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Percentil fetal: o que significa?

É fundamental avaliar como está o desenvolvimento de um bebê durante o pré-natal, pois isso permite que possamos fazer um plano de cuidado personalizado para as necessidades de cada gestação. Felizmente, com o avanço da tecnologia, hoje temos muitas ferramentas para isso, como a ultrassonografia obstétrica e outros exames complementares.

No ultrassom gestacional, um dos fatores mais importantes a serem avaliados é o peso estimado do feto. Com isso, podemos identificar potenciais problemas, como a restrição do crescimento fetal ou a macrossomia (elevado peso fetal). Para esse tipo de avaliação, utilizamos o percentil fetal, uma comparação estatística do peso do bebê. Quer entender melhor como ela funciona? Acompanhe o nosso post!

O que é percentil fetal?

O percentil fetal é uma medida utilizada na ultrassonografia obstétrica para avaliar o crescimento fetal durante a gestação. Ele indica a posição do peso fetal em relação aos fetos de mesma idade gestacional.

Por exemplo, se um feto está:

  • no percentil 50, isso significa que 50% dos fetos têm um peso menor do que o dele e 50% maior do que ele;
  • no percentil 10, isso indica que seu peso é menor do que 90% dos fetos na mesma idade gestacional. Da mesma forma, 10% dos fetos têm um peso menor do que o dele;
  • no percentil 90, indica que seu peso é maior do que 90% dos fetos na mesma idade gestacional. Por sua vez, apenas 10% dos fetos são mais pesados do que ele.

Mas como chegamos a esses valores? Para fazer as curvas do percentil fetal, foram feitos estudos com centenas de milhares de bebês, levando a criação de uma estimativa bastante confiável.

O percentil fetal é uma ferramenta importante na detecção de possíveis problemas no desenvolvimento fetal, como:

  • restrição de crescimento intrauterino (RCIU), caracterizada por um feto com um percentil abaixo de 10;
  • ou macrossomia fetal, diagnosticada quando o feto está acima do percentil 90.

Isso pode ajudar a determinar a necessidade de intervenções médicas para garantir a saúde da mãe e do bebê.

No entanto, o percentil fetal deve ser sempre avaliado por um médico, visto que a interpretação não é feita apenas com base nos números. Podem ocorrer falsos positivos e falso negativos, por exemplo.

Além disso, serão necessários outros exames para verificar o que pode estar causando a alteração. Nesse sentido, é importante identificar uma anomalia na placenta ou no cordão umbilical pela ultrassonografia com Doppler.

Como é feito o cálculo?

Calcular o peso de um feto não é tão simples dentro do útero não é tão simples. Afinal, não é possível colocá-lo em cima de uma balança. Então, a estimativa de seu peso é feita com base nas dimensões de seu corpo obtidas pela medição na ultrassonografia. Os principais parâmetros são:

  • diâmetro biparietal (DBP);
  • circunferência abdominal (CA);
  • o comprimento do fêmur (CF).

Essas medidas podem ser, então, comparadas com curvas obtidas em estudos com grande número de fetos, como a curva de Lubchenco. Entretanto, atualmente, o mais comum é que os próprios equipamentos façam essa estimativa de forma automatizada.

O que ele pode indicar e quando merece atenção?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os riscos gestacionais são maiores quando o percentil fetal está abaixo de 10 (restrição ao crescimento fetal) ou acima de 90 (macrossomia fetal).

Restrição do crescimento fetal

A restrição do crescimento fetal (RCF) é uma condição em que o feto não cresce adequadamente durante a gestação. Isso pode ser causado por vários fatores, como má nutrição materna, doenças maternas, problemas na placenta ou no cordão umbilical, entre outros.

Na RCF, o feto apresenta um peso abaixo do esperado para a idade gestacional, o que pode levar a complicações graves, como sofrimento fetal, prematuridade, hipoxia fetal (falta de oxigênio), entre outras. Além disso, a RCF também está associada a um aumento do risco de morte fetal.

O tratamento da RCF depende da causa subjacente e pode incluir medidas como monitoramento fetal mais frequente, suplementação nutricional, indução do parto ou cesárea. O acompanhamento pré-natal regular é fundamental para identificar precocemente a RCF e prevenir possíveis complicações para a mãe e o feto.

Macrossomia fetal

A macrossomia fetal é uma condição em que o feto tem um peso acima do percentil 90 para idade gestacional. A macrossomia fetal está associada a um aumento do risco de complicações tanto para o feto quanto para a mãe, como:

  • dificuldade na progressão do trabalho de parto;
  • distocia de ombro (quando o ombro do feto fica preso na pelve materna);
  • trauma fetal;
  • necessidade de uma cesariana, entre outros.

Além disso, o feto macrossômico tem um risco aumentado de desenvolver hipoglicemia neonatal (baixo nível de açúcar no sangue) e icterícia (amarelamento da pele e dos olhos).

Algumas das principais causas incluem a diabetes gestacional, a obesidade materna, o ganho excessivo de peso durante a gestação, entre outras. Por isso, o tratamento da macrossomia fetal pode envolver medidas como o controle da glicemia materna, a indução do parto normal induzido ou cesárea, dependendo das circunstâncias e da avaliação individualizada da paciente por seu obstetra.

Portanto, o percentil fetal é uma medida muito importante para que seu obstetra avalia o desenvolvimento do bebê dentro do útero. Caso seja encontrada alguma alteração, ele poderá fazer um pré-natal com mais consultas ou indicar alguma intervenção para corrigir as causas do problema.

Quer saber mais sobre a importância dos exames de rotina em cada trimestre do pré-natal? Confira nosso artigo sobre o tema!

Colposcopia: o que pode diagnosticar?

Os exames de rotina da mulher são aqueles realizados com a finalidade de realizar o diagnóstico precoce de doenças que podem causar problemas graves de saúde. Esse é o caso do exame do Papanicolaou (citopatológico do colo do útero), o qual identifica lesões que são ou podem se tornar um câncer cervical. Vários estudos já mostram que a realização do preventivo ginecológico regularmente é capaz de evitar muitos óbitos e aumentar os anos de qualidade de vida das pacientes.

A colposcopia, por sua vez, não é um exame de rotina. Afinal, seu objetivo não é rastrear pacientes em risco, mas diagnosticar patologias. Ela é indicada quando a paciente apresenta alterações no preventivo. Em outras palavras, seu objetivo é diagnosticar um eventual tumor maligno em pacientes com alterações no exame de triagem de risco. Quer saber mais sobre quando a colposcopia é pedida? Acompanhe nosso post!

O que é colposcopia?

A colposcopia é um exame de magnificação de imagem. Em outras palavras, ele envolve o uso de equipamentos especiais, como lentes e câmeras, que ampliam a imagem de uma área, permitindo que o médico veja detalhes de lesões microscópicas ou difíceis de visualizar a olho nu. Conforme for o caso, ele pode ainda coletar amostras de tecido para investigação histocitopatológica (análise microscópica das células e tecidos).

Como a colposcopia é feita?

Como vimos, a colposcopia é um procedimento que permite ao médico examinar de perto o colo do útero, a vagina e a vulva de uma mulher em busca de sinais de doenças. Durante uma colposcopia, o médico usará um dispositivo de ampliação, chamado colposcópio, para examinar de perto o tecido nessas áreas.

A paciente é colocada em posição ginecológica, a mesma do exame físico habitual. Então, ele investiga a vulva visualmente e insere um espéculo na vagina para manter as suas paredes abertas.

O colposcópio é então usado para visualizar as paredes da vagina e do colo do útero. O médico usará uma solução química própria para destacar todas as áreas que possam ser suspeitas. O médico também pode coletar uma pequena amostra de tecido para biópsia. O procedimento geralmente leva cerca de 10 a 15 minutos e geralmente é feito no consultório do médico sem anestesia. Pode ser desconfortável, mas geralmente não é doloroso.

O que ela pode diagnosticar?

O objetivo principal da colposcopia é identificar lesões potencialmente malignas (invasivas) na vulva, na vagina e no colo do útero. São as chamadas patologias do trato genital inferior. Nos resultados da colposcopia, podem constar diagnósticos, como lesões:

  • grau 1 — lesões proliferativas de menor risco de evolução para câncer;
  • grau 2 — lesões proliferativas de maior risco de evolução para câncer;
  • suspeita de invasão — lesões potencialmente cancerígenas mais profundas.

Câncer do colo de útero

A principal indicação da colposcopia é a investigação de alterações no exame citopatológico preventivo do câncer do colo de útero, o papanicolaou. Essa doença pode ocorrer geralmente devido à infecção por alguns tipos do vírus HPV, que causam mudanças no material genético das células, fazendo com que elas se proliferem sem controle.

Antes do Papanicolaou, o câncer cervical era uma das principais causas de morte precoce entre as mulheres. Veja, na tabela a seguir, os resultados do exame que exigem uma investigação complementar com a colposcopia:

Células escamosas atípicas de significado indeterminado, mas com origem provavelmente benigna (ASC-US) Menos de 25 anos de idade Repetir em 3 anos
25 a 29 anos de idade Repetir citologia em 12 meses
Mais de 30 anos de idade Repetir citologia em 6 meses ou realizar teste DNA HPV
Células escamosas atípicas, não se pode descartar uma lesão de alto grau (ASC-H) Todas as idades Realizar colposcopia
 AGC Todas as idades Realizar colposcopia. Algumas sociedades médicas internacionais recomendam também a coleta de amostra endometrial.
LSIL Abaixo de 25 anos de idade Repetir citologia em 1 ou 3 anos
25 anos ou mais Repetir citologia em 6 meses ou realizar colposcopia
HSIL Todas as idades Realizar colposcopia
Lesão intraepitelial de alto grau não podendo excluir microinvasão Todas as idades

Todas as idades

Realizar colposcopia
Carcinoma adenocarcinoma Todas as idades Realizar colposcopia

 

Nos casos em que o segundo exame de citopatologia mostrar uma lesão de baixo grau persistente, a paciente também é encaminhada para a colposcopia. Essa é a mesma conduta dos casos em que o médico opta por fazer o teste DNA-HPV e o resultado indica que a paciente está infectada por um HPV de alto risco oncogênico.

Caso essas alterações sejam encontradas em gestantes, a conduta é distinta. Em mulheres não-grávidas, a colposcopia envolve geralmente a biópsia da lesão. No caso das grávidas, a colposcopia ainda será indicada, mas não haverá coleta de tecido, exceto se houver suspeita de uma lesão invasiva. Após 90 dias de pós-parto, o exame é repetido e a biópsia é coletada.

Doenças da vulva

Neoplasias vulvares são relativamente incomuns, mas podem ser condições médicas muito graves. Esses tumores podem ser benignos (não cancerosos) ou malignos (cancerígenos), podendo estar relacionados também com as infecções por HPV.

Os sintomas comuns das neoplasias vulvares incluem coceira, queimação, dor e um nódulo ou massa na área vulvar. Contudo, em muitos casos, a doença pode ser completamente assintomática.

A detecção precoce é fundamental para um melhor prognóstico. Por isso, é importante que as mulheres se submetam a exames ginecológicos regulares e conversem com seu médico sobre quaisquer alterações em sua área vulvar. Caso haja alguma alteração no exame ginecológico, seu médico a encaminhará para a colposcopia.

Neoplasias da vagina

Neoplasias vaginais são crescimentos anormais que podem ser benignos ou malignos (cancerosos). Apesar de geralmente assintomáticas, eles podem causar alterações na aparência da vagina, além de desconforto e sangramento.

As neoplasias vaginais malignas são muito menos comuns do que as benignas. Além disso, o câncer vaginal é relativamente raro em comparação com o câncer do colo de útero. Como as outras patologias do trato genital feminino inferior, suas alterações podem ser identificadas pelo exame ginecológico periódico. Caso haja alguma anormalidade, o seu ginecologista a encaminhará para a colposcopia.

Portanto, o principal objetivo da colposcopia é a avaliação e prevenção de patologias no trato genital feminino inferior (PTGI), que abrange a vulva, a vagina e o colo uterino. Com isso, buscamos realizar um diagnóstico mais precoce e oferecer um tratamento rápido e individualizado.

Quer saber mais sobre esse importante exame? Confira este artigo completo sobre a colposcopia!

Idade feminina e síndrome de Down: existe, de fato, relação?

A síndrome de Down é o transtorno cromossômico mais comum em recém-nascidos. Pessoas com síndrome de Down possuem um cromossomo 21 a mais, o que afeta seu desenvolvimento físico e mental. A condição é mais comum à medida que a idade feminina cresce, principalmente a partir dos 35 anos.

As pessoas com síndrome de Down geralmente têm características físicas distintas, como baixa estatura, olhos inclinados para cima e parte de trás da cabeça mais retificada. Eles também podem ter deficiência intelectual, atraso no crescimento físico e tônus muscular fraco.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

O que é síndrome de Down?

O material genético humano, o DNA, é responsável por coordenar o crescimento, desenvolvimento e funcionamento do nosso corpo. É como se fosse uma receita de bolo. Dentro das células, o DNA normalmente está organizado em 23 pares de cromossomos, ou seja, 46 cromossomos no total.

Em cada par, um cromossomo é herdado do espermatozoide do pai e outro do óvulo da mãe. No entanto, podem ocorrer falhas na formação e no amadurecimento dessas células, fazendo com que o número de cromossomos seja alterado (aneuploidia). Existem dois tipos principais de aneuploidias:

  • monossomia — falta de um cromossomo em um par, como ocorre na síndrome de Turner, em que há apenas um cromossomo no que deveria ser o par número 23;
  • trissomia — excesso de cromossomos, como é o caso da síndrome de Down, na qual há três cromossomos 21, em vez de apenas dois.

No caso da síndrome de Down, as pesquisas mostram que, em 95% dos casos, o cromossomo extra é herdado da mãe. Lembra que falamos que cada célula humana tem 46 cromossomos, mas as células reprodutivas têm apenas 23?

Então, esse número menor é atingido depois que uma célula chamada ovogônia se divide duas vezes para formar 4 células com 23 cromossomos. Alguma falha nesse processo faz com que um óvulo fique com 24 cromossomos ao final: em vez de apenas 1 cromossomo 21, esse gameta apresenta 2.

Qual a relação entre idade feminina e síndrome de Down?

A idade feminina avançada é considerada um importante fator de risco para que o feto apresente uma anomalia cromossômica, como a síndrome de Down. No entanto, é importante ressaltar que a síndrome de Down pode ocorrer em gestações de mulheres de qualquer idade.

Não existe risco zero, uma paciente de 18 anos pode ter um filho com síndrome de Down. Também não existe risco 100%, a maioria das mulheres com gestação após os 40 anos terá filhos sem a condição.

Dizemos, portanto, que as chances de um bebê com síndrome de Down aumentam progressivamente, tornando-se significativamente maior a partir dos 35 anos de idade feminina. Em gestantes entre 30 e 34 anos de idade, 10 a cada 10000 bebês nascem com síndrome de Down.

Entre 35 e 40, a prevalência sobe para 40 a cada 10000 nascimentos. Após os 40 anos, aproximadamente 120 de cada 10000 bebês nascerão com síndrome de Down. Em outras palavras, as chances de um filho com síndrome de Down são 14 vezes maiores aos 40 em comparação com os 30 anos de idade.

Como rastrear e diagnosticar a síndrome de Down?

O rastreio das anomalias e malformações fetais é um dos objetivos de uma boa assistência pré-natal. O exame escolhido dependerá do estágio da gestação.

Translucência nucal

No primeiro trimestre, a translucência nucal é o mais utilizado. Consiste na medida do volume de líquido acumulado na região da nuca do feto nos primeiros meses da gestação. Ela é feita por meio da ultrassonografia morfológica do primeiro trimestre, que já é utilizada habitualmente no pré-natal. Quanto maior o tamanho da translucência nucal, maiores as chances de nascimento de um bebê com alguma questão de saúde:

Tamanho da translucência nucal Chances de nascimento sem anomalia cromossômica
Até 2,0 a 2,5 milímetros 97%
Entre 2,5 e 3,5 milímetros 93%
maior do que 3,5 mm 70%
maior do que 4,5 mm 50%
maior do que 5,5 mm 30%
Acima de 6,5 mm 15%

 

Não é, contudo, uma alteração específica para a síndrome de Down, estando também presente em outros transtornos cromossômicos, como a síndrome de Turner. Além disso, a TN aumentada também está presente em bebês sem alterações no número de cromossomos, estando relacionada a distúrbios cardiovasculares, pulmonares, metabólicos e hematológicos.

Medida do osso nasal

A ausência e o encurtamento da raiz nasal estão presentes em até 50% a 69% dos fetos com síndrome de Down. Por sua vez, essa alteração anatômica está presente em apenas 1,4% dos fetos com número normal de cromossomos. No primeiro semestre, o rastreamento pela ultrassonografia avalia a ausência ou a presença do osso nasal. O desenvolvimento do crânio fetal no segundo semestre, entretanto, permite a medição de sua raiz pela ultrassonografia.

Teste do DNA fetal

Recentemente, surgiram exames de sangue maternos capazes de rastrear a síndrome de Down. O mais moderno, o Estudo do DNA fetal, detecta a presença de DNA fetal no sangue da mãe e pode rastrear até 99% dos casos com uma baixa taxa de falso-positivos. Com isso, é possível selecionar melhor quais pacientes precisam fazer exames mais invasivos. No entanto, o teste de DNA fetal ainda é um exame caro, o que limita seu uso para algumas pacientes.

Cariótipo

Esse exame consiste em obter células do bebê contar o número de cromossomos em cada par. Ele não é um teste de triagem, mas um teste de confirmação do diagnóstico após uma triagem positiva.

Durante a gestação, isso é feito a partir da coleta de líquido amniótico. Depois do parto, pode-se usar uma amostra de células da saliva ou do sangue do bebê. Assim, é possível confirmar o diagnóstico. Por ser mais invasivo, algumas pacientes preferem fazer o cariótipo apenas depois do nascimento do bebê.

Independentemente da idade feminina, quando uma mulher está grávida e recebe o diagnóstico de síndrome de Down para seu filho, esse pode ser um momento incrivelmente difícil e emocional. Afinal, há muitas decisões a serem tomadas e é importante que os pais dediquem seu tempo para entender e processar o diagnóstico.

Entretanto, é importante lembrar que, com o apoio e os recursos certos, é possível proporcionar uma vida rica e gratificante para a criança. Mesmo com seus desafios específicos, a maternidade de um filho com síndrome de Down também pode ser uma fonte inestimável de alegria e realização.

Quer saber mais sobre os exames do pré-natal? Confira este texto sobre o tema

Incontinência urinária: o que é?

O sistema urinário feminino consiste em dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra. Os rins filtram os resíduos do sangue e produzem urina, que é então transportada pelos ureteres até a bexiga, onde é armazenada até ser eliminada. A urina é então excretada para fora do corpo através da uretra.

O sistema urinário é essencial para manter o funcionamento normal do corpo, pois ajuda a regular a pressão sanguínea e a eliminar as toxinas do corpo. Em alguns casos, a função desses órgãos pode ser prejudicada, levando ao escape involuntário de urina, a incontinência urinária. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

O que é incontinência urinária?

É a perda involuntária de urina pela paciente. Pode ser uma condição angustiante que afeta tanto a saúde física quanto o bem-estar mental. Existem 4 tipos principais de incontinência urinária.

Incontinência de esforço

A incontinência de esforço é um tipo de incontinência urinária que ocorre quando o movimento ou atividade física exerce pressão sobre a bexiga e dificulta o controle da liberação de urina. Geralmente é causada pelo enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico.

Em casos leves, ocorre apenas com esforços e exercícios físicos mais intensos, como corridas e musculação, além de tosses e espirros mais vigorosos. Em casos moderados a graves, é desencadeada com atividades cotidianas, como rir e tarefas domésticas.

Incontinência de urgência

A incontinência de urgência está geralmente relacionada à bexiga hiperativa, o que faz com que a pessoa sinta uma vontade repentina e intensa de urinar. Os sintomas de incontinência de urgência podem incluir:

  • Vontade súbita e intensa de ir ao banheiro, como se a bexiga estivesse cheia, mas liberar apenas uma pequena quantidade de urina;
  • Liberação da urina antes de chegar ao banheiro;
  • Idas muito frequentes ao banheiro.

Incontinência mista

A incontinência mista é um tipo de incontinência urinária causada por uma combinação de incontinência de esforço e incontinência de urgência. É uma condição comum, observada com mais frequência em adultos mais velhos. Embora a causa exata da incontinência mista não seja conhecida, acredita-se que uma combinação de condições físicas e médicas pode levar a essa condição, incluindo envelhecimento dos músculos da bexiga, danos nos nervos, medicamentos e fraqueza dos músculos do assoalho pélvico.

Incontinência por transbordamento

A incontinência por transbordamento ocorre quando a bexiga de um indivíduo não consegue se esvaziar totalmente devido a condições, como:

  • Obstrução externa ou interna;
  • Bexiga hiperdistendida;
  • Enfraquecimento do músculo da bexiga.

Com isso, a paciente experimenta gotejamento frequente de urina, além de sintomas semelhantes aos demais casos de incontinência.

Causas de incontinência urinária

Existem muitas causas potenciais de incontinência urinária em mulheres, incluindo:

  • Prolapso da bexiga ou da uretra: ocorre quando a bexiga ou a uretra “caem” ou se projetam da parede da vagina;
  • Gravidez e parto: são causas comuns de incontinência urinária. Durante a gravidez, o bebê em crescimento exerce pressão sobre a bexiga. No pós-parto, as gestantes podem apresentar incontinência temporária à medida que cicatrizam das lesões causadas durante a gestação e recuperam o tônus muscular habitual do assoalho pélvico;
  • Menopausa: Após a menopausa, as mulheres podem apresentar diminuição dos níveis de estrogênio, o que pode causar enfraquecimento dos músculos na área da bexiga e da uretra. Isso pode levar à incontinência urinária;
  • Condições neurológicas: algumas condições neurológicas, como esclerose múltipla e bexiga neurogênica, podem enfraquecer os músculos da bexiga e do assoalho pélvico;
  • Medicamentos: medicações, como algumas usadas para tratar pressão alta, podem causar incontinência urinária, pois estimulam a produção de urina;
  • Cálculos na bexiga: podem levar à incontinência à medida que a bexiga se contrai em um esforço para expulsá-los;
  • Infecção da bexiga ou nas vias urinárias.

Diagnóstico da incontinência urinária

O diagnóstico de incontinência urinária em mulheres começa com a coleta do histórico médico e exame físico. O histórico médico inclui perguntas sobre a idade da paciente, histórico de saúde, medicamentos e estilo de vida. Durante o exame físico, o médico verificará se há alguma alteração física que possa afetar a capacidade de reter a urina, como um prolapso de órgão pélvico.

O médico também avaliará a capacidade do paciente de controlar o fluxo de urina e verificará a força dos músculos do assoalho pélvico. Para isso, ele pode pedir para você tossir e fazer força com o abdômen, por exemplo.

Depois disso, um exame de urina rotina será realizado para verificar se há sinais de infecção, como a presença de bactérias. Além disso, podemos requisitar uma ultrassonografia ou uma uretrocistografia miccional para verificar o funcionamento da sua bexiga.

Tratamento da incontinência

O tratamento para incontinência urinária em mulheres varia, dependendo do tipo e gravidade da condição. As opções de tratamento podem incluir mudanças no estilo de vida, medicamentos, exercícios para os músculos do assoalho pélvico, estimulação elétrica e, em casos excepcionais, cirurgia.

  • Mudanças de estilo de vida — mudanças no estilo de vida são a primeira linha de tratamento para incontinência urinária em mulheres. Essas mudanças podem incluir perda de peso, redução da cafeína, evitar o álcool e o fumo;
  • Exercícios para os músculos do assoalho pélvico: Os exercícios para os músculos do assoalho pélvico, também conhecidos como exercícios de Kegel, podem fortalecer os músculos do assoalho pélvico e melhorar os sintomas da incontinência urinária. Esses exercícios envolvem apertar e relaxar os músculos do assoalho pélvico e podem ser feitos em qualquer lugar a qualquer momento;
  • Medicamentos — Medicamentos podem ajudar a reduzir os sintomas de incontinência urinária em mulheres. Esses medicamentos podem incluir anticolinérgicos, antidepressivos tricíclicos e alfa-bloqueadores. No entanto, devem ser usados por um curto prazo, pois podem trazer complicações e efeitos colaterais com o uso prolongado;
  • Cirurgia — a cirurgia pode ser recomendada para tratar a incontinência urinária em mulheres quando outros tratamentos não tiverem sucesso.

Em geral, grande parte dos tratamentos para incontinência urinária poderá ser aplicado em mulheres grávidas, com exceção da cirurgia e de certos medicamentos que podem prejudicar o feto ou a evolução da gestação. Além disso. os exercícios também deverão ser adaptados às individualidades das gestantes a fim de não prejudicar a gravidez ou comprometer a sua saúde física.

Quer saber mais sobre a prevenção e o tratamento da incontinência urinária durante a gravidez? Conheça a fisioterapia pélvica!

SOP: veja como é feito o tratamento

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é ​​o distúrbio hormonal mais comum em mulheres em idade fértil. É também um dos mais desafiadores de conviver devido aos seus sintomas e potenciais complicações a longo prazo, como o aumento do risco cardiovascular.

Neste artigo, veremos o que é a síndrome dos ovários policísticos, suas possíveis causas e riscos, os critérios para diagnóstico e, principalmente, as opções de tratamento da SOP. Continue lendo para saber mais sobre como você pode gerenciar seus sintomas e lidar com essa condição desafiadora daqui para frente.

O que é síndrome dos ovários policísticos?

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é ​​o distúrbio hormonal mais comum em mulheres. Ela pode ser diagnosticada se forem identificados dois dos três critérios a seguir:

  • Oligomenorreia;
  • Hiperandrogenismo clínico (hirsutismo, sangramento uterino anormal, acne, entre outros) ou laboratorial;
  • Ovários com volume aumentado ou presença de múltiplos cistos ovarianos.

Possíveis causas da SOP

A causa exata da síndrome não é conhecida. Diversos fatores de risco diferentes podem contribuir para o seu desenvolvimento, desde fatores genéticos até o estresse e dieta rica em gorduras.

Embora o gene responsável não tenha sido encontrado, o risco de SOP é maior entre mulheres com parentes próximas diagnosticadas com a condição. Além disso, sugere-se que certos fatores de risco na infância e o desenvolvimento de SOP, como ter apresentado:

  • Um índice de massa corporal (IMC) mais alto em uma idade jovem;
  • Um baixo nível de atividade física e uma dieta rica em gorduras e carboidratos refinados.

Como diagnosticar a SOP?

Dependendo da intensidade dos seus sintomas, você pode ser diagnosticada com SOP após uma única consulta com seu médico ou pode ter de fazer exames para confirmar a síndrome. Na maioria dos casos, contudo, o diagnóstico de SOP é feito após uma avaliação extensa por um profissional de saúde, incluindo a realização de exames, como uma ultrassonografia transvaginal e testes hormonais.

Manter um diário dos sintomas pode ser uma ferramenta útil para muitas pessoas diagnosticadas com SOP. Isso torna mais fácil para o seu médico fazer um diagnóstico, especialmente se você tiver sintomas leves que são difíceis de definir.

Quais são os tratamentos para a SOP?

O plano terapêutico para a SOP deve envolver mudanças no estilo de vida, que podem ser associadas a medicamentos e psicoterapia. Os objetivos do tratamento geralmente são:

  • Melhorar seu bem-estar, sua qualidade de vida e sua autoestima globalmente;
  • Conquistar uma melhor compreensão de sua condição;
  • Aliviar alguns dos sintomas que estiver enfrentando.

Mudanças no estilo de vida

As principais mudanças no estilo de vida que podem ajudá-la são:

Exercício regular — O exercício ajuda a controlar os níveis de insulina e é uma das melhores coisas que você pode fazer para controlar os sintomas da SOP. Além disso, essa medida contribui para:

  • Reduzir o estresse;
  • Melhorar seu humor;
  • Dormir melhor à noite;
  • Perder peso;
  • Ganhar energia;
  • Melhorar seu desejo sexual.

Dieta — Uma dieta rica em fibras pode ajudar a reduzir a resistência à insulina e a perder peso com mais facilidade. Uma alimentação com muitas frutas, vegetais e grãos integrais pode ajudar a melhorar os sintomas da SOP.

Sono suficiente e regular — Dormir o suficiente é essencial para muitos aspectos da saúde e do bem-estar, incluindo os sintomas da SOP. Ter horas de sono regulares, mesmo nos fins de semana, pode ajudar a controlar seus hormônios e seu peso.

Medicamentos

Se você foi diagnosticada com SOP, seu médico pode recomendar medicamentos para ajudar a reduzir os sintomas e o risco de complicações. Há uma variedade de medicamentos diferentes usados ​​para tratar a SOP, dependendo da gravidade de seus sintomas e de suas necessidades específicas.

Os mais utilizados são os contraceptivos orais combinados de estrogênio-progesterona, os quais reduzem os sinais e sintomas de hiperandrogenismo. Além disso, melhoram o sangramento uterino anormal.

No entanto, esse tipo de medicamento pode aumentar o risco de tromboembolismo venoso (TEV) em mulheres com obesidade ou risco aumentado para a TEV. Então, deve ser sempre indicado por um médico capacitado após a avaliação da sua saúde.

Nesses casos e se houver melhora dos sintomas com os anticoncepcionais combinados, outras opções medicamentosas podem ser consideradas de forma individualizada.

Psicoterapia

A terapia pode ser útil para entender como a síndrome afeta você. Ela também ensina dicas práticas de como você pode lidar com os desafios que a acompanham.

Embora não haja cura para a SOP, ela pode ser gerenciada com mudanças na dieta e no estilo de vida, além de medicamentos e terapia. Se você ou alguém que você conhece está apresentando sintomas comuns de SOP, é importante procurar atendimento médico para o diagnóstico. O tratamento precoce geralmente traz um melhor prognóstico a longo prazo.

Quer saber mais sobre a SOP e sua influência na fertilidade, na gestação e no parto? Não deixe de ler nosso artigo completo sobre o tema!

Ocitocina: o que é?

A ocitocina é um hormônio naturalmente produzido pelo corpo da mulher durante o trabalho de parto normal. As formas sintéticas (medicamentosas) da ocitocina são ainda utilizadas para auxiliar na indução do parto em casos em que ele precisa ser “acelerado” devido à evolução insuficiente, ao sofrimento fetal ou materno.

Muitas mulheres têm receio do uso da ocitocina durante o parto devido a relatos de experiências negativas que elas tiveram no passado, a relatos de pessoas próximas ou lidos na internet. No entanto, é preciso compreender que a ocitocina não é usada como rotina, ela é indicada em situações em que a indução do parto é necessária por trazer mais benefícios do que riscos para a mãe e o bebê.

Além disso, as experiências ruins com a ocitocina não são comuns, são a exceção, pois se trata de uma medicação muito segura quando utilizada corretamente. Em primeiro lugar, é possível que, como esse hormônio é prescrito em partos mais difíceis, a mulher acabe associando que a medicação causou a dificuldade. Contudo, o parto já estava evoluindo com complicações, e a ocitocina foi utilizada para facilitá-lo e evitar uma cesariana.

Por sua vez, as complicações usualmente ocorrem por causa do uso inadequado durante o trabalho de parto (uso de doses excessivas ou por tempo prolongado). Para você ficar mais segura, fizemos um post para explicar tudo sobre a ocitocina. Ficou interessada? Acompanhe!

O que é ocitocina?

A ocitocina é um hormônio e um neurotransmissor produzido pelo hipotálamo, uma região do sistema nervoso central humano localizada dentro do crânio. Ela é armazenada pela neuro-hipófise, uma glândula, conectada intimamente com o hipotálamo.

A sua meia-duração (que indica quanto tempo ela pode durar no sangue) é de apenas 3 a 4 minutos. Contudo, nesse período, seus efeitos são intensos e importantes. Como hormônio, ela estimula fortemente a contração dos músculos lisos do corpo, como aqueles localizados ao redor das glândulas mamárias e na parede do útero.

Como neurotransmissor, é fundamental para estimular a criação de vínculos afetivos e o desejo sexual. No parto e no pós-parto, tem papel importante no segundo estágio do trabalho de parto, no puerpério imediato e no aleitamento.

Mas como ela atua no corpo normalmente, no dia a dia?

Tanto homens quanto mulheres produzem ocitocina no dia a dia, tendo as seguintes funções:

Formação de vínculos sociais e afetivos

A ocitocina é um dos hormônios mais curiosos do corpo humano. Afinal, sua principal ação é estimular a vontade de conexão com outras pessoas, de criação de vínculos afetivos e de trocar emoções. Por exemplo, quando uma pessoa abraça a outra genuinamente, há uma descarga de ocitocina.

Desejo sexual e orgasmo

Junto com a dopamina, a noradrenalina e a melanocortina, a ocitocina é um dos neurotransmissores responsáveis pelo comportamento sexual e reprodutivo. Ela estimula o desejo de contato físico, de vínculo social e de expressar afeto. Quando age em conjunto com a dopamina, também é responsável pela sensação de orgasmo;

Ocitocina na gestação

Os níveis de ocitocina durante a gestação são geralmente mais baixos. Afinal, como esse hormônio estimula as contrações uterinas, uma maior quantidade de ocitocina no sangue poderia causar abortamentos e partos prematuras. Inclusive, quando a paciente entra em trabalho de parto precocemente, podem ser utilizados medicamentos que bloqueiam a ação da ocitocina para evitar a prematuridade.

Ocitocina no trabalho de parto

O número de receptores de ocitocina no útero aumenta conforme o final da gestação se aproxima. Isso é uma forma do corpo se preparar para o nascimento do bebê e mostra que a ocitocina é um dos hormônios mais importantes para o trabalho de parto.

Ela é considerada o mais potente estimulador das contrações uterinas (efeito uterotônico). Quando aplicada nas mulheres gera contrações com frequência e amplitude muito semelhantes àquelas presentes no trabalho de parto.

Por esses motivos, a ocitocina sintética é um dos medicamentos mais utilizados na indução do parto, pois estimula um processo muito próximo do natural. Algumas indicações do parto induzido pela ocitocina são:

  • Alguns casos de distócia;
  • Gravidez pós-termo;
  • Ruptura prematura de membranas;
  • Doenças hipertensivas da gestação;
  • Morte fetal;
  • Restrição do crescimento fetal;
  • Diabetes materno;
  • Infecção na placenta e nas membranas (corioamnionite);
  • Descolamento da placenta;
  • Líquido amniótico insuficiente (oligodrâmnio);
  • Colestase gestacional;
  • Anemia fetal devido à aloimunização (produção de anticorpos maternos contra as células sanguíneas do bebê);
  • Gravidez gemelar.

As complicações do uso da ocitocina são relativamente incomuns e se devem principalmente ao uso de doses muito elevadas, as quais não são recomendadas.

Ocitocina no puerpério

A ocitocina também auxilia o útero a se contrair vigorosamente na fase pós-parto para expulsar a placenta e as membranas fetais. Depois disso, ajuda o útero a retornar a como era antes da gestação, estimulando a involução uterina. Por esses motivos, a ocitocina sintética é considerada o medicamento de primeira escolha para prevenir a hemorragia pós-parto por atonia uterina (ausência de contração uterina).

Ocitocina na amamentação

A ocitocina é o hormônio responsável por produzir o “reflexo de descida do leite”, pois estimula a contração das glândulas mamárias para a ejeção do leite.

Enquanto a mulher está amamentando, os níveis de ocitocina ficam mais elevados. Esse é um dos motivos que faz a amamentação ser tão benéfica para a mãe, pois esse hormônio:

  • facilita a recuperação do parto, pois estimula a involução do útero, reduzindo diversas complicações puerperais;
  • potencializa o desenvolvimento de um vínculo mais forte da mãe com o bebê;
  • pode reduzir o estresse materno no pós parto, visto que o hormônio pode se relacionar com uma redução da liberação de corticoide (hormônio do estresse), além de estimular comportamentos sociais positivos da mãe.

Portanto, a ocitocina é um dos mais importantes hormônios da fase final das gestações, contribuindo para o trabalho de parto, o puerpério e a amamentação. A estimulação do trabalho de parto com a ocitocina não deve ser temida, pois, quando feita corretamente, apresenta baixo risco para a mãe e o bebê. Dentro dos princípios do parto humanizado, a medicação será utilizada sempre de forma individualizada desde que os benefícios superem o risco da indução do parto.

Quer saber mais sobre a assistência humanizada ao parto normal? Confira este artigo!

Cardiotocografia: o que é e importância

A cardiotocografia é um exame usado para o monitoramento da frequência cardíaca fetal e a avaliação da dinâmica das contrações uterinas. Ela pode ser realizada tanto durante o pré-natal quanto no parto. Esta última situação é a mais comum, pois auxilia os médicos a entenderem como o trabalho de parto está evoluindo.

Apesar de sua importância, como qualquer exame, a indicação da cardiotocografia deve seguir alguns critérios. Assim, podemos evitar que a gestante seja submetida a procedimentos desnecessários e que podem trazer complicações. Quer entender melhor o tema? Acompanhe nosso post!

O que é a cardiotocografia?

A cardiotocografia (CTG) é um exame de diagnóstico usado para monitorar a frequência cardíaca fetal ao mesmo tempo em que se avaliam as contrações uterinas durante a gravidez. Ela é feita a partir de um aparelho cardiotocógrafo, que apresenta dois sensores de ultrassom (o mesmo método utilizado nas ultrassonografias feitas ao longo do pré-natal).

Tecnicamente, esses sensores são conhecidos como transdutores. Ambos são colocados no abdômen da gestante. Um dos transdutores registrará a frequência cardíaca fetal, isto é, o ritmo do coração do bebê a cada minuto. O outro monitora as contrações uterinas, medindo a variação da espessura da parede uterina ao longo do tempo. Quando o útero se contrai, suas paredes ficam mais grossas.

Com isso, podemos também estimar a força (tensão) que a parede uterina está exercendo no ambiente intrauterino, onde está o bebê. Os resultados do exame geralmente são impressos em um papel milimetrado, que mostra a variação dos parâmetros ao longo do tempo.

Em casos raros e se houver dilatação do colo suficiente, podemos utilizar ainda a cardiotocografia interna, em que os sensores são colocados dentro do útero para monitorar diretamente os batimentos fetais e a pressão intrauterina. De qualquer forma, o traçado impresso no papel será avaliado pelo médico para auxiliar na tomada de decisão se alguma intervenção será necessária durante o parto.

Qual a importância da cardiotocografia?

A importância da cardiotocografia é que ela pode fornecer um alerta precoce de sofrimento fetal ou de distocia. Isso pode ajudar os médicos a agir rapidamente para garantir que o bebê nasça de maneira segura e saudável.

Os estudos mostram que a realização da cardiotocografia durante o trabalho de parto pode reduzir as taxas de convulsões neonatais. No entanto, ainda não há evidências claras de benefícios, como a redução do risco de paralisia cerebral, mortalidade neonatal ou outros resultados positivos.

Apesar disso, algumas pesquisas mostraram que a CTG pode estar associada ao aumento de risco de realização de cesarianas ou partos vaginais instrumentais. Em outras palavras, quando os médicos realizam a cardiotocografia, eles ficam mais propensos a intervir no processo natural do parto por meio do parto cesáreo ou de procedimentos no parto normal, como a episiotomia e o fórceps. Portanto, não é um risco do procedimento em si mesmo, mas devido à atitude do médico em relação aos seus resultados.

Nesse sentido, dentro dos princípios do parto humanizado, é muito importante que seu médico pese os riscos e benefícios da cardiotocografia de forma individualizada com seu parto, baseando-se sempre nas evidências científicas disponíveis. A decisão de usar a cardiotocografia deve ser compartilhada e ele deve explicar por que está utilizando o exame. Afinal, você é a protagonista do parto.

Quando a cardiotocografia é feita?

O teste geralmente é feito durante o terceiro trimestre (antes ou durante o trabalho de parto), pois pode ajudar a identificar possíveis sofrimento fetal, distocia e início da fase ativa de parto. Antes do momento do parto, contudo, a cardiotocografia tem um uso mais limitado.

Antigamente, ela já foi usada isoladamente para detectar condições, como restrição de crescimento intrauterino (RCIU) e anemia fetal. Entretanto, com a evolução da ultrassonografia e outras técnicas pouco invasivas de avaliação fetal, a CTG não é mais utilizada isoladamente para esse tipo de diagnóstico. Em outras palavras, seu médico possivelmente pedirá outros exames conjuntamente para confirmar ou afastar o diagnóstico.

Mesmo durante o parto, a cardiotocografia não é indicada como rotina para todas as gestantes. Por exemplo, pacientes de baixo risco gestacional não precisam passar pelo exame se o parto estiver ocorrendo sem complicações.

Nesse caso, ela será monitorada apenas com a ausculta fetal habitual, como o sonar cardiofetal (um aparelho eletrônico, que funciona como um ultrassom mais simples) ou o Pinard (um dispositivo que amplia os sons dos batimentos fetais).

Indicações da cardiotocografia durante o parto

A cardiotocografia está indicada nos seguintes casos:

  • partos que podem ser prematuros ou bebês abaixo do peso;
  • mulheres com hipertensão arterial, pré-eclâmpsia e outras comorbidades;
  • mulheres com infecções;
  • mulheres com hemorragia durante o trabalho de parto;
  • casos de gestação múltipla;
  • líquido amniótico com algum grau de mecônio (as “fezes” do feto);
  • ruptura das membranas (bolsa amniótica) antes de iniciar o trabalho de parto;
  • bebê em uma posição anormal;
  • trabalho de parto for induzido ou conduzido;
  • uso de anestesia epidural para alívio da dor.

Além disso, a cardiotocografia é importante quando a ausculta cardíaca fetal estiver alterada. Nesse caso, o médico inicialmente utilizará a CTG por 20 minutos. Se o traçado estiver normal, ele manterá a conduta habitual do parto, sem nenhuma intervenção. Caso haja alterações significativas no traçado, ele poderá monitorar a paciente por mais tempo ou indicar um procedimento para evitar complicações no parto.

Por fim, a CTG pode ser usada para monitorar os efeitos de medicamentos ou tratamentos aplicados durante o trabalho de parto. Isso é especialmente útil para mães que precisam de medicamentos para alívio da dor ou epidurais durante o trabalho de parto. Ao monitorar a frequência cardíaca do bebê e o ritmo das contrações, os médicos podem garantir que os medicamentos não tenham nenhum efeito adverso no bebê e na evolução do parto.

Em resumo, a cardiotocografia é uma ferramenta importante para monitorar a saúde do bebê antes e durante o parto. Pode ajudar a detectar possíveis problemas, monitorar a resposta do bebê ao trabalho de parto e ao parto e garantir que potenciais efeitos colaterais de medicamentos sejam identificados rapidamente. Contudo, é um exame que não precisa ser feito de rotina, sendo indicado nos casos em que os benefícios superem eventuais riscos.

Quer saber mais sobre a cardiotocografia e como ela é feita? Confira nosso artigo completo sobre o tema!

Core abdominal e gravidez: saiba mais sobre o assunto

Quando pensamos nos órgãos envolvidos na gestação e no trabalho de parto, nós geralmente nos lembramos do útero e da vagina. No entanto, existem algumas estruturas fundamentais para o processo e que são “ignoradas”, não levando o crédito que merecem. Estamos falando dos músculos do core abdominal, que estão localizados nas paredes do abdômen e no assoalho da pelve.

São eles que se fortalecem para sustentar o peso crescente do bebê e que se alongam o aumento do volume do útero. Eles permitem que a coluna não sofra tanto com esse impacto extra e ajudam a manter os movimentos corporais da mulher. Durante o trabalho de parto ainda, oferecem uma força extra e potente para ajudar na expulsão do feto. Por isso, fortalecê-los é importante e ajuda a evitar complicações pós-parto. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

Quais são os músculos do core abdominal?

Os músculos do core abdominal são os músculos localizados na área abdominal que atuam na sustentação da coluna e da integridade da parede abdominal. Eles incluem o transverso abdominal, o reto abdominal, os oblíquos internos e externos e o quadrado lombar.

Os músculos do núcleo abdominal trabalham juntos para apoiar a coluna e o tronco, ajudam no equilíbrio e estabilidade e fornecem controle de movimento e postura. O transverso abdominal envolve o abdômen, formando grande parte de sua parede, e é o mais profundo dos músculos abdominais. Ele também estabiliza a coluna vertebral, a pelve e a caixa torácica e contribui para a pressão positiva da cavidade abdominal.

O reto abdominal é o mais externo e visível dos músculos abdominais. Ele é comumente chamado de “tanquinho”. Ele se origina nas costelas e vai até o osso púbico. Com isso, ajuda na flexão da coluna, no controle da respiração e da postura.

Os oblíquos interno e externo estão localizados nas laterais do abdome e são responsáveis pela flexão lateral e rotação do tronco. Eles também ajudam a estabilizar a coluna, fornecendo força e coordenação para os mais diversos movimentos. Por fim, temos o quadrado lombar, que está localizado na parte inferior das costas e ajuda a estabilizar a pelve.

Além disso, fazem parte do core abdominal os músculos do assoalho pélvico:

  • os isquiocavernosos;
  • os bulbocavernosos;
  • os transversos superficial e profundo do períneo;
  • o esfíncter anal externo.

Os músculos do núcleo abdominal são importantes para a saúde e o condicionamento físico em geral, pois trabalham juntos para fornecer estabilidade, movimento e equilíbrio. Exercícios regulares de fortalecimento podem ajudar a melhorar a postura e reduzir o risco de lesões.

Qual a importância do core abdominal para as gestações?

O core abdominal é essencial para uma gravidez saudável e segura. Ele contribui com as seguintes funções:

  • ajuda na preparação para o parto vaginal;
  • sustenta a postura à medida que o peso do bebê cresce e reduz dores nas costas;
  • promove a saúde do assoalho pélvico, auxiliando a distribuir e sustentar a pressão que o útero faz sobre as estruturas da pelve;
  • aumentam a pressão para a expulsão do bebê quando a parturiente faz força.

Qual a importância dos exercícios de core abdominal na gestação e no parto?

Idealmente, o core abdominal deve ser exercitado durante toda a gravidez de baixo risco. No entanto, as atividades físicas de fortalecimento do core devem ser feitas sob indicação e supervisão de um médico ou de um fisioterapeuta obstétrico. Caso contrário, pode haver prejuízos para a gestação.

Os exercícios que se concentram no núcleo abdominal devem ser suaves e não extenuantes. As mulheres devem modificar os exercícios de acordo com seu nível de condicionamento físico e conforto. Além disso, devem ser feitos com a coluna em uma posição neutra, sem arquear as costas ou exercer pressão excessiva sobre a barriga ou a coluna.

Exemplos de exercícios abdominais que podem ser feitos durante a gravidez incluem alguns tipos de pranchas, as inclinações pélvicas, os levantamentos laterais de pernas e as pontes pélvicas. Esses exercícios fortalecem principalmente os músculos mais externos. Porém, da mesma forma, é também importante manter os músculos do assoalho pélvico fortes durante a gravidez.

Os músculos do assoalho pélvico estão localizados entre os ossos do quadril e fornecem suporte para os órgãos da região. Por isso, eles são mais internos e difíceis de trabalhar com movimentos habituais. Assim, eles demandam manobras especiais, como o kegels, que utiliza uma bola de pilates para auxiliar na elevação da pelve.

Outra forma de fortalecer o core é manter uma postura adequada durante a gravidez. Isso envolve manter o peito para cima e os ombros para trás enquanto estiver em posição em pé. Isso ajuda a reduzir a tensão nas costas e promover a força muscular abdominal.

Durante o parto, os músculos do core abdominal da mãe desempenham um papel importante ao fornecer força e estabilidade para o processo. Por exemplo, os músculos do núcleo abdominal ajudam a abrir a pelve e a apoiar a coluna, permitindo que o bebê passe pelo canal do parto. Além disso, em grande parte, são eles que aumentam a pressão abdominal quando a gestante faz força voluntária para expulsar o bebê.

Alguns estudos mostraram que músculos abdominais mais fortes podem ajudar a reduzir o risco de lesões ou traumas para a mãe durante o parto, além de reduzir o risco de dor lombar e disfunção do assoalho pélvico após o parto. Somado a isso, podem ajudar a promover o parto normal espontâneo, reduzir o risco de realização de uma episiotomia e facilitar o trabalho de parto.

Portanto, o core abdominal é fundamental para uma gestação e um parto mais saudáveis. Por sua vez, os exercícios para fortalecimento dos abdominais e do assoalho pélvico podem trazer benefícios antes, durante e depois do parto.

Eles ajudam seu corpo a se preparar para o trabalho, mantêm a postura adequada durante a gestação e reduzem a dor nas costas e promovem a saúde do assoalho pélvico. Entretanto, devem ser indicados por médicos de acordo com seu condicionamento físico e a avaliação individual da sua gestação.

Quer saber mais sobre a fisioterapia durante a gestação? Confira nosso artigo sobre o fortalecimento do assoalho pélvico!

Diástase abdominal e gravidez: qual é a relação?

A diástase abdominal é uma condição que afeta a parede abdominal, fazendo com que os músculos abdominais se separem da linha média. Essa condição pode criar uma protuberância visível no abdômen, que pode ser mais perceptível ao se levantar. A diástase abdominal é mais comum em mulheres após a gravidez, pois os músculos abdominais se alongam durante a gravidez e a parede abdominal enfraquece.

O principal sinal da diástase abdominal é uma protuberância no abdômen. Outros sintomas, mais raros, podem incluir uma sensação de peso no abdômen, dor na parte inferior das costas e nas laterais, sensação de instabilidade na pelve e dificuldade para respirar.

O diagnóstico da diástase abdominal geralmente é feito por meio de exame físico e exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética. O tratamento da diástase abdominal pode incluir mudanças no estilo de vida, como fisioterapia e exercícios, que ajudam a fortalecer os músculos abdominais e melhorar a postura.

Em alguns casos, a cirurgia também pode ser recomendada, principalmente nos casos em que os músculos abdominais não podem ser fortalecidos de forma não invasiva.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

A diástase abdominal

A diástase abdominal é uma condição que afeta muitas mulheres após a gravidez. Ocorre quando os músculos abdominais se separam, causando uma protuberância visível na linha média do abdômen. Esta condição é causada pelas mudanças físicas que ocorrem durante a gravidez.

Quando uma mulher está grávida, o útero se expande para acomodar um bebê em crescimento. Ao fazê-lo, os músculos abdominais devem se alongar para acomodar o tamanho do útero. Esse alongamento pode fazer com que os músculos abdominais se enfraqueçam e se separem na região da linha alba. A intensidade de separação varia dependendo da anatomia individual, do tamanho do bebê e da duração da gravidez.

Os fatores de risco para a diástase abdominal em gestantes incluem obesidade, gravidez múltipla e idade avançada. Apesar de esses grupos serem os mais afetados, a diástase também pode ocorrer em homens e mulheres que não estão grávidas.

Diagnóstico da diástase abdominal

O diagnóstico de diástase abdominal pode ser feito por meio da palpação durante o exame físico. Caso identifique algum grau de afastamento nessa etapa, o médico coloca os dedos na linha média do abdome e mede o espaço entre cada lado do músculo reto abdominal.

A diástase geralmente pode ser diagnosticada quando houver um espaço maior do que 2,5 cm (duas polpas digitais). Depois disso, ele poderá pedir para que você execute uma série de movimentos para determinar se a lacuna aumenta ou diminui. Essas manobras também são importantes para afastar outros diagnósticos, como a hérnia hiatal, que pode estar presente em mulheres com parede abdominal enfraquecida.

Exames de imagem, como ultrassom ou ressonância magnética, podem ser usados para confirmar o diagnóstico de diástase abdominal. No entanto, eles não são fundamentais para tal.

Tratamento da diástase abdominal

Existem vários tratamentos para a diástase abdominal, é o tipo escolhido depende da gravidade da condição. Em casos leves, tratamentos conservadores, como fisioterapia, exercícios musculares básicos e mudanças no estilo de vida, podem ajudar a reduzir os sintomas e restaurar a força abdominal. Em casos mais graves, a cirurgia pode ser recomendada para corrigir a condição.

Fisioterapia

A fisioterapia pode ajudar as pessoas com diástase abdominal a fortalecer os tecidos conjuntivos e os músculos abdominais enfraquecidos. Isso pode ser feito por meio de uma variedade de exercícios focados nos músculos do core, que abrange a região do abdômen e da lombar.

Eles podem ajudar a reduzir a separação da parede abdominal e prevenir a diástase em futuras gestações. Exemplos de exercícios de core incluem pranchas, flexões, pontes e inclinações pélvicas. Um estudo com 228 mulheres mostrou que os exercícios no período antenatal foram capazes de reduzir em 35% o risco de desenvolvimento de diástase abdominal pós-parto.

Além disso, o fisioterapeuta também pode usar massagens e outras técnicas manuais para reduzir a tensão nos músculos e melhorar sua função.

Cirurgia

A cirurgia normalmente é usada apenas em casos de diástase grave dos músculos retoabdominais, principalmente quando os tratamentos conservadores não foram bem-sucedidos. O procedimento cirúrgico normalmente envolve a reparação do tecido conjuntivo enfraquecido e a plicatura (uma pequena sutura) entre os dois músculos abdominais para ajudá-los a permanecer juntos.

Independentemente do tratamento escolhido, é importante entender que a diástase abdominal leva tempo para ser corrigida, então os resultados não serão perceptíveis da noite para o dia. É importante seguir as instruções do médico ou fisioterapeuta e ser paciente enquanto a condição melhora.

Portanto, a diástase abdominal é uma condição relativamente comum após as gestações. Felizmente, podemos reduzir o seu risco por meio de medidas simples, como a realização de exercícios do core, que também são úteis para o tratamento. Procedimentos invasivos de correção raramente são realizados, dando-se preferência aos tratamentos conservadores em casos leves e moderados.

Quer saber mais sobre a importância da fisioterapia na gestação? Confira este post completo sobre o tema!

Violência obstétrica: o que é?

Violência obstétrica é um termo usado para descrever qualquer forma de violência, abuso ou maus-tratos que uma mulher pode sofrer durante a gravidez, trabalho de parto, parto ou pós-parto. Esse tipo de violência pode ser perpetrado por quaisquer profissionais das equipes de hospitais e maternidades.

Exemplos mais explícitos de violência obstétrica incluem abuso físico, abuso emocional, abuso sexual e a negligência. As consequências da violência obstétrica podem ser graves e duradouras e podem incluir dor física, depressão, transtorno de estresse pós-traumático e até a morte. Além disso, as mulheres que sofrem violência obstétrica durante o pré-natal têm maior probabilidade de ter bebês com baixo peso ao nascer e com atrasos no desenvolvimento.

Para prevenir a violência obstétrica, os profissionais de saúde devem ser treinados no reconhecimento e prevenção do abuso, e as instituições devem ter protocolos para relatar e responder a casos de violência. As mulheres devem ser encorajadas a falar se sentirem que estão sendo desrespeitadas.

Todas essas medidas são garantidas pelas práticas de parto humanizado, o qual busca preservar o protagonismo da gestante, a individualização biopsicossocial e a prática baseada em evidências. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

O que é violência obstétrica?

A violência obstétrica é um termo usado para descrever qualquer ação ou atitude que resulte em danos físicos, psicológicos ou emocionais para uma mulher durante sua gravidez. É importante ressaltar que a violência obstétrica não se limita ao abuso físico, podendo incluir qualquer forma de tratamento desrespeitoso, desfavorável ou discriminatório, como:

  • abuso físico, que pode incluir o uso de contenções físicas aos movimentos da gestante, exames vaginais forçados, o uso de fórceps ou de episiotomia sem necessidade e sem consentimento da mulher;
  • abuso emocional, a qual pode envolver insultos verbais, humilhação, intimidação ou piadas a respeito da situação da gestante;
  • negligência, que envolve não fornecer assistência ou informações médicas adequadas.

O que é hoje considerado violência obstétrica?

A violência obstétrica é uma forma de violência de gênero e uma violação dos direitos humanos. É um problema importante em muitos países e pode ter sérias consequências físicas e psicológicas para a mulher envolvida. É importante trabalhar ativamente para reconhecer e prevenir a violência obstétrica e garantir que todas as mulheres grávidas tenham acesso a cuidados maternos seguros, respeitosos e de qualidade.

Exemplos de violência obstétrica podem incluir:

  • a recusa de realizar uma epidural para controle da dor quando esse for o desejo da gestante;
  • realizar uma cesariana ou um procedimento invasivo sem necessidade nos casos em que a mulher expressou o desejo por um parto natural;
  • ignorar o direito da mulher ao consentimento informado para a realização de procedimentos invasivos;
  • ferir a autonomia da paciente sobre o seu corpo;
  • atrasar o atendimento médico necessário;
  • deixar de fornecer nutrição e repouso adequados à mulher;
  • fazer com que a mulher sinta que não está no controle de seus próprios cuidados;
  • praticar abuso verbal ou menosprezo.

Como prevenir a violência obstétrica?

Veja algumas dicas para evitar a violência obstétrica:

Informação

A educação do paciente é essencial na prevenção da violência obstétrica. As pacientes devem ser informadas sobre seus direitos e ensinadas a confiar em seu próprio julgamento e estar cientes de quaisquer sinais potenciais de abuso.

Os pacientes também devem estar familiarizados com as leis e regulamentos em vigor para protegê-los e estar cientes dos recursos legais que podem acessar, se necessário. Um bom médico dará todas essas informações ao longo do pré-natal.

Além disso, as pacientes devem ser educadas sobre os benefícios de ter uma equipe de parto de apoio e um ambiente de parto seguro e confortável. Por fim, as pacientes devem ser informadas sobre seu direito de expressar quaisquer questões ou preocupações que tenham e a importância de falar quando algo parecer errado ou desconfortável.

Plano de parto

O plano de parto é uma ferramenta essencial na prevenção da violência obstétrica, pois ajuda a garantir que sejam prestados os cuidados adequados e que os direitos e desejos da mãe sejam respeitados. Também é importante lembrar que o plano de parto deve ser flexível e pode ser modificado para atender às suas necessidades em qualquer momento durante o trabalho de parto.

A seguir, um resumo básico dos componentes a serem incluídos em um plano de parto:

  • introdução: Uma breve introdução sobre a mãe e o plano de parto;
  • cenário do parto: Onde a mãe planeja dar à luz e qualquer desejo em relação à ambientação;
  • controle da dor: Que método de controle da dor, se houver, a mãe usará durante o trabalho de parto e o parto;
  • parto: que tipo de acompanhamento e/ou intervenções, se houver, a mãe gostaria de receber durante o trabalho de parto e parto;
  • pós-parto: Que tipo de cuidado pós-parto é desejado;
  • pessoas de apoio: quem terá permissão para ficar com a parturiente durante o trabalho de parto;
  • consentimento: Assinaturas da mãe e do médico para garantir formalizar essa espécie de contrato por ambas as partes.

O parto humanizado é uma parte importante do processo de parto, permitindo que a mãe tenha mais controle sobre o processo de parto, tenha uma experiência mais positiva e que os profissionais de saúde prestem o melhor atendimento possível à mãe e ao bebê. Baseado no tripé de autonomia da mulher, individualização do parto e da prática baseada em evidências, ele jamais deve ser negligenciado, pois, além desses benefícios, previne a violência obstétrica e outras intercorrências durante a gestação.

Quer saber mais sobre o parto humanizado e sua importância? Confira nosso artigo sobre o tema!