Dra Cristiane Pacheco | WhatsApp

Violência obstétrica: quais são as situações que caracterizam essa agressão contra a mulher?

A violência obstétrica é um tema que deve ser sempre discutido. Afinal, é ainda um problema frequente e, em muitos casos, é tão sutil que a paciente pode não o perceber. Suas consequências podem ser graves, resultando em traumas emocionais e memórias negativas. Ela também pode dificultar que a paciente desfrute de um momento tão importante para ela, o nascimento de um filho.

Para combater a violência obstétrica, é preciso humanizar o pré-natal e o parto. Ou seja, é fundamental colocar a mulher no centro da experiência, reconhecendo-a como protagonista. Nesse sentido, ela tem também o direito de que o parto seja feito de acordo com as melhores evidências científicas, considerando também os riscos e os benefícios de cada intervenção de forma individualizada.

Essa mudança de paradigma vai além da medicalização excessiva, valorizando o parto como um processo natural e fisiológico. A mulher é vista como um ser integral, com necessidades físicas, emocionais e sociais, que devem ser respeitadas durante todo o processo.

Com isso, exceto em situações de risco, ela tem autonomia para tomar decisões sobre seu corpo, seu bebê e seu parto. Portanto, a violência obstétrica abrange não apenas lesões físicas, mas também o despeito à autonomia e à saúde psíquica da paciente. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe até o final!

O que é violência obstétrica?

Violência obstétrica é um termo utilizado para descrever situações em que mulheres enfrentam violência física, verbal ou psicológica durante o parto ou o período perinatal. Ela pode ser cometida por qualquer profissional de saúde envolvido na atenção à gestante, como médicos, enfermeiros, técnicos e profissionais da equipe multidisciplinar. Além disso, ela pode incluir práticas médicas abusivas, como procedimentos invasivos desnecessários ou realizados sem o consentimento informado da paciente.

Situações que são caracterizadas como violência

Violência Verbal

A violência verbal ocorre quando a equipe realiza comportamentos, como:

  • Humilhação e xingamentos: a gestante se torna alvo de deboches, comentários desnecessários e tratamento rude, sofrendo constrangimento e desvalorização;
  • Discriminação: comentários negativos a respeito de alguma condição individual da gestante, como cor, sexualidade, classe social, religião, entre outros;
  • Violência moral: comentários negativos sobre a anatomia da gestante, como volume da região íntima e presença de pelos íntimos.

A violência verbal também não ocorre apenas no que é dito, ela também pode acontecer pela ausência de diálogo, fazendo com que a paciente se sinta ignorada pela equipe:

  • Desconsideração das necessidades e desejos: a mulher não é consultada sobre decisões importantes, como a posição para o parto ou o uso de analgesia;
  • Falta de comunicação e informações: a equipe médica não fornece informações claras sobre os procedimentos, gerando insegurança e medo na mulher.

Violência física

Uma das situações mais frequentes de violência física é a realização de procedimentos desnecessários, isto é, sem justificativa médica baseada em evidências médicas consistentes. Isso pode acontecer em intervenções, como:

Uma das bases da ética médica é não causar malefícios, considerando os riscos e os benefícios de cada intervenção.

Assim, a realização de procedimentos pode configurar violência obstétrica quando a equipe obstétrica:

  • Realiza intervenções na ausência de evidências científicas que justificam sua realização;
  • Poderia usar técnicas e meios menos agressivos;
  • Usa o procedimento para acelerar o parto em situações fora de risco ou para reduzir o custo do parto;
  • Realiza a intervenção sem explicar para a gestante o procedimento e como ele é feito;
  • Desconsidera o plano de parto da paciente sem uma justificativa razoável.

Nesse sentido, não é violência obstétrica quando o procedimento é necessário para reverter uma situação de risco iminente para a vida da gestante ou do bebê, além de ter sido realizado com o consentimento informado da gestante e com todo o cuidado necessário para reduzir complicações.

Algumas situações comuns em que a violência física pode ocorrer são:

  • Realização da manobra de Kristeller, pressionando a barriga da mulher contra sua vontade, causando dor intensa e sofrimento. Esse procedimento é considerado uma violência obstétrica em qualquer situação, visto que as evidências científicas não demonstraram nenhum benefício de sua utilização;
  • Realização de cesariana sem o consentimento da mulher, retirando da mulher o seu direito de escolha sobre seu corpo e parto;
  • Realização de episiotomia fora das indicações médicas ou sem a técnica adequada (incisões grandes ou descuidadas).

Violência psicológica

  • Negação do acompanhante de sua escolha, privando-a de apoio emocional durante o parto;
  • Imposição ou sugestão de procedimentos invasivos e desconfortáveis para causar medo ou constrangimento na gestante;
  • Ambiente hostil e frio no hospital, desumanizando a experiência da mulher;
  • Separação de seu bebê logo após o nascimento, sem qualquer explicação ou justificativa.

Violência sexual

  • Toque vaginal sem consentimento, violando a integridade física e sexual da mulher;
  • Realização de procedimentos íntimos sem explicação clara e respeito à sua autonomia;
  • Laqueadura sem consentimento, privando a paciente do direito de decidir sobre sua vida reprodutiva.

A prevenção da violência obstétrica passa pela humanização do parto, fortalecendo o protagonismo das gestantes. As mulheres devem conhecer seus direitos durante a gestação, parto e pós-parto. Isso inclui a realização de um plano de parto pela gestante, um documento com força legal, em que a paciente expressa seus desejos e necessidades. Por força de lei, a equipe médica deve segui-lo a menos que haja riscos justificáveis.

Quer saber mais sobre a episiotomia, um procedimento que frequentemente está relacionado à violência obstétrica? Toque aqui!

O que é diástase abdominal?

O abdômen é uma região do corpo humano localizada entre o tórax e a pelve, abrigando diversos órgãos responsáveis pela digestão, pela reprodução humana e pela excreção de substâncias tóxicas. Anatomicamente, o abdômen é sustentado por músculos e faixas de tecido conjuntivo, que trabalham juntos para fornecer suporte, estabilidade e movimento ao tronco.

Os principais músculos do abdômen incluem o reto abdominal, os oblíquos e o transverso do abdômen. A diástase abdominal é uma disfunção que acomete um desses músculos, o reto abdominal.

Durante a gestação, o abdômen materno passa por diversas mudanças significativas para acomodar o crescimento do feto, que causa um aumento progressivo do abdômen, resultando em uma protuberância que se torna mais visível à medida que a gravidez avança.

Na maior parte das mulheres, essas mudanças são passageiras, e os músculos se recuperam após parto. Em outras, porém, pode surgir a diástase abdominal. Quer saber mais sobre ela? Acompanhe até o final!

O que é diástase abdominal?

A diástase abdominal é caracterizada pelo afastamento anormal dos músculos retos do abdômen. A principal função desse músculo é a flexão do tronco, o que significa que ele é responsável por curvar a parte superior do corpo em direção à pelve.

Além disso, o reto abdominal desempenha um papel importante na estabilização da coluna vertebral e na compressão dos órgãos abdominais durante atividades físicas. Portanto, a funcionalidade do músculo reto abdominal é importante para uma postura adequada, a estabilização do tronco e o suporte dos órgãos internos.

Esse músculo, localizado na parte frontal do abdômen, apresenta duas porções simétricas: uma direita e uma esquerda. Elas se unem no centro do abdômen por uma faixa de tecido conjuntivo chamada linha alba. Na diástase, essa linha se enfraquece, e as duas porções do músculo se distanciam, podendo criar uma cavidade na pele da pessoa afetada.

No entanto, ainda não existe um consenso a respeito de qual distância de separação pode ser considerada normal para o músculo reto abdominal. Em geral, contudo, pode-se adotar as seguintes medidas:

  • Uma separação de até uma polpa digital e meia (cerca de 2 cm) pode ser considerada normal para a maioria das pessoas;
  • Uma distância entre 2 e 3 dedos (2 a 3 cm) pode ser considerada diástase leve, especialmente se não causar sintomas;
  • Quando a separação ultrapassa 3 dedos (mais de 3 cm), isso geralmente indica diástase moderada ou grave.

No entanto, mais importante que a medida da distância, é a avaliação das repercussões da diástase abdominal na vida da paciente. Ou seja, se você está sentindo algum sintoma ou complicação, como dor lombar, incontinência urinária e protuberância abdominal.

Causas

As principais causas de diástase abdominal estão relacionadas com o estiramento do músculo reto abdominal e da linha alba, isto é, um alongamento excessivo de suas fibras. Isso pode ocorrer em situações como:

  • Gravidez, que representa a principal causa da diástase abdominal;
  • Obesidade: o excesso de peso abdominal aumenta a pressão intra-abdominal, o que pode esticar o músculo e a linha alba excessivamente. Essa causa tem se tornado cada vez mais comum à medida que a frequência de obesidade aumenta na população brasileira e mundial;
  • Cirurgias abdominais: durante cirurgias abdominais, como a cesariana, pode ser necessário afastar as duas porções do músculo reto abdominal ou fazer uma incisão na linha alba. A maioria das pacientes se recupera sem diástase, mas outras podem apresentar essa complicação;
  • Fraqueza muscular: músculos abdominais fracos podem ser mais propensos a se separar.

Diástase abdominal na gravidez

Durante a gestação, a separação e o relaxamento do músculo reto abdominal ocorrem naturalmente para acomodar o crescimento do útero e do feto. No entanto, após o parto, o organismo materno volta progressivamente para o seu estado anterior à gestação. Assim, o músculo reto abdominal aumenta o seu tônus e as fibras da linha alba se reorganizam. Por esse motivo, grande parte das mulheres não apresenta diástase abdominal após uma gravidez.

Alguns fatores de risco parecem contribuir para que a paciente desenvolva a diástase após a gestação, como:

  • Peso fetal elevado ao nascimento;
  • Gravidez de gêmeos;
  • Realização de uma cesariana;
  • Idade materna elevada;
  • Assoalho pélvico enfraquecido antes da gestação.

Os sintomas da diástase abdominal após a gravidez podem incluir uma protuberância na região abdominal, especialmente durante a contração dos músculos, fraqueza abdominal, dor nas costas e até incontinência urinária.

Recuperação pós-parto

Para reduzir o risco de desenvolver a diástase abdominal pós-parto, a paciente pode realizar exercícios de fortalecimento do reto abdominal e do assoalho pélvico antes de engravidar. Em relação às medidas para a correção da diástase abdominal após o parto, inicialmente, recomenda-se:

  • Realização de exercícios de fortalecimento abdominal após o parto;
  • Perda de peso: apesar de não ter um efeito imediato de reduzir o tamanho da diástase, essa medida pode reduzir seu agravamento e amenizar os impactos funcionais.

Se não houver melhora funcional ou estética com a realização do tratamento conservador, a paciente pode realizar cirurgia de plicatura do músculo reto abdominal. Nesse procedimento, é feita uma sutura para aproximar as porções do músculo.

Caso você suspeite que está com diástase abdominal, procure um obstetra para avaliá-la. O profissional palpará a região abdominal para verificar a presença de uma abertura entre os músculos retos abdominais. Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames de imagem, como ultrassom abdominal, para confirmar o diagnóstico. A partir disso, ele poderá indicar um plano terapêutico individualizado adequado para o seu caso.

Quer saber mais sobre o acompanhamento médico durante a gestação? Toque aqui!

Pólipo endometrial: saiba mais sobre o tratamento

Pólipos endometriais são lesões que se formam no endométrio do útero. O endométrio é o tecido que reveste a parede interna do útero, desempenhando um papel fundamental no ciclo menstrual e na fertilidade feminina. Durante o ciclo menstrual, o endométrio passa por mudanças cíclicas em resposta aos hormônios sexuais (principalmente o estrogênio e a progesterona).

Na primeira parte do ciclo menstrual, sob estímulo do estrogênio, as células endometriais se multiplicam rapidamente. Depois da ovulação, sob a ação da progesterona, o endométrio amadurece e passa a produzir substâncias que são essenciais para o desenvolvimento inicial de um futuro embrião. Se a concepção não ocorrer, o endométrio é eliminado durante o período menstrual.

Se a concepção ocorrer, o endométrio desempenha um papel fundamental, pois é nele que o embrião se implanta e desenvolve as primeiras conexões com o organismo da mãe. Se a implantação no endométrio não é bem-sucedida, a gestação não evolui. Quer saber mais sobre os pólipos endometriais e como tratá-los? Acompanhe até o final!

O que é pólipo endometrial?

Diversas condições podem acometer o endométrio, o que causa bastante confusão nas pacientes. O pólipo endometrial é um crescimento anormal e localizado do endométrio. Em outras palavras, apenas uma parte desse tecido se prolifera excessivamente. Portanto, é diferente do que ocorre em outras condições, como:

  • Hiperplasia endometrial: todo endométrio fica mais espesso, e não uma região específica;
  • Adenomiose: além do espessamento de todo o endométrio, as células endometriais passam a invadir o miométrio, a camada intermediária do útero.

É geralmente benigno (não canceroso). Uma paciente pode ter um único ou múltiplos pólipos endometriais, que são variáveis em tamanho, podendo medir de alguns milímetros a vários centímetros. É mais comum em mulheres na pré-menopausa, mas pode ocorrer em qualquer idade.

Sintomas e diagnóstico dos pólipos uterinos

Os principais sintomas dos pólipos endometriais são:

  • Sangramento uterino anormal: sangramento entre as menstruações, sangramento menstrual intenso ou prolongado;
  • Sangramento após a menopausa;
  • Dor pélvica crônica, dismenorreia (cólicas menstruais) e dor durante a relação sexual;
  • Dificuldade em engravidar e abortamento espontâneo.

A investigação inicial envolve uma avaliação ginecológica criteriosa (anamnese e exame físico) e a ultrassonografia transvaginal. Caso lesões sejam identificadas, indica-se a histeroscopia com biópsia das lesões para obter um diagnóstico definitivo.

O tratamento dos pólipos endometriais

O tratamento dos pólipos endometriais depende de diversos fatores, como:

  • Desejo de engravidar: a retirada dos pólipos endometriais aumenta as chances de a paciente engravidar e reduz os riscos de complicações gestacionais. No entanto, como a infertilidade pode ser multifatorial, algumas mulheres que desejam engravidar podem precisar de um tratamento específico para aumentar a fertilidade;
  • Idade da paciente: o tratamento de mulheres assintomáticas em idade reprodutiva geralmente é conservador, isto é, apenas o acompanhamento dos pólipos endometriais e o tratamento dos sintomas. Apesar de pólipos endometriais malignos serem raros, a biópsia é importante para descartar as chances de tumor maligno nas mulheres no pós-menopausa, pois o risco de câncer endometrial é maior nessa fase;
  • Sintomas: se a paciente apresenta sangramento anormal ou outros sintomas, a remoção do pólipo é indicada;
  • Tamanho do pólipo: pólipos endometriais maiores que 1 cm geralmente exigem remoção.

Tratamento expectante

O tratamento expectante é aquele em que nenhuma intervenção é feita para tratar as lesões, que geralmente regridem espontaneamente. Ainda assim, o acompanhamento é fundamental, sendo feito por ultrassonografias periódicas para monitorar o crescimento das lesões. Caso algum comportamento suspeito seja identificado, o tratamento poderá ser indicado.

Tratamento medicamentoso

Em algumas pacientes com sintomas (exceto sangramento uterino anormal e infertilidade), podem ser prescritos medicamentos para ajudar a reduzi-los, como dor pélvica crônica e a dismenorreia.

Tratamento cirúrgico

A remoção dos pólipos endometriais geralmente é realizada por meio de histeroscopia, um procedimento no qual um pequeno instrumento é inserido no útero através da vagina e do colo do útero.

Os pólipos endometriais são removidos usando diferentes meios, como ressecção com cortes ou cauterização. A escolha depende do número e do tamanho dos pólipos endometriais, devendo-se colher algumas lesões inteiras para avaliação de suas características microscópicas (histologia).

Antigamente, utilizava-se a curetagem para o tratamento dos pólipos endometriais. Contudo, devido à ampla disponibilidade da histeroscopia atualmente, a curetagem tem se tornado mais rara, pois apresenta maior taxa de complicações.

O tratamento cirúrgico dos pólipos endometriais está indicado para casos, como:

  • Pacientes com sangramento uterino anormal;
  • Paciente no pós-menopausa;
  • Pacientes com risco elevado de hiperplasia endometrial ou de câncer endometrial;
  • Pacientes com pólipos endometriais maiores do que 1,5 centímetros, com pólipos endometriais prolapsados (que se projetam para dentro do canal cervical) ou com pólipos endometriais múltiplos.

A cirurgia de pólipos endometriais também deve ser considerada em casos de infertilidade, pois podem interferir na implantação do embrião.

A remoção cirúrgica dos pólipos endometriais pode ajudar a restaurar a receptividade normal do endométrio, proporcionando um ambiente mais receptivo para a gravidez. Além disso, a presença de pólipos endometriais pode estar associada a distúrbios hormonais e inflamação local, que também podem afetar a fertilidade.

A cirurgia é recomendada mesmo se a paciente planeja utilizar métodos de reprodução assistida. A remoção dos pólipos endometriais pode não apenas melhorar as chances de concepção natural, mas também aumentar a eficácia dessas técnicas, como a fertilização in vitro (FIV). No entanto, é fundamental que o tratamento seja individualizado e que outras causas potenciais de infertilidade também sejam investigadas e abordadas, em colaboração com profissionais de saúde especializados em fertilidade.

Portanto, o plano terapêutico para os pólipos endometriais, como qualquer conduta médica, deve ser elaborado, considerando os seus fatores individuais e as suas preferências. É importante entender os riscos e os benefícios de cada conduta. Afinal, apesar de a maioria dos pólipos uterinos ser benigna e assintomática, algumas lesões podem ser pré-cancerosas, cancerosas ou impactar a sua funcionalidade.

Quer saber mais sobre os pólipos endometriais? Toque aqui!

Endometriose, anemia e gestação: saiba mais sobre essa relação

O monitoramento da anemia e da endometriose na gestação é importante para garantir a saúde da mãe e do bebê. A anemia, caracterizada pela deficiência de glóbulos vermelhos, pode comprometer o desenvolvimento fetal. Já a endometriose, uma doença caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero, pode causar sintomas incômodos e, em alguns casos, complicações na gravidez.

O acompanhamento médico pré-natal permite o acompanhamento e o tratamento adequado de ambas as condições. Por meio das consultas clínicas, dos exames de sangue e de ultrassons, é possível identificar a presença de anemia e endometriose e determinar as medidas terapêuticas mais adequadas para cada caso. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe até o final!

O que é anemia?

Nosso sangue é composto por diversas células, como:

  • as hemácias (glóbulos vermelhos), que transportam oxigênio para os mais diversos tecidos do corpo;
  • os leucócitos (glóbulos brancos), que são nossas células de defesa;
  • as plaquetas (glóbulos amarelos), as quais são responsáveis pela coagulação.

As hemácias são de cor vermelha, pois armazenam hemoglobina, uma proteína que contém ferro e é responsável por transportar oxigênio para os tecidos do corpo. A anemia é caracterizada pela diminuição dos níveis de hemoglobina no sangue. Ela é diagnosticada por meio de um exame de sangue, o hemograma, o qual conta o número de hemácias e mede a concentração de hemoglobina no sangue.

Anemia e seus impactos na gestação

A anemia é uma condição bastante comum na gestação, afetando cerca de 20% das gestantes, mas não deve ser normalizada. Afinal, a condição está associada a diversos riscos gestacionais, como:

Os principais sintomas da anemia na gestação são:

  • Fadiga;
  • Falta de ar;
  • Tontura;
  • Palidez;
  • Dor de cabeça;
  • Falta de concentração;
  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Feto pequeno para a idade gestacional.

Causas de anemia em gestantes

Por ser um problema frequente, uma das ações das consultas de pré-natal é prevenir, investigar e tratar a anemia, aumentando as chances de uma gestação saudável para a mãe e para o bebê. As principais causas da anemia na gestação:

  • Aumento da demanda de ferro: na gestação, o bebê também precisa produzir seus próprios glóbulos vermelhos. Então, para se desenvolver, ele usa os estoques de ferro da mãe;
  • Deficiência de ferro: a causa mais comum, especialmente no segundo e terceiro trimestres, quando a demanda por ferro aumenta;
  • Deficiência de ácido fólico: esse nutriente também é importante para a formação do tubo neural do bebê;
  • Deficiência de vitamina B12;
  • Doenças inflamatórias crônicas.

Anemia e endometriose

Diversas doenças ginecológicas podem causar anemia devido a diferentes motivos:

  • Menstruação abundante — é o mecanismo mais comum de anemia por deficiência de ferro em mulheres em idade fértil, pois, durante o sangramento menstrual, a mulher perde hemácias e ferro. As principais doenças que causam sangramento uterino anormal são os miomas uterinos, a adenomiose e os pólipos uterinos. Quando a menstruação excessiva é a causa da anemia, os níveis de ferro caem nos exames de sangue;
  • Doenças inflamatórias crônicas — a inflamação persistente pode fazer com que os níveis de eritropoetina, um hormônio que estimula a produção de glóbulos vermelhos, caia. Além disso, a inflamação crônica aumenta a hemólise (destruição de glóbulos vermelhos) e reduz o ferro disponível para a produção de hemoglobina. Apesar da anemia, a quantidade de ferro armazenado no corpo pode ser normal ou até mesmo alta, devido à dificuldade do corpo em utilizá-lo para produzir glóbulos vermelhos.

A endometriose é caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero. Seus principais sintomas são:

  • Dor pélvica crônica;
  • Dismenorreia (cólicas menstruais);
  • Dificuldade para engravidar;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Disfunções urinárias e intestinais.

O sangramento uterino anormal, por sua vez, não é um sintoma frequente na endometriose. Assim, essa doença pode predispor a paciente à anemia devido à inflamação crônica, a qual interfere na produção de glóbulos vermelhos na medula óssea, levando à anemia.

Endometriose, anemia e gestação

Em muitos casos, os sintomas da endometriose podem melhorar durante a gravidez devido às alterações hormonais que ocorrem naturalmente. Ainda assim, os estudos vêm apontando que a inflamação pélvica causada pela endometriose pode estar relacionada ao aumento do risco de complicações gestacionais, como:

  • Abortamento espontâneo;
  • Gravidez ectópica;
  • Parto prematuro;
  • Descolamento prematuro da placenta;
  • Aderências pélvicas, que podem dificultar o parto normal.

Pelo conhecimento científico atual, não é possível determinar se a endometriose pode aumentar o risco de endometriose em gestantes. Portanto, quando a gestante apresenta anemia, vamos investigar as causas mais frequentes primeiramente, como a deficiência nutricional e a presença de focos ocultos de hemorragia.

Por isso, é importante que as mulheres grávidas realizem a investigação da anemia durante o pré-natal para detectar a anemia e outras condições. Além disso, a suplementação de ferro preventiva é indicada para todas as gestantes, independentemente dos resultados do hemograma.

Se diagnosticada, a anemia na gestação geralmente é tratada com doses mais altas de suplementos de ferro e, às vezes, suplementos de ácido fólico ou vitamina B12, conforme necessário. Caso os exames apontem que a anemia possa ser causada por doença crônica, a suplementação de ferro pode ser insuficiente. Quando possível, deve-se tratar essa doença de base.

Porém, o tratamento da endometriose durante a gestação é complexo. Alguns medicamentos para tratar a endometriose podem não ser seguros durante a gestação. Por exemplo, a terapia hormonal e os medicamentos que diminuem os níveis de estrogênio, como os agonistas de GnRH, geralmente não são recomendados durante a gravidez devido ao potencial de efeitos colaterais no feto.

Portanto, em gestações sem complicações, pode ser apenas necessário monitorar os sintomas e a evolução da endometriose e da anemia. Se essas medidas não forem eficazes e os níveis de hemoglobina ficarem muito baixos, uma transfusão de sangue pode ser necessária.

Quer saber mais sobre a endometriose? Toque aqui!

Transmissão do HPV durante o parto: é possível?

O Papilomavírus Humano (HPV) é um grupo de vírus que pode infectar a região genital e outras áreas do corpo. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. Alguns deles estão associados ao desenvolvimento de verrugas genitais e outros podem causar lesões que evoluem para o câncer, principalmente no colo do útero. Apesar disso, é uma infecção comum, e a maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas.

No entanto, alguns tipos de HPV podem persistir e levar a complicações de saúde mais sérias. Devido a isso, muitas gestantes ficam preocupadas com a possibilidade de transmitir o vírus para seu bebê durante o parto. Neste post, vamos explicar melhor se isso é realmente possível e o que pode ser feito. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe até o final!

Transmissão do HPV durante o parto: é possível?

Sim, mas não é frequente. O vírus do papiloma humano (HPV) é geralmente transmitido por contato direto de:

  • pele com pele;
  • pele com mucosa;
  • mucosa com mucosa.

A transmissão geralmente ocorre durante a atividade sexual devido ao contato genital-genital, oral-genital e manual-genital. Além disso O vírus também pode ser transmitido por meio de fluidos corporais, como os fluidos vaginais. Ou seja, o vírus pode ser transmitido mesmo na ausência de penetração.

Apesar de não ser uma via de transmissão comum, o HPV também pode ser transmitido verticalmente (de mãe para filho) durante o parto ou o puerpério. Ou seja, o bebê pode entrar em contato com o vírus HPV presente na vagina ou no colo do útero da mãe.

Parto normal

Durante o parto, o bebê pode entrar em contato com o vírus na vagina ou no colo do útero da mãe. Isso pode acontecer mesmo se a mãe não apresentar sinais ou sintomas da infecção. Enfatizando, a transmissão durante o parto normal é considerada rara.

Alguns fatores podem aumentar esse risco de transmissão vertical do HPV, como em mulheres que:

Cesariana

A transmissão durante a cesariana é considerada ainda mais rara. Afinal, o bebê não passa pelo canal de parto vaginal, o que reduz significativamente o risco de exposição ao HPV presente na região genital materna. Além disso, as precauções padrão e medidas de assepsia são tomadas durante o procedimento para minimizar riscos de quaisquer infecções.

Apesar de o risco de transmissão do HPV ser menor nas cesarianas, ela não é indicada como uma forma de prevenção contra o HPV atualmente.

Quais as consequências de uma infecção por HPV para o bebê?

Para o bebê, um dos principais riscos da infecção pelo HPV é o desenvolvimento da papilomatose respiratória recorrente. A papilomatose respiratória recorrente (PRR) é uma condição rara que causa lesões benignas (não cancerosos) nos órgãos das vias aéreas superiores, como a laringe, a traqueia e os brônquios. Os sintomas da PRR podem incluir:

  • Rouquidão;
  • Dificuldade para respirar;
  • Tosse;
  • Tosse com sangue;
  • Falta de ar;
  • Dificuldade para engolir.

Como prevenir o HPV antes e durante o parto?

As principais formas de prevenção contra o HPV incluem:

Vacinação

A vacina contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenir a infecção pelo HPV. Ela é recomendada para todas as meninas de 9 a 14 anos, mas também pode ser administrada em mulheres até 45 anos que nunca foram vacinadas ou que não completaram o esquema de vacinação.

É importante ressaltar, contudo, que a vacina contra o HPV não pode ser tomada durante a gestação. Por isso, deve ser administrada enquanto você está planejando engravidar. Uma das vantagens de se vacinar é que os anticorpos podem passar para o bebê durante a gravidez, reduzindo o risco de uma infecção devido ao parto.

Realização do Papanicolaou durante o pré-natal

Para as mulheres grávidas, é importante que elas façam o exame preventivo do colo do útero, conhecido como Papanicolau, durante a gravidez. O exame pode ajudar a identificar a infecção pelo HPV e iniciar o tratamento precocemente, se necessário.

Uso de preservativos

Embora o uso de preservativos não forneça uma proteção completa contra o HPV, eles podem ajudar a reduzir o risco de transmissão. Então, caso você realize relações sexuais durante a gestação, esteja sempre protegida. Isso prevenirá não apenas o HPV, mas outras infecções que podem prejudicar significativamente o bebê, como a sífilis e a clamídia.

Quais as consequências do HPV para a mulher de forma geral?

O HPV pode causar as seguintes condições nas mulheres:

  • Verrugas genitais: são lesões (geralmente, verrugas) que podem aparecer na vulva, vagina, colo do útero, ânus ou pênis. Elas são causadas por tipos de HPV de baixo risco;
  • Câncer do colo do útero: o câncer do colo do útero é um dos tipos mais comuns de câncer ginecológico. Ele é causado por tipos de HPV de alto risco, como o HPV 16 e o HPV 18;
  • Câncer de ânus, de vulva ou de vagina: são tipos raros de câncer que pode ser causado pelos HPV de alto risco.

É importante ressaltar que nem todas as mulheres infectadas pelo HPV desenvolverão câncer. A maioria das infecções pelo HPV é eliminada pelo corpo naturalmente. No entanto, é importante fazer exames regulares para detectar qualquer alteração que possa evoluir para o câncer.

Quer saber mais sobre o HPV e sua prevenção? Toque aqui!

É possível fazer a reversão da laqueadura tubária?

A laqueadura tubária, também conhecida como ligadura das tubas uterinas, é um procedimento cirúrgico utilizado para a esterilização permanente em mulheres. Durante esse procedimento, as tubas uterinas são cortadas ou bloqueadas para evitar a passagem dos óvulos para o útero, impedindo, assim, a gravidez.

A laqueadura é uma forma eficaz de contracepção. A taxa de falha é de apenas 0,1% quando a paciente segue as recomendações médicas no pós-cirúrgico. No entanto, é importante lembrar que a laqueadura é um procedimento cirúrgico irreversível e pode apresentar riscos, como infecção, sangramento e lesão dos órgãos internos.

Apesar de a reversão da laqueadura tubária (um procedimento cirúrgico) ter evoluído bastante, ela ainda não garante o retorno da fertilidade. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

Quem pode fazer uma laqueadura?

A laqueadura é um procedimento muito conhecido no Brasil e que voltou aos “holofotes” devido às mudanças na Lei de Planejamento Familiar em 2022, como:

  • Redução da idade mínima: a idade mínima para a realização da laqueadura foi reduzida de 25 para 21 anos;
  • Liberação para pessoas sem filhos: pessoas sem filhos agora podem realizar a laqueadura, independentemente da idade;
  • Fim da exigência do consentimento do cônjuge: o consentimento do cônjuge não é mais exigido para a realização da laqueadura.

Essas modificações são consideradas um avanço no direito à saúde sexual e reprodutiva das mulheres, aumentando a sua autonomia em relação ao próprio corpo. No entanto, uma decisão livre envolve não apenas o direito de fazer o procedimento, mas também a compreensão de seus riscos e benefícios.

É possível reverter a laqueadura?

Sim, é possível fazer a reversão da laqueadura tubária. O procedimento, também conhecido como reanastomose tubária, consiste na reconexão das tubas uterinas, permitindo que os espermatozoides alcancem os óvulos e ocorra a fecundação.

A reversão da laqueadura tubária é um procedimento cirúrgico, que pode ser realizado por:

  • Laparoscopia — um procedimento menos invasivo, que é realizado por meio de pequenas incisões no abdômen;
  • Laparotomia — um procedimento mais invasivo, que é realizado por meio de uma incisão maior no abdômen.

O sucesso da reversão da laqueadura tubária depende de vários fatores, incluindo:

  • Idade: a taxa de sucesso da reversão da laqueadura tubária diminui com a idade da mulher;
  • Presença de outros fatores de infertilidade: se você tiver outros fatores de infertilidade, como endometriose ou pólipos uterinos, a reversão da laqueadura tubária pode não ser suficiente para restaurar sua fertilidade;
  • Técnica utilizada para realizar a laqueadura: técnicas que envolvem a retirada de uma porção maior das tubas são mais difíceis de reverter;
  • O tempo decorrido desde a laqueadura: quanto mais antiga for uma laqueadura, menores são as chances de sucesso da reversão.

Em geral, as taxas de sucesso da reversão da laqueadura tubária são de até 70% a 80%. No entanto, é importante ressaltar que, mesmo com o sucesso do procedimento, a mulher pode não engravidar.

Se a reversão da laqueadura tubária não for uma opção viável, a FIV pode ser considerada. Nesse caso, os óvulos são coletados, fertilizados em laboratório e os embriões resultantes são transferidos para o útero.

Por que preferir métodos reversíveis?

Os métodos reversíveis de contracepção permitem que a mulher mude de ideia sobre o planejamento familiar no futuro. Se a mulher decidir engravidar, ela pode remover o método reversível sem dificuldade. A laqueadura tubária, por outro lado, é um procedimento definitivo cuja reversão apresenta resultados incertos.

Alguns exemplos de métodos reversíveis de contracepção são:

  • DIU: um pequeno dispositivo que é inserido no útero e pode prevenir gestações por mais de 5 anos;
  • Implante contraceptivo: um pequeno bastão que é inserido sob a pele do braço e libera hormônios para prevenir a gravidez;
  • Injeção contraceptiva: uma injeção de contraceptivos hormonais que é administrada a cada 3 meses;
  • Pílula anticoncepcional: comprimidos hormonais que devem ser tomados diariamente.

A vida é dinâmica, e as circunstâncias pessoais podem mudar ao longo do tempo. Optar por métodos reversíveis permite que as pessoas se adaptem às mudanças nos relacionamentos, na carreira, na situação financeira e nos objetivos familiares. Como as chances de recuperação da fertilidade pela reanastomose tubária são limitadas e os procedimentos de reprodução assistida são caros para muitas pacientes, a laqueadura não é a melhor opção para controle da fertilidade.

Segurança

Os métodos reversíveis de contracepção são geralmente mais seguros do que os métodos definitivos, como a laqueadura tubária. A laqueadura tubária é uma cirurgia invasiva que envolve o corte ou a obstrução das tubas uterinas. Como qualquer cirurgia, ela pode apresentar riscos, como infecção, sangramento e lesão dos órgãos internos.

Menor impacto emocional

A laqueadura tubária é um procedimento cirúrgico permanente e, em alguns casos, o processo de reversão pode ser desafiador. Passar por uma cirurgia adicional pode demandar bastante da mulher emocional e fisicamente. Muitos métodos reversíveis envolvem uma decisão simples, como parar de tomar a pílula ou as injeções trimestrais. Mesmo métodos mais duradouros, como o DIU, são facilmente retirados por um ginecologista experiente no próprio consultório médico.

Portanto, a recomendação atual é que a mulher evite a laqueadura sempre que possível. Em alguns casos, o procedimento pode ser a melhor opção, como para mulheres que apresentam contraindicação absoluta a uma gestação por motivos médicos. Nos demais casos, métodos contraceptivos reversíveis de longa duração oferecem a flexibilidade de escolha e a comodidade de não precisar utilizar o método todos os dias ou meses. Afinal, a fertilidade nem sempre se recupera após a reversão da laqueadura tubária.

Quer saber mais sobre os métodos contraceptivos? Toque aqui!

DIP na gestação: saiba mais sobre o assunto

As gestações são um momento delicado, o qual requer cuidados especiais para garantir a sua saúde e a do seu bebê. Por esse motivo, existe toda uma rotina de acompanhamento médico periódico, o pré-natal. Seu objetivo é garantir os melhores cuidados durante toda a gravidez, rastreando também condições que podem colocar a gestação em risco, como a doença inflamatória pélvica (DIP).

Quer saber mais sobre essa condição e suas características na gestação? Acompanhe até o final!

O que é DIP?

A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção do sistema reprodutivo feminino superior (útero, tubas uterinas e ovários). Em geral, é causada por bactérias, principalmente aquelas transmitidas por via sexual (clamídia e gonorreia são as mais comuns). Formas de transmissão mais raro são o parto, o aborto, a curetagem uterina.

Os principais sintomas da DIP incluem:

  • Dor pélvica, especialmente durante relações sexuais;
  • Corrimento vaginal anormal (alterações na cor, no odor, na consistência ou no volume);
  • Sangramento uterino anormal;
  • Febre e calafrios;
  • Dor ao urinar;
  • Náusea e vômito.

A DIP pode ainda ser assintomática, mas, ainda assim, a paciente pode apresentar complicações, como:

  • Infertilidade;
  • Gravidez ectópica;
  • Dor pélvica crônica.

A DIP pode ocorrer na gestação?

Sim, a DIP pode ocorrer durante a gestação, embora seja menos comum do que em mulheres não grávidas. As complicações da DIP na gravidez são graves e podem afetar tanto a mãe quanto o bebê.

Causas da DIP

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) bacterianas, como clamídia e gonorreia, são as principais causas da DIP, especialmente em mulheres grávidas com menos de 25 anos. A DIP pode ser causada tanto por uma infecção antiga, presente desde antes da gestação, quanto por uma transmissão recente. Por esse motivo, a mulher deve ter relações sexuais sempre protegidas durante a gravidez.

Além disso, a DIP pode ocorrer devido a microrganismos de uma vaginose bacteriana, os quais podem migrar para trato genital superior através do colo do útero. O acompanhamento pré-natal é fundamental para identificar e tratar precocemente as vaginoses, evitando que elas evoluam para doenças mais graves.

Sintomas

Os sintomas, em geral, são os mesmos. No entanto, é importante entender que alguns deles podem ser confundidos com manifestações que a sociedade considera “normais” durante a gestação, como as náuseas, os vômitos, dor durante as relações sexuais e a dor ao urinar.

Além disso, a mulher para de menstruar durante a gestação. Então, ela não manifesta um dos sintomas mais frequentes da DIP, o sangramento uterino anormal. Entretanto, pode apresentar spotting (manchas de sangue na roupa íntima). Qualquer sangramento durante deve ser investigado por um obstetra com bastante critério.

Prevenção

  • Praticar sexo seguro: Usar preservativos em todas as relações sexuais para prevenir ISTs. Essa é a recomendação mais importante para a prevenção da DIP;
  • Realizar exames regulares para ISTs: mesmo sem sintomas, é importante fazer exames periódicos, especialmente durante a gravidez. O rastreio de algumas ISTs é feito na rotina de pré-natal, mas não deixe de conversar com seu obstetra sobre seu comportamento sexual para que ele possa pedir uma investigação complementar (se necessário);
  • Manter uma boa higiene íntima, seguindo as dicas de seu obstetra;
  • Evitar duchas vaginais, pois elas perturbam o equilíbrio da flora vaginal e aumentam o risco de infecções;
  • Tratar adequadamente qualquer infecção vaginal: Buscar tratamento médico precoce para evitar a progressão para DIP.

Riscos na gestação

A DIP pode ainda aumentar o risco de:

Alguns estudos apontam ainda que a DIP pode aumentar o risco de ruptura prematura das membranas e baixo peso fetal ao nascer.

Diagnóstico e tratamento da DIP na gestação

O diagnóstico é predominantemente clínico, ou seja, pode ser feito apenas com a avaliação médica (anamnese e exame físico). De acordo com a avaliação individualizada de cada mulher, podem ainda ser solicitados exames complementares, como exames de sangue, de urina e de imagem. Nesse sentido, o acompanhamento pré-natal é fundamental, pois permite:

  • Identificação de fatores de risco: permite a identificação de fatores de risco para DIP, como histórico de ISTs, vaginose bacteriana, parto prematuro ou aborto anterior;
  • Detecção precoce da infecção: por meio de exames de rotina, a DIP pode ser detectada em seus estágios iniciais, aumentando as chances de um tratamento eficaz;
  • Avaliação da gravidade da infecção: O pré-natal permite a avaliação da gravidade da DIP e a determinação do melhor tratamento para cada caso.

A base do tratamento da DIP também são os antibióticos, mas a escolha dos medicamentos precisa levar em consideração a segurança para o bebê em desenvolvimento. Em casos não complicados e em pacientes de baixo risco, a administração é feita pela própria gestante com medicamentos de via oral.

A administração intravenosa de antibióticos no hospital é necessária em casos graves a fim garantir a efetividade do tratamento. Portanto, algumas gestantes podem ser internadas para tratar a DIP. A prevenção da reinfecção também é essencial, com o uso de preservativos em todas as relações sexuais e o tratamento do parceiro sexual para ISTs.

Portanto, a DIP é uma doença grave que deve ser tratada o mais rápido possível. O atraso no tratamento pode levar a consequências graves. Se você tem algum sintoma de DIP, consulte um obstetra imediatamente.

Quer saber mais sobre a DIP e seu tratamento? Toque aqui!

Líquido amniótico: veja a importância na gestação

Desde o momento da concepção até o nascimento, o corpo passa por um processo complexo de adaptações. Tudo começa com a concepção e a implantação do embrião no útero. Então, no primeiro trimestre, os principais órgãos e sistemas fetais começam a se formar, incluindo o coração, o cérebro, os olhos, os membros e os órgãos internos. Com isso, os primeiros batimentos cardíacos podem ser detectados por ultrassonografia.

A partir do segundo trimestre, o bebê começa a se movimentar cada vez mais, e a mãe pode começar a sentir os primeiros movimentos fetais, conhecidos como “chutes”. Além disso, os genitais do bebê estão em desenvolvimento e podem ser identificados por ultrassonografia. Essa é a fase em que o bebê cresce mais rapidamente enquanto os órgãos continuam a se desenvolver.

No terceiro semestre, o bebê ganha peso, e o útero começa a se preparar para o parto. Os pulmões fetais também terminam o seu amadurecimento, preparando o bebê para a vida fora do útero. Essas transformações que ocorrem a cada semestre são também acompanhadas por mudanças nas características do líquido amniótico, as quais devem ser monitoradas para garantir o bem-estar da mãe e do bebê. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

O que é o líquido amniótico?

O líquido amniótico é um fluido claro e levemente amarelado que preenche o saco amniótico durante a gravidez. Ele é composto por água, proteínas, carboidratos, lipídios, eletrólitos, células descamadas da pele fetal, entre outros componentes. A concentração dessas substâncias no líquido amniótico muda ao longo da gravidez.

O líquido desempenha várias funções essenciais durante a gravidez, incluindo:

  • proteger o feto contra choques e traumas;
  • manter a temperatura intrauterina estável;
  • permitir que o feto se mova livremente, facilitando o desenvolvimento muscular e ósseo;
  • ajudar no desenvolvimento dos pulmões, sistema digestivo e sistema geniturinário do feto.

Como o líquido amniótico é formado?

O líquido amniótico serve um importante parâmetro para acompanhar a evolução da gestação. Alterações no seu volume total e na sua coloração podem ser indicativos de problemas de saúde fetal. Veja como ele se forma em cada etapa da gestação.

1º trimestre

Ao final da segunda semana de gestação, a produção do líquido amniótico inicia-se a partir do âmnio, uma membrana que envolve o embrião. Com isso, é possível a visualização de um saco gestacional na ultrassonografia.

À medida que o bebê se desenvolve, essa bolsa se enche com um líquido transparente, que inicialmente é composto principalmente por água, eletrólitos, proteínas e outras moléculas.

2º trimestre

A partir da 14ª semana, o líquido amniótico começa a conter urina fetal, o que altera sua composição. Além disso, bebê ingere o líquido amniótico e o excreta, o que contribui para o amadurecimento dos seus sistemas orgânicos. Portanto, o líquido amniótico é constantemente reabsorvido e excretado pelo bebê.

3º Trimestre

O volume de líquido amniótico atinge seu pico entre 24 e 32 semanas. A quantidade de urina fetal no líquido amniótico aumenta, assim como de outros componentes, como células descamadas da pele do bebê.

Quais são as principais alterações no líquido amniótico?

Oligodrâmnio

É caracterizado como um volume anormalmente reduzido de líquido amniótico. Não existe um valor de referência mínimo fixo. Portanto, o oligodrâmnio deve ser avaliado de acordo com as características fetais e a idade gestacional. As principais causas de oligodrâmnio podem ser classificadas da seguinte forma:

  • Fatores de insuficiência uteroplacentária, como doenças hipertensivas da gestação, trombofilia e tabagismo;
  • Fatores medicamentosos, como uso de anti-inflamatórios e determinadas medicações anti-hipertensivas;
  • Fatores fetais, como malformações do aparelho urinário, anomalias cromossômicas, restrição do crescimento e morte fetal;
  • Idiopática, isto é, casos em que não é possível associar uma causa.

O oligodrâmnio pode aumentar o risco de algumas complicações para a mãe e para o bebê, como:

  • Parto prematuro: a redução do líquido amniótico pode levar ao parto prematuro, que pode ser perigoso para o bebê;
  • Compressão fetal: A quantidade baixa de líquido amniótico pode comprimir o bebê, o que pode levar a problemas de desenvolvimento. Por exemplo, o oligodrâmnio aumenta o risco de deformações anatômicas fetais, principalmente no sistema ósseo;
  • Óbito fetal: em casos graves, o oligodrâmnio pode levar à morte fetal.

Polidrâmnio

O polidrâmnio é caracterizado como um volume excessivo de líquido amniótico, o qual pode acometer até 1,6% das gestantes. Apesar de o volume de líquido amniótico variar ao longo das gestações, o polidrâmnio geralmente é considerado quando ele ultrapassa 2000 mililitros. As causas do polidrâmnio podem ser variadas e ainda não são totalmente compreendidas. Cerca de 40% a 60% dos casos são idiopáticos, isto é, não é possível associá-los a nenhum outro fator.

Contudo, algumas das causas mais comuns incluem:

  • Malformações fetais: cerca de 20% dos casos de polidrâmnio estão associados a malformações fetais que afetam o sistema gastrointestinal, o sistema circulatório, o sistema nervoso central ou o sistema urinário;
  • Diabetes gestacional, uma condição caracterizada por altos níveis de glicose no sangue durante a gravidez;
  • Infecções, como sífilis, toxoplasmose e rubéola;
  • Anomalias cromossômicas, como a trissomia do 18 e a do 21;
  • Gestação múltipla: a gravidez de gêmeos aumenta o risco de polidrâmnio.

Acompanhar o polidrâmnio é fundamental para a saúde da gestante, visto que o excesso de líquido amniótico está associado com maiores riscos para a mãe e para o bebê. Afinal, o quadro pode distender o útero e sobrecarregá-lo, predispondo a gestação a:

  • parto prematuro;
  • ruptura prematura de membranas;
  • posicionamento fetal inadequado;
  • atonia uterina pós-parto;
  • necessidade cesariana;
  • Apgar inferior a 7 no primeiro e no quinto minuto de vida.

Portanto, o líquido amniótico é fundamental para a evolução normal das gestações. Seu volume é monitorado por ultrassonografias periódicas realizadas durante o pré-natal. Caso alguma alteração seja identificada, seu médico pode acompanhá-la e tratá-la de forma individualizada.

Quer saber mais sobre o parto humanizado e a importância da individualização das condutas médicas? Toque aqui!

Ocitocina deve ser utilizada em todo parto normal?

O parto normal, também conhecido como parto vaginal, é um processo natural pelo qual um bebê nasce através do canal vaginal. Durante o parto normal, as contrações uterinas ajudam a dilatar o colo do útero, permitindo que o bebê passe pela pelve da mãe até chegar ao mundo.

O parto normal é considerado um processo fisiológico e geralmente é preferido quando não há complicações médicas. Ele oferece benefícios para a mãe e o bebê, como uma recuperação geralmente mais rápida para a mãe e uma menor incidência de algumas complicações para o bebê.

A indução do parto com ocitocina pode ser feita em situações em que um parto normal é seguro, mas deve ser antecipado, ou quando o trabalho de parto não evolui bem. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

O que é ocitocina?

A ocitocina é um hormônio e neurotransmissor produzido pelo hipotálamo, uma parte do cérebro, sendo armazenado na hipófise. É um hormônio importante para a reprodução, desde as relações sexuais até o parto e o aleitamento materno. Assim, ela desempenha um papel crucial em várias funções fisiológicas no corpo humano, como:

  • Estímulo ao parto: durante o trabalho de parto, a ocitocina é liberada para estimular as contrações uterinas e facilitar a dilatação do colo do útero;
  • Liberação do Leite: a ocitocina também desempenha um papel na ejeção do leite durante a amamentação;
  • Comportamento sexual: a ocitocina também está envolvida no funcionamento sexual, estimulando as contrações uterinas durante o orgasmo feminino.

Além das funções mencionadas, a administração exógena de ocitocina é muito utilizada para a indução do parto em situações em que essa intervenção é necessária.

Parto normal e ocitocina

O parto normal é o processo pelo qual um bebê é expulso do útero da mãe para o exterior. É um processo natural e fisiológico que, na maioria dos casos, é seguro e saudável tanto para a mãe quanto para o bebê. Ele pode ser dividido em três fases:

  • Fase latente: as contrações uterinas começam a se tornar mais frequentes e intensas, mas ainda não são regulares. O colo do útero começa a dilatar ligeiramente, não ultrapassando o tamanho de aproximadamente duas polpas digitais (ponta dos dedos). Essa fase pode durar de algumas horas a vários dias;
  • Fase ativa: As contrações uterinas se tornam mais regulares e intensas, enquanto o colo do útero se dilata rapidamente. O bebê também começa a se projetar em direção ao canal do parto. Essa etapa pode durar algumas horas;
  • Fase de expulsão: o bebê é expulso do útero através do canal do parto. A dilatação do colo atinge cerca de 10 centímetros no início da fase expulsiva. As contrações uterinas são muito mais fortes e a mulher precisa fazer força para ajudar o bebê a nascer. Essa fase pode durar de alguns minutos a algumas horas;
  • Fase de dequitação e primeira hora pós-parto: após o nascimento do bebê, contrações uterinas mais leves permanecem para facilitar a eliminação da placenta e prevenir hemorragias.

A ocitocina endógena (produzida naturalmente pelo corpo da mulher) é um dos principais hormônios responsáveis por regular a progressão do trabalho de parto normal. Ela atua desde a fase latente até a fase de dequitação. A ocitocina atua no útero de duas maneiras:

  • Estimula a contração das células musculares uterinas: a ocitocina se liga aos receptores nas células musculares uterinas, causando sua contração;
  • Aumenta a sensibilidade das células musculares uterinas à prostaglandina: a ocitocina aumenta a sensibilidade das células musculares uterinas às prostaglandinas, outro hormônio que torna as contrações mais fortes e eficazes.

A liberação de ocitocina é controlada por um mecanismo de feedback positivo. Isso significa que, à medida que as contrações uterinas ficam mais fortes, elas estimulam a liberação de mais ocitocina, o que leva a contrações ainda mais fortes. Esse mecanismo ajuda a manter um ritmo regular de contrações que é necessário para expulsar o bebê do útero. No entanto, isso também está relacionado a um efeito colateral que pode ocorrer com a administração da ocitocina para indução do parto.

A ocitocina deve ser utilizada em todo parto normal?

Não! A administração de ocitocina, como qualquer intervenção médica, apresenta seus riscos e seus benefícios. Portanto, não deve ser utilizada de forma generalizada. Deve-se reservar o uso da ocitocina para situações em que os estudos científicos mostram que os benefícios superam os riscos para a mãe e para o bebê.

As principais indicações são:

  • Parto prolongado;
  • Descolamento prematuro da placenta;
  • Gravidez pós-termo;
  • Ruptura pré-parto de membrana;
  • Corioamnionite;
  • Restrição do crescimento fetal;
  • Oligoidrâmnio;
  • Gravidez gemelar (de gêmeos);
  • Doenças hipertensivas;
  • Diabetes;
  • Doenças hipertensivas;
  • Aloimunização com anemia fetal.

A depender de cada caso, é importante distinguir duas principais situações em que a ocitocina é utilizada:

  • Indução eletiva do parto devido a alguma doença materna ou fetal que justifique a antecipação do parto ou que possa se complicar caso o parto normal se prolongue;
  • Indução devido à evolução anormal de alguma fase do trabalho de parto.

Além disso, a ocitocina pode ser administrada na fase final do parto para a prevenção de hemorragias em mulheres de alto risco de sangramento.

Efeitos colaterais e contraindicações

A indução do parto com ocitocina é um procedimento relativamente seguro, mas pode causar algumas complicações. A mais preocupante é a atividade uterina excessiva. Em outras palavras, as contrações uterinas se tornam muito fortes ou frequentes. Isso pode causar desconforto e dor para a mulher, além de poder levar a complicações mais graves (o que é raro), como ruptura uterina ou sofrimento fetal.

Por esse motivo, as contraindicações geralmente estão relacionadas a um maior risco desses eventos, como:

  • História de cesarianas prévias (principalmente de alto risco);
  • História de ruptura uterina;
  • História de cirurgias com incisão na parede uterina;
  • Placenta prévia;
  • Prolapso do cordão umbilical;
  • Posição fetal transversa;
  • Cardiotocografia com padrão desfavorável.

Além dessas, diversas contraindicações ao parto normal espontâneo também são contraindicações ao parto induzido, como a herpes genital ativa.

Portanto, para reduzir a ansiedade no momento do parto e ter mais autonomia, é importante discutir as opções de parto com o obstetra durante o pré-natal. Isso ajudará a tomar decisões compartilhadas sobre o método de parto mais adequado para cada situação, como a indução do parto normal com a ocitocina.

Quer saber mais sobre o parto normal? Toque aqui!

Diagnóstico de pólipo endometrial: veja como é feito

O útero é um órgão constituído de três camadas: o endométrio, o miométrio e o perimétrio. O endométrio é a mais interna delas, revestindo a cavidade uterina. É um tecido glandular, rico em vasos sanguíneos. Ele é responsável por nutrir o embrião no início de uma gravidez, além de outras funções fundamentais para uma gestação saudável.

No ciclo menstrual, o endométrio passa por alterações em resposta aos hormônios sexuais femininos. Durante a fase folicular, o endométrio é estimulado pelo estrogênio a crescer e se espessar. Na fase lútea, o endométrio é estimulado a amadurecer pela progesterona a fim de se preparar para a implantação do embrião.

Se a gravidez não ocorre, o endométrio descama e é eliminado na menstruação. O endométrio é importante para a fertilidade feminina. Um endométrio saudável é necessário para a implantação e o desenvolvimento do embrião.

O endométrio é a camada de revestimento da cavidade uterina. O útero é um órgão com três camadas. Os pólipos endometriais são lesões, geralmente benignas, que surgem quando as células de alguma região do endométrio começam a se proliferar excessivamente. Quer saber mais sobre o diagnóstico dessa condição? Acompanhe até o final!

O que é pólipo endometrial e sintomas?

Os pólipos endometriais são crescimentos anormais de tecido endometrial que se projetam para dentro da cavidade uterina. Eles podem ser únicos ou múltiplos, e podem variar de tamanho, desde alguns milímetros até alguns centímetros.

A causa exata dos pólipos endometriais é desconhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores hormonais e genéticos. Os pólipos são mais comuns em mulheres na idade reprodutiva, mas também podem ocorrer em mulheres na pós-menopausa.

Os principais sintomas dos pólipos endometriais estão relacionados à menstruação e ao sangramento uterino anormal, como:

  • Sangramento que provoca aumento do fluxo menstrual;
  • Sangramento que ocorre entre os períodos menstruais;
  • Sangramento que ocorre após as relações sexuais;
  • Sangramento após a menopausa;
  • Dismenorreia (cólicas antes e durante o período menstrual).

Além disso, os pólipos uterinos podem estar relacionados à dificuldade para engravidar e abortamentos espontâneos.

Como é feito o diagnóstico dos pólipos endometriais?

Como foi explicado acima, os pólipos endometriais são geralmente assintomáticos. Nessa situação, o caminho até o diagnóstico ocorre da seguinte forma:

  1. A paciente busca a ginecologia para fazer o acompanhamento de rotina ou para investigar alguma queixa não relacionada ao pólipo uterino;
  2. O médico pede uma ultrassonografia transvaginal e os resultados mostram que ela tem pólipo uterino;
  3. Para investigar melhor o pólipo, ele possivelmente requisitará uma vídeo-histeroscopia, o exame padrão-ouro para o diagnóstico dos pólipos.

Nesse caso, dizemos que o pólipo foi diagnosticado de forma acidental. Em outras palavras, eles são encontrados quando a intenção da investigação inicial não era diagnosticar os pólipos, mas outras condições ginecológicas.

No entanto, nem sempre é isso que ocorre. Por exemplo, há pacientes que apresentam algum sintoma relacionado aos pólipos endometriais, como sangramento uterino anormal, sangramento pós-menopausa ou infertilidade. Assim, o processo diagnóstico geralmente ocorre da seguinte forma:

  1. O médico investiga as queixas das pacientes, questionando sobre as características dos sintomas, o início do quadro, doenças ginecológicas prévias, histórico familiar, entre outras perguntas importantes. Além disso, realiza um exame físico com inspeção, palpação e ausculta da região pélvica;
  2. Então, ele solicita uma ultrassonografia transvaginal, que é um dos melhores testes para a investigação inicial de condições do útero e da cavidade uterina;
  3. Caso os pólipos endometriais sejam identificados, ele pode requisitar uma vídeo-histeroscopia.

Exames para diagnosticar os pólipos uterinos

Ultrassonografia — A ultrassonografia usa ondas sonoras para criar imagens do interior do útero. Ela é o exame de imagem mais utilizado na ginecologia, sendo capaz de identificar a maior parte dos casos de doenças uterinas frequentes, como o pólipo endometrial, o mioma uterino e a adenomiose. Como visto, caso o exame aponte a suspeita da presença de pólipo uterino, pode ser necessária a confirmação diagnóstica pela histeroscopia.

Histeroscopia — Esse exame permite o diagnóstico definitivo dessas lesões, além de permitir diferenciá-la de tumores malignos na cavidade uterina. Durante a histeroscopia, o médico insere um tubo fino com uma câmera no canal vaginal e, pelo colo uterino, ele acessa o útero. Isso permite ao médico visualizar o interior do útero para avaliar a quantidade e o volume das lesões para o planejamento do tratamento.

Além disso, ele pode coletar fragmentos das lesões para a biópsia e, em alguns casos, remover a lesão completamente. Apesar de a grande maioria dos pólipos endometriais serem benignos, cerca de 1% a 3% deles podem ser malignos. O risco é maior em mulher no pós-menopausa. A biópsia permite a identificação de um eventual câncer.

O tratamento de pólipos endometriais depende do tamanho e dos sintomas das lesões. Pólipos pequenos e assintomáticos geralmente não precisam de tratamento, pois tendem a involuir espontaneamente. Eles devem, contudo, ser observados com ultrassonografias transvaginais periódicas para avaliar o crescimento. Já pólipos maiores ou pólipos que causam sintomas podem ser removidos cirurgicamente.

Isso é comum, por exemplo, nos casos de infertilidade feminina em que sabemos que a remoção dos pólipos aumenta as chances de engravidar naturalmente ou por reprodução assistida. A remoção cirúrgica (polipectomia) pode ser feita por meio de histeroscopia cirúrgica, laparoscopia ou cirurgia aberta.

Quer saber mais sobre os pólipos endometriais e seu tratamento? Toque aqui!