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PTGI: tratamento

As patologias do trato genital inferior (PTGI) representam lesões benignas ou precursoras de cânceres (oncogênicas) que afetam as regiões vulvar, vaginal e cervical. Essas condições são caracterizadas pelo crescimento anormal de células no revestimento epitelial dessas áreas, sendo classificadas em diferentes graus de gravidade.

Elas são diagnosticadas por meio do exame clínico ginecológico seguido de exames complementares com amostra de células ou tecidos, como a citopatologia e as biópsias.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado dessas neoplasias intraepiteliais são essenciais para prevenir a progressão para tumores invasivos, destacando a importância do acompanhamento ginecológico regular, da conscientização sobre os fatores de risco e das formas de prevenção. Quer saber mais sobre o tratamento das PTGI? Acompanhe!

Neoplasia intraepitelial vulvar (NIV)

As neoplasias intraepiteliais vulvares são classificadas em:

  • neoplasias intraepiteliais vulvares de baixo grau ou de alto grau, que surge devido a infecções pelo vírus HPV;
  • neoplasia intraepitelial vulvar diferenciada, que se origina do líquen escleroso.

As lesões de baixo grau não são consideradas lesões pré-cancerígenas. Nesse sentido, não é necessário tratar em mulheres assintomáticas com a finalidade exclusiva de prevenir o câncer. Realizamos, assim, um acompanhamento periódico dessas lesões para identificar se há algum sinal de evolução desfavorável.

Algumas lesões de baixo grau, contudo, podem provocar sintomas, como:

  • coceira;
  • dor;
  • verrugas genitais e desconforto com a aparência da vulva.

Nessa situação, o plano terapêutico é semelhante ao que utilizamos em outras verrugas e condilomas anogenitais. Portanto, podem ser indicadas:

  • medicações tópicas, que devem ser usadas por várias semanas para promover a queda das lesões e a morte do tecido afetado;
  • ablação a laser, o qual envolve a aplicação hospitalar de laser de alta potência para destruir as células anormais.

As lesões de alto grau, por sua vez, apresentam um risco significativo de evolução para o carcinoma vulvar. Desse modo, o tratamento não busca apenas o alívio dos sintomas, mas a prevenção desse tipo de câncer.

O tratamento nesse caso depende das características da lesão e do estado de saúde da paciente. Em pacientes com alto risco de câncer vulvar ou lesões mais preocupantes, indica-se geralmente a cirurgia cirúrgica das lesões, em que a lesão é retirada com uma parte da pele ao seu redor (margem de segurança). Esse é também o tratamento preferencial das lesões diferenciadas devido às chances mais elevadas de evolução para um câncer.

Em algumas situações de lesões de alto grau (como lesões multifocais ou perto da uretra, do clitóris e do introito vaginal), pode ser indicada a terapia de ablação a laser para evitar sequelas anatômicas.

Neoplasia intraepitelial vaginal

O tratamento da neoplasia intraepitelial vaginal também depende de diversos fatores, especialmente da classificação da lesão. Para pacientes com lesões de baixo grau, também não se recomenda o tratamento de pacientes assintomáticas, visto que geralmente são lesões benignas causadas por tipos não oncogênicos do HPV e que regridem espontaneamente.

Pacientes com lesões de alto risco, por sua vez, precisam ser tratadas mesmo que assintomáticas. Afinal, há chances de evolução das lesões para carcinoma vaginal (câncer de vagina). Em geral, recomenda-se a excisão cirúrgica das lesões nos casos em que as lesões são mais preocupantes. Pode-se também optar pela ablação em situações, como lesões multifocais sem sinal de invasividade local.

Neoplasia intraepitelial cervical

O plano terapêutico das neoplasias intraepiteliais cervicais é mais complexo do que os casos anteriores. Afinal, o câncer de colo do útero é muito mais frequente do que os cânceres de vulva e de vagina. Assim, um cuidado muito maior é necessário. Os dois principais fatores para determinar o tratamento são a classificação da lesão e a idade das pacientes.

Em mulheres assintomáticas ou pouco sintomáticas com mais de 25 anos, recomenda-se a observação com consultas ginecológicas semestrais e novos exames nos casos de lesões de baixo grau (NIC 1). Afinal, cerca de 90% das lesões regridem espontaneamente sem nenhum tratamento médico. Caso as lesões persistam, tratamentos conservadores (ablação ou terapia tópica) são os mais frequentemente indicados.

No caso de a biópsia indicar NIC2 ou NIC3, indica-se a excisão das lesões. A extensão do procedimento depende principalmente do grau de invasão das lesões encontradas. Em mulheres com menos de 24 anos e NIC2 com características favoráveis, pode ser recomendada a observação periódica. No caso da NIC3, contudo, a excisão é fundamental em qualquer idade devido ao risco muito elevado de essas lesões evoluírem para câncer.

As principais técnicas de excisão das lesões cervicais são:

  • LEEP (Loop Electrosurgical Excision Procedure) é um procedimento mais simples e pode ser realizado em ambiente ambulatorial. Nele, uma alça de arame fino condutora de corrente elétrica é inserida através da vagina para remover a área com alterações;
  • a conização com lâmina a frio é realizada em ambiente hospitalar. Após a marcação das lesões com corantes específicos, a região afetada é retirada com um instrumento em formato de um cone.

Se forem identificadas lesões invasivas nos procedimentos acima, pode ser necessário realizar uma cirurgia mais extensa e radioterapia.

Portanto, o tratamento das PTGI deve ser cuidadosamente individualizado para o caso de cada paciente. Em todo caso, o acompanhamento oncoginecológico regular é fundamental antes e após o tratamento para identificar a evolução das lesões e a recorrência. Por isso, é fundamental que seja conduzido por um profissional especializado e experiente.

Quer saber mais sobre as PTGI, seus sintomas e como são diagnosticadas? Toque aqui!

Saco gestacional, bolsa amniótica e placenta: diferenças

Quando pensamos em uma gestação, uma das primeiras imagens que surgem na nossa mente é em bebê dentro do útero. No entanto, existem uma série de pontos que são fundamentais para permitir que ele se desenvolva e a gestação avance, como os anexos embrionários. Os anexos embrionários são órgãos temporários que desempenham diversas funções de nutrição e de proteção do feto.

Neste post, vamos falar sobre algumas dessas estruturas extraembrionárias mais conhecidas: o saco gestacional, a bolsa amniótica e a placenta. Explicaremos sua formação e suas funções. Ficou interessada? Acompanhe até o final!

Saco gestacional: um dos primeiros sinais de uma gestação

O saco gestacional é uma estrutura que se forma entre a terceira e a quinta semana de gestação. Inicialmente, com um diâmetro de 2 a 3 milímetros, pode ser visualizado pela ultrassonografia transvaginal e representa um dos sinais mais precoces de uma gravidez. A principal função inicial do saco gestacional é fornecer um espaço para que o embrião cresça, visto que as paredes uterinas exercem pressão sobre as paredes do útero.

À medida que a gravidez avança, o feto se desenvolve dentro da cavidade uterina junto com outras estruturas importantes para seu desenvolvimento, como:

  • o saco vitelino, que auxilia na nutrição do feto nas primeiras semanas de vida (antes da formação da placenta);
  • a bolsa amniótica, sobre a qual falaremos a seguir.

Por volta da 10ª semana de gestação, a bolsa amniótica passa a ocupar todo o saco gestacional e se confunde com ele. Por sua vez, o saco vitelino regride.

Em outras palavras, saco gestacional é um termo mais utilizado durante o primeiro trimestre de gestação. Depois desse período, é mais comum que a gestante ouça o médico falar sobre a bolsa amniótica.

Bolsa amniótica: uma importante estrutura de proteção do feto

A bolsa amniótica — ou simplesmente “bolsa” — é uma estrutura fundamental para o desenvolvimento fetal. É também conhecida como “membranas”, pois é constituída de duas membranas: o âmnio e o córion.

O âmnio é a membrana mais interna com uma espessura entre 0,02 e 0,5 milímetros. Apesar de fino, é bastante resistente. Uma das características mais interessantes do âmnio é a sua flexibilidade e sua capacidade de se estender. Com isso, consegue acompanhar o rápido desenvolvimento do feto ao longo da gestação.

Além disso, o âmnio contém o líquido amniótico (constituído de 98% a 99% de água), que é uma substância clara e transparente nos primeiros meses de gestação. Com o tempo, torna-se mais turvo devido à presença de células e substâncias originadas do próprio âmnio e do feto. Nesse sentido, o conjunto âmnio e líquido amniótico tem funções muito nobres, como:

  • é rico em substâncias que se ligam à água e protege o feto contra o dessecamento;
  • também contém diversas substâncias bacteriostáticas e antimicrobianas, as quais protege o bebê contra infecções;
  • protege o bebê contra impactos mecânicos e a pressão intrauterina. Quando há pouco líquido amniótico, o feto pode sofrer deformidades devido à pressão provocada pelas paredes do útero;
  • permite a movimentação fetal, que é um importante sinal de vitalidade do bebê;
  • contribui para o desenvolvimento pulmonar do bebê e para o funcionamento do sistema urinário.

Já o cório é a membrana externa, sendo geralmente mais espessa e menos elástica do que o âmnio. À medida que a gestação avança, uma parte do cório se junta com o endométrio uterino materno para formar a placenta. A outra parte permanece ao redor do âmnio, constituindo o conjunto de membranas fetais.

Placenta: órgão com múltiplas funções gestacionais

A placenta é um órgão fundamental para o desenvolvimento fetal. A capacidade de uma gestação evoluir depende da formação da placenta no lugar correto e da forma correta. Anomalias na formação e na implantação placentário representam uma causa importante de abortamento, morte fetal e de partos prematuros.

As estruturas que formam placenta começam a surgir a partir da terceira semana de gestação e terminam seu desenvolvimento a partir do quinto mês de gestação. A placenta é constituída de duas estruturas principais:

  • placa basal, que é uma camada placentária formada principalmente pelas células do endométrio (decídua basal) do útero materno;
  • placa coriônica, a qual é formada por células embrionárias.

Entre essas placas, está o espaço interviloso, o qual é preenchido por sangue materno. Esse sangue é “filtrado” e seu plasma contribui para a nutrição do bebê e para a geração do líquido amniótico.

A placenta apresenta funções muito importantes para a manutenção da gestação e para a sobrevivência do feto:

  • secreção de hormônios, como a gonadotrofina coriônica humana e a progesterona;
  • troca de gases entre a mãe e o bebê;
  • fornecimento de nutrientes para o feto;
  • transmissão de anticorpos maternos do tipo IgG, os quais protegem o bebê contra infecções;
  • excreção de produtos tóxicos gerados pelo metabolismo do bebê.

Além disso, a membrana placentária atua como “filtro” seletivo que impede que diversos microrganismos e substâncias tóxicas atinjam o bebê.

Portanto, o complexo sistema de estruturas extraembrionárias compreende não apenas o saco gestacional nas fases iniciais, mas também a bolsa amniótica e a placenta em estágios subsequentes.

A bolsa amniótica, com suas membranas flexíveis e líquido amniótico multifuncional, desempenha um papel crucial na proteção do feto ao longo da gestação. Já a placenta, que se forma mais tardiamente, assegura funções vitais, incluindo a regulação hormonal, troca de gases e fornecimento de nutrientes.

Quer saber mais sobre os exames de pré-natal que avaliam a evolução de uma gestação? Toque aqui!

Quando o saco gestacional se forma e qual é sua função?

Uma gestação é um fenômeno bastante dinâmico e com diversas fases. Em geral, uma gravidez é dividida em três trimestres. No primeiro trimestre, ocorre a formação dos principais órgãos do feto e dos anexos embrionários. O segundo trimestre é caracterizado por um crescimento mais expressivo do bebê. Já, no terceiro, esse crescimento se desacelera um pouco e o organismo feminino começa a se preparar para o parto.

O saco gestacional é uma estrutura que se forma logo nas primeiras semanas do primeiro trimestre. A visualização dele em uma ultrassonografia é um dos principais sinais que ajudam a confirmar que uma mulher está grávida. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

O que é saco gestacional?

O saco gestacional é uma “bolsa” preenchida por líquido, representando a primeira estrutura embrionária que pode ser vista pela ultrassonografia entre a terceira e a quinta semana de gestação. Inicialmente, ele apresenta:

  • uma forma ovalada ou esférica;
  • entre 2 e 3 milímetros de diâmetro.

Nesse sentido, é considerado um dos sinais mais precoces de que uma gestação está acontecendo. Com isso, a presença de níveis elevados de beta-hCG associados com a visualização do saco gestacional são uma das principais formas de confirmar uma gravidez. À medida que a gestação avança, ele se expande para acomodar o crescimento do bebê;

Como o saco embrionário se forma?

Após a fertilização, o zigoto (fase inicial do embrião) inicia um processo de divisões celulares sucessivas, formando um aglomerado de células chamada mórula. À medida que a mórula continua a se dividir, suas células passam por uma série de transformações.

As primeiras células de um embrião são indiferenciadas e totipotentes. Isso significa que elas são muito semelhantes entre si e podem se transformar em quaisquer tecidos do corpo. À medida que elas se dividem, elas se diferenciam e se organizam em diferentes camadas de tecido, eventualmente se transformando em uma estrutura oca chamada blastocisto.

No blastocisto, já temos camadas de tecidos diferenciados e podemos identificar três estruturas embrionárias:

  • o embrioblasto, cujas células dão origem às estruturas do corpo do bebê;
  • o trofoblasto, o qual formará parte das estruturas extraembrionárias;
  • blastocele, uma cavidade preenchida por líquido.

É próximo a essa fase que o embrião se implanta no endométrio do útero e o trofoblasto começa a invadir o endométrio. Em resposta, as células endometriais recobrem o embrião, concluindo a implantação. O saco gestacional surge à medida que a blastocele é preenchida por fluidos, fornecendo um ambiente seguro e nutritivo para o embrião nessa fase inicial do desenvolvimento.

O que acontece com o saco gestacional durante a gestação?

Como vimos, à medida que a gestação avança, o saco gestacional cresce para acomodar o feto em crescimento. Com isso, podemos identificar a formação de novas membranas e sacos em seu interior, como:

  • saco vitelino, uma pequena bolsa que se origina dentro do saco gestacional. Ele é uma das principais estruturas de nutrição nas primeiras semanas de gestação (quando a placenta ainda não está formada). O saco vitelino desaparece a partir da 10ª semana de gestação;
  • saco amniótico, também conhecido como “membranas embrionárias”. É um saco que se forma mais próximo ao embrião.

Com o crescimento do embrião, o saco amniótico começa a ocupar todo o espaço do saco gestacional. Ou seja, o saco gestacional passa a ser formado pelas membranas embrionárias, confundindo-se com elas. A partir desse momento, é mais comum você ouvir seu obstetra se referir a ele como saco amniótico ou simplesmente “bolsa”.

Qual a função do saco gestacional?

O útero é um órgão com uma cavidade interna, sendo constituído também por três camadas: o endométrio (no qual o embrião se fixa), o miométrio e perimétrio. Em mulheres não-grávidas, a pressão do abdômen e o tônus muscular do endométrio fazem com que a cavidade uterina fique com suas faces “coladas” (colabadas).

Para permitir o livre crescimento do embrião, forma-se o saco gestacional. O líquido em seu interior protege o feto da pressão intrauterina, permitindo que ele cresça com maior liberdade. Portanto, o saco gestacional cresce para expandir a cavidade uterina à medida que o feto se desenvolve.

A partir da décima semana, o saco gestacional é formado pelas membranas ovulares (âmnio e córion), que são preenchidas por líquido amniótico. Assim, assume também a função de proteger o feto contra impactos, facilitar o crescimento fetal e permitir a movimentação do bebê.

Importância obstétrica

Na obstetrícia, o saco gestacional assume uma importância muito significativa no início do primeiro trimestre de gestação. A visualização do saco gestacional é um indicativo muito forte de uma gestação. Entretanto, é muito importante entender que, isoladamente, sua visualização do saco gestacional dentro do útero não confirma uma gestação. É importante que haja outras evidências de gestação, como níveis elevados de beta-hCG e visualização do saco vitelino.

Portanto, o saco gestacional é um termo técnico muito frequente no início do pré-natal. Afinal, ele é uma estrutura importante nessa fase e sua visualização ultrassonográfica contribui para o diagnóstico de uma gravidez.

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Fungo durante a amamentação: conheça a candidíase mamária

Dor nos seios e nos mamilos é um sintoma relativamente frequente em mulheres que estão amamentando. Na maior parte dos casos, é um são benignos que melhora com medidas simples, como melhorar a pega do bebê. Apesar de menos comum em comparação a outras causas de dor mamária, a candidíase mamária merece atenção.

A candidíase é um fungo que faz parte da flora microbiana normal das mulheres, colonizando a pele e a mucosa. Durante a amamentação, contudo, diversos fatores podem aumentar as chances de proliferação excessiva da cândida. O principal deles são as rachaduras e as fissuras nos mamilos, que quebram a barreira natural da pele, permitindo que o fungo infecte tecidos mais profundos.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post até o final!

O que é candidíase mamária?

A candidíase mamária ocorre quando há a proliferação excessiva do fungo Candida albicans na pele da região dos seios. Esse fungo oportunista normalmente faz parte da microbiota natural do corpo humano, coexistindo principalmente no trato gastrointestinal, na boca e na vagina.

A Candida albicans é uma das espécies que mais causam infecções fúngicas, sendo responsável por condições como candidíase oral, genital e, em casos específicos, a candidíase mamária em mulheres lactantes. A capacidade de se adaptar a diferentes ambientes do corpo humano e a sua habilidade de formar hifas, estruturas que permitem a invasão de tecidos, contribuem para a virulência desse fungo.

Causas e fatores de risco

A Candida albicans não faz parte do microbioma habitual da pele dos seios. No entanto, durante a amamentação, o fungo pode colonizar a região devido ao contato com a boca do bebê. Isso geralmente não traz nenhuma repercussão negativa para a saúde das lactantes.

A proliferação dessa espécie fúngica pode se descontrolar em situações, como:

  • Comprometimento da imunidade materna;
  • Alterações hormonais;
  • Maior humidade na região dos seios;
  • Mudanças na microbiota.

Um dos fatores de risco para a condição é o uso de antibióticos durante o período de amamentação. Afinal, eles podem comprometer o equilíbrio da microbiota da pele ao matar bactérias que controlam o crescimento excessivo da Candida.

É preciso tomar bastante cuidado com a infecção por Candida, pois ela pode passar para o bebê, causando a candidíase oral. Isso pode gerar um ciclo de infecção e reinfecção entre a mãe e a criança.

Sintomas da candidíase mamária

Os sintomas da candidíase mamária variam de paciente para paciente. Confira, a seguir, as manifestações mais comuns:

  • Dor nos mamilos: sensação de dor, queimação ou desconforto nos mamilos, que pode surgir durante o ato de amamentar ou fora dele;
  • Sensibilidade: os mamilos podem ficar mais sensíveis ao toque;
  • Vermelhidão: a área ao redor dos mamilos e da aréola pode ficar vermelha e irritada;
  • Inchaço: pode surgir um edema (inchaço) na área afetada;
  • Descamação da Pele: a pele nos mamilos e ao redor da aréola pode descamar;
  • Coceira: algumas mulheres experimentam coceira na região mamária;
  • Dor profunda nos seios: além da dor nos mamilos, algumas mulheres podem sentir dor mais profunda nos seios.

Esses sintomas, entretanto, não são específicos. Em outras palavras, eles podem ser desencadeados por outras condições, como:

  • Dermatite de contato;
  • Ingurgitamento mamário;
  • Infecções bacterianas.

Portanto, se você estiver enfrentando algum desses sintomas, é fundamental procurar orientação médica para um diagnóstico adequado.

Diagnóstico da candidíase nas mamas

O diagnóstico da candidíase mamária é clínico, baseado nos sintomas que você relata ao seu médico e nos sinais identificados durante o exame físico. Geralmente, não é necessário nenhum exame complementar para confirmar a infecção.

Durante a anamnese, seu médico a questionará sobre as algumas características dos sintomas atuais, como:

  • Intensidade;
  • Duração;
  • Frequência;
  • Fatores de melhora e piora;
  • Sintomas associados.

Além disso, é importante conhecer seu histórico médico prévio, hábitos de vida e histórico familiar. Após a entrevista clínica, é feito o exame físico dos seios, que pode demonstrar inchaço, vermelhidão e sensibilidade ao toque. Também podem surgir linfonodos aumentados em algumas pacientes.

Tratamento da candidíase mamária

O tratamento geralmente envolve a aplicação de antifúngicos tópicos na área afetada. Em alguns casos, medicamentos antifúngicos orais podem ser prescritos. Além disso, é importante abordar fatores que possam contribuir para a infecção, como melhorar a higiene e cuidado com os mamilos, ajustar a técnica de amamentação e tratar comorbidades, se presentes.

É importante salientar que o aleitamento materno no próprio peito é permitido caso você esteja com candidíase mamária, preferencialmente no mamilo não afetado. Se a dor durante a amamentação for muito intensa, a ordenha do leite é uma opção interessante. Para evitar o ingurgitamento mamário, a expressão do leite é necessária mesmo que o bebê não esteja amamentando no peito.

Portanto, a dor nos seios e mamilos durante a amamentação, embora frequentemente benigna, pode indicar a presença de candidíase mamária. Esse fungo pode proliferar de forma descontrolada, especialmente em situações como rachaduras nos seios. Isso pode causar sintomas, como dor, sensibilidade, vermelhidão e descamação.

A avaliação clínica do quadro é geralmente suficiente para o diagnóstico. Já o tratamento envolve o uso de antifúngicos tópicos e, em casos mais graves, medicamentos orais.

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Prevenção do HPV: saiba mais sobre o assunto

O Papilomavírus Humano (HPV) é um grupo de vírus que inclui mais de 200 tipos diferentes, sendo que cerca de 40 deles são transmitidos pelo contato sexual. O HPV é uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns em todo o mundo. Existem dois grupos principais de HPV: os de baixo risco, que geralmente causam verrugas genitais, e os HPV oncogênicos, que estão associados a diversos tipos de câncer, incluindo o câncer do colo do útero.

A prevenção do câncer do colo do útero está fortemente ligada à prevenção do HPV e no diagnóstico precoce das lesões. As principais medidas de prevenção incluem: a vacinação, o uso de preservativos, as consultas médicas regulares e o Papanicolaou. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

Vacinas contra HPV

A vacina contra o HPV é uma das ferramentas de prevenção mais importantes, sendo muito eficaz para reduzir o risco de infecções pelos tipos mais preocupantes de HPV. Existem três tipos de vacina contra o HPV no Brasil:

  • Bivalente, a qual protege contra os HPV 16 e 18, que são responsáveis por grande parte dos casos em que a infecção evolui para lesões cancerosas;
  • Tetravalente, a qual imuniza contra os HPV 6, 11, 16 e 18, que oferece uma proteção adicional contra 2 tipos de HPV que causam infecções benignas na região genital e no ânus;
  • Nonavalente, que é eficaz contra infecções pelos tipos 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58. Essa vacina chegou ao Brasil recentemente, apesar de estar no mercado internacional há muitos anos. Ela também oferece imunidade contra outros tipos oncogênicos de HPV que causam câncer de colo do útero, de vulva, de vagina, de ânus e de faringe.

As vacinas funcionam por meio da estimulação da produção de anticorpos contra o HPV. Quando se ligam no vírus, os anticorpos impedem que eles entrem nas células, além de facilitar a destruição dos vírus por outras células imunológicas.

A vacina pode ser tomada por homens e mulheres de 9 anos de idade até os 45 anos. Para adolescentes entre 9 e 14 anos, o esquema vacinal é feito em duas doses, que devem ter um intervalo mínimo de 6 meses entre si. Acima de 14 anos, recomenda-se a vacinação em 3 doses: a segunda deve ser tomada 2 meses após a primeira, e a terceira é administrada 6 meses após a segunda.

Papel dos preservativos na prevenção do HPV

A principal forma de transmissão do HPV é o contato entre pele a pele, pele com mucosa ou mucosa com mucosa durante as relações sexuais. Assim, o preservativo também é uma importante fonte de proteção contra o HPV, pois reduz a superfície de contato disponível para a transmissão do vírus.

No entanto, como o vírus pode estar presente fora nas áreas ao redor dos órgãos genitais, os preservativos não são um método 100% eficaz contra infecções pelo HPV. Mesmo assim, ainda é uma ferramenta muito importante contra o HPV e outros microrganismos sexualmente transmissíveis.

A importância das consultas ginecológicas regulares

As consultas médicas regulares são fundamentais para identificar lesões causadas pela infecção pelo HPV:

  • As lesões benignas são geralmente macroscópicas, isto é, podem ser vistas ao olho nu. Podem surgir como lesões únicas com aparência de verruga (condilomas) ou múltiplas. Em alguns casos, diversos condilomas podem se agrupar e formar uma lesão com aparência semelhante a uma couve-flor na região genital ou do ânus;
  • As lesões malignas, por sua vez, são geralmente microscópicas. Em outras palavras, não são vistas facilmente ao olho nu. Para identificá-las, o médico pode utilizar instrumentos de ampliação óptica. No entanto, o principal método de rastreio de lesões microscópicas pelo HPV é o exame Papanicolaou (citologia oncótica de colo do útero).

A partir dos 25 anos, a paciente deve fazer o Papanicolaou. Os dois primeiros exames são feitos com um intervalo de um ano. Caso sejam negativos, a frequência passa a ser de 3 anos.

Papanicolaou

A evolução para câncer é lenta e progressiva. Por esse motivo, podemos utilizar testes para identificar lesões em estágios menos avançados. O exame de Papanicolaou é um procedimento ginecológico utilizado para detectar alterações nas células do colo do útero que possam indicar:

  • Displasia de baixo grau — são lesões com alterações celulares mais leves, as quais apresentam baixo risco de evolução para câncer;
  • Displasia de alto grau — caso não sejam tratadas, as lesões de baixo grau podem evoluir para a displasia de alto grau, que é pré-maligna. Elas apresentam uma chance significativa de evolução para um tumor maligno;
  • Carcinoma — representa a lesão cancerosa, que pode estar superficial (in situ) ou invasiva.

Portanto, o objetivo do Papanicolaou é tanto de prevenir a evolução de displasia para carcinoma quanto de identificar tumores malignos o mais precocemente possível

Durante o exame, a paciente é posicionada na mesa de exame ginecológico, e um espéculo é suavemente inserido na vagina para proporcionar uma visão clara do colo do útero. Em seguida, o profissional de saúde utiliza uma espátula e uma escova para coletar células da região do colo do útero. Essa amostra é enviada para análise laboratorial, onde as células são examinadas sob o microscópio para identificar qualquer anomalia.

Portanto, a prevenção do HPV é mais eficaz quando combinamos todas as estratégias acima. Com isso, é possível reduzir significativamente o risco de infecções e do câncer do colo de útero. Não deixe de conversar com seu ginecologista sobre esse tema tão importante para a saúde da mulher.

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