Dra Cristiane Pacheco | WhatsApp

Candidíase vulvovaginal: diagnóstico e tratamento

Vulvovaginites são processos inflamatórios que acometem a mucosa vaginal e a vulva. Elas podem ser causadas por diversos agentes, como fungos, bactérias e protozoários (como a Trichomonas vaginalis), além de fatores irritativos (como produtos de higiene íntima, sabões perfumados e roupas sintéticas) ou alérgicos.

As principais manifestações incluem prurido (coceira), ardor, dor ao urinar, corrimento vaginal alterado (mudanças na coloração e textura da secreção). A candidíase vulvovaginal é uma das doenças relacionadas à vulvovaginite, representando uma das principais causas de infecções no trato genital inferior feminino. Quer saber mais sobre seu diagnóstico e seu tratamento? Acompanhe nosso post até o final!

O que é candidíase vulvovaginal e sintomas?

A candidíase vulvovaginal é uma infecção fúngica que atinge a mucosa da vulva e da vagina, sendo provocada por leveduras do gênero Candida, especialmente a espécie Candida albicans. Em condições normais, a Candida albicans está presente na flora vaginal sem causar problemas, pois a microbiota vaginal, o pH ácido e o sistema imunológico impedem a proliferação excessiva desse fungo.

No entanto, quando esses fatores protetores se alteram, aumentam-se as chances de o fungo crescer em excesso, levando ao quadro clínico de candidíase vulvovaginal. Isso pode acontecer devido a fatores de risco, como:

  • uso de antibióticos de largo espectro;
  • descontrole glicêmico (níveis de açúcar no sangue) em portadoras de diabetes;
  • alterações hormonais da gravidez;
  • duchas vaginais frequentes.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da candidíase vulvovaginal é predominantemente clínico, baseado nos sinais e sintomas das pacientes. As principais manifestações da condição são:

  • Prurido intenso: coceira persistente na região vulvar e vaginal, que pode piorar à noite e causar grande desconforto;
  • Queimação ou ardor: sensação de calor ou queimação na vulva e ao redor da abertura vaginal. Vestir calças justas ou usar absorventes podem agravar a ardência, por contato direto com a pele inflamada;
  • Corrimento vaginal alterado: secreção vaginal espessa e esbranquiçada, geralmente sem odor forte;
  • Sinais inflamatórios: a mucosa vulvar e a parede vaginal apresentam coloração avermelhada, além de inchaço visível dos lábios vulvares e de sensação subjetiva de temperatura elevada na região íntima;
  • Fissuras ou pequenas lacerações: a coceira intensa pode causar rupturas na pele da vulva, levando a feridas dolorosas, principalmente ao caminhar ou se sentar;
  • Dor durante a micção (disúria): desconforto ou ardor ao urinar por causa do contato da urina com áreas inflamadas ou fissuras;
  • Desconforto na relação sexual (dispareunia): dor ou queimação durante o ato sexual, ocasionadas pela mucosa inflamada.

O diagnóstico normalmente se baseia no relato desses sintomas durante a consulta ginecológica e o exame físico. Depois de investigar os seus sintomas, o médico vai realizar um exame clínico da região afetada com:

  • Inspeção da vulva e períneo: verificar sinais de dermatite, erosões, fissuras ou lesões sugestivas de outras causas (como psoríase, líquen escleroso, líquen plano);
  • Exame especular: observar coloração e textura da mucosa vaginal, quantidade e aspecto do corrimento.

Se ele observar sinais inflamatórios associados a um corrimento anormalmente espesso e esbranquiçado, a principal hipótese diagnóstica será a de candidíase.

Caso ele tenha um microscópio à disposição, ele pode coletar parte do material e examiná-lo ao microscópio. A confirmação se dá quando ocorre a visualização de estruturas chamadas hifas ou leveduras após a aplicação de hidróxido de potássio, um corante especial para esse tipo de microrganismo. Se ele não tiver esse instrumento à disposição, ele pode enviar a amostra a um laboratório para a confirmação do diagnóstico.

É muito importante entender, contudo, que o tratamento de casos isolados de candidíase pode ser iniciado apenas com base nos sintomas e no exame físico (sem necessidade de confirmação laboratorial).

Em casos de dúvida ou de candidíase de repetição (definidos como quatro ou mais episódios em um ano), ele pode indicar a cultura laboratorial da secreção vaginal para identificar a espécie envolvida e avaliar a sensibilidade a antifúngicos. Além disso, ele poderá requisitar exames para diagnosticar eventuais fatores de risco relacionados à candidíase de repetição.

Como é o tratamento da candidíase vulvovaginal?

De modo geral, o tratamento da candidíase vulvovaginal pode ser feito com medicação local (tópica) ou oral. Na maioria dos episódios não complicados, recomenda-se o uso de antifúngicos aplicados diretamente na região genital, porque eles atuam de forma concentrada no local da infecção e têm menor risco de efeitos colaterais sistêmicos, podendo geralmente ser usados mesmo durante a gravidez ou amamentação.

Quando os sintomas são mais intensos, recorrentes ou quando há dificuldade de aplicação dos produtos tópicos, pode-se optar por antifúngicos orais, que costumam resolver o quadro de forma rápida e prática.

Associado ao uso de medicamentos, é fundamental adotar cuidados de higiene e hábitos de vida que favoreçam o restabelecimento do equilíbrio da flora vaginal, como:

  • Higiene íntima adequada: lavar a região externa apenas com água e sabão neutro, sem duchas vaginais. Trocar diariamente a calcinha e evitar permanecer com absorvente por muito tempo;
  • Cuidados com roupas íntimas: preferir roupas de algodão, peças mais folgadas e evitar calças justas ou sintéticas que não “respirem”.

Pacientes com doenças predisponentes, como diabetes, devem manter o controle dessas condições, pois elas facilitam a recorrência das infecções. Além disso, em casos de candidíase de repetição, pode ser necessário investigar se o parceiro pode apresentar balanite por Candida em parceiros homens ou vulvovaginite em parceiras mulheres.

Portanto, o tratamento de episódios isolados de candidíase é relativamente simples, feito após o diagnóstico clínico e com o uso de antifúngicos. Já a candidíase de repetição é mais complexa de tratar, exigindo um diagnóstico mais detalhado de suas causas e terapias mais específicas.

Quer saber mais sobre as infecções de repetição? Toque aqui!

Endometriose e dor

A endometriose é uma doença inflamatória causada por implantes de endométrio em estruturas fora do útero. O útero é um órgão com três camadas: o endométrio, o miométrio e o perimétrio. O endométrio é a mais interna, sendo responsável pelo implante do embrião durante a gestação. O miométrio é a camada intermediária, contando com células musculares que fazem a contração do útero. O perimétrio é uma camada que protege o útero externamente.

O endométrio fica mais espesso na primeira metade do ciclo menstrual devido à ação do estrogênio, um hormônio que estimula a proliferação das células endometriais. Se não há formação de um embrião durante um ciclo menstrual, os níveis estrogênio e de outros hormônios sexuais caem, fazendo com que as camadas mais superficiais do endométrio descamem. O conteúdo liberado na menstruação é justamente o endométrio descamado.

O tecido dos implantes de endometriose apresenta um comportamento semelhante ao endométrio normal, o que está relacionado à dor sentida na endometriose. Quer saber mais sobre a endometriose e sua relação com a dor? Acompanhe nosso post até o final!

O que é endometriose?

Como vimos, a endometriose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela presença de tecido com características semelhantes às do endométrio, mas em estruturas externas ao útero. Os locais mais frequentemente acometidos pela endometriose são:

  • Ovários;
  • Peritônio, uma membrana que protege os órgãos da cavidade abdominal;
  • Colo do útero e vagina;
  • Intestino grosso e reto;
  • Bexiga e vias urinárias.

A presença de tecido endometrial nessas estruturas faz com o que o corpo desenvolva um processo inflamatório. Na maior parte das mulheres, o sistema imunológico é eficaz em eliminar esse tecido fora do lugar (ectópico). Contudo, em pacientes predispostas à endometriose, o tecido ectópico pode persistir e causar um processo inflamatório crônico. Isso pode trazer sintomas e disfunções, como:

  • Dor pélvica crônica, que é caracterizada pela presença de desconforto, queimação, cólicas ou outras formas de dor pélvica que ocorre fora do período menstrual e dura, pelo menos, 3 a 6 meses;
  • Dismenorreia, que é a dor (geralmente em forma de cólica) no período menstrual. Nas mulheres com endometriose, essa dor pode ser mais intensa e durar mais tempo;
  • Dificuldade para engravidar (infertilidade), que é a ausência de gravidez após 6 meses (mulheres acima de 35 anos) ou 1 ano (mulheres abaixo de 35 anos) de relações sexuais no período fértil da mulher e sem uso de métodos contraceptivos;
  • Dispareunia, que é a dor durante as relações sexuais, principalmente durante a penetração profunda;
  • Disfunções urinárias ou intestinais cíclicas, como dor, dificuldade ou sangramento ao urinar ou ao defecar durante o período menstrual.

As apresentações da endometriose são muito variáveis. Algumas mulheres podem apresentar a endometriose sem ter nenhum sintoma. Por outro lado, cerca de um quinto das pacientes com endometriose apresentam 5 ou mais sintomas em um quadro bastante sintomático. No entanto, a maioria das pacientes costuma apresentar um quadro leve a moderado.

Como podemos perceber na lista de sintomas, a maioria das manifestações da endometriose estão relacionadas à dor. Por isso, vamos focar nela a seguir.

Qual a relação da endometriose com a dor?

Os estudos mostram que mulheres com endometriose apresentam 13 vezes mais chances de ter dor pélvica em comparação a mulheres saudáveis. A dor pélvica crônica está presente em 50% a 70% das mulheres com endometriose, representando o sintoma mais comum da doença. Já a dismenorreia está presente em 30% a 50% das pacientes, enquanto a dispareunia atinge até um quinto das pacientes.

Causa do dor

As causas da dor na endometriose são multifatoriais, estando relacionadas a fatores, como:

  • Inflamação crônica: em decorrência da presença do tecido endometrial ectópico, as células inflamatórias liberam diversas moléculas que causam lesões no tecido e que aumentam a sensibilidade à dor;
  • Mudanças neurais: algumas dessas moléculas agem nas terminações nervosas, aumentando a transmissão de sinais de dor para o cérebro. Com o tempo, a persistência desse processo faz com que os neurônios mudem as suas características e se tornem mais sensíveis a dor, independentemente do estímulo inflamatório;
  • Mudanças hormonais: a inflamação geralmente é mais intensa durante o período menstrual. Afinal, assim como ocorre no endométrio normal, os implantes de endometriose se desenvolvem sob a ação do estrogênio. Contudo, quando o estímulo hormonal é reduzido, ocorre morte de parte do tecido das lesões de endometriose. Isso provoca um processo inflamatório mais intenso, o que resulta em sintomas pronunciados e intensos;
  • Acredita-se ainda que, em longo prazo, a endometriose cause alterações na comunicação entre o intestino e o cérebro, alterando a microbiota intestinal. Isso pode fazer com que o sistema imunológico fique mais predisposto à inflamação crônica, o que aumenta a sensibilidade à dor.

Tratamento da dor na endometriose

O tratamento da dor na endometriose é individualizado, podendo envolver desde medidas farmacológicas até intervenções cirúrgicas. Inicialmente, o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e analgésicos simples pode aliviar sintomas leves a moderados.

Para casos mais intensos ou persistentes, as terapias hormonais, como contraceptivos orais combinados, progestagênios isolados ou agonistas de GnRH, podem ser indicados. Eles visam suprimir a atividade endometrial ectópica e reduzir a inflamação pélvica, proporcionando alívio significativo da dor.

Quando o controle clínico não é suficiente, a cirurgia laparoscópica permite a remoção de lesões endometrióticas e de aderências, o que muitas vezes resulta em melhora substancial da qualidade de vida. Além disso, terapias multidisciplinares complementares, como fisioterapia pélvica, acupuntura e acompanhamento psicológico, podem ser recomendadas para tratar a dor crônica e fatores emocionais associados a ela.

Portanto, a dor da endometriose traz consigo uma redução significativa da qualidade de vida das mulheres e precisa ser tratada. Na avaliação da qualidade de vida de pacientes com endometriose, a dor é apontada como um dos principais fatores relacionados à qualidade de vida.

As pacientes geralmente relatam que a dor traz consequências negativas para a vida profissional e pessoal. Por exemplo, um estudo mostrou que 67,5% delas evitavam relações sexuais devido aos sintomas. Então, se você está sentindo sintomas relacionados à endometriose, não deixe de procurar um médico para ajudá-la a diagnosticar e tratar essa doença.

Quer saber mais sobre a endometriose e seu impacto na fertilidade e em gestações? Toque aqui!

O que é spinning babies?

O trabalho de parto se inicia com a fase latente quando as contrações surgem de forma irregular e suave, promovendo o amolecimento e a dilatação inicial do colo para até cerca de três a quatro centímetros.

Já, na fase ativa, as contrações se tornam mais intensas, regulares e frequentes, acelerando a dilatação a até dez centímetros. Naturalmente, o corpo envia sinais, como a dor, para que a mulher adote um ritmo de respiração e posições favoráveis para a evolução do parto.

Em seguida vem a fase de expulsão em que a gestante sente o impulso de empurrar para favorecer a descida e o nascimento do bebê pelo canal vaginal. À medida que o parto evolui, o bebê avança pelo canal vaginal até sair completamente.

Por fim, ocorre a fase de dequitação com a expulsão da placenta, geralmente em até trinta minutos depois da expulsão. Os exercícios e posições do método spinning babies podem otimizar o alinhamento do feto com o canal de parto, facilitando esse processo. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post até o final!

O que é spinning babies?

Spinning babies é um conjunto de técnicas e movimentos criado com o objetivo de preparar o corpo da gestante e favorecer o posicionamento ideal do bebê, tornando o trabalho de parto mais rápido e tranquilo. Ele atua a partir de três princípios principais:

  • Equilíbrio: busca melhorar a postura da mãe para que a pelve e o útero fiquem alinhados, criando espaço adequado para o bebê;
  • Gravidade: são feitos posicionamentos que utilizam o peso do corpo para incentivar o bebê a girar e descer na pelve;
  • Movimento: exercícios ativos e passivos que estimulam o bebê a flexionar a cabeça, girar o tórax e encaixar-se corretamente para a saída.

Com exercícios preventivos, feitos semanalmente ou diariamente, o método ajuda a evitar que o bebê fique em posições desfavoráveis no momento do parto.

Rebozo (xale mexicano)

Utiliza-se um tecido longo e resistente (o “rebozo”) para criar movimentos de balanço e tração. A gestante fica em pé ou sentada enquanto um ajudante (como parceiro, doula ou fisioterapeuta) cruza o rebozo sob o abdômen, apoiando as suas pontas nos ombros. Em seguida, são feitos balanceios laterais, movimentos de vai-e-vem vertical ou balanços com pequenas oscilações. Isso estimula o encaixe do bebê na pelve, alivia tensões musculares e diminui desconfortos lombares.

Inversão inclinada para a frente

Essa técnica usa uma posição que aproveita a gravidade para deslocar o bebê dentro do útero. A mulher apoia os joelhos em um sofá ou poltrona, abaixa os antebraços e a testa até o chão, formando um “V” invertido com o tronco mais alto que o quadril.

Ela deve manter a posição de 30 segundos a 2 minutos, conforme orientação profissional que acompanha os exercícios. Com isso, cria-se um espaço na parte superior da pelve para que o bebê possa girar, relaxa-se a musculatura pélvica e se estimula o movimento de flexão da cabeça fetal.

Liberação lateral

É um alongamento estático dos músculos que estão ao redor da pelve. Deitada de lado, a gestante dobra a perna de cima, puxando-a levemente em direção ao tórax, enquanto a perna de baixo permanece estendida.

Para manter a extensão, ela pode segurar atrás do joelho ou no tornozelo. Essa postura deve ser mantida por 1 a 3 minutos para cada lado. A liberação lateral aumenta temporariamente a abertura pélvica (efeito dura até 4 horas), alivia tensões e facilita a rotação do bebê.

Benefícios do spinning babies

Ao longo dos anos, diversos estudos vêm reafirmando os benefícios do spinning babies para o trabalho de parto:

  • Um estudo identificou que a taxa de apresentação occipital-posterior persistente, que é desfavorável para o parto normal, foi reduzida de 35,8% para 27,7%;
  • O spinning babies pode aumentar as chances de sucesso do parto normal em até 4 vezes, além de reduzir a duração do trabalho de parto;
  • Outro estudo mostrou que, em hospitais em que as enfermeiras estavam treinadas em spinning babies, foi possível reduzir a taxa de cesarianas de 27% para 14%;
  • Os recém-nascidos de mães que passaram pelo spinning babies apresentaram melhores escores de Apgar, que é um indicador de sofrimento fetal. Além disso, necessitaram de menos terapia de oxigênio;
  • Participantes que seguiram um programa de spinning babies relataram satisfação com o parto significativamente maior, destacando como benefícios a redução de dores lombares e pélvicas e maior sensação de controle sobre o trabalho de parto;
  • Outros estudos sugerem que o spinning babies, quando realizado antes da versão cefálico-pélvica, pode melhorar as taxas de sucesso para a apresentação pélvica.

Portanto, as práticas do método spinning babies são uma prática complementar que pode auxiliar na progressão natural das fases do trabalho de parto. Estudos demonstram redução de posições desfavoráveis, menor duração das contrações e aumento das chances de parto vaginal, além de alívio de desconfortos lombares e pélvicos.

Praticar esses exercícios de forma regular, com orientação adequada, pode fazer com que o processo de parto mais seja mais tranquilo e confortável.

Quer saber mais sobre o spinning babies? Toque aqui!

DIU hormonal: quais existem e quais são as vantagens e desvantagens de cada um?

Quando o assunto é contracepção, é natural que surjam muitas dúvidas sobre os métodos disponíveis, sobre qual é o mais adequado para cada mulher e qual é o mais eficiente. Entre as opções mais eficazes e seguras, o DIU hormonal tem ganhado cada vez mais espaço nos consultórios ginecológicos por sua praticidade, longa duração e benefícios adicionais à saúde.

Mas você sabia que existem diferentes tipos de DIU hormonal, cada um com suas particularidades? Neste texto, vamos explicar quais são as opções e quais as vantagens e desvantagens de cada uma, para que você possa tomar uma decisão consciente e alinhada com o seu estilo de vida.

Antes de continuar a leitura, é importante destacar que a escolha do método contraceptivo deve ser feita com acompanhamento médico. Na Clínica NOG, oferecemos uma escuta atenta, acolhimento e avaliação individualizada para ajudar você a encontrar a melhor opção. Continue a leitura e entenda por que o DIU hormonal pode ser uma excelente escolha.

O que é o DIU?

O dispositivo intrauterino (DIU) é um método contraceptivo de longa duração que é inserido dentro do útero com o objetivo de impedir a fecundação e, consequentemente, uma gestação. Existem dois tipos principais de DIU: o DIU hormonal e o DIU não hormonal (DIU de cobre e DIU com fio de prata). Ambos são métodos reversíveis e altamente eficazes, mas atuam de formas diferentes no organismo feminino.

O DIU de cobre não possui hormônio e age liberando íons de cobre que alteram a capacidade de se mover dos espermatozoides, impedindo a fecundação. Já o DIU hormonal libera pequenas quantidades de hormônio diretamente no útero, promovendo uma série de efeitos que tornam o ambiente uterino inóspito para os espermatozoides.

Como funciona o DIU hormonal?

O DIU hormonal contém um progestagênio chamado levonorgestrel, que é liberado gradualmente no útero. Esse hormônio atua de várias maneiras:

  • Espessando o muco cervical para dificultar a entrada dos espermatozoides;
  • Reduzindo o crescimento do endométrio (camada interna do útero) para evitar a gravidez;
  • Inibindo a ovulação, em alguns casos.

O efeito combinado desses mecanismos torna o DIU hormonal um dos métodos contraceptivos mais seguros disponíveis atualmente, com eficácia superior a 99%.

Quais são os tipos de DIU hormonal disponíveis?

No Brasil, os principais modelos de DIU hormonal disponíveis são o Mirena e o Kyleena, ambos aprovados pela Anvisa. Embora tenham o mesmo princípio ativo (levonorgestrel), esses dois modelos apresentam diferenças importantes em relação à dosagem do hormônio, ao tamanho do dispositivo e à duração do efeito contraceptivo.

DIU Mirena

O DIU Mirena é um dos métodos mais conhecidos e utilizados. Ele contém 52 mg de levonorgestrel, liberando aproximadamente 20 mcg por dia inicialmente, com queda progressiva ao longo do tempo. Sua eficácia contraceptiva dura 5 anos, segundo a bula.

Vantagens do DIU Mirena:

  • Alta eficácia contraceptiva;
  • Diminuição significativa do fluxo menstrual, sendo indicado para mulheres com sangramentos intensos (menorragia);
  • Pode reduzir cólicas menstruais;
  • Auxilia no tratamento de algumas condições ginecológicas, como adenomiose e endometriose.

Desvantagens do DIU Mirena:

  • Pode causar sangramentos irregulares nos primeiros meses após a inserção;
  • Pode causar efeitos colaterais como acne, dor de cabeça e sensibilidade mamária, embora sejam geralmente leves e temporários;
  • Não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Apenas um médico pode fazer a inserção do DIU.

DIU Kyleena

O DIU Kyleena é uma versão mais recente e com menor dosagem hormonal. Ele contém 19,5 mg de levonorgestrel e libera, em média, 17,5 mcg por dia. Seu tempo de ação é de até 5 anos.

Vantagens do DIU Kyleena:

  • Tamanho menor que o Mirena, o que pode facilitar a inserção em mulheres que nunca tiveram filhos;
  • Boa eficácia contraceptiva;
  • Menor risco de amenorreia (ausência de menstruação);
  • Redução do fluxo menstrual, embora de forma menos intensa que o Mirena;
  • Pode ser mais bem tolerado por algumas mulheres devido à dose hormonal mais baixa.

Desvantagens do DIU Kyleena:

  • Assim como o Mirena, pode causar irregularidade menstrual nos primeiros meses;
  • Menor duração (até 5 anos);
  • Também requer inserção por profissional habilitado;
  • Efeitos colaterais semelhantes aos do Mirena, embora geralmente mais leves.

Apenas um médico pode fazer a inserção do DIU.

Por que escolher o DIU hormonal?

Cada mulher tem necessidades específicas quando se trata de contracepção, e o DIU hormonal oferece uma alternativa moderna e eficaz, principalmente para aquelas que desejam praticidade no controle da fertilidade e alívio de sintomas ginecológicos, como fluxo intenso e cólicas.

Além disso, o uso do DIU hormonal está associado à melhora da qualidade de vida de muitas pacientes, justamente por reduzir desconfortos menstruais e diminuir os níveis de ansiedade relacionados à possibilidade de uma gestação não planejada.

Quem pode usar o DIU hormonal?

De maneira geral, o DIU hormonal é indicado para a maioria das mulheres em idade fértil, inclusive aquelas que ainda não tiveram filhos. No entanto, existem algumas contraindicações relativas que devem ser avaliadas pelo médico, como presença de infecções genitais ativas, alterações anatômicas uterinas ou certas condições hormonais.

É fundamental que a colocação do DIU hormonal seja feita por um profissional experiente e em ambiente adequado. O procedimento é rápido, geralmente feito em consultório, e a recuperação costuma ser tranquila.

Considerações finais

O DIU hormonal é uma excelente escolha para mulheres que desejam um método contraceptivo seguro, eficaz e de longa duração, com benefícios adicionais à saúde ginecológica. No entanto, a decisão sobre o uso e o tipo de dispositivo deve ser tomada com orientação médica.

Se você quer entender melhor como funciona o DIU hormonal e conhecer mais detalhes sobre o modelo Mirena, convidamos você a ler o nosso artigo completo sobre o tema.

Yoga durante a gestação: benefícios

A Yoga é uma prática de exercício físico que integra corpo, mente e respiração. Por meio de posturas (asanas), técnicas de respiração (pranayamas) e práticas de atenção plena, a Yoga proporciona momentos de relaxamento ou atenção plena para seus praticantes.

As posturas (asanas) trabalham força, flexibilidade e alinhamento corporal, enquanto as técnicas de respiração (pranayamas) na promoção de estados profundos de relaxamento. Já a meditação convida à observação dos pensamentos e das emoções com menor reatividade, trazendo clareza mental e menos ansiedade.

Fora do contexto gestacional, os benefícios da Yoga vêm atraindo diversos adeptos. Contudo, poucas pessoas sabem que ela também pode ser praticada por gestantes, trazendo benefícios para ajudar a mulher a enfrentar alguns desafios da gestação.

Quer saber mais sobre os benefícios da Yoga durante a gestação? Acompanhe nosso post até o final!

Benefícios gerais da Yoga

A Yoga é uma prática que integra exercícios para o corpo e para a mente, oferecendo, assim, benefícios para diversas áreas da saúde e do bem-estar:

  • Melhora da saúde mental: a prática regular de Yoga ajuda a reduzir sintomas de ansiedade e depressão, trazendo um humor mais calmo e equilibrado;
  • Redução do estresse: a Yoga diminui os níveis de cortisol, que é uma das substâncias que se eleva quando o corpo está sob estresse;
  • Maior flexibilidade e força: os alongamentos e posturas da Yoga melhoram a força muscular, o equilíbrio e a mobilidade das articulações para facilitar as atividades diárias;
  • Melhora da saúde cardiovascular: incorporar Yoga na rotina pode resultar em uma leve queda da pressão arterial, melhora dos níveis de colesterol e controle da glicemia, beneficiando a saúde cardiovascular;
  • Alívio da dor: a prática regular de Yoga ajuda a aliviar dores crônicas, especialmente na região lombar, visto que fortalece a musculatura do core abdominal, além de promover maior consciência postural;
  • Melhoria da qualidade do sono: praticar Yoga pode ajudar a adormecer mais rápido, ter um sono mais profundo e reduzir a fadiga;
  • Reforço da função imunológica: a Yoga reforça o sistema de defesa do organismo ao reduzir os níveis de substâncias relacionadas à inflamação crônica.

Indicações da Yoga durante a gestação

A Yoga durante a gestação está indicada sempre que a gestante desejar uma prática que una preparo físico e emocional para uma gestação mais tranquila e para um parto mais confortável. Antes de iniciar as aulas, é fundamental consultar um obstetra.

Afinal, existem contraindicações para a prática de Yoga, como histórico de parto prematuro, hipertensão, problemas cardíacos ou qualquer condição que represente risco significativo à gestação. Além disso, as aulas precisam ser ministradas por instrutores certificados em Yoga gestacional, capazes de adaptar posturas e técnicas de respiração às necessidades da mulher grávida.

Quais os benefícios da Yoga durante a gestação?

Devido aos grandes benefícios da Yoga para a população em geral, diversos estudos vêm avaliando as vantagens dessa prática para as mulheres grávidas, como:

  • Saúde mental: a Yoga pré-natal reduz sintomas de ansiedade, depressão e estresse em gestantes por induzir respostas fisiológicas de relaxamento e aumentar da atenção plena;
  • Redução da dor relacionada às mudanças posturais da gestação: alongamentos suaves, exercícios de fortalecimento e alinhamento postural de Yoga pré-natal aliviam dores lombares pélvicas, que são especialmente comuns no segundo e terceiro trimestres;
  • Desfechos do trabalho de parto: mulheres que praticam Yoga pré-natal tendem a ter duração de trabalho de parto mais curta, menor necessidade de intervenções médicas no parto e maiores taxas de parto normal;
  • Desfechos neonatais: evidências sugerem que a Yoga pré-natal pode diminuir a incidência de parto prematuro e de restrição de crescimento intrauterino;
  • Aptidão física durante a gestação: a posturas adaptadas para as grávidas e sequências focadas no equilíbrio ajudam a manter uma maior força muscular, flexibilidade articular e estabilidade postural, especialmente importante à medida que o centro de gravidade do se desloca para frente devido ao crescimento da barriga;
  • Qualidade de vida e sono: a Yoga melhora a qualidade de vida e do sono, reduzindo a insônia e a fadiga diurna frequentemente relatadas na gravidez. Diversos estudos vêm mostrando um aumento significativo dos relatos de bem-estar e qualidade de vida em gestantes praticantes de Yoga;
  • Redução da probabilidade de surgimento da síndrome do túnel do carpo: condição frequente na gestação caracterizada pela compressão e inflamação do nervo mediano no estreito canal do carpo do punho, já que as alterações hormonais típicas desse período aumentam a retenção de líquidos, estreitando ainda mais o espaço por onde esse nervo passa.

Diante disso, recomenda-se que gestantes pratiquem Yoga moderada por cerca de 30 a 40 minutos, de três a cinco vezes por semana. Ainda assim, sessões mais breves ou menos frequentes de Yoga durante a gestação já ajudam no preparo para o parto.

Para evitar complicações, é importante se exercitar em ambiente ventilado, manter boa hidratação e evitar o superaquecimento, assim como evitar posturas que comprimam o abdômen ou que exijam se deitar de bruços ou de costas. Então, comece devagar, respeitando seu nível de conforto e evitando posições avançadas que possam causar esforço excessivo.

Quer saber mais sobre a Yoga durante a gestação? Toque aqui!

O que é e quais são os cistos nos ovários?

Os cistos nos ovários estão entre as condições ginecológicas mais comuns nas mulheres. Os ovários são duas glândulas localizadas em cada lado do útero, na cavidade pélvica feminina. Eles apresentam duas funções principais:

  • Armazenamento dos óvulos (gametas femininos): desde o nascimento, cada ovário contém uma reserva finita de folículos, que são estruturas que abrigam um óvulo imaturo. A partir da adolescência, a cada ciclo menstrual, sob influência hormonal, vários folículos iniciam o amadurecimento, mas apenas um deles atinge a fase final de maturidade e, com isso, libera o óvulo durante a ovulação;
  • Produção de hormônios sexuais: os ovários secretam estrogênio e progesterona, hormônios fundamentais para regular o ciclo menstrual, para preparar o útero para uma possível gravidez e para manter características sexuais femininas.

Quando os folículos uterinos amadurecem, eles se enchem progressivamente de líquido e podem aparecer como cistos nas ultrassonografias. Contudo, os ovários também podem conter alguns cistos que são considerados anormais, como veremos neste post.

Quer saber mais sobre os cistos nos ovários? Acompanhe nosso post até o final!

O que são cistos nos ovários?

Cistos nos ovários são lesões com limites bem definidos, sendo caracterizados pela presença de conteúdo líquido. Os cistos nos ovários podem ser classificados em:

  • funcionais, que se relacionam diretamente ao ciclo menstrual;
  • não funcionais, com outras origens, que podem ser relacionadas a processos patológicos.

Cistos funcionais

Os cistos nos ovários funcionais são transitórios. Geralmente, são pequenos com até 5 cm de diâmetro e assintomáticos, pois surgem como parte do ciclo reprodutivo. Os tipos mais comuns de cistos funcionais são:

  • Cisto folicular: durante a primeira fase do ciclo menstrual (fase folicular), vários folículos iniciam crescimento, mas apenas um deles (cisto dominante) se rompe para liberar o óvulo. Se esse rompimento não ocorrer, o folículo continua a produzir fluido, expandindo-se. Com o tempo, costuma regredir, desaparecendo em poucas semanas;
  • Cisto de corpo lúteo: após a ovulação, o folículo vazio se transforma em corpo-lúteo, cuja função é secretar progesterona. O corpo lúteo tende a regredir antes do início do próximo ciclo menstrual. Contudo, em alguns casos, pode haver acúmulo de líquido dentro dele, formando-se o cisto de corpo-lúteo, que geralmente regride em até dois ciclos;
  • Cisto de corpo-lúteo hemorrágico: é um subtipo de cisto de corpo lúteo em que vasos se rompem dentro do corpo-lúteo, fazendo com que o volume aumente rapidamente. Pode provocar dor intensa de um lado só da pelve, principalmente quando há vazamento de sangue ovário, o que provoca inflamação. Apesar disso, também tende a se reabsorver sem intervenção em até um mês.

Cistos não funcionais

Os cistos funcionais surgem de outros processos, como proliferação excessiva de células ou implante de tecido de outros locais do sistema reprodutor feminino. Eles podem não desaparecer espontaneamente e, por isso, exigem acompanhamento mais próximo:

  • Teratoma maduro (dermoide): mais comum na idade reprodutiva, ele contém componentes de diferentes tecidos embrionários, como pele, gordura, cabelo e, às vezes, estruturas dentárias. Geralmente é benigno, mas em cerca de 1% dos casos pode sofrer transformação maligna. Cresce lentamente e pode chegar a 10 a 15 cm, provocando desconforto por compressão de estruturas próximas;
  • Cistadenoma: originado a partir do epitélio na superfície do ovário, apresenta dois subtipos principais. Os serosos são preenchidos por líquido com densidade semelhante à da água, com tamanho que varia de alguns centímetros até grandes massas maiores do que 10 cm. Os mucinosos contêm muco espesso, tendem a ser unilaterais e podem ultrapassar 20 cm. Apesar de volumosos, são geralmente benignos e raramente se transformam em câncer;
  • Endometrioma: resulta do implante de células do endométrio (tecido que reveste o útero) no ovário. As células endometriais se proliferam na fase proliferativa do ciclo menstrual e “sangram” no interior do cisto. Isso faz com que o cisto adquira um tom marrom-escuro (“achocolatado”) de sangue degradado. Frequentemente, os endometriomas causam dor pélvica crônica, dismenorreia (cólicas menstruais) e podem comprometer a fertilidade.

Quais cistos nos ovários podem representar maiores riscos?

Embora a maior parte dos cistos nos ovários seja benigna, algumas lesões císticas podem representar tumores malignos, especialmente os carcinomas epiteliais, que correspondem a cerca de 85–90 % das neoplasias ovarianas malignas. Eles são mais comuns após a menopausa, mas, ainda assim, são raros. Estima-se que menos de 1 a 2 % dos cistos nos ovários sejam cancerígenos.

Certas características aumentam suspeita de malignidade e demandam uma investigação mais aprofundada. Entre os sinais de alerta mais importantes, estão:

  • Características complexas ao ultrassom: presença de regiões sólidos, septos espessos (maiores do que 3 mm), projeções papilares (“nódulos” na parede interna) ou paredes irregulares;
  • Crescimento rápido ou persistência: cistos que aumentam de tamanho em curto período ou que não regridem após dois ou três ciclos menstruais;
  • Bilateralidade: quando o mesmo tipo de cisto aparece em ambos os ovários, o risco de lesão maligna é maior;
  • Ascite ou líquido livre na pelve: acúmulo de fluido fora do ovário pode indicar irritação peritoneal ou implantes tumorais no peritônio;
  • Marcadores tumorais elevados: níveis persistentemente altos de CA 125 no sangue, especialmente em mulheres pós-menopáusicas, estão relacionados mais frequentemente a lesões malignas (mas podem estar presentes em cistos benignos);
  • Sintomas urinários e gastrointestinais: sensação recorrente de estar com “barriga cheia” (plenitude), distensão abdominal constante, dor pélvica crônica, sensação precoce de saciedade, perda de peso inexplicada ou alterações nos hábitos intestinal e urinário;
  • História familiar de câncer ginecológico: antecedente de câncer de ovário, mama ou colorretal na família.

Ainda que a maior parte dos cistos nos ovários seja benigna e se resolva espontaneamente, é fundamental manter o acompanhamento regular com o ginecologista. Assim, qualquer alteração no tamanho, na aparência ou no comportamento do cisto pode ser identificada precocemente. Então, se necessário, o seu médico pode indicar uma conduta individualizada para o seu caso.

Quer saber mais sobre os cistos nos ovários? Toque aqui!

Colposcopia: quando fazer?

Um exame de rotina é aquele realizado periodicamente em pessoas assintomáticas, com o objetivo de rastrear precocemente doenças. Entre os exames de rotina femininos mais comuns, estão o Papanicolaou (citologia cervical), a mamografia e a densitometria óssea em determinadas faixas etárias.

A colposcopia, por sua vez, não faz parte dessa rotina de rastreamento para mulheres que nunca tiveram uma lesão no trato genital inferior (vulva, vagina e colo do útero). Afinal, ela é solicitada apenas quando há indicações específicas, como alterações citológicas ou sintomas sugestivos de lesões no trato genital inferior.

Quer saber mais sobre a colposcopia? Acompanhe nosso post até o final!

O que é colposcopia?

A colposcopia é um exame ginecológico que permite visualizar detalhadamente o colo do útero, a vulva e a vagina. Ela utiliza um aparelho chamado colposcópio, que funciona como um par de lentes de aumento acopladas a uma fonte de luz. Geralmente realizado em ambiente ambulatorial, o exame dura de dez a vinte minutos e, na maioria das vezes, é bem tolerado, com desconforto leve e eventuais sangramentos leves que se resolvem em poucos dias.

Ela é indicada principalmente quando o exame de Papanicolaou apresenta alterações ou quando o médico detecta alguma anormalidade durante o exame pélvico de rotina. Durante o procedimento, a paciente fica em posição ginecológica, um espéculo é inserido para abrir as paredes vaginais.

Com isso, o profissional pode observar as mucosas da vagina e do colo do útero através das lentes do colposcópio. Caso identifiquem áreas suspeitas, pode-se colher um fragmento de tecido para biópsia, o que ajuda a confirmar se existe displasia (lesão precursora do câncer), câncer do colo do útero, verrugas de HPV ou inflamação no colo uterino.

Quando e por que a colposcopia é solicitada?

A colposcopia pode ser solicitada em casos, como:

  • Citologia anormal (Papanicolau alterado): investigação de resultados de citologia cervical com ASC-US persistente, LSIL, HSIL, ASC-H ou AGC. Essa é a situação em que a colposcopia é mais frequentemente indicada;
  • Teste positivo para HPV de alto risco: os testes para a investigação da presença de HPV de alto no trato genital inferior não são tão populares no Brasil, mas têm sido cada vez mais realizados na saúde privada. Quando detectada HPV oncogênico sem anormalidade citológica evidente, pode ser solicitada a colposcopia;
  • Sangramento pós-coito ou intermitente: presença de sangramento fora do período menstrual ou após relação sexual com suspeita possível lesão cervical;
  • Sinais de patologias do trato genital inferior ao exame clínico: identificação de áreas com nódulos, ulcerações, eritemas (vermelhidões) ou outras alterações visíveis na vulva, na vagina ou no colo do útero;
  • Monitoramento após o tratamento de lesão no trato genital inferior: o controle pós-tratamento pode ser indicado após conização, crioterapia ou cauterização de lesões;
  • Avaliação de alterações pélvicas inexplicadas: queixas como dor pélvica crônica ou corrimento anormal sem causa aparente em exames iniciais comumente solicitados para investigar esses sintomas.

A colposcopia é considerada o exame diagnóstico padrão-ouro para lesões do trato genital inferior. Afinal, ela permite uma visualização amplificada dos tecidos cervical, vaginal e vulvar. Assim, é possível identificar alterações morfológicas sutis que não seriam percebidas a olho nu.

Além disso, a aplicação de soluções de ácido acético e lugol durante o procedimento realça áreas de alteração celular ou displasia, permitindo biópsias direcionadas com precisão, o que torna a colposcopia fundamental para a confirmação diagnóstica de neoplasias e lesões pré-neoplásicas.

A principal indicação da colposcopia é um resultado anormal do exame de Papanicolaou. Por isso, vamos explorar melhor esse tema a seguir.

A colposcopia é sempre indicada após resultados alterados no Papanicolaou?

A conduta após os resultados do Papanicolaou dependerá de fatores, como o tipo de lesão e a idade da paciente. Em alguns casos, será requisitada a colposcopia e em outros, não. Entenda melhor a seguir:

  • Células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US): recomenda-se repetir a citologia em três anos nas pacientes com menos de 25 anos, em 12 meses naquelas entre 25 e 29 anos e em seis meses nas com 30 anos ou mais. Contudo, se o laudo não afasta a possibilidade de lesão de alto grau (ASC-H), encaminhamento para colposcopia será feito na mesma consulta em que o médico está avaliando seu exame;
  • Células glandulares atípicas de significado indeterminado (AGC): mesmo quando possivelmente não cancerosas, se houver a impossibilidade de descartar lesão de alto grau, a paciente deve ser encaminhada diretamente para colposcopia para investigação diagnóstica;
  • Células atípicas de origem indefinida (AOI): pelo caráter inespecífico e pelo risco de lesão significativa, a conduta inicial consiste em encaminhamento para colposcopia;
  • Lesão de baixo grau (LSIL): em mulheres com menos de 25 anos recomenda-se repetir o exame citológico apenas em três anos, enquanto naquelas com 25 anos ou mais a repetição deve ocorrer em seis meses com o objetivo de monitorar regressão ou progressão da lesão;
  • Lesão de Alto Grau (HSIL): são as lesões pré-malignas de câncer de colo do útero. O achado de HSIL no citopatológico leva à indicação direta da colposcopia, dado o elevado risco de neoplasia cervical significativa;
  • Lesão intraepitelial de alto grau sem exclusão de microinvasão: diante da possibilidade de microinvasão, a realização rápida de uma colposcopia é fundamental para confirmar extensão e iniciar o tratamento precocemente, caso necessário;
  • Carcinoma escamoso invasor e adenocarcinoma in situ (AIS) ou invasor: a confirmação citológica de carcinoma invasor também exige encaminhamento imediato para colposcopia.

A colposcopia não é indicada como exame de rotina para as mulheres em geral, mas é fundamental quando há achados clínicos ou laboratoriais que sugerem lesões preocupantes no trato genital inferior. Por meio da visualização dos tecidos dessa região, ela permite um diagnóstico definitivo que contribui para determinar qual é o melhor tratamento para cada paciente.

Quer entender melhor como a colposcopia é feita? Toque aqui!

O que é ovulação?

A fertilidade feminina depende de diversas etapas coordenadas, sendo a ovulação um dos processos centrais, pois possibilita que um folículo ovariano libere um óvulo para a fecundação. Os folículos ovarianos são estruturas presentes nos ovários, responsáveis por abrigar e sustentar os óvulos imaturos. Durante o ciclo menstrual, diversos folículos iniciam seu desenvolvimento sob o estímulo do hormônio folículo-estimulante (FSH), secretado pela hipófise.

Desse grupo inicial, apenas um folículo se destaca como dominante. Esse folículo completa seu processo de maturação e libera o óvulo durante a ovulação. Os folículos restantes não evoluem e passam por atresia, um processo natural de regressão celular.

Quer saber mais sobre a ovulação? Acompanhe nosso post até o final!

O que é reserva ovariana? Qual sua relação com a ovulação?

A reserva ovariana corresponde à quantidade de óvulos viáveis disponíveis nos ovários durante a vida fértil da mulher. Ao nascimento, estima-se que as mulheres tenham aproximadamente um a dois milhões de folículos, que são estruturas que contêm os óvulos. Esse número sofre redução constante ao longo dos anos.

Na puberdade, inicia-se a ativação cíclica dos folículos ovarianos. Ou seja, em cada ciclo menstrual, vários folículos são recrutados, mas apenas um folículo atinge a maturidade completa e se torna apto a liberar um óvulo.

A partir dos 35 anos, a redução da reserva ovariana se torna mais acentuada, afetando tanto a quantidade quanto a qualidade dos óvulos disponíveis. A reserva ovariana pode ser avaliada por meio de exames, como a dosagem do hormônio antimülleriano (AMH) e a contagem dos folículos antrais pela ultrassonografia transvaginal.

Folículos ovarianos

Os folículos ovarianos são estruturas localizadas nos ovários que abrigam os óvulos imaturos. Essas estruturas fornecem suporte e nutrição necessários para o desenvolvimento dos óvulos até a maturidade.

Durante cada ciclo menstrual, diversos folículos iniciam seu crescimento sob estímulo hormonal, principalmente pelo hormônio folículo-estimulante (FSH). Apenas um folículo se torna dominante, completando o processo de amadurecimento e liberando o óvulo durante a ovulação. Os folículos restantes passam por atresia, processo natural de regressão celular.

Como ocorre a ovulação?

O ciclo menstrual é dividido em três fases principais:

  • fase folicular: inicia-se no primeiro dia da menstruação e se estende até a ovulação;
  • fase ovulatória: ocorre a liberação do óvulo maduro, aproximadamente 24 a 36 horas após o pico do hormônio luteinizante, como veremos melhor a seguir. Entender o momento da ovulação é importante, pois ela determina a janela de tempo em que o óvulo está disponível para fecundação;
  • fase lútea: após a ovulação, o corpo lúteo secreta progesterona para manter o endométrio em condições adequadas para a implantação do embrião. Caso a fertilização não aconteça, os níveis hormonais caem, o corpo lúteo regride e o ciclo menstrual reinicia.

A ovulação está inserida nesse ciclo como o evento determinante para a possibilidade de fecundação. A duração e a regularidade das fases do ciclo variam entre as mulheres, sendo a ovulação um marcador fisiológico central na função reprodutiva.

A ovulação corresponde à liberação do óvulo maduro pelo folículo dominante para as tubas uterinas, onde a fecundação pode ocorrer. Esse processo se inicia com o recrutamento de folículos durante a fase folicular. O FSH, produzido pela hipófise anterior, estimula o crescimento dos folículos ovarianos.

À medida que o folículo dominante se desenvolve, ele aumenta a produção de estrogênio. A elevação progressiva desse hormônio atinge um pico que desencadeia um pico de outro hormônio, o hormônio luteinizante (LH).

O pico de LH estimula uma série de modificações no folículo dominante. Ele promove o avanço da divisão celular do óvulo, fazendo com que ele se torne apto para a fecundação. Além disso, o LH provoca modificações estruturais e bioquímicas na parede do folículo.

Entre esses efeitos, está o aumento da produção de enzimas proteolíticas, isto é, proteínas que degradam as barreiras que mantêm o óvulo no interior do folículo. Ele também estimula o acúmulo de líquido dentro do folículo, aumentando a pressão interna para facilitar a ruptura.

Esses processos resultam na liberação do óvulo maduro em direção às tubas uterinas, geralmente entre 24 e 36 horas após o início do pico de LH. Uma vez liberado, o óvulo mantém sua viabilidade para fecundação por aproximadamente 12 a 24 horas.

Ovulação e período fértil

Considerando a sobrevida dos espermatozoides (de até cinco dias) e o período de viabilidade do óvulo, o intervalo mais favorável para a fecundação se estende aproximadamente do quinto dia anterior até um dia depois da ovulação. Depois do período fértil, a fecundação pode até ocorrer, mas é muito menos provável.

Após a ovulação, o folículo rompido se converte em corpo lúteo, estrutura responsável pela produção de progesterona. Esse hormônio estimula a maturação do endométrio, preparando o útero para receber o embrião. Na ausência de fecundação, o corpo lúteo regride, levando à diminuição dos níveis hormonais e à menstruação, reiniciando o ciclo.

A ovulação é um processo complexo que envolve a liberação de um óvulo maduro pelo folículo dominante. Isso ocorre aproximadamente na metade do ciclo menstrual. Condições que causam alterações nesse processo, como a síndrome dos ovários policísticos e as obstruções tubárias, podem afetar diretamente a fertilidade feminina e dificultar o início de uma gestação.

Quer saber mais sobre a ovulação e o período fértil? Toque aqui!

Mamografia dói ou faz mal?

A pergunta “mamografia dói ou faz mal?” é frequente entre as mulheres que vão realizar o exame, especialmente quando se trata da primeira vez. A resposta é que a mamografia pode, sim, causar desconforto, mas é um procedimento rápido e fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de mama.

Neste post, explicamos de forma o que é a mamografia, sua importância para a saúde feminina e por que o exame pode gerar sensação de incômodo. Você poderá entender por que esse desconforto é passageiro e por que vale a pena enfrentá-lo. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe o post até o final!

O que é a mamografia?

A mamografia é um exame de imagem realizado para avaliar o tecido mamário em busca de lesões malignas. Ele utiliza uma dose controlada de radiação, capturando imagens detalhadas das mamas que ajudam a identificar alterações suspeitas. Existem dois tipos principais de mamografia:

  • Mamografia de rastreamento: é indicada para mulheres assintomáticas como parte de um protocolo preventivo;
  • Mamografia diagnóstica: é recomendada quando há sintomas ou alterações previamente detectadas no exame clínico das mamas.

Durante o exame, as mamas são posicionadas e comprimidas entre duas placas do mamógrafo, o que pode causar desconforto em algumas mulheres.

Nesse sentido, é importante ressaltar que o câncer de mama é uma das principais causas de morte por câncer em mulheres no Brasil e no mundo. No entanto, quando identificado precocemente, as taxas de sucesso no tratamento chegam a superar 90% dos casos.

Por isso, órgãos de saúde nacionais e internacionais recomendam a realização periódica da mamografia. O Ministério da Saúde do Brasil indica que mulheres entre 50 e 69 anos realizem a mamografia a cada dois anos como forma de rastreamento do câncer de mama.

Mamografia dói?

Sim. Afinal, durante a mamografia, as mamas precisam ser comprimidas entre duas placas. A compressão, embora momentaneamente incômoda, dura apenas alguns segundos por imagem capturada, o que torna o procedimento rápido. Contudo, essa compressão é necessária para:

  • reduzir a espessura do tecido mamário, evitando que diferentes camadas da mama se sobreponham. Isso ajuda a visualizar o máximo de tecido mamário e a gerar uma imagem mais nítida;
  • minimizar a dose de radiação aplicada;
  • melhorar a qualidade da imagem, permitindo a detecção de pequenas alterações que poderiam passar despercebidas.

O desconforto sentido varia de acordo com a sensibilidade de cada pessoa. Mulheres com maior sensibilidade mamária, o que pode ocorrer especialmente durante determinadas fases do ciclo menstrual, podem relatar sensação de dor ou incômodo durante o exame. Por isso, os dias logo após o término da menstruação são considerados mais apropriados para a realização da mamografia, pois a sensibilidade das mamas tende a ser menor nesse período.

É importante compreender que o desconforto sentido durante a mamografia não deve ser motivo para adiar ou evitar o exame. Os benefícios do diagnóstico precoce superam muito o incômodo temporário, considerando que a detecção de alterações em estágios iniciais possibilita tratamentos mais simples e melhores prognósticos.

Já o câncer de mama, em casos mais avançados, pode ser uma condição muito dolorosa. Assim, podemos pensar no desconforto da mamografia como um investimento de longo prazo para evitar uma condição mais dolorosa no futuro.

E a radiação usada na mamografia pode causar dor ou fazer algum mal?

Não. A radiação utilizada na radiografia é chamada tecnicamente de raios-x, que é um tipo de radiação ionizante. Essa radiação, em doses elevadas, interage com o DNA das nossas células e causam mutações que estão relacionadas a doenças, como o câncer. Contudo, não é a presença de radiação que representa perigo, mas a quantidade de radiação a que uma pessoa está exposta.

Nós estamos expostos à radiação ionizante no nosso dia a dia constantemente, pois os raios de sol e alguns alimentos contêm doses muito baixas de radiação. Para medir a dose de radiação, os cientistas utilizam uma medida chamada milisievert. No dia a dia, estima-se que recebamos 2,7 milisieverts a cada ano. Na mamografia, a pessoa está exposta a uma dose de aproximadamente 0,28 a 0,4 milisieverts a cada exame.

Considerando que as autoridades de saúde estipulam que uma pessoa pode se expor a até 20 e 50 milisieverts ao ano sem aumentar seus riscos de saúde, a mamografia pode ser vista como um exame muito seguro. Mesmo que uma pessoa realize esse exame duas vezes ao ano, ela ainda estaria muito longe de uma dose suficiente para causar mal.

A radiação usada na mamografia não causa nenhuma dor, pois a dose é muito baixa e interage muito pouco com o organismo. Estima-se que uma dose de mamografia equivale à radiação que recebemos no nosso dia a dia em cerca de um mês. Além disso, as técnicas de mamografia avançam constantemente com o objetivo de reduzir ainda mais a dose de radiação necessária para o exame.

Por fim, sabemos que ter dúvida se a mamografia dói é compreensível. A resposta honesta é que o exame pode causar desconforto devido à compressão das mamas, mas esse desconforto é geralmente breve e tolerável. Então, não deixe de focar na importância desse exame como uma ferramenta de diagnóstico precoce, capaz de salvar vidas e evitar dores maiores no futuro.

Quer saber mais sobre a mamografia? Toque aqui!

O que são fissuras nas mamas durante a amamentação?

A amamentação é um processo natural que traz diversos benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe. Por exemplo, o leite materno oferece os nutrientes essenciais para o desenvolvimento infantil, além de contribuir para a formação do vínculo entre mãe e filho. Além disso, ele previne o empedramento do leite dentro dos ductos mamários, reduzindo o risco de inflamação.

Entretanto, mesmo sendo um processo fisiológico, a amamentação pode apresentar desafios que exigem atenção. Entre eles, destacam-se as fissuras nas mamas, uma condição que, embora incômoda, pode ser prevenida com orientação adequada e tratada com medidas simples. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post até o final!

O que são fissuras nas mamas?

A pele da região mamilar tem uma estrutura delicada, formada por camadas finas de tecido e glândulas, o que a torna vulnerável a traumas físicos repetitivos. Por isso, qualquer fator que gere atrito ou pressão inadequada sobre essa área pode favorecer o surgimento dessas lesões. As fissuras nas mamas são lesões caracterizadas por pequenas rachaduras ou cortes na pele da aréola ou do mamilo.

Elas podem variar de tamanho e profundidade, ֫— desde discretas escoriações até feridas mais profundas que, em alguns casos, chegam a sangrar. As fissuras nas mamas comprometem a integridade da pele e, por isso, aumentam o risco de infecções locais, como a mastite.

Além disso, podem causar dor significativa durante a amamentação. Identificar precocemente as fissuras nas mamas é fundamental para evitar a progressão do quadro e para manter a continuidade da amamentação de forma confortável e segura.

Por que as fissuras nas mamas podem surgir durante a amamentação?

Durante a amamentação, o principal fator de risco relacionado às fissuras nas mamas é a pega inadequada do bebê. Quando o bebê não abocanha corretamente a aréola, concentrando a sucção apenas no mamilo, há uma concentração excessiva de força em um ponto específico, o que provoca pequenos traumas repetitivos. A longo prazo, essa mecânica inadequada resulta na formação de fissuras.

Outro aspecto relevante é a frequência e a duração das mamadas. Mamas expostas a sucção prolongada ou excessivamente frequente, sem intervalos suficientes para recuperação da pele, ficam mais suscetíveis a lesões. Por isso, é fundamental realizar a alternância das mamas durante as mamadas. Além disso, a utilização de acessórios inadequados, como bicos artificiais, também pode predispor ao surgimento dessas fissuras.

Condições dermatológicas preexistentes, como dermatite atópica ou infecções fúngicas da pele, também são fatores de risco relevantes. Afinal, elas comprometem a barreira cutânea natural da mama, facilitando a ocorrência de fissuras.

Fora do contexto da amamentação, as fissuras nas mamas podem surgir por outros motivos. Entre eles, destacam-se traumas diretos, como atrito com sutiãs apertados, exposição ou práticas de higiene excessivamente abrasivas (como buchas mais grossas). Assim, embora sejam mais comuns durante a amamentação, as fissuras nas mamas podem estar presentes em outros momentos da vida da mulher.

O que fazer em casos de fissura nas mamas?

Ao identificar uma fissura nas mamas, o primeiro passo é conversar com sua ginecologista para avaliar a técnica de amamentação. Garantir uma pega adequada é essencial para interromper o ciclo de trauma repetitivo. Além do ajuste da técnica, é importante adotar cuidados locais para promover a cicatrização da pele.

Em alguns casos, a aplicação de pomadas hidratantes com lanolina forma uma barreira protetora sobre a fissura, reduzindo o atrito durante as mamadas e favorecendo o processo de regeneração tecidual. No entanto, é muito importante utilizar pomadas recomendadas por médicos, evitando pomadas caseiras ou artesanais, visto que elas podem conter microrganismos que causam infecções.

Em algumas situações, pode ser necessário interromper temporariamente a amamentação no seio afetado, mantendo a extração do leite para evitar ingurgitamento, até que a lesão apresente sinais de melhora. É fundamental também manter uma adequada higiene da região, utilizando apenas água morna e evitando produtos que possam ressecar a pele. Soluções irritantes ou antissépticos em excesso devem ser evitados, pois podem retardar o processo de cicatrização.

Além disso, é muito importante evitar roupas justas e sutiãs apertados durante o período. Também evite cobrir a região com curativos, pois isso pode facilitar a proliferação dos microrganismos. Se houver sinais de infecção, como vermelhidão intensa, inchaço, calor local ou secreção purulenta, você deve retornar ao médico para avaliar se a fissura está infectada. Com isso, pode ser necessário tratamento antibiótico ou antifúngico.

Por fim, as fissuras nas mamas representam um desafio relativamente comum durante a amamentação, mas que pode ser prevenido e tratado com intervenções adequadas. Isso garante não apenas a resolução das lesões, mas também a continuidade da amamentação de maneira segura e confortável. Afinal, as fissuras não contraindicam a amamentação na maior parte dos casos. Assim, você e o bebê podem colher todos os benefícios que o aleitamento materno proporciona.

Quer saber mais sobre as técnicas corretas de amamentação e seus benefícios? Toque aqui e confira nosso post completo sobre o assunto!