafios e pode trazer consigo algumas complicações para a mãe, entre elas, as fissuras mamárias. Este texto busca esclarecer o que são fissuras mamárias, suas causas, como preveni-las e o que fazer caso apareçam. Ficou interessada? Acompanhe!

O que são fissuras mamárias?

No período da amamentação, podem ocorrer traumas na região das mamas, como:

  • fissuras;
  • erosões;
  • escoriações;
  • dilacerações.

Dentre eles, o mais comum é a fissura, um problema que causa bastante desconforto para as gestantes. Uma fissura geralmente tem a aparência de um corte ou de uma fenda, que pode ter pequenas ramificações.

É um local onde a camada superficial da pele se rompeu, deixando exposta a derme, uma camada da pele que apresenta diversas terminações nervosas. Por esse motivo, o quadro de fissura pode ser muito doloroso.

As fissuras podem ocorrer por diversos motivos. Os mais comuns são a pega e o posicionamento incorretos do bebê. Também é mais comum quando:

  • os peitos estão mais cheios;
  • a lactante tem o bico do peito invertido ou pseudoinvertido;
  • a lactante coloca o dedo indicador sobre a aréola durante a mamada.

Caso a paciente utilize bombas para tirar leite, o uso incorreto do equipamento também pode causar fissuras. Em casos menos comuns, as fissuras podem ser causadas por infecções, como a monilíase.

Como prevenir as fissuras mamárias durante a amamentação?

A principal maneira de evitar fissuras é seguir as recomendações para a amamentação, como:

  • esteja atento aos sinais de fome do bebê, como movimentos em direção das mãos em direção à boca, movimentos do corpo em direção às mamas, movimentos bucais ou sons de sucção. Amamente sempre que ele demonstrar fome, o que pode ser de 8 a 12 vezes em um período de 24 horas;
  • evite esperar até o bebê chorar para alimentá-lo, pois isso indica muita fome. Com isso, os movimentos de sucção poderão ser mais vigorosos, predispondo às fissuras mamárias;
  • permita que o bebê mame com calma, geralmente entre 10 e 20 minutos em cada mama.

Durante a amamentação, mantenha-se relaxada e apoie confortavelmente todas as partes do seu corpo. Afinal, além de a amamentação ser também um momento seu, isso facilita a produção e a liberação de leite. Verifique sempre seus pés, pernas, lombar, braços e pescoço estão bem apoiados. Descobrir uma posição confortável tanto para você quanto para o bebê envolve algumas experimentações. Você pode tentar:

  • segurar a cabeça do bebê na dobra do cotovelo com o corpo virado para você;
  • segurar o bebê como uma bola de futebol, apoiando sua cabeça e pescoço na mão;
  • para amamentações noturnas, deitar é uma possibilidade. Use travesseiros para conforto e aproxime o bebê, levando o mamilo à boca dele.

Além do posicionamento, a pega também é muito importante. Uma boa pega pode ser garantida a partir da técnica da trava.

Técnica da trava

A técnica da trava é uma das melhores medidas para evitar o surgimento de fissuras. Isso facilita que ele tenha leite suficiente e que a língua dele não fique atritando com os mamilos. Os passos para da técnica da trava são simples e envolvem:

  • posicionamento: posicione o bebê à sua frente, segurando-o firmemente com um dos braços. Com a mão que ficou livre, coloque o mamilo no lábio inferior do bebê para estimular o reflexo de abertura da boca;
  • trava: Tente inserir o mamilo todo acima da língua do bebê. No final dessa etapa, todo o mamilo e grande parte da aréola devem permanecer dentro da boca. A trava é o momento em que os lábios superior e inferior do bebê ficam ao redor do mamilo;
  • verificação: o bebê deve mamar em um ritmo suave e aparentar estar confortável. Caso contrário, é preciso corrigir. Para isso, passe seu mindinho suavemente entre as gengivas dele. Isso irá interromper a sucção. Remova cuidadosamente o mamilo da boca do bebê;
  • reposicionamento: Reposicione o bebê e tente novamente a pega, garantindo que o mamilo e a aréola sejam inseridos corretamente.

Repita o processo algumas vezes, se necessário. É melhor garantir uma pega correta do que insistir na amamentação com uma pega inadequada. Isso facilita o surgimento das fissuras e dificulta que fissuras antigas se cicatrizem.

O que fazer se perceber as fissuras?

Em geral, não se recomenda a interrupção da amamentação devido às fissuras. Quando há dor muito intensa devido ao quadro, pode-se indicar a suspensão da amamentação na mama afetada.

Como o peito cheio de leite é um fator que contribui para a manutenção das fissuras, a extração do leite deve ser feita mesmo quando a amamentação estiver interrompida naquela mama. Além disso, seu ginecologista-obstetra orientará você sobre a pega e o posicionamento adequados, que são as medidas que explicamos durante a prevenção.

Em relação à lesão, é fundamental evitar a automedicação. Não utilize nenhuma receita caseira ou medicação (como pomadas) sem indicação médica. Isso pode piorar o quadro, visto que a região está bastante sensibilizada, além de poder causar problemas para o bebê. Em alguns casos, seu médico poderá indicar pomadas à base de lanolina, o que pode contribuir para a analgesia (controle da dor) e a cicatrização da lesão.

Portanto, a amamentação é uma jornada repleta de aprendizados e desafios. As fissuras mamárias são um dos obstáculos que algumas mães podem enfrentar. No entanto, com a orientação correta e os cuidados adequados, é possível superar esse desafio e continuar a proporcionar ao bebê todos os benefícios do leite materno. Ao sinal de qualquer desconforto ou anormalidade, é fundamental buscar orientação médica para garantir o bem-estar seu e do bebê.

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