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Sintomas de candidíase vulvovaginal: conheça mais sobre essa infecção de repetição

Infecções vulvovaginais ocorrem quando microrganismos conseguem se multiplicar excessivamente na vulva e na vagina. A vulva é a genitália externa feminina, sendo principalmente formada pelos grandes lábios, pelos pequenos lábios e pelo introito vaginal. Já a vagina é o órgão tubular que se inicia após o introito vaginal e que termina no colo do útero.

Esses dois órgãos apresentam um maior risco de infecção por alguns fatores. Eles estão em maior contato com o meio externo, então estão mais propensos a colonização por microrganismos patogênicos. Além disso, apresentam uma flora microbiana própria, que é controlada pelo nosso organismo e nos protege na maior parte do tempo. Contudo, em algumas mulheres, alguns microrganismos da flora microbiana normal podem se multiplicar excessivamente e provocar infecções de repetição.

O principal microrganismo relacionado a essas infecções vulvovaginais de repetição é a Candida albicans, que faz parte da microbiota normal das mulheres. Quer saber mais sobre a candidíase, a infecção pela Candida albicans? Acompanhe nosso post até o final até o final!

O que é candidíase?

A candidíase é uma infecção vaginal predominantemente causada pela espécie Candida albicans, responsável por cerca de 80% a 92% dos casos. Esse fungo habita naturalmente o canal vaginal, tendo funções protetoras importantes. Por exemplo, ele ajuda a manter o pH vaginal mais ácido e produz substâncias que dificultam a proliferação de bactérias que podem causar infecções vulvovaginais.

Embora menos frequentes, outras espécies de Candida, como Candida glabrata, Candida krusei, Candida tropicalis e Candida parapsilosis também podem ser agentes causadores da candidíase. Em geral, essas infecções podem ser mais difíceis de tratar com os planos terapêuticos utilizados para a Candida albicans.

Causas da Candidíase

No ambiente vaginal, a Candida faz parte de um rico microbioma, do qual fazem partes bactérias, como os lactobacilos, e outros fungos. O crescimento desses microrganismos é controlado por diversos mecanismos químicos e imunológicos, como:

  • pH vulvovaginal;
  • Citocinas, que são moléculas que controlam processos do sistema imunológico;
  • Temperatura corporal;
  • Substâncias antimicrobianos presentes no muco vaginal;
  • Substâncias produzidas por outros microrganismos presentes na flora bacteriana.

Alterações nesses mecanismos podem levar à proliferação excessiva do fungo, o que causa um processo inflamatório local. Estudos indicam que até 75% das mulheres podem experimentar, pelo menos, um episódio de candidíase vaginal ao longo da vida.

Quais são os sintomas da candidíase?

 

Os sintomas da candidíase são causados principalmente pelo processo inflamatório causado pela doença. A apresentação clássica da doença envolve:

  • Prurido (coceira) leve a intensa;
  • Secreção branca, que pode ser mais líquida (descrita como “leitosa”) ou ter uma textura parecida com “leite coalhado”.

Além disso, de acordo com a gravidade do quadro, outros sintomas podem surgir, como:

  • Vermelhidão e inchaço na vulva;
  • Sensação de ardência ao urinar;
  • Desconforto ou dor durante a relação sexual.

Episódios de candidíase complicada podem apresentar sintomas adicionais, como a presença de fissuras e de estenose vaginal. Em algumas situações, a doença pode ser recorrente. Isso parece estar relacionado a fatores, como:

  • Uso de antibióticos;
  • Estresse;
  • Imunossupressão;
  • Diabetes mellitus descompensada;
  • Uso de duchas vaginais.

Além disso, a candidíase parece estar intimamente relacionada a questões hormonais. Afinal, é muito menos frequente em crianças e em mulheres na menopausa.

Nesse sentido, durante a gravidez, os níveis hormonais elevados aumentam a acidez vaginal, criando um ambiente propício para a proliferação de fungos. Simultaneamente, o sistema imunológico da mulher fica ligeiramente suprimido. Felizmente, a infecção não representa risco significativo para a mãe ou o bebê.

Diagnóstico e tratamento da candidíase

A candidíase vulvovaginal é de fácil diagnóstico e tratamento. As características da secreção tornam a doença mais fácil de distinguir de outras vaginoses, mas, em alguns casos, ainda pode ser difícil a distinção.

O diagnóstico pode ser exclusivamente clínico nos casos não recorrentes. O médico realiza um exame físico para identificar sintomas característicos como inchaço, vermelhidão e corrimento na região vulvovaginal.

Contudo, em infecções recorrentes ou complicadas, pode ser necessária a avaliação laboratorial das secreções para identificar a espécie específica de Candida e determinar o tratamento mais eficaz. Afinal, esse tipo de candidíase tem maior chance de envolvimento de cepas não albicans. Inclusive, em pacientes com internação hospitalar recente e infecção complicada, é importante investigar algumas cepas multirresistentes que estão surgindo.

O tratamento é indicado somente quando os sintomas estão presentes, variando de acordo com a gravidade do quadro. Afinal, como se trata de um fungo que habita normalmente e protege a mucosa vaginal, somente faz sentido tratá-lo quando ele causa problemas para a paciente. Geralmente, a terapia envolve o uso de medicamentos antifúngicos, aplicados topicamente ou administrados por via oral, que são eficazes no combate à infecção.

Para mulheres que apresentam candidíase recorrente, o tratamento pode se estender por um período mais prolongado e envolver um plano terapêutico de manutenção. Por isso, é fundamental evitar a automedicação e seguir estritamente as orientações médicas para o tratamento.

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Vitamina D: quando é importante suplementar durante a gestação?

A gestação é um fenômeno complexo em que uma nova vida é gerada dentro do útero de uma mulher. Para gerar um novo ser, será preciso fornecer os ingredientes necessários para o crescimento e o desenvolvimento de um organismo saudável. Os nutrientes, como proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais, são os materiais de construção do corpo humano. 

Devido à gestação, portanto, o organismo feminino precisará de muito mais nutrientes e energia do que geralmente precisa. Afinal, o feto obtém seus nutrientes a partir da corrente sanguínea da mulher. Cada grama de músculo e ossos do bebê vem dos alimentos que você come.

Alguns nutrientes, como a vitamina D, são importantes, pois regulam os processos celulares e metabólicos do bebê. Sua falta faz com que o bebê tenha dificuldade em formar órgãos saudáveis mesmo quando a ingestão de outros nutrientes está adequada. 

Por isso, em alguns casos, pode ser necessário utilizar suplementos alimentares, isto é, medicações que fornecem uma quantidade adicional de nutrientes em relação à alimentação. Quer saber quando é necessário suplementar a vitamina D? Acompanhe nosso post até o final!

O que é deficiência nutricional?

A deficiência nutricional é a carência de determinados nutrientes no organismo. A deficiência nutricional pode ser generalizada. Ou seja, a pessoa não obtém grande parte dos nutrientes necessários pela alimentação diária.

A desnutrição é um quadro em que a deficiência nutricional causa repercussões na saúde da pessoa devido às deficiências nutricionais mais prolongadas. Ela pode ser:

  • Primária – acontece quando a pessoa não consegue obter os alimentos necessários para as suas necessidades diárias;
  • Secundária – ocorre devido a uma dificuldade de absorção de nutrientes, como no caso das doenças inflamatórias intestinais, ou ao aumento das necessidades metabólicas, como nas gestações.

Além disso, a desnutrição e a deficiência podem ser

  • generalizadas, atingindo quase todos os nutrientes;
  • específicas – deficiência de algum nutriente específico, como o ferro, o cálcio, o iodo, a vitamina D e a vitamina A. Geralmente, ocorre devido ao baixo consumo de algum nutriente que é obtido apenas com alguns tipos de alimentos. Por exemplo, no Brasil, a suplementação de iodo é feita para todas as pessoas, pois se acrescenta o iodo ao sal de cozinha. Isso é necessário, pois o iodo está presente em peixes de água salgada. A maioria dos brasileiros não consome esse tipo de alimento em quantidade suficiente para a necessidade diária de iodo. 

Quando suplementar e por quê?

Para a maior parte das mulheres saudáveis, não será necessário suplementar a vitamina D. A ingestão e a exposição solar diárias serão suficientes para manter os níveis adequados, e o excesso de vitamina D poderá ser prejudicial. Ou seja, ao contrário do ferro, a vitamina D não é um nutriente que suplementamos preventivamente em todos os casos.

Para indicar a vitamina D, podemos realizar antes um exame que dosa os níveis dessa vitamina no sangue. Contudo, esse não é um exame que faz parte da rotina do pré-natal, sendo indicado após uma avaliação individualizada de cada caso. A suplementação será recomendada se os níveis estiverem abaixo do valor de referência.

Além disso, a suplementação pode ser indicada preventivamente para alguns grupos de risco apresentam maiores chances de carência de vitamina D, como:

  • Mulheres negras ou sul-asiáticas;
  • Mulheres com consumo insuficiente de alimentos ricos em vitamina D;
  • Mulheres com baixa exposição solar (menos de 15 minutos de exposição solar);
  • Mulheres entre 19 e 24 anos;
  • Mulheres obesas.

Por que suplementar a vitamina D quando ela é necessária?

A vitamina D é o nome popular da substância ergocalciferol. No nosso organismo, ela desempenha uma função hormonal. Ou seja, ela ajuda a regular funções metabólicas, como:

  • Metabolismo do cálcio e do fósforo. Assim, a vitamina D participa na regulação do metabolismo dos ossos. Ela é importante para a absorção do cálcio, para a formação dos ossos, para a reabsorção do cálcio nos ossos e para a manutenção de níveis adequados de cálcio e fósforo no sangue;
  • Diferenciação celular. No bebê, as células inicialmente são indiferenciadas, ou seja, elas podem se transformar em qualquer tipo de célula de qualquer órgão ou tecido. À medida que o bebê se desenvolve as células se tornam especializadas em algumas funções, isso é a diferenciação;
  • Apoptose, que é a morte celular programada. Algumas células precisam morrer para que o organismo funcione. Por isso, o corpo programa a morte de algumas células. Por exemplo, as mãos do bebê inicialmente apresentam em um formato parecido com uma nadadeira, sem separação entre os dedos. Para que os dedos se formem, é preciso que algumas células entre os ossos morram. 

Na gestação, as necessidades diárias de vitamina D aumentam substancialmente. Afinal, o bebê está constantemente formando e amadurecendo seus ossos. Por isso, em alguns casos, pode ser necessário suplementar a vitamina D.

Portanto, órgãos de saúde importantes, como a Organização Mundial de Saúde, não recomendam a suplementação de vitamina D para todas as mulheres. Ela é indicada apenas para aquelas com deficiência conhecida ou com fatores de risco. Para quem não precisa da suplementação, é importante manter uma dieta equilibrada e se expor ao sol de acordo com as recomendações médicas.

Quer saber mais sobre a suplementação vitamínica nas gestações? Toque aqui!

Dicas de amamentação: dá para tornar esse momento mais fácil

A amamentação pode ser uma experiência prazerosa tanto para a mãe quanto para o bebê. Ela pode promover um vínculo emocional mais intenso e fortalecer a conexão entre ambos. Além disso, o contato físico próximo, o calor e o ritmo da amamentação podem ser reconfortantes, criando momentos de intimidade e afeto que enriquecem a relação maternal. 

Contudo, algumas mulheres podem sentir dor e desconforto durante a amamentação, o que dificulta o aproveitamento desse momento.

É importante, por isso, enfatizar que a dor durante a amamentação não é normal. Ela pode indicar técnicas incorretas de amamentação ou doenças mamárias. Quer saber mais sobre como facilitar a amamentação? Acompanhe até o final!

A amamentação

Apesar de parecer algo simples, a amamentação resulta de um complexo mecanismo de produção e de liberação do leite.

  • Durante a gestação, níveis elevados de estrogênio e de progesterona estimulam o desenvolvimento das glândulas mamárias, preparando as mamas para a produção de leite;
  • Próximo ao parto, o corpo feminino passa a produzir um hormônio chamado prolactina, o qual estimula a produção de leite nas glândulas mamárias;
  • Para produzir o leite, as glândulas alveolares captam as proteínas e carboidratos presentes no sangue para produzir todas as substâncias necessárias para o desenvolvimento saudável do bebê. Além disso, no leite, estão presentes os anticorpos que o sistema imunológico da mãe produz para se proteger contra infecções;
  • O movimento de sucção do bebê nas mamas estimula as terminações nervosas presentes no mamilo. Isso faz com que o corpo libera ocitocina, uma substância conhecida popularmente como “hormônio do amor” por estar relacionada a processos afetivos positivos de conexão humana. Nas mamas, a ocitocina é responsável por sinalizar a contração das células que ejetam o leite para os ductos mamários;
  • À medida que o leite preenche a boca do bebê, isso gera um reflexo para que ele continue sugando calmamente. Quando pouco leite é liberado, esse reflexo faz com que o bebê sugue com mais força;
  • A amamentação frequente faz com que os níveis de prolactina se mantenham altos. Por outro lado, interromper a amamentação por períodos longos faz com que os níveis de prolactina caiam e você pare de produzir leite.

Como tornar a amamentação mais fácil?

Siga estas dicas gerais de amamentação

Algumas dicas gerais são importantes para ter mais conforto e prazer durante a amamentação, como:

  • Entenda os sinais de fome, como barulhos de sucção, movimentos bucais, movimentos das mãos em direção à própria boca e aos seios maternos. Eles ocorrem mesmo antes de o bebê chorar. O choro é um sinal de fome mais intensa;
  • Amamente o bebê sempre que ele tiver sinais de fome. Colocar horários para o bebê ou esperar ele chorar pode deixá-lo com muita fome e fazer com que ele sugue as mamas com maior força, aumentando o risco de feridas;
  • Não apresse o bebê. A mamada dura entre 10 e 20 minutos em cada mama;
  • Relaxe durante a amamentação e se mantenha em uma posição confortável. Além de trazer memórias negativas em relação à amamentação, o estresse pode dificultar a liberação do leite;
  • Teste diferentes posições para você e o bebê até encontrar aquelas que sejam mais confortáveis.

Aplique a técnica da trava

Muitos problemas de amamentação estão relacionados à dificuldade de sucção do bebê. Com isso, o bebê faz maior força de sucção e há maior chance de atrito dos seus mamilos com a língua e com os dentes dele. A técnica da trava é uma forma de tornar a amamentação mais eficiente, garantindo que o bebê obtenha o máximo de leite durante a sucção. Veja suas etapas a seguir:

  • Coloque o bebê de frente para você e o segure firmemente. Evite amamentar quando você não está segura de que o bebê está bem apoiado em seus braços;
  • Pegue a mama com a mão disponível;
  • Encoste o mamilo no lábio inferior do bebê para estimular a abertura da boca;
  • Coloque o mamilo cuidadosamente na boca do bebê na região acima da língua;
  • Verifique se todo o mamilo e a maior parte da aréola estão dentro da boca do bebê. A trava acontece quando os lábios superior e inferior cobrem o mamilo;
  • Verifique o ritmo de sucção do bebê, que deve ser suave e confortável, provocando, no máximo, um leve formigamento. Sucções muito fortes e dolorosas para você podem ser sinais de pega inadequada;
  • Caso a pega não esteja boa, você deve interromper a sucção. Para isso, insira cuidadosamente seu mindinho entre as gengivas do bebê;
  • Reinicie o processo até obter uma pega adequada.

Lembre-se dos benefícios da amamentação

Além das técnicas de pega e de posicionamento, é importante cuidar dos aspectos psicológicos da amamentação. Para tornar esse momento mais positivo, é importante lembrar que a amamentação traz diversos benefícios para o bebê, como:

  • Redução do risco de infecções muito frequentes em bebês, como otite média e viroses respiratórias;
  • Redução do risco de morte súbita em bebê;
  • Redução do risco de hospitalizações;
  • Melhor desenvolvimento intelectual;
  • Redução do risco de desnutrição. Durante os seis primeiros meses, o leite é um alimento completo para o bebê caso a mulher amamente corretamente. Após os seis meses de vida, a amamentação pode complementar os nutrientes que o bebê recebe da alimentação diária.

Para a mãe, a amamentação traz benefícios, como:

  • Queima de calorias – produzir leite queima calorias, o que pode ajudar a mulher a perder peso mais rapidamente;
  • Contracepção – a manutenção de níveis mais elevados de estrogênio e de progesterona ajudam a prevenir novas gravidezes durante a amamentação, mas, para uma contracepção mais efetiva, você deve utilizar anticoncepcionais, que devem indicados por um médico, pois alguns deles não podem ser utilizados durante a amamentação;
  • Recuperação pós-parto mais rápida – a amamentação provoca a liberação de hormônios que ajudam na involução do útero para o tamanho habitual. Isso reduz o risco de sangramento uterino pós-parto;
  • Prevenção de doenças ao longo da vida – estudos mostram que mulheres que amamentaram têm um menor risco de desenvolver câncer de mama, câncer de ovário ou osteoporose;
  • Prevenção de complicações mamárias – o corpo continua a produzir leite mesmo quando a mulher não amamenta. Caso o leite não seja liberado, ele pode formar cristais que entopem os ductos mamários e provocam inflamação. 

Com essas dicas, você pode deixar o processo de amamentação mais fácil. Caso tenha dúvidas, você pode pedir para que seu obstetra ou o pediatra do bebê ensinem as técnicas mais adequadas para você durante as consultas.

Quer saber mais sobre a amamentação e seus benefícios? Toque aqui!

Laqueadura tubária: quando fazer?

A laqueadura tubária, também chamada de ligadura das tubas uterinas, é um procedimento de esterilização cirúrgica para mulheres. Esterilização é um termo técnico que utilizamos para nos referirmos a procedimentos potencialmente irreversíveis de contracepção.

As tubas uterinas são órgãos de aproximadamente 10 centímetros que se iniciam no fundo do útero, sendo contínuos a esse órgão. Ao final das tubas uterinas, estão os ovários, onde estão armazenadas as células sexuais femininas, conhecidas popularmente como óvulos.

Para entender a laqueadura, precisamos revisar alguns conceitos de anatomia feminina e de reprodução humana. Nas relações íntimas desprotegidas, os espermatozoides (células sexuais masculinas) são liberados na vagina. Para fertilizar os óvulos (células sexuais femininas), eles precisam passar através do colo do útero para alcançar a cavidade uterina.

Contudo, durante a ovulação, os ovários femininos liberam um óvulo nas tubas uterinas. Então, os espermatozoides precisam percorrer toda a cavidade uterina e passar pelo óstio uterino da tuba, um orifício de 1 milímetro que conecta as tubas ao útero. Depois disso, os espermatozoides precisam encontrar o óvulo em uma das porções intermediárias da tuba uterina, a ampola.

Na laqueadura tubária, realizamos a interrupção do canal das tubas uterinas para que o espermatozoide não consiga fertilizar o óvulo da mulher. Quer saber quando esse procedimento pode ser realizado? Acompanhe nosso post até o final!

Quando fazer a laqueadura tubária?

Por ser um procedimento que compromete permanentemente a capacidade de engravidar naturalmente, existe uma lei que regula a realização da laqueadura tubária. Portanto, ela não pode ser feita por qualquer mulher, havendo algumas regras para sua indicação.

Pela Lei nº 14.443/2022, as regras atuais são:

  • Idade mínima de 21 anos no caso de mulheres com menos de dois filhos. Mulheres com mais de 2 filhos podem realizar o procedimento em qualquer idade;
  • Capacidade civil, isto é, a pessoa deve ter condições mentais e psicológicas para tomar decisões por conta própria;
  • Prazo de 60 dias entre a manifestação de vontade e a realização do procedimento. Para realizar qualquer cirurgia, é preciso assinar um documento em que você declara que entendeu os riscos e os benefícios do procedimento e deseja continuar. Para a laqueadura, essa assinatura deve acontecer 60 dias antes do procedimento. Nesse período, você deve também receber aconselhamento sobre outros métodos contraceptivos. 

O objetivo dessas etapas é garantir que a mulher tome uma decisão bem pensada, visto que é um procedimento potencialmente irreversível e com uma taxa elevada de arrependimento. Nesse sentido, as equipes multidisciplinares de aconselhamento familiar vão tentar mostrar que há métodos contraceptivos reversíveis de diferentes durações para alcançar o mesmo objetivo de prevenir gestações.

Além disso, é importante ressaltar que algumas regras antigas não valem mais, como:

  • Necessidade de consentimento do cônjuge. Antigamente, a mulher precisava da assinatura do cônjuge para mostrar que ele estava ciente e concordava com o procedimento. Essa regra não vale mais atualmente;
  • Proibição da laqueadura no momento do parto. Atualmente, a laqueadura tubária pode ser realizada durante o parto desde que a mulher tenha cumprido os 60 dias entre a manifestação de vontade e a realização do procedimento.

Indicações da laqueadura tubária

A laqueadura tubária é mais fortemente recomendada para mulheres em que a gravidez oferece riscos importantes à saúde dela ou de um eventual bebê. Para isso, é preciso que seja apresentado um laudo justificando a necessidade do procedimento, o qual deve ser assinado por dois médicos. Isso pode acontecer em casos de mulheres com transtornos genéticos hereditários graves, com história de gestações tubárias ou que realizaram múltiplas cesarianas.

Por que optar por outros métodos contraceptivos?

Para a maioria das mulheres, recomendamos que a mulher opte por métodos contraceptivos reversíveis. Afinal, alguns estudos apontam que a porcentagem de mulheres que se arrependem do procedimento pode chegar a aproximadamente 15%. Em mulheres que fazem a cirurgia antes dos 30 anos, a taxa de arrependimento foi de 20,3%. Ou seja, 1 em cada 5 mulheres com ligadura antes dos 30 anos deseja não ter feito o procedimento.

A maioria das mulheres considera realizar a laqueadura tubária, pois desejam um método com baixa taxa de falha e que não precise ser reaplicado com frequência. Elas querem evitar o inconveniente de se esquecer de tomar a pílula corretamente e acabar tendo uma gestação indesejada. Entretanto, atualmente, existem métodos contraceptivos de maior duração, como:

  • Os dispositivos intrauterinos (DIU). São hastes colocadas dentro do útero que liberam substâncias que dificultam a fertilização e o início da gestação. Apresentam taxas de falha menores do que 1% e duram entre 5 e 10 anos;
  • Implante hormonal contraceptivo. É uma pequena haste inserida sob a pele do braço, liberando doses pequenas de hormônios. Também apresentam taxas de falha menor do que 1% e duram cerca de 3 anos;
  • Injeção contraceptiva. São injeções de hormônios com baixa taxa de falha e com duração de 1 a 3 meses.

Todos esses métodos são reversíveis. Ou seja, quando a mulher retira o DIU, remove os implantes ou para de aplicar as injeções, ela pode voltar a engravidar sem nenhuma dificuldade.

Portanto, a laqueadura tubária é um método contraceptivo potencialmente permanente. É preciso se lembrar de que nossa vida é dinâmica e nossos desejos mudam constantemente. Podem ocorrer situações, tais quais novos relacionamentos e perda de filhos, que despertam novamente o desejo de ter filhos. Como existem métodos eficazes e duradouros de contracepção, eles são mais aconselháveis para evitar arrependimentos.

Quer saber mais sobre os diferentes métodos de contracepção? Toque aqui!

Vaginose bacteriana: o que é e quais são os sintomas?

A vagina é um ambiente naturalmente rico em microrganismos. O conjunto de microrganismos que vivem na vaginal é chamado de microbioma vaginal. Em mulheres saudáveis, esse microbioma é composto principalmente por lactobacilos, bactérias que produzem um ácido protetor que evita a proliferação de microrganismos causadores de doenças (patógenos).

Em algumas situações, o microambiente vaginal pode se alterar e provocar sintomas incômodos para as mulheres, como mau cheiro e corrimento vaginal anormal. Uma dessas condições é a vaginose bacteriana. Quer saber mais sobre ela? Continue a leitura!

O que é vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana é uma condição muito comum entre as mulheres. Em mulheres na idade fértil, estima-se que sua frequência seja de até 30%. Como vimos, na maior parte das mulheres, o microbioma fisiológico da vagina é composto principalmente por lactobacilos. A vaginose bacteriana é uma doença caracterizada pela substituição temporária dessa microbiota normal por uma microbiota composta por microrganismos patogênicos.

Em outras palavras, durante as vaginoses, observamos uma redução dos lactobacilos protetores. Isso reduz a produção de ácido láctico, o que diminui a acidez do ambiente vaginal. A acidez vaginal é um dos principais fatores que protegem as mulheres contra microrganismos patogênicos.

Bactérias presentes nas vaginoses

Nos estudos feitos em mulheres com vaginose ativa, os microrganismos mais frequentemente identificados são de bactérias:

  • Gardnerella vaginalis, que é uma das mais comuns nos casos de vaginose;
  • Atopobium vaginae;
  • Bacteroides spp.;
  • Prevotella spp.;
  • Mycoplasma hominis;
  • Mobiluncus spp.

Além disso, também podem estar presentes bactérias de outros gêneros, geralmente anaeróbias ou anaeróbias facultativas. Algumas dessas bactérias, como a Gardnerella vaginalis, são capazes de produzir biofilmes. Ou seja, elas produzem substâncias que facilitam sua adesão nas paredes da vagina e ajudam a evitar a ação do sistema imunológico. Isso favorece sua proliferação e permanência na vagina.

Fatores de risco e complicações

A vaginose bacteriana é uma condição muito comum entre as mulheres. Em mulheres na idade fértil, estima-se que sua frequência seja de até 30%. Os principais fatores de risco evitáveis para o desenvolvimento de vaginoses são:

  • Aplicação de duchas vaginais;
  • Tabagismo;
  • Estresse crônico;
  • Comportamento sexual de risco;
  • Sexo sem proteção.

Além disso, as vaginoses são mais frequentes durante e logo após a menstruação. Afinal, o sangue muda as características químicas da vagina, além de ser um material muito nutritivo. Isso pode favorecer o crescimento de microrganismos que não são habituais do microbioma vaginal.

Sintomas da vaginose bacteriana

Um estudo feito no Brasil mostrou que as vaginoses bacterianas são responsáveis por 40% das queixas das mulheres nos consultórios ginecológicos. Com isso, certamente são uma das principais causas de busca por um ginecologista fora da rotina.

Os principais sintomas da vaginose bacteriana isolada são: 

  • Corrimento vaginal anormal, isto é, mudanças na cor, na consistência, no volume ou no cheiro do corrimento;
  • Alteração do odor, geralmente apresentando um mau cheiro descrito como odor de peixe. Isso ocorre devido à produção de aminas pelas bactérias, o que produz um cheiro semelhante ao da amônia. O odor também pode estar presente de forma isolada, sem a presença de corrimento vaginal. O mau cheiro pode piorar com o ato sexual ou durante a menstruação.

Durante o exame físico, seu ginecologista também pode identificar alterações no muco vaginal, que pode se tornar esbranquiçado, acinzentado ou amarelado.

A presença de outros sintomas, como prurido (coceira) e desconforto vaginal, geralmente está relacionada com a proliferação excessiva de outros tipos de microrganismos. Um dos mais frequentes é o fungo Candida albicans, que é presente no microbioma normal da mulher, cuja proliferação pode sair de controle e provocar um quadro patológico.

Diagnóstico e tratamento da vaginose bacteriana

O diagnóstico provável de vaginose bacteriana pode ser feito clinicamente, apenas com a anamnese e o exame físico ginecológico. A presença de corrimento vaginal acinzentado aderido às paredes da vagina é um forte indicativo de vaginoses bacterianas. 

Além disso, alguns testes podem ajudar a confirmar o diagnóstico, como:

  • Medida do pH vaginal. Normalmente, o pH vaginal (medida da “acidez”) se encontra abaixo de 4,5. Valores acima de 4,5 são considerados alterados;
  • Teste das aminas. Como explicamos, as bactérias da vaginose produzem substâncias que causam mau cheiro. Nesse teste coletamos uma amostra da secreção vaginal e aplicamos uma substância (o hidróxido de potássio) que reage com as aminas, um processo que libera rapidamente um odor fétido;
  • Presença de células-chave, que são visíveis quando observamos uma amostra de secreção vaginal ao microscópio.

Os dois primeiros testes são geralmente feitos durante o exame físico ginecológico. Já o tratamento é geralmente feito com antibióticos, como:

  • Metronidazol oral ou intravaginal;
  • Clindamicina tópica.

Para diagnosticar e tratar a vaginose bacteriana, é muito importante procurar um médico para realizar. Afinal, para serem eficazes, os antibióticos precisam ser utilizados na frequência e na duração corretas. 

Além disso, é preciso também avaliar a existência de infecções simultâneas, as quais podem demandar o uso de outros medicamentos associados. No caso das gestantes, um tratamento rápido é fundamental, pois as vaginoses estão associadas a um maior risco de abortamento e de parto prematuro.

As vaginoses também podem ser identificadas acidentalmente durante o exame papanicolaou. Quer saber mais sobre ele? Toque aqui!

Cardiotocografia: como é feita e o que pode indicar?

A cardiotocografia (CTG) é um exame muito utilizado na obstetrícia para monitorar os batimentos cardíacos do feto, as contrações uterinas da mãe e os movimentos do bebê. Seu objetivo principal é avaliar a vitalidade e o bem-estar fetal, especialmente em situações em que há maior risco de problemas no parto ou de sofrimento fetal.

Apesar disso, também pode ser usado para o monitoramento em situações de baixo risco para auxiliar no planejamento do parto. Portanto, esse exame pode ser realizado durante o pré-natal, especialmente no terceiro trimestre da gestação, ou durante o trabalho de parto para acompanhar as condições do bebê.

Quer saber mais sobre a cardiotocografia? Acompanhe este post até o final!

Quando a cardiotocografia é feita?

É um exame mais específico do contexto gestacional, não sendo utilizado no acompanhamento ginecológico de mulheres não grávidas. No acompanhamento das gestações, contudo, é amplamente utilizado, sendo conhecido por muitas mulheres que já passaram por uma gestação, principalmente por aquelas que realizaram um parto normal.

O monitoramento periódico ou contínuo com a cardiotocografia auxilia na identificação de possíveis sinais de sofrimento fetal ao observar diferentes características da frequência cardíaca do bebê. Além disso, permite identificar a frequência e a força das contrações uterinas, o que é um sinal importante da evolução do parto. Comparando esses dois dados, o obstetra pode entender se é necessária alguma intervenção médica para auxiliar no nascimento do bebê. 

Apesar de comumente ser realizada em gestações e partos não complicados, ela é especialmente indicada em situações, como:

  • Gestações com risco de prematuridade;
  • Risco de baixo peso ao nascer;
  • Mulheres que apresentam doenças hipertensivas e comorbidades clínicas;
  • Gestantes com infecções no trato geniturinário;
  • Mulheres com hemorragia durante o trabalho de parto;
  • Gravidezes de gêmeos;
  • Presença de mecônio (fezes estéreis de cor verde-escura) no líquido amniótico;
  • Ruptura das membranas (bolsa amniótica) antes do início do trabalho de parto;
  • Bebês em uma posição anormal;
  • Trabalho de parto induzido ou conduzido;
  • Administração de anestesia epidural para alívio da dor.

Nessas indicações, há maior chance de sofrimento fetal ou de evolução anormal do parto. 

Como a cardiotocografia é feita?

O exame é realizado utilizando dois cintos posicionados no abdômen da mãe:

  • Um deles registra a frequência cardíaca do bebê;
  • O outro monitora as contrações uterinas. 

Além disso, a mãe recebe um botão para pressionar sempre que sentir os movimentos do bebê. 

Em determinadas situações, quando o monitoramento externo não é eficaz ou é necessário obter informações mais precisas, pode ser recomendado o monitoramento interno. No entanto, essa abordagem é mais invasiva, pois exige que a mãe já tenha dilatação importante do colo uterino. 

Afinal, nela, as contrações são medidas com um cateter que mede a pressão na cavidade uterina, enquanto a medição da frequência cardíaca fetal é feita com a colocação de um eletrodo na superfície da cabeça do bebê. Esse método permite medir a atividade elétrica do coração fetal, mas apresenta maiores riscos de infecção para a mãe e o bebê, além de poder causar pequenos danos ao feto ou à parede do útero.

Tanto no cardiotocografia externa quanto na interna, os aparelhos estão conectados a um aparelho chamado cardiotocógrafo, o monitor fetal que interpreta os sinais dos sensores. A frequência cardíaca do bebê pode ser ouvida como um som semelhante a batidas, e o aparelho também exibe as variações que acontecem durante as contrações. 

Os resultados da cardiotocografia podem ser impressos ou armazenados digitalmente, facilitando o acompanhamento posterior.

O que a cardiotocografia pode indicar?

A cardiotocografia pode fornecer informações importantes, como:

  • A presença ou ausência de contrações uterinas;
  • A frequência cardíaca média do feto;
  • A variabilidade da frequência cardíaca ao longo do exame;
  • A aceleração da frequência cardíaca do bebê em resposta aos seus movimentos;
  • A presença de desacelerações na frequência cardíaca, que podem indicar complicações.

Durante as contrações, ocorrem mudanças no padrão da frequência cardíaca, e essas variações são observadas para identificar possíveis sinais de sofrimento fetal. Portanto, é um exame que compara a vitalidade do feto com as contrações para auxiliar na decisão se é seguro aguardar a evolução natural do parto, por exemplo.

A frequência cardíaca normal de um feto varia entre 110 e 160 batimentos por minuto. Valores abaixo de 110 são chamados de bradicardia, enquanto valores acima de 160 bpm são conhecidos como taquicardia. Os bebês podem apresentar variações temporárias para valores ligeiramente mais altos ou mais baixos sem que isso signifique algum problema. 

Contudo, a bradicardia e a taquicardia, quando frequentes ou sustentadas por um longo período, são indicativos de potencial sofrimento fetal. Além disso, uma frequência cardíaca sem muita alteração também pode representar um problema. 

Portanto, os dados da cardiotocografia auxiliam a equipe obstétrica a tomar decisões individualizadas para garantir o bem-estar do bebê durante a gestação e o trabalho de parto. Se os resultados sugerirem que o bebê está em risco, o médico pode optar por uma intervenção, como a indução do parto ou a realização de uma cesariana.

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Vacina contra HPV: quando tomar?

O HPV, ou papilomavírus humano, é a infecção viral sexualmente transmitida mais comum no mundo. Acredita-se que mais de 80% das pessoas sexualmente ativas vão ser infectadas por ele ao longo da vida sexual. Na maioria dos casos, a infecção não apresenta sintomas e costuma ser eliminada pelo próprio organismo em cerca de dois anos. Contudo, a infecção pode se tornar persistente em alguns casos e não há como prever em quem isso vai ocorrer.

Existem mais de 200 tipos de HPV, sendo que cerca de 40 afetam a área genital, e aproximadamente 12 são considerados oncogênicos, ou seja, podem causar câncer. Entre os tumores malignos causados pelo HPV, o câncer de colo de útero é o mais frequente e o que causa maior impacto na saúde da população feminina. Por esse motivo, é o mais estudado.

Quer saber mais sobre como se proteger com a vacina contra o HPV? Acompanhe até o final!

Quais as consequências do HPV? Como o HPV é transmitido?

As estimativas mais conservadoras mostram que o HPV é a causa de aproximadamente 7% dos casos de câncer em geral. Ou seja, 7 em cada 100 tumores malignos foram desencadeados pela infecção por um tipo oncogênico de HPV. Estudos mostram que o HPV pode ser responsável por aproximadamente:

  • 90% a 100% dos casos de câncer de colo do útero;
  • 93% dos casos de câncer de ânus;
  • 64% dos casos de câncer de vagina;
  • 50% dos casos de câncer de vulva;
  • 40% dos casos de câncer no pênis;
  • 60% dos casos de câncer de orofaringe. 

Portanto, atualmente, pode-se dizer que o HPV é o fator de risco mais frequente para o câncer, juntamente com o cigarro.

Transmissão

A transmissão do HPV acontece pelo contato direto pele a pele. Portanto, não se limita apenas ao sexo com penetração. O uso regular de preservativos oferece proteção de cerca de 60%. Entretanto, visto que áreas infectadas podem ficar expostas mesmo com o uso preservativo, ainda há risco de transmissão.

O HPV também pode ser transmitido por outras formas que não o sexo. Alguns estudos indicam que é possível a transmissão por meio de objetos compartilhados, chamados de fômites. Além disso, o vírus pode passar de mãe para filho durante o parto em cerca de 20% dos casos, especialmente se a mãe tiver lesões genitais. Felizmente, a maioria dos bebês elimina a infecção rapidamente sem grandes repercussões.

Quando tomar a vacina contra o HPV?

O ideal é tomar a vacina entre os 9 e 14 anos. Contudo, a vacinação ainda oferece benefícios para homens e mulheres com até 45 anos. A seguir, explicaremos melhor essas recomendações com base nos estudos disponíveis até o momento.

Em relação ao que os estudos mostram em relação à efetividade e a segurança, temos as seguintes informações de um estudo de 2024, que avaliou mais de 300.000 mulheres:

  • Quando tomada entre 9 e 14 anos de idade, a vacina oferece uma proteção de 90% a 100% contra câncer cervical em mulheres;
  • Quando tomada posteriormente, entre os 14 e os 22 anos, a vacina ainda apresenta resultados promissores com redução de mais de 60% do risco de câncer cervical invasivo.

Outros estudos, realizados em uma faixa etária mais velha, também mostram uma redução das infecções e das complicações, mas em uma magnitude menor do que as mostradas acima. Em outras palavras, se a pessoa tiver condições financeiras, a vacinação contra o HPV é recomendada para todas as pessoas entre 9 e 45 anos.

Confira, a seguir, as recomendações dos fabricantes e do Ministério da Saúde:

Vacinação pelo SUS

No Brasil, pelo Sistema Único de Saúde, está disponível a vacina quadrivalente Gardasil. Ela protege contra o HPV 6, 11, 16 e 18. De acordo com dados do fabricante, ela pode ser usada por pessoas entre 9 e 45 anos, devendo ser tomada em três doses com 0, 2 e 6 meses.

Contudo, no SUS, a estratégia de vacinação não abrange toda essa faixa etária, sendo restrita a alguns grupos, como:

  • Vacinação com esquema de três doses para meninos e meninas entre 9 e 14 anos. Essa é a faixa etária em que a vacina apresenta maior efetividade;
  • Pessoas entre 15 e 19 anos podem receber o esquema de uma dose;
  • Pessoas imunossuprimidas ou com câncer, na faixa etária de 9 a 45 anos;
  • Portadores de papilomatose respiratória recorrente (PRR), que podem receber o esquema completo de acordo com a recomendação do fabricante da vacina.

Vacina bivalente

Ela protege contra o HPV 16 e 12, estando disponível na rede privada. A bula do fabricante informa que ela pode ser usada por qualquer pessoa a partir dos 9 anos de idade, desde que não haja nenhuma contraindicação, como sensibilidade aos componentes da fórmula. O esquema é de três doses com 0, 1 e 6 meses. 

Vacina nonavalente

Ela protege contra os 4 tipos de HPV (6, 11, 16 e 18) da GARDASIL® quadrivalente, acrescentando a proteção para mais 5 outros tipos de HPV (31, 33, 45, 52 e 58). Ela é recomendada para homens e mulheres entre 9 e 45 anos de idade. O esquema vacinal indicado é de 3 doses com 0, 2 e 6 meses. 

Portanto, a vacina contra o HPV deve ser tomada o quanto antes a partir dos 9 anos de idade. Apesar de ser uma proteção importante, ela não substitui o uso de preservativos, que oferecem uma barreira adicional contra a infecção. Além disso, mulheres vacinadas devem manter a rotina de acompanhamento com o Papanicolaou, que auxilia no diagnóstico precoce de lesões precursoras do câncer de colo do útero e de tumores malignos.

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O que é pré-natal e por que é importante?

A gestação é um período transformador e de grande significado na vida de uma mulher, marcado por profundas mudanças físicas e emocionais. Nela, o corpo materno se adapta para nutrir e proteger o desenvolvimento do bebê. Apesar de, na grande maioria das gestações, esse processo acontecer sem complicações, podem surgir alterações que podem trazer desfechos negativos para a mulher e seu filho.

Por isso, é fundamental monitorar a evolução da gestação de forma periódica e cuidadosa. No pré-natal, acompanhamentos regulares permitem identificar precocemente qualquer desvio ou complicação, garantindo que tanto a mãe quanto o bebê recebam o suporte necessário para um desenvolvimento saudável e seguro até o momento do parto.

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O que é pré-natal?

De acordo com o Ministério da Saúde, o pré-natal tem o objetivo de “assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas”. Para isso, o pré-natal oferece um conjunto de cuidados de saúde periódicos que abrangem:

  • consultas obstétricas;
  • exames complementares;
  • vacinação e suplementação;
  • orientações para a gestante.

Além disso, o pré-natal tem como princípio oferecer um cuidado individualizado para cada mulher em cada gestação, tendo metas, como:

  • Promover a saúde da mãe e do feto;
  • Prevenir doenças gestacionais;
  • Compreender a individualidade biopsicossocial de cada gravidez;
  • Rastrear e diagnosticar precocemente doenças que podem impactar negativamente a gestação;
  • Tratar precocemente as doenças identificadas para reduzir os riscos para a mãe e para o feto;
  • Educar a gestante sobre os eventos mais comuns de uma gestação;
  • Orientar a gestante como ela pode cuidar de si mesma e de seu bebê;
  • Acolher emocionalmente a mulher diante dos desafios e complicações que podem surgir com as gestações;
  • Planejar o parto, entre outras possibilidades.

Por que é importante?

O pré-natal é a principal forma de reduzir as taxas de mortalidade e de adoecimento durante a gestação. Graças a ações, como o incentivo ao pré-natal, o Brasil conseguiu reduzir as complicações gestacionais em 56%.

Acompanhar o desenvolvimento do feto

Uma das oportunidades mais bonitas do pré-natal é o acompanhamento do desenvolvimento do bebê. Por meio de ultrassonografias periódicas, podemos conhecer o seu sexo, ver o feto crescer e se movimentar dentro do útero. Isso proporciona um contato especial com ele antes mesmo do nascimento.

Acolher e tratar as queixas das gestantes

O pré-natal também tem o objetivo de proporcionar mais qualidade de vida para a gestante, acolhendo queixas comuns na gestação, como:

  • Náuseas e vômitos;
  • Azia;
  • Salivação excessiva (sialorreia);
  • Fraqueza e fadiga;
  • Cólicas e alterações intestinais;
  • Hemorroidas;
  • Corrimento vaginal alterado;
  • Dores na cabeça, nas mamas e nas costas;
  • Varizes;
  • Câimbras.

Prevenir desfechos negativos

Diversos estudos mostram que o pré-natal pode ajudar a evitar a ocorrência de complicações, como:

  • Abortamentos;
  • Partos prematuros;
  • Cesarianas;
  • Óbito materno;
  • Óbito fetal.

Identificar e tratar precocemente complicações gestacionais

Durante uma gestação, o corpo da mulher passa por diversas mudanças para garantir o desenvolvimento do bebê. Entretanto, em alguns casos, podem surgir alterações que colocam a saúde materno fetal em perigo. Entre as doenças gestacionais investigadas e tratadas no pré-natal, estão:

Planejar o parto

O pré-natal também envolve momentos prazerosos para a mulher em que ela pode conversar sobre suas expectativas para o nascimento do bebê e planejar seu parto. Junto com o médico do pré-natal, ela pode elaborar o plano de parto. Esse documento pode registrar as suas preferências desde o tipo de parto até músicas especiais para tocar na sala de parto.

Como é feito o pré-natal?

O pré-natal idealmente deve se iniciar antes de uma gestação, abrangendo também o planejamento pré-concepcional. Com isso, é possível realizar uma investigação abrangente da saúde materna e medidas, como:

  • Diagnóstico de doenças que podem causar malformações fetais;
  • Estabilização e controle de doenças crônicas, como diabetes mellitus e hipertensão arterial crônica;
  • Aconselhamento genético.

Entretanto, caso não tenha sido possível realizar o planejamento pré-concepcional, deve-se buscar um início precoce do pré-natal ainda no primeiro trimestre. A assistência médica no primeiro trimestre representa um dos principais fatores de redução de riscos gestacionais.

O número de consultas pré-natais varia de acordo com o risco gestacional. Para gestações de baixo risco, recomenda-se um mínimo de 6 consultas até o momento do parto. Em geral, recomenda-se que as consultas sejam:

  • Mensais até 28ª semana de gestação;
  • Quinzenais entre 28 e 36 semanas;
  • Semanais a partir de 37 semanas.

As consultas semanais se mantêm até o início do trabalho de parto. Se o parto não acontecer até a 41ª semana, a gestante pode ser encaminhada para a indução do parto.

Portanto, o pré-natal representa um conjunto de cuidados essenciais para uma gestação mais saudável do início ao fim. Diversos estudos já mostraram sua eficácia para evitar complicações e promover o bem-estar da mãe e do bebê.

Quer saber mais sobre os exames que são realizados em cada etapa do pré-natal? Toque aqui!

Pré-eclâmpsia: o que fazer nessa situação?

Durante as gestações, o organismo da mulher passa por diversas modificações. Na maior parte dos casos, esse processo é saudável, mas, em algumas mulheres, podem surgir doenças gestacionais. Nesse sentido, a pré-eclâmpsia é uma complicação gestacional grave que requer atenção cuidadosa durante o pré-natal.

Caracterizada pela presença de hipertensão arterial após a 20ª semana de gestação em mulheres previamente normotensas, essa condição é frequentemente acompanhada por proteinúria ou disfunções em órgãos vitais, como os rins e o fígado. O reconhecimento precoce e o controle adequado da pré-eclâmpsia são essenciais para prevenir a progressão para eclâmpsia, uma complicação potencialmente fatal.

Quer saber sobre o tema? Acompanhe até o final!

O que é pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é uma doença gestacional que merece muita atenção durante o pré-natal. Ela é definida como a presença de hipertensão arterial a partir da 20ª semana em mulheres com pressão arterial normal previamente. Essa manifestação deve ser também acompanhada de uma das duas alterações a seguir:

  • Proteinúria, que é o excesso de proteínas na urina;
  • Disfunções de órgãos frequentemente acometidos por níveis elevados de pressão, como os rins e os olhos.

Eclâmpsia

O termo “pré” gera muita dúvida nas gestantes, pois sugere que a pré-eclâmpsia é algo que acontece antes da eclâmpsia. A eclâmpsia é uma complicação grave, em que ocorre uma crise convulsiva generalizada ou coma em gestantes acometidas pela pré-eclâmpsia. Felizmente, ela pode ser prevenida com um tratamento adequado da pré-eclâmpsia.

Causas da pré-eclâmpsia

Nos primeiros dias de vida, o embrião se nutre a partir das substâncias presentes na secreção da cavidade uterina. Contudo, à medida que ele se desenvolve, ele precisa de uma quantidade cada vez maior de nutrientes. Para isso, algumas células (células trofoblásticas) do embrião começam a invadir o endométrio uterino para se ligar à circulação da gestante.

Com isso, surge um órgão embrionário chamado de placenta. A placenta, além de intermediar as trocas entre a circulação materna e a circulação fetal, produz diversos hormônios que estimulam o corpo da mulher a se adaptar para garantir o desenvolvimento do feto. A pré-eclâmpsia surge quando a invasão das células trofoblásticas é insuficiente. Assim, a placenta produz substâncias que aumentam a pressão arterial materna e provocam outras alterações.

Como diagnosticar a pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é uma condição investigada ativamente durante o pré-natal. Ou seja, mesmo que uma gestante não apresente sintomas, fazemos a investigação de sinais e alterações laboratoriais sugestivas de pré-eclâmpsia.

Mulheres sem hipertensão arterial

A principal conduta de rastreio é o monitoramento da pressão arterial em toda a consulta de pré-natal. A hipertensão arterial na gestante é definida como valores de pressão sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou de pressão diastólica maior ou igual a 90 mmHg. Em linguagem popular, pode-se dizer que seria uma pressão maior do que 14 por 9.

Caso a hipertensão arterial seja identificada, será necessário realizar exames complementares para verificar se é um caso de hipertensão gestacional ou de pré-eclâmpsia. O aumento da quantidade de proteínas na urina é a alteração mais comum, indicando disfunção dos vasos renais. Além disso, são solicitados exames para investigar a função de órgãos-alvo, como:

  • Função hepática (fígado);
  • Função renal;
  • Hemograma com contagem de plaquetas.

Se houver alterações na ausculta dos pulmões ou queixas pulmonares, pode ser também solicitada uma radiografia de tórax. Em todo caso, o bem-estar fetal também deve ser monitorado com uma ultrassonografia obstétrica com ecodoppler.

Mulheres com hipertensão arterial prévia

A pré-eclâmpsia pode ocorrer também em mulheres com hipertensão arterial crônica, isto é, que apresentam níveis elevados de pressão arterial antes da 20ª semana de gestação. Nessa situação, o diagnóstico de pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão arterial crônica é feito quando a proteinúria ou a lesão de órgão-alvo surgem ou pioram após a 20ª semana de gestação.

O que fazer quando diagnosticada com pré-eclâmpsia?

A principal medida é o acompanhamento médico regular. Após o diagnóstico da pré-eclâmpsia, o pré-natal envolverá consultas mais frequentes com o médico que acompanha o pré-natal. Assim, poderão ser feitos um monitoramento mais próximo da pressão arterial e a realização de exames periódicos para avaliar lesões de órgão-alvo. Outras medidas são indicadas de forma individualizada, considerando a avaliação detalhada de cada gestante.

Anti-hipertensivos

São medicações utilizadas para reduzir os níveis de pressão arterial. Eles não são indicados para todas as gestantes com hipertensão leve ou moderada, sendo necessário avaliar os riscos e os benefícios em cada caso. Contudo, quando os níveis de pressão arterial estão muito elevados (hipertensão arterial grave), devem ser sempre utilizados.

Sulfato de magnésio

É um medicamento utilizado para prevenir e tratar convulsões relacionadas à eclâmpsia. Por isso, é indicado apenas para casos de iminência de eclâmpsia ou de eclâmpsia. A indicação dessa medicação deve ser feita exclusivamente por um médico. A suplementação com magnésio por conta própria é contraindicada, pois pode trazer efeitos muito negativos e não atingir os níveis necessários para prevenir a eclâmpsia.

Parto

O parto é o tratamento definitivo da pré-eclâmpsia, visto que a retirada da placenta elimina os estímulos hormonais que mantêm a pressão mais elevada. A seguir, está a indicação de conduta para o parto nos casos de eclâmpsia:

  • Pré-eclâmpsia sem sinais de gravidade: parto com 37 semanas (a termo);
  • Pré-eclâmpsia com sinais de gravidade e idade gestacional inferior a 24 semanas: a mortalidade neonatal nesses casos é superior a 80%, enquanto o adoecimento materno grave ou a morte materna ocorrem em 27% a 71% dos casos. Por isso, indica-se a finalização da gestação;
  • Pré-eclâmpsia com sinais de gravidade e idade gestacional entre 24 e 34 semanas: busca-se manter a gestação até a 34ª semana, quando, então, a cesariana é realizada. Caso haja sinais de maior gravidade antes da 34ª semana, a cesariana é antecipada ainda mais;
  • Pré-eclâmpsia com sinais de gravidade e idade gestacional após 34 semanas de gestação: realização de uma cesariana.

O controle adequado da pré-eclâmpsia é fundamental para garantir a segurança da gestante e do feto. Com um pré-natal adequado, é possível identificar precocemente os sinais de agravamento e intervir para evitar complicações mais sérias. Em casos mais graves, a antecipação do parto pode ser necessária para proteger a saúde da mãe e do bebê. Assim, o pré-natal desempenha um papel crucial na prevenção de complicações graves associadas à pré-eclâmpsia.

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Parto normal e parto natural: quais são as diferenças?

Na preparação para o nascimento do bebê, uma das questões mais ansiadas para a gestante é a escolha do tipo de parto. Atualmente, existem diversas modalidades de parto. Com a grande quantidade de informações disponíveis nas redes sociais e na internet, muitas futuras mães ficam com grande expectativa em escolher a melhor opção. Por isso, é importante conhecer os diferentes tipos em uma fonte confiável para ajudá-la a tomar uma decisão consciente.

De forma geral, podemos dividir os partos em dois grandes grupos: os partos por via vaginal e os partos por via cirúrgica. O parto por via cirúrgica mais utilizado e seguro é a cesariana. Nele, é feito um corte na área da pelve até a cavidade uterina, por onde o bebê é retirado. O parto por via vaginal é conhecido popularmente como parto normal.

Existem diferentes formas como o parto normal pode ser realizado. Por exemplo, ele pode ser induzido ou espontâneo, com ou sem analgesia, entre outras possibilidades. O parto natural é aquele em que nenhuma intervenção invasiva ou medicamentosa é realizada. Toda a progressão do parto, portanto, ocorre com os mecanismos fisiológicos (“naturais”) do corpo da mulher. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe até o final?

Parto normal

Parto normal é aquele que acontece pela vagina da mulher. Ele é chamado de normal, pois ele deve ser o tipo preferencial quando a mulher não tem nenhuma condição médica que justifique uma cesariana. Apesar do crescimento do número de partos cirúrgicos feitos eletivamente sem indicação, diversos estudos apontam que o parto normal é mais saudável para a mulher e para o bebê, exceto quando há algum risco para o nascimento pela via vaginal.

A partir do terceiro trimestre de gestação, o corpo da mulher e a posição do feto dentro do útero passam por diversas mudanças para se preparar para o parto. A seguir, estão as principais fases do parto normal:

  • Fase latente: podemos dizer que essa é a etapa de “treinamento” do útero para o parto. As contrações ainda são irregulares, isto é, não ocorrem em intervalos previsíveis. Elas aparecem, provocam incômodo, mas podem ficar ausentes em intervalos mais prolongados. À medida que o momento do parto avança, elas se tornam mais frequentes e coordenadas. Ao final da fase latente, que pode durar muitas horas, espera-se que o colo esteja com 3 a 4 centímetros de dilatação. Também pode ocorrer a perda do tampão mucoso, uma secreção consistente e clara que protege o colo do útero;
  • Fase ativa: nessa etapa, as contrações se tornam mais fortes e regulares. Em média, ocorrem 3 a 4 contrações a cada dez minutos. Isso faz com que o colo uterino se dilate ainda mais. A internação da gestante geralmente ocorre quando o colo atinge cerca de 6 centímetros de dilatação na fase ativa. Assim, podemos monitorar, de perto, a evolução do trabalho de parto e o bem-estar fetal;
  • Fase expulsiva: ao final da fase ativa, espera-se que o colo atinja uma dilatação de aproximadamente 10 centímetros. As contrações se tornam ainda mais fortes e direcionadas para expulsar o bebê da cavidade uterina através do colo do útero e da vagina. Além disso, a parturiente sente um impulso de fazer força e empurrar o bebê. Algumas mulheres também relatam sensações de calor e ardor na região ao redor da vagina à medida que o bebê começa a sair;
  • Fase de dequitação: alguns minutos após o nascimento do bebê, é o momento de o corpo expulsar os anexos embrionários que permaneceram no útero. Assim, contrações mais fracas estimulam o desprendimento da placenta e a expulsão desse órgão junto com a bolsa amniótica.

A duração de cada fase do parto normal varia muito de mulher para mulher. Existem alguns fatores, como ter tido gestações com partos normais previamente, que geralmente aceleram as etapas do parto. Apesar de algumas mulheres terem receio do parto normal devido à dor, ele apresenta várias vantagens em relação à cesariana, como:

  • Menor risco de complicações para a mãe e para o bebê;
  • Recuperação mais rápida;
  • Facilitação da amamentação;
  • Redução de risco de doenças respiratórias nos primeiros meses de vida do bebê;
  • Menor risco de complicações em gestações futuras.

Parto natural

O parto natural é um tipo de parto normal, ou seja, ele é feito pela via vaginal e todo o processo fisiológico ocorre de forma muito semelhante. Contudo, no parto natural, não são programadas intervenções médicas invasivas ou medicamentosas. Em outras palavras, não são utilizados analgésicos, anestésicos, indutores do parto, antieméticos e outros fármacos geralmente indicados para trazer mais conforto para a gestante. Além disso, não se empregam intervenções, como o fórceps e a episiotomia.

O parto natural é programado para ocorrer apenas com os mecanismos fisiológicos conferidos pela natureza. Assim, a mulher pode utilizar manobras e movimentos para facilitar a expulsão do bebê. Medidas não farmacológicas de controle de dor, como a banheira de água morna e bolas suíças, podem ser empregadas.

Ele pode ser indicado para mulheres com gestação de menor risco, devendo ser desaconselhado em situações, como:

  • Presença de doenças crônicas maternas;
  • História de cirurgias pélvicas anteriores;
  • História de complicações gestacionais na gravidez atual ou em gestações prévias;
  • Gravidez de gêmeos;
  • Uso de álcool e drogas durante a gestação.

O parto natural deve acontecer em ambiente hospitalar, onde há um ambiente preparado para eventuais complicações. Assim, caso seja necessário para a saúde da mãe e do bebê, intervenções médicas podem ser realizadas de forma segura.

O parto normal e o parto natural são partos vaginais, mas que diferem no nível de intervenção médica. O parto normal pode envolver intervenções, como analgesia, indução do trabalho de parto e episiotomia, enquanto o parto natural ocorre com mínima ou nenhuma intervenção médica.

O foco do parto natural é permitir que o corpo da mulher conduza o nascimento de forma espontânea. Em ambos os casos, os princípios do parto humanizado devem ser seguidos para manter o protagonismo da mulher, a individualização biopsicossocial e o respeito às evidências científicas.

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