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Endometriose, anemia e gestação: saiba mais sobre essa relação

O monitoramento da anemia e da endometriose na gestação é importante para garantir a saúde da mãe e do bebê. A anemia, caracterizada pela deficiência de glóbulos vermelhos, pode comprometer o desenvolvimento fetal. Já a endometriose, uma doença caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero, pode causar sintomas incômodos e, em alguns casos, complicações na gravidez.

O acompanhamento médico pré-natal permite o acompanhamento e o tratamento adequado de ambas as condições. Por meio das consultas clínicas, dos exames de sangue e de ultrassons, é possível identificar a presença de anemia e endometriose e determinar as medidas terapêuticas mais adequadas para cada caso. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe até o final!

O que é anemia?

Nosso sangue é composto por diversas células, como:

  • as hemácias (glóbulos vermelhos), que transportam oxigênio para os mais diversos tecidos do corpo;
  • os leucócitos (glóbulos brancos), que são nossas células de defesa;
  • as plaquetas (glóbulos amarelos), as quais são responsáveis pela coagulação.

As hemácias são de cor vermelha, pois armazenam hemoglobina, uma proteína que contém ferro e é responsável por transportar oxigênio para os tecidos do corpo. A anemia é caracterizada pela diminuição dos níveis de hemoglobina no sangue. Ela é diagnosticada por meio de um exame de sangue, o hemograma, o qual conta o número de hemácias e mede a concentração de hemoglobina no sangue.

Anemia e seus impactos na gestação

A anemia é uma condição bastante comum na gestação, afetando cerca de 20% das gestantes, mas não deve ser normalizada. Afinal, a condição está associada a diversos riscos gestacionais, como:

Os principais sintomas da anemia na gestação são:

  • Fadiga;
  • Falta de ar;
  • Tontura;
  • Palidez;
  • Dor de cabeça;
  • Falta de concentração;
  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Feto pequeno para a idade gestacional.

Causas de anemia em gestantes

Por ser um problema frequente, uma das ações das consultas de pré-natal é prevenir, investigar e tratar a anemia, aumentando as chances de uma gestação saudável para a mãe e para o bebê. As principais causas da anemia na gestação:

  • Aumento da demanda de ferro: na gestação, o bebê também precisa produzir seus próprios glóbulos vermelhos. Então, para se desenvolver, ele usa os estoques de ferro da mãe;
  • Deficiência de ferro: a causa mais comum, especialmente no segundo e terceiro trimestres, quando a demanda por ferro aumenta;
  • Deficiência de ácido fólico: esse nutriente também é importante para a formação do tubo neural do bebê;
  • Deficiência de vitamina B12;
  • Doenças inflamatórias crônicas.

Anemia e endometriose

Diversas doenças ginecológicas podem causar anemia devido a diferentes motivos:

  • Menstruação abundante — é o mecanismo mais comum de anemia por deficiência de ferro em mulheres em idade fértil, pois, durante o sangramento menstrual, a mulher perde hemácias e ferro. As principais doenças que causam sangramento uterino anormal são os miomas uterinos, a adenomiose e os pólipos uterinos. Quando a menstruação excessiva é a causa da anemia, os níveis de ferro caem nos exames de sangue;
  • Doenças inflamatórias crônicas — a inflamação persistente pode fazer com que os níveis de eritropoetina, um hormônio que estimula a produção de glóbulos vermelhos, caia. Além disso, a inflamação crônica aumenta a hemólise (destruição de glóbulos vermelhos) e reduz o ferro disponível para a produção de hemoglobina. Apesar da anemia, a quantidade de ferro armazenado no corpo pode ser normal ou até mesmo alta, devido à dificuldade do corpo em utilizá-lo para produzir glóbulos vermelhos.

A endometriose é caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero. Seus principais sintomas são:

  • Dor pélvica crônica;
  • Dismenorreia (cólicas menstruais);
  • Dificuldade para engravidar;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Disfunções urinárias e intestinais.

O sangramento uterino anormal, por sua vez, não é um sintoma frequente na endometriose. Assim, essa doença pode predispor a paciente à anemia devido à inflamação crônica, a qual interfere na produção de glóbulos vermelhos na medula óssea, levando à anemia.

Endometriose, anemia e gestação

Em muitos casos, os sintomas da endometriose podem melhorar durante a gravidez devido às alterações hormonais que ocorrem naturalmente. Ainda assim, os estudos vêm apontando que a inflamação pélvica causada pela endometriose pode estar relacionada ao aumento do risco de complicações gestacionais, como:

  • Abortamento espontâneo;
  • Gravidez ectópica;
  • Parto prematuro;
  • Descolamento prematuro da placenta;
  • Aderências pélvicas, que podem dificultar o parto normal.

Pelo conhecimento científico atual, não é possível determinar se a endometriose pode aumentar o risco de endometriose em gestantes. Portanto, quando a gestante apresenta anemia, vamos investigar as causas mais frequentes primeiramente, como a deficiência nutricional e a presença de focos ocultos de hemorragia.

Por isso, é importante que as mulheres grávidas realizem a investigação da anemia durante o pré-natal para detectar a anemia e outras condições. Além disso, a suplementação de ferro preventiva é indicada para todas as gestantes, independentemente dos resultados do hemograma.

Se diagnosticada, a anemia na gestação geralmente é tratada com doses mais altas de suplementos de ferro e, às vezes, suplementos de ácido fólico ou vitamina B12, conforme necessário. Caso os exames apontem que a anemia possa ser causada por doença crônica, a suplementação de ferro pode ser insuficiente. Quando possível, deve-se tratar essa doença de base.

Porém, o tratamento da endometriose durante a gestação é complexo. Alguns medicamentos para tratar a endometriose podem não ser seguros durante a gestação. Por exemplo, a terapia hormonal e os medicamentos que diminuem os níveis de estrogênio, como os agonistas de GnRH, geralmente não são recomendados durante a gravidez devido ao potencial de efeitos colaterais no feto.

Portanto, em gestações sem complicações, pode ser apenas necessário monitorar os sintomas e a evolução da endometriose e da anemia. Se essas medidas não forem eficazes e os níveis de hemoglobina ficarem muito baixos, uma transfusão de sangue pode ser necessária.

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Transmissão do HPV durante o parto: é possível?

O Papilomavírus Humano (HPV) é um grupo de vírus que pode infectar a região genital e outras áreas do corpo. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. Alguns deles estão associados ao desenvolvimento de verrugas genitais e outros podem causar lesões que evoluem para o câncer, principalmente no colo do útero. Apesar disso, é uma infecção comum, e a maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas.

No entanto, alguns tipos de HPV podem persistir e levar a complicações de saúde mais sérias. Devido a isso, muitas gestantes ficam preocupadas com a possibilidade de transmitir o vírus para seu bebê durante o parto. Neste post, vamos explicar melhor se isso é realmente possível e o que pode ser feito. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe até o final!

Transmissão do HPV durante o parto: é possível?

Sim, mas não é frequente. O vírus do papiloma humano (HPV) é geralmente transmitido por contato direto de:

  • pele com pele;
  • pele com mucosa;
  • mucosa com mucosa.

A transmissão geralmente ocorre durante a atividade sexual devido ao contato genital-genital, oral-genital e manual-genital. Além disso O vírus também pode ser transmitido por meio de fluidos corporais, como os fluidos vaginais. Ou seja, o vírus pode ser transmitido mesmo na ausência de penetração.

Apesar de não ser uma via de transmissão comum, o HPV também pode ser transmitido verticalmente (de mãe para filho) durante o parto ou o puerpério. Ou seja, o bebê pode entrar em contato com o vírus HPV presente na vagina ou no colo do útero da mãe.

Parto normal

Durante o parto, o bebê pode entrar em contato com o vírus na vagina ou no colo do útero da mãe. Isso pode acontecer mesmo se a mãe não apresentar sinais ou sintomas da infecção. Enfatizando, a transmissão durante o parto normal é considerada rara.

Alguns fatores podem aumentar esse risco de transmissão vertical do HPV, como em mulheres que:

Cesariana

A transmissão durante a cesariana é considerada ainda mais rara. Afinal, o bebê não passa pelo canal de parto vaginal, o que reduz significativamente o risco de exposição ao HPV presente na região genital materna. Além disso, as precauções padrão e medidas de assepsia são tomadas durante o procedimento para minimizar riscos de quaisquer infecções.

Apesar de o risco de transmissão do HPV ser menor nas cesarianas, ela não é indicada como uma forma de prevenção contra o HPV atualmente.

Quais as consequências de uma infecção por HPV para o bebê?

Para o bebê, um dos principais riscos da infecção pelo HPV é o desenvolvimento da papilomatose respiratória recorrente. A papilomatose respiratória recorrente (PRR) é uma condição rara que causa lesões benignas (não cancerosos) nos órgãos das vias aéreas superiores, como a laringe, a traqueia e os brônquios. Os sintomas da PRR podem incluir:

  • Rouquidão;
  • Dificuldade para respirar;
  • Tosse;
  • Tosse com sangue;
  • Falta de ar;
  • Dificuldade para engolir.

Como prevenir o HPV antes e durante o parto?

As principais formas de prevenção contra o HPV incluem:

Vacinação

A vacina contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenir a infecção pelo HPV. Ela é recomendada para todas as meninas de 9 a 14 anos, mas também pode ser administrada em mulheres até 45 anos que nunca foram vacinadas ou que não completaram o esquema de vacinação.

É importante ressaltar, contudo, que a vacina contra o HPV não pode ser tomada durante a gestação. Por isso, deve ser administrada enquanto você está planejando engravidar. Uma das vantagens de se vacinar é que os anticorpos podem passar para o bebê durante a gravidez, reduzindo o risco de uma infecção devido ao parto.

Realização do Papanicolaou durante o pré-natal

Para as mulheres grávidas, é importante que elas façam o exame preventivo do colo do útero, conhecido como Papanicolau, durante a gravidez. O exame pode ajudar a identificar a infecção pelo HPV e iniciar o tratamento precocemente, se necessário.

Uso de preservativos

Embora o uso de preservativos não forneça uma proteção completa contra o HPV, eles podem ajudar a reduzir o risco de transmissão. Então, caso você realize relações sexuais durante a gestação, esteja sempre protegida. Isso prevenirá não apenas o HPV, mas outras infecções que podem prejudicar significativamente o bebê, como a sífilis e a clamídia.

Quais as consequências do HPV para a mulher de forma geral?

O HPV pode causar as seguintes condições nas mulheres:

  • Verrugas genitais: são lesões (geralmente, verrugas) que podem aparecer na vulva, vagina, colo do útero, ânus ou pênis. Elas são causadas por tipos de HPV de baixo risco;
  • Câncer do colo do útero: o câncer do colo do útero é um dos tipos mais comuns de câncer ginecológico. Ele é causado por tipos de HPV de alto risco, como o HPV 16 e o HPV 18;
  • Câncer de ânus, de vulva ou de vagina: são tipos raros de câncer que pode ser causado pelos HPV de alto risco.

É importante ressaltar que nem todas as mulheres infectadas pelo HPV desenvolverão câncer. A maioria das infecções pelo HPV é eliminada pelo corpo naturalmente. No entanto, é importante fazer exames regulares para detectar qualquer alteração que possa evoluir para o câncer.

Quer saber mais sobre o HPV e sua prevenção? Toque aqui!

É possível fazer a reversão da laqueadura tubária?

A laqueadura tubária, também conhecida como ligadura das tubas uterinas, é um procedimento cirúrgico utilizado para a esterilização permanente em mulheres. Durante esse procedimento, as tubas uterinas são cortadas ou bloqueadas para evitar a passagem dos óvulos para o útero, impedindo, assim, a gravidez.

A laqueadura é uma forma eficaz de contracepção. A taxa de falha é de apenas 0,1% quando a paciente segue as recomendações médicas no pós-cirúrgico. No entanto, é importante lembrar que a laqueadura é um procedimento cirúrgico irreversível e pode apresentar riscos, como infecção, sangramento e lesão dos órgãos internos.

Apesar de a reversão da laqueadura tubária (um procedimento cirúrgico) ter evoluído bastante, ela ainda não garante o retorno da fertilidade. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

Quem pode fazer uma laqueadura?

A laqueadura é um procedimento muito conhecido no Brasil e que voltou aos “holofotes” devido às mudanças na Lei de Planejamento Familiar em 2022, como:

  • Redução da idade mínima: a idade mínima para a realização da laqueadura foi reduzida de 25 para 21 anos;
  • Liberação para pessoas sem filhos: pessoas sem filhos agora podem realizar a laqueadura, independentemente da idade;
  • Fim da exigência do consentimento do cônjuge: o consentimento do cônjuge não é mais exigido para a realização da laqueadura.

Essas modificações são consideradas um avanço no direito à saúde sexual e reprodutiva das mulheres, aumentando a sua autonomia em relação ao próprio corpo. No entanto, uma decisão livre envolve não apenas o direito de fazer o procedimento, mas também a compreensão de seus riscos e benefícios.

É possível reverter a laqueadura?

Sim, é possível fazer a reversão da laqueadura tubária. O procedimento, também conhecido como reanastomose tubária, consiste na reconexão das tubas uterinas, permitindo que os espermatozoides alcancem os óvulos e ocorra a fecundação.

A reversão da laqueadura tubária é um procedimento cirúrgico, que pode ser realizado por:

  • Laparoscopia — um procedimento menos invasivo, que é realizado por meio de pequenas incisões no abdômen;
  • Laparotomia — um procedimento mais invasivo, que é realizado por meio de uma incisão maior no abdômen.

O sucesso da reversão da laqueadura tubária depende de vários fatores, incluindo:

  • Idade: a taxa de sucesso da reversão da laqueadura tubária diminui com a idade da mulher;
  • Presença de outros fatores de infertilidade: se você tiver outros fatores de infertilidade, como endometriose ou pólipos uterinos, a reversão da laqueadura tubária pode não ser suficiente para restaurar sua fertilidade;
  • Técnica utilizada para realizar a laqueadura: técnicas que envolvem a retirada de uma porção maior das tubas são mais difíceis de reverter;
  • O tempo decorrido desde a laqueadura: quanto mais antiga for uma laqueadura, menores são as chances de sucesso da reversão.

Em geral, as taxas de sucesso da reversão da laqueadura tubária são de até 70% a 80%. No entanto, é importante ressaltar que, mesmo com o sucesso do procedimento, a mulher pode não engravidar.

Se a reversão da laqueadura tubária não for uma opção viável, a FIV pode ser considerada. Nesse caso, os óvulos são coletados, fertilizados em laboratório e os embriões resultantes são transferidos para o útero.

Por que preferir métodos reversíveis?

Os métodos reversíveis de contracepção permitem que a mulher mude de ideia sobre o planejamento familiar no futuro. Se a mulher decidir engravidar, ela pode remover o método reversível sem dificuldade. A laqueadura tubária, por outro lado, é um procedimento definitivo cuja reversão apresenta resultados incertos.

Alguns exemplos de métodos reversíveis de contracepção são:

  • DIU: um pequeno dispositivo que é inserido no útero e pode prevenir gestações por mais de 5 anos;
  • Implante contraceptivo: um pequeno bastão que é inserido sob a pele do braço e libera hormônios para prevenir a gravidez;
  • Injeção contraceptiva: uma injeção de contraceptivos hormonais que é administrada a cada 3 meses;
  • Pílula anticoncepcional: comprimidos hormonais que devem ser tomados diariamente.

A vida é dinâmica, e as circunstâncias pessoais podem mudar ao longo do tempo. Optar por métodos reversíveis permite que as pessoas se adaptem às mudanças nos relacionamentos, na carreira, na situação financeira e nos objetivos familiares. Como as chances de recuperação da fertilidade pela reanastomose tubária são limitadas e os procedimentos de reprodução assistida são caros para muitas pacientes, a laqueadura não é a melhor opção para controle da fertilidade.

Segurança

Os métodos reversíveis de contracepção são geralmente mais seguros do que os métodos definitivos, como a laqueadura tubária. A laqueadura tubária é uma cirurgia invasiva que envolve o corte ou a obstrução das tubas uterinas. Como qualquer cirurgia, ela pode apresentar riscos, como infecção, sangramento e lesão dos órgãos internos.

Menor impacto emocional

A laqueadura tubária é um procedimento cirúrgico permanente e, em alguns casos, o processo de reversão pode ser desafiador. Passar por uma cirurgia adicional pode demandar bastante da mulher emocional e fisicamente. Muitos métodos reversíveis envolvem uma decisão simples, como parar de tomar a pílula ou as injeções trimestrais. Mesmo métodos mais duradouros, como o DIU, são facilmente retirados por um ginecologista experiente no próprio consultório médico.

Portanto, a recomendação atual é que a mulher evite a laqueadura sempre que possível. Em alguns casos, o procedimento pode ser a melhor opção, como para mulheres que apresentam contraindicação absoluta a uma gestação por motivos médicos. Nos demais casos, métodos contraceptivos reversíveis de longa duração oferecem a flexibilidade de escolha e a comodidade de não precisar utilizar o método todos os dias ou meses. Afinal, a fertilidade nem sempre se recupera após a reversão da laqueadura tubária.

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DIP na gestação: saiba mais sobre o assunto

As gestações são um momento delicado, o qual requer cuidados especiais para garantir a sua saúde e a do seu bebê. Por esse motivo, existe toda uma rotina de acompanhamento médico periódico, o pré-natal. Seu objetivo é garantir os melhores cuidados durante toda a gravidez, rastreando também condições que podem colocar a gestação em risco, como a doença inflamatória pélvica (DIP).

Quer saber mais sobre essa condição e suas características na gestação? Acompanhe até o final!

O que é DIP?

A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção do sistema reprodutivo feminino superior (útero, tubas uterinas e ovários). Em geral, é causada por bactérias, principalmente aquelas transmitidas por via sexual (clamídia e gonorreia são as mais comuns). Formas de transmissão mais raro são o parto, o aborto, a curetagem uterina.

Os principais sintomas da DIP incluem:

  • Dor pélvica, especialmente durante relações sexuais;
  • Corrimento vaginal anormal (alterações na cor, no odor, na consistência ou no volume);
  • Sangramento uterino anormal;
  • Febre e calafrios;
  • Dor ao urinar;
  • Náusea e vômito.

A DIP pode ainda ser assintomática, mas, ainda assim, a paciente pode apresentar complicações, como:

  • Infertilidade;
  • Gravidez ectópica;
  • Dor pélvica crônica.

A DIP pode ocorrer na gestação?

Sim, a DIP pode ocorrer durante a gestação, embora seja menos comum do que em mulheres não grávidas. As complicações da DIP na gravidez são graves e podem afetar tanto a mãe quanto o bebê.

Causas da DIP

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) bacterianas, como clamídia e gonorreia, são as principais causas da DIP, especialmente em mulheres grávidas com menos de 25 anos. A DIP pode ser causada tanto por uma infecção antiga, presente desde antes da gestação, quanto por uma transmissão recente. Por esse motivo, a mulher deve ter relações sexuais sempre protegidas durante a gravidez.

Além disso, a DIP pode ocorrer devido a microrganismos de uma vaginose bacteriana, os quais podem migrar para trato genital superior através do colo do útero. O acompanhamento pré-natal é fundamental para identificar e tratar precocemente as vaginoses, evitando que elas evoluam para doenças mais graves.

Sintomas

Os sintomas, em geral, são os mesmos. No entanto, é importante entender que alguns deles podem ser confundidos com manifestações que a sociedade considera “normais” durante a gestação, como as náuseas, os vômitos, dor durante as relações sexuais e a dor ao urinar.

Além disso, a mulher para de menstruar durante a gestação. Então, ela não manifesta um dos sintomas mais frequentes da DIP, o sangramento uterino anormal. Entretanto, pode apresentar spotting (manchas de sangue na roupa íntima). Qualquer sangramento durante deve ser investigado por um obstetra com bastante critério.

Prevenção

  • Praticar sexo seguro: Usar preservativos em todas as relações sexuais para prevenir ISTs. Essa é a recomendação mais importante para a prevenção da DIP;
  • Realizar exames regulares para ISTs: mesmo sem sintomas, é importante fazer exames periódicos, especialmente durante a gravidez. O rastreio de algumas ISTs é feito na rotina de pré-natal, mas não deixe de conversar com seu obstetra sobre seu comportamento sexual para que ele possa pedir uma investigação complementar (se necessário);
  • Manter uma boa higiene íntima, seguindo as dicas de seu obstetra;
  • Evitar duchas vaginais, pois elas perturbam o equilíbrio da flora vaginal e aumentam o risco de infecções;
  • Tratar adequadamente qualquer infecção vaginal: Buscar tratamento médico precoce para evitar a progressão para DIP.

Riscos na gestação

A DIP pode ainda aumentar o risco de:

Alguns estudos apontam ainda que a DIP pode aumentar o risco de ruptura prematura das membranas e baixo peso fetal ao nascer.

Diagnóstico e tratamento da DIP na gestação

O diagnóstico é predominantemente clínico, ou seja, pode ser feito apenas com a avaliação médica (anamnese e exame físico). De acordo com a avaliação individualizada de cada mulher, podem ainda ser solicitados exames complementares, como exames de sangue, de urina e de imagem. Nesse sentido, o acompanhamento pré-natal é fundamental, pois permite:

  • Identificação de fatores de risco: permite a identificação de fatores de risco para DIP, como histórico de ISTs, vaginose bacteriana, parto prematuro ou aborto anterior;
  • Detecção precoce da infecção: por meio de exames de rotina, a DIP pode ser detectada em seus estágios iniciais, aumentando as chances de um tratamento eficaz;
  • Avaliação da gravidade da infecção: O pré-natal permite a avaliação da gravidade da DIP e a determinação do melhor tratamento para cada caso.

A base do tratamento da DIP também são os antibióticos, mas a escolha dos medicamentos precisa levar em consideração a segurança para o bebê em desenvolvimento. Em casos não complicados e em pacientes de baixo risco, a administração é feita pela própria gestante com medicamentos de via oral.

A administração intravenosa de antibióticos no hospital é necessária em casos graves a fim garantir a efetividade do tratamento. Portanto, algumas gestantes podem ser internadas para tratar a DIP. A prevenção da reinfecção também é essencial, com o uso de preservativos em todas as relações sexuais e o tratamento do parceiro sexual para ISTs.

Portanto, a DIP é uma doença grave que deve ser tratada o mais rápido possível. O atraso no tratamento pode levar a consequências graves. Se você tem algum sintoma de DIP, consulte um obstetra imediatamente.

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