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Pré-eclâmpsia: veja como identificar

A pré-eclâmpsia é uma das complicações gestacionais mais frequentes, representando um perigo para a saúde da gestante e do bebê. Por esse motivo, geralmente demanda um acompanhamento no pré-natal de alto risco, com consultas e exames complementares mais frequentes.

Em sua manifestação mais comum, ela se caracteriza por pressão arterial elevada, presença de proteínas na urina e inchaço (edema) generalizado em face, pernas pés e mãos. Nem todas as mulheres apresentam esse quadro clássico, sendo possível a ocorrência de variações clínicas.

Ela pode se iniciar desde a 20ª semana até, mais raramente, o puerpério. O tratamento não é curativo, tendo como objetivo principal a prevenção de eventos negativos (parto prematuro ou morte fetal). Atualmente, a “única cura” para a pré-eclâmpsia é dar à luz, apesar da possibilidade de sua persistência no puerpério.

Quer saber mais sobre esse e outros temas? Acompanhe o nosso post!

O que é a pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é uma doença gestacional, isto é, ela surge e progride apenas em grávidas ou puérperas. Enfatizando, ela não ocorre em pacientes sem gestação recente ou atual. Caso uma mulher apresente os mesmos sintomas fora desse período, o diagnóstico será outro, como uma síndrome hipertensiva sistêmica.

A ciência ainda não elucidou todos os mecanismos envolvidos na doença. Sabemos que ela é uma doença multifatorial. Possivelmente, ela se origina na placenta, um órgão extra embrionário que faz as trocas de oxigênio e de nutrientes entre a mãe e o bebê.

Existe uma troca de informações constante entre as estruturas do embrião e o organismo da mulher por meio de hormônios, neurotransmissores e outras substâncias. Além disso, para sustentar essa nova vida em crescimento acelerado, o corpo da mulher passa por diversas modificações.

Um exemplo é o desenvolvimento de vasos no endométrio, o qual se comunica com os vasos da placenta. De acordo com os principais estudos sobre o tema, nas mulheres com pré-eclâmpsia esses vasos apresentam disfunções que impedem trocas adequadas.

Eles são mais estreitos e reagem de maneira diferente à sinalização hormonal, o que limita a quantidade de sangue que pode fluir por eles. Como reação à ameaça de redução do suprimento de oxigênio ao feto, são liberadas substâncias com a finalidade de aumentar a pressão sanguínea da gestante. Entretanto isso acaba se tornando um processo patológico.

Como identificar?

Ao contrário de muitas doenças, a pré-eclâmpsia geralmente é assintomática (sem nenhum sintoma). Portanto, a principal forma de identificá-la é a realização de avaliações periódicas, as quais envolvem:

  • Aferição da pressão arterial em todas as consultas pré-natais;
  • Exames de urina no primeiro, segundo e terceiro semestre de gravidez.

Muitas mulheres acreditam que a pressão arterial elevada manifesta sintomas, como dor de cabeça. Isso é um equívoco, uma vez que, na maioria das vezes, ela é assintomática.

Então, a elevação da pressão arterial é usualmente o primeiro sintoma a se manifestar. Para confirmar a pré-eclâmpsia é necessário a avaliação da presença de proteínas na urina ou de edema generalizado.

Quando manifesta algum sintoma, a gestante com pré-eclâmpsia pode apresentar:

  • Dores de cabeça severas;
  • Perda temporária, visão embaçada ou sensibilidade à luz;
  • Dor abdominal superior, geralmente sob as costelas do lado direito;
  • Náusea ou vômito;
  • Diminuição da produção de urina;
  • Falta de ar, causada por líquido nos pulmões (edema pulmonar).

O agravamento ou o surgimento súbito e intenso desses sintomas devem ser vistos como uma urgência pela gestante, que deve buscar avaliação médica o quanto antes.

A partir da identificação da pré-eclâmpsia a mulher inicia um pré-natal de alto risco, no qual consultas mais frequentes são realizadas e outros exames requisitados. É preciso estar atenta a sinais de comprometimento grave, como:

  • Sinais de piora da função renal;
  • Comprometimento do funcionamento do fígado (função hepática);
  • Queda no número de plaquetas no sangue (trombocitopenia).

Essas alterações são identificadas em exames laboratoriais frequentes.

Como tratar?

Como dissemos, o tratamento definitivo da pré-eclâmpsia é o parto. Depois dele, os níveis hormonais tendem a se normalizar.

Anti-hipertensivos podem ser utilizados para manter os níveis pressóricos dentro dos seguros para a saúde materna. Todavia essa é uma medida preventiva, que não cura a pré-eclâmpsia.

Diante da evidência ou de riscos de complicações mais graves (eclampsia e síndrome HELLP) ou comprometimento fetal, pode ser necessário realizar a antecipação do parto. Quando for possível um parto eletivo, a gestante iniciará um tratamento com corticoides para auxiliar na maturação dos pulmões do bebê.

Diante do que vimos acima, a pré-eclâmpsia é uma condição que merece um cuidado muito atento durante toda a gestação. Um bom pré-natal e um parto humanizado são outras medidas essenciais para preservar a saúde materno-fetal. Neles, a gestante será vista em toda sua integridade biopsicossocial e tratada de acordo com as melhores evidências científicas.

Quer saber mais sobre a pré-eclâmpsia, seus fatores de risco e como é feito o acompanhamento longitudinal? Confira este texto completo sobre o tema!

Parto normal humanizado: o que é?

O parto normal humanizado é um desejo de muitas mulheres, mesmo que elas não tenham esse conceito claro em sua mente. Afinal, a humanização se refere ao respeito ao protagonismo e à autonomia da mulher, assim como ao uso das melhores técnicas baseadas nas mais atuais evidências científicas, que são individualizadas caso a caso. Portanto, não apenas o parto normal, mas todos os tipos de parto podem ser humanizados.

Quer saber mais sobre esse tema? Confira o nosso post até o final!

O que é parto normal humanizado?

Para que você entenda o parto normal humanizado, é preciso compreender o que cada palavra desse conceito significa:

  • Parto: é o termo utilizado para se referir ao processo de retirada de um feto de dentro da cavidade uterina. Essa saída pode acontecer pela via natural (vagina da gestante) ou por uma via artificial, criada pelo cirurgião-obstetra, sendo a cesariana a técnica mais amplamente utilizada;
  • Normal: o termo normal, apesar de ser o mais utilizado, não é o mais preciso tecnicamente para se referir ao parto vaginal. Afinal, ele passa a impressão de que, nos outros, não há nenhuma complicação durante a sua ocorrência, mas elas podem acontecer. Quando há algum evento que coloca em risco a saúde do bebê ou da mãe, há a necessidade de intervenções médicas para facilitar a passagem do bebê. Nesse caso, dizemos que foi um parto normal assistido;
  • Um parto normal também pode ser natural, isto é, não há nenhuma intervenção médica artificial no processo, como procedimentos invasivos ou administração de medicações;
  • Humanizado: os conceitos do parto humanizado foram criados a fim de evitar os excessos de intervenções médicas durante o parto, a violência obstétrica e a alienação da mulher de um processo que deveria ser especialmente seu. Portanto, abrange todo o parto que obedece a alguns princípios básicos, que, em um cenário ideal, deveriam estar presentes em todas as ocasiões. Eles são o protagonismo da mulher, a individualidade biopsicossocial e a medicina baseada em evidências.

Ou seja, o parto normal humanizado é aquele em que você sente que a decisão pela via vaginal foi sua e não do médico. Você se sente acolhida, segura, participante e respeitada durante a condução de processo.

Quais são os fundamentos do conceito?

Veja quais são os fundamentos do parto humanizado!

Protagonismo da mulher

Esse é o alicerce do parto humanizado! O parto deixa de ser visto predominantemente como um procedimento médico e passa a ser um momento seu. Então, a todo o momento, você será incentivada a se apropriar do próprio parto e expressar os seus desejos sobre os aspectos do nascimento.

Individualidade biopsicossocial

Cada paciente e cada gestação são únicas, devendo o parto ser personalizado (individualizado):

  • Biologicamente: cada mulher e cada feto têm características físicas e uma história de saúde próprias, as quais devem ser avaliadas para planejar o parto. Por isso, dizemos que nenhum parto é igual ao outro;
  • Psicologicamente: as emoções, o estado de saúde mental, a personalidade, suas expectativas e outros fatores psíquicos devem ser sempre levados em consideração no planejamento do parto;
  • Cultural e socialmente: o contexto sociocultural da mulher, como as crenças religiosas e a condição financeira, são também pontos importantes para o processo de tomada de decisão compartilhada.

Medicina baseada em evidências

Todos os procedimentos são indicados e conduzidos dentro das indicações com eficácia e segurança comprovada pelos estudos técnico-científicos. Após avaliação crítica das melhores e mais atuais evidências, ele individualiza as evidências ao seu caso para elaborar um plano terapêutico personalizado.

Com isso, evita-se a realização de intervenções com benefício controverso, mas que são mantidas apenas pela crença ou pelo hábito do médico.

Como o parto normal humanizado é realizado?

O primeiro passo é a educação em saúde para o empoderamento da mulher. Ou seja, em vez de tomar as decisões pela gestante, o médico vai explicar as opções disponíveis para cada momento do processo de parto, seus riscos e seus benefícios.

Mais do que isso, vai buscar garantir que a gestante esteja entendendo o que ocorrerá em cada momento do parto. Também vai conversar sobre os direitos legais da gestante para que você possa reivindicar sempre a sua autonomia.

Depois desse processo, as decisões sobre o parto serão compartilhadas. É uma construção feita durante todo o pré-natal e que pode resultar na confecção de um plano de parto, um documento com valor legal em que você deixa claras as suas escolhas, que deverão ser acatadas pelos médicos. Veja algumas informações que esse plano poderá conter no parto normal:

  • Se você deseja intervenções médicas para controle da dor (analgesia e anestesia);
  • Um acompanhante para o processo de parto;
  • Contato pele a pele com o bebê após o nascimento;
  • Autorização para a realização de procedimentos interventivos, como a episiotomia.

Portanto, o parto normal humanizado deve ser a regra, não a exceção. Infelizmente, ainda há muitos profissionais que não reconhecem a sua importância para as gestantes.

Se você se identificou com o que falamos aqui, é muito importante que converse com o obstetra que acompanhará sua gestação para ver se ele compartilha a sua visão. Esse é o primeiro passo para a construção de uma relação médico-paciente em que você se sentirá segura e acolhida.

Quer saber mais sobre o parto humanizado? Confira nosso texto sobre o assunto!

Por que humanizar o parto?

Humanizar o parto é uma necessidade no cenário obstétrico brasileiro atualmente. Idealmente, esse assunto não deveria sequer ser um tema discutido, pois todo o parto deveria seguir os princípios da medicina humanizada. Contudo, no Brasil, a violência obstétrica se tornou uma epidemia, tornando necessária uma discussão permanente e a conscientização das gestantes sobre o tema.

A humanização do parto, portanto, surge em um contexto em que a violência obstétrica se tornou um grande problema de saúde pública. Muitas mulheres têm sua autonomia e integridade física/psíquica comprometida durante o parto, além de serem submetidas a procedimentos considerados desnecessários em muitos casos pelas atuais evidências científicas.

Dentro do parto humanizado, a gestante recupera o seu protagonismo e os sentidos originais do nascer ganham destaque. Por esse motivo, neste texto vamos explicar para as gestantes quais são os princípios do parto humanizado e a sua importância para elas. Ficou interessada? Acompanhe até o final!

O que é um parto humanizado?

Para compreender o parto humanizado, você deve entender também o que é a humanização que deve ser aplicada em toda e qualquer especialidade.

  • Autonomia do paciente: com exceção de situações de urgência e emergência de riscos contra a vida, o médico deve respeitar as decisões dos pacientes sobre o próprio corpo;
  • Beneficência: o profissional deve buscar empregar os tratamentos com maior benefício para os seus pacientes;
  • Não-maleficência: as decisões médicas devem buscar o menor risco de danos para a saúde do paciente;
  • Exercício da medicina em prol da saúde do ser humano e da coletividade: a medicina não deve ser vista como um comércio. O foco das equipes deve ser a saúde das pessoas, e não a produtividade ou os lucros;
  • Medicina baseada em evidências: o médico tem o dever de se aprimorar continuamente e “usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente”.

Todos esses princípios estão expressos no Código de Ética Médica. Entretanto, nos partos, veremos que eles frequentemente eram desrespeitados em ações de violência obstétrica, como:

  • Ofensas e humilhações à gestante;
  • Proibição de um acompanhante para a gestante durante o parto;
  • Realização de episiotomias, induções de parto e outras intervenções em situações desnecessárias;
  • Dificultar o contato da gestante com o bebê logo após o parto;
  • Desrespeito às complexas emoções que a gestante tem durante o nascimento.

Por isso, foram desenvolvidos alguns “humanizar o parto” para deixar claros como os princípios da medicina humanizada se aplicam também nesse momento. Eles são:

  • Protagonismo da mulher, que tem direito a decidir sobre as ações do parto e sua ambientação, desde que não coloque em risco a própria saúde ou a do bebê;
  • Individualidade biopsicossocial, em que a gestação é vista como o momento de diversos indivíduos dentro das especificidades anatômicas, fisiológicas, patológicas, culturais, sociais, familiares e econômicas;
  • Utilização da medicina baseada em evidências aplicada individualmente a cada caso, tendo em vista dos riscos e benefícios dos atos médicos.

Por que é fundamental humanizar o parto?

Nesse sentido, a seguir faremos um comparativo de como um parto é conduzido dentro dos princípios da humanização e de quais ações podem desumanizá-lo.

Recuperar os sentidos do nascer

No parto humanizado, o nascer é visto como um momento de vínculo e de memórias entre pessoas, com foco especial no vínculo da mãe com o bebê.

O parto é visto como um procedimento médico hospitalar, reduzido à sua técnica, não sendo planejado para criar memórias e momentos para o fortalecimento dos vínculos.

Ações para humanizar o parto Ações que podem desumanizar o parto
Compartilhar as decisões médicas com a gestante ou explicar detalhadamente eventuais procedimentos de urgência;

Criar um ambiente de acolhimento e de memórias positivas;

Oferecer um contato precoce da gestante com o bebê, preferencialmente pele a pele quando possível.

Negar a presença de um acompanhante;

Adiar o contato da mãe com o bebê sem uma justificativa médica;

Deixar a gestante alheia ao que está ocorrendo no processo de parto.

 

 

Devolver o protagonismo da mulher

A mulher é a grande protagonista do parto. Todas as ações são pensadas para garantir seu bem-estar e, sempre que possível, as decisões são tomadas por ela. Já a desumanização pode ocorrer quando a equipe de saúde e o médico se veem como as figuras centrais do parto.

Ações para humanizar o parto Ações que podem desumanizar o parto
Respeito às decisões da parturiente quando não houver risco à saúde dela ou de seu bebê;

Ter uma excelente comunicação com a gestante;

Integrar a gestante à equipe de saúde para que ela se sinta acolhida em todos os momentos.

O médico toma as decisões sem consultar a gestante ou mesmo explicar suas ações e seus potenciais impactos;

Procedimentos são realizados sem avaliar as complicações que eles podem trazer para a mulher desde o momento imediato até o longo prazo (como sequelas funcionais);

Não há uma boa comunicação da equipe com a gestante. Em alguns casos, a paciente pode ser inclusive hostilizada, ofendida ou humilhada pelos profissionais.

 

 

Buscar a individualização do parto

O parto deve ser planejado levando em consideração todo o contexto da vida da gestante, tendo em vista suas características:

  • Biológicas: doenças preexistentes, histórico familiar de doenças, complicações gestacionais atuais ou anteriores, a anatomia de cada corpo, assim como a posição, a apresentação e outras características atuais da gestação;
  • Psíquicas: as emoções, as sensações, os sentimentos e os sentidos da gestante, assim como seus hábitos de vida e as suas expectativas em relação à gestação;
  • Social: cultura, religião, condições financeiras, relação com a família.

Dentro deste princípio, ações que reduzem a mulher e o bebê a seu corpo, sem considerar toda a complexidade humana, desumanizam o parto.

Ações para humanizar o parto Ações que podem desumanizar o parto
Fazer um bom pré-natal;

Elaboração de um plano de parto;

Avaliar as condições emocionais da gestante durante o parto;

Respeitar as crenças da mulher.

Não oferecer à gestante um pré-natal adequado;

O médico não levar em consideração todas as informações colhidas no pré-natal ou as escolhas feitas no plano de parto;

A equipe ou o médico insistirem em um tipo de parto ou de procedimento que podem provocar danos ou piorar as condições de saúde da gestante;

Realizar procedimentos que ofendem a cultura ou a religião da mulher.

 

É importante ressaltar que não existe escolha por um parto humanizado ou não-humanizado. Pela lei e pelas normas da medicina, humanizar o parto é um dever do médico. Nesse sentido, os seus princípios devem estar presentes em todos os tipos de parto seja ele natural, normal ou cesariana.

Quer saber mais sobre o tema? Confira este texto bem completo!

Pré-eclâmpsia: saiba mais sobre a condição

A gestação desencadeia uma série de modificações no organismo da mãe para que ele seja capaz de abrigar e nutrir o feto. Na maioria dos casos, esses processos não desencadeiam nenhuma condição grave. Porém, algumas mulheres podem desenvolver doenças gestacionais preocupantes, como a pré-eclâmpsia.

Por isso, a mulher deve estar sempre atenta ao próprio corpo para entender os processos que são habituais e diferenciá-lo dos sinais de alerta de complicações. Associado a isso, o acompanhamento pré-natal permite a identificação precoce, o tratamento e a prevenção de diversas condições. Quer saber mais? Acompanhe!

A pré-eclâmpsia e o pré-natal

Atualmente, as gestações são divididas em três grupos de acordo com os riscos de desfechos negativos para a gestante e o feto. A frequência e a complexidade do acompanhamento pré-natal serão individualizadas para cada gestante:

  • risco habitual — podem ser realizados com consultas mais espaçadas em consultórios. Geralmente, serão seis a nove;
  • moderado risco — a frequência de consultas será individualizada de acordo com as especificidades de cada gestação;
  • alto risco — as chances de complicações materno-fetais são elevadas. Por isso, precisam ser conduzidas por ginecologistas-obstetras com o suporte de centros especializados.

Lembre-se de que a gravidez é dinâmica, então a classificação de risco pode mudar de acordo com o que o(a) médico(a) encontrar em cada consulta.

A pré-eclâmpsia é uma das principais condições que levam à evolução gestações evoluíram para o alto risco. Ela é específica da gravidez, originando-se devido a alterações de implantação produzidas na placenta. Com isso, há a alteração da dinâmica da circulação, o que pode levar a complicações bem graves.

Pré-eclâmpsia e eclampsia

No entanto, ela pode passar muito tempo sem manifestar nenhum sintoma, sendo percebida pela mulher quando já causou repercussões negativas na gestação. Por isso, o acompanhamento médico é essencial. Por meio dos exames físico e laboratoriais, podem-se identificar sinais ocultos da pré-eclâmpsia, cujos critérios para diagnóstico são:

  • surgimento das manifestações após a 20ª semana de gestação. Antes disso, a placenta ainda não está desenvolvida a ponto de provocar a doença;
  • pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou diastólica maior ou igual a 90 mmHg em pacientes que não apresentavam hipertensão previamente.

Eles devem estar associados à perda de proteínas pela urina nos testes laboratoriais e/ou disfunções maternas e/ou disfunções placentárias.

Disfunções maternas mais frequentes

Elas são causadas pela ação das substâncias placentárias que provocam alterações vasculares:

  • queda recente do número de plaquetas ao hemograma (< 100.000/dL);
  • insuficiência renal;
  • disfunção hepática;
  • edema pulmonar e/ou alterações cerebrais e cerebrais;
  • Disfunções placentárias;
  • restrição do crescimento geral assimétrico;
  • redução do volume de líquido amniótico;
  • alterações na artéria umbilical na ultrassonografia obstétrica com doppler.

Muitas gestantes se equivocam ao associar a pré-eclâmpsia a um estágio inicial e menos grave da eclâmpsia. Com isso, podem a subestimar. Isso está incorreto, pois a pré-eclâmpsia:

  • é uma condição que provoca resultados negativos, independentemente da sua evolução;
  • pode ainda complicar para outras síndromes, além da eclâmpsia, como a síndrome HELLP.

Eclâmpsia

Uma crise de eclâmpsia é precedida por sinais e sintomas bem característicos, conhecidos como iminência de eclâmpsia:

  • pressão arterial elevada;
  • dor de cabeça;
  • dor na região central e lateral ao estômago;
  • escotomas cintilantes.

Caso a gestante apresente três desses sintomas, deve procurar um centro de urgência imediatamente para impedir a progressão para eclâmpsia. Já eclâmpsia se caracteriza por uma crise convulsiva em gestantes já diagnosticadas com a pré-eclâmpsia. Isso pode levar a lesões cerebrais gravíssimas na mulher por edema cerebral.

Por fim, uma complicação ainda mais grave é a síndrome HELLP, em que vários sistemas orgânicos ficam acometidos.

Conduta após o diagnóstico da pré-eclâmpsia

Depois de a pré-eclâmpsia ter sido identificada, a gestação precisa ser conduzida com extremo cuidado.

Classificação de risco e investigação funcional geral

Assim que o diagnóstico de pré-eclâmpsia é feito, o primeiro passo é reclassificar aquela gestação para alto risco. Com isso, a grávida será acompanhada com maior frequência, além de passar por avaliações complementares focadas em sua condição.

A seguir, ela é encaminhada para um hospital obstétrico, pois, devido aos riscos de complicações, é muito arriscado deixá-la ir para a casa.

No, requisitam-se exames para avaliar a funcionalidade dos órgãos mais comumente alterados pela disfunção vascular da doença. Assim, podemos localizar lesões precocemente e ter um primeiro parâmetro para avaliar a evolução da doença. Além disso, serão monitoradas as condições fetais a fim de identificar um possível sofrimento intraútero.

Os resultados desses exames permitirão a avaliação da gravidade da pré-eclâmpsia:

  • leve — ausência de sinais de gravidade;
  • grave — evidência de lesão ou disfunção orgânica significativa.

A conduta será diferente em cada um desses casos.

Pré-eclâmpsia leve

O médico avaliará se a gestante preenche alguns dos critérios de antecipação de parto devido ao alto risco de deterioração da sua saúde ou de sofrimento fetal. A gestante será liberada e poderá fazer o acompanhamento da gestação no pré-natal de alto risco com consultas semanais.

Nos casos leves, não há indicações de medicamentos para uso doméstico. Se ela já estiver com uma gestação com idade superior a 40 semanas, a antecipação do parto estará indicada.

Pré-eclâmpsia grave

Na evidência de gravidade, a conduta dependerá da idade gestacional. Se for igual ou superior a 34 semanas, iniciam-se os procedimentos para a interrupção da gravidez imediatamente.

Antes desse período ela precisará ser preparada para a interrupção com medicamentos que reduzem os riscos para ela e o bebê. A paciente ficará internada até que o período inicial do puerpério, no qual ainda podem ocorrer algumas complicações.

Enquanto isso, ela receberá o sulfato de magnésio para prevenir convulsões e anti-hipertensivos, caso sua pressão arterial esteja em níveis muito altos. Os corticoides são administrados para auxiliar na maturação pulmonar do feto e reduzir complicações neonatais.

Para a prevenção e tratamento de doenças, como a pré-eclâmpsia, o pré-natal é essencial. Mesmo que você esteja atenta, há sinais que somente podem ser precedidos por uma avaliação completa detalhada. As consequências podem ser graves, demandando um acompanhamento precoce e frequente.

Quer saber mais sobre a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia? Então, confira nosso post sobre o assunto!

Pré-natal: veja quais são os exames de rotina do 1º trimestre

O pré-natal certamente é a principal ação para que uma gestação evolua da melhor forma possível, preservando a saúde da mãe e do futuro bebê. Nele, a gestante será periodicamente por um médico, que adotará tanto medidas padronizadas para todos os casos quanto individualizados.

Nesse sentido, os exames do 1º trimestre são essenciais para evitar frequentes de eventos adversos, como abortamentos, malformações fetais e partos prematuros.

Se você ficou interessada no assunto, não deixe de ler o post até o final!

O que é o pré-natal? Por que ele é dividido em trimestres?

O pré-natal é o acompanhamento clínico-obstétrico longitudinal durante uma gestação. Em outras palavras, um mesmo profissional ou uma equipe serão responsáveis por avaliar frequentemente as gestantes.

Além de avaliar o seu bem-estar e a saúde materno-fetal, busca-se criar um vínculo médico-paciente para que todo o processo gestacional seja satisfatório, saudável e gratificante para a mãe.

Além disso, as consultas e a avaliação dos resultados dos testes laboratoriais serão importantes para outras metas, como:

  • tirar as dúvidas da mãe e de sua família para que todos se sintam mais seguros;
  • fornecer medidas preventivas de doenças materno-fetais;
  • avaliar o risco daquela gestação com base nas melhores evidências médicas sobre a prevenção de complicações;
  • tratar precocemente doenças com implicações gestacionais;
  • planejar um parto mais humanizado e individualizado, entre outros.

O pré-natal é dividido em trimestres devido aos fenômenos típicos de cada fase de desenvolvimento gestacional:

  • no primeiro trimestre, o feto e os seus anexos (placenta e saco gestacional) ainda estão se desenvolvendo dentro do útero. Por isso, até 12 semanas de gestação as perdas gestacionais são chamadas de abortos, visto que ainda não há um feto formado e sim um embrião sem condições de sobrevida extra útero. Ademais, o desenvolvimento e o crescimento do feto são bastante acelerados. Então, a maioria das malformações  ocorre nesse período;
  • no segundo trimestre, que seria até 24 sem, o feto já se instalou e seus anexos interagem mais com o organismo materno. Por isso, as doenças gravídicas mais frequentes, como a pré-eclâmpsia e a diabetes gestacional, começam a surgir;
  • por fim, no terceiro trimestre, os corpos da mulher e do feto começam a se preparar para o nascimento. Nessa fase, serão importantes o planejamento do parto e a redução de risco de partos prematuros.

Os exames do pré-natal do 1º trimestre

O pré-natal se inicia com a primeira consulta, a qual deve ser realizada preferencialmente nas 12 primeiras semanas de gestação. Nela, serão requisitados os exames tão essenciais que são direitos de toda a mulher no Brasil. Afinal, reduzem os riscos de:

  • morte ou adoecimento da mulher grávida;
  • abortamentos espontâneos;
  • desenvolvimento de malformações fetais;
  • surgimento de condições psíquicas, como a ansiedade e a depressão.

Quanto mais cedo os testes forem realizados dentro dos prazos preconizados, melhor será o prognóstico da gestação. No mínimo, a lista do primeiro semestre deve incluir:

Hemograma

A contagem das células do sangue é importante para identificar doenças que podem comprometer o desenvolvimento gestacional, como a anemia e as hemorragias.

Tipagem sanguínea

Os glóbulos vermelhos apresentam moléculas superficiais que podem ser atacadas pelo sistema imunológico. Se a gestante e o feto tiverem tipos sanguíneos incompatíveis, ocorrerá tentativa de eliminar as hemácias.

As tipagens que trazem complicações mais frequentes são o sistema ABO e o RhD, que devem ser pedidos sempre que a mãe e o pai apresentarem incompatibilidade ou seu tipo sanguíneo não for conhecido.

Testes para diagnóstico de infecções

Obrigatoriamente, o pré-natal deverá incluir exames diagnósticos para as seguintes infecções:

  • sorologia para HIV — a identificação precoce permite o planejamento da gestação para evitar a transmissão do vírus para o bebê;
  • sorologia para sífilis — são as principais causas de malformações fetais, além de estarem relacionadas ao abortamento espontâneo e ao parto prematuro;
  • sorologia IgM e IgG para toxoplasmose — a doença também associada a malformações. Os exames permitem saber se a mulher apresenta(ou) a doença durante a gestação, se é imunizada devido a contatos passados ou se é susceptível;
  • sorologia para hepatite B e C — além de identificarem a presença dessas doenças, podem avaliar a imunidade contra os seus vírus;
  • HBsAg — identifica a presença de partículas virais no sangue. Quando está positivo, demonstra uma infecção ativa.

Com o surgimento dos testes rápidos, os exames para identificar possíveis casos de sífilis ou de HIV podem ser realizados no consultório obstétrico logo na primeira consulta. Além desses exames padronizados, o médico poderá requisitar sorologias para a avaliação de condições, como rubéola e o HTLV.

Glicemia de jejum

Será importante para avaliar a presença de diabetes prévia e para conhecer o metabolismo da mulher antes de maiores influências da gestação.

EAS e urocultura

As infecções urinárias, mesmo que assintomáticas, causam diversas complicações para a gestação, como:

  • abortamento espontâneo;
  • rotura prematura de membranas;
  • trabalho de parto prematuro;
  • infecção no cordão umbilical e na placenta (corioamnionite);
  • ao baixo peso ao nascer;
  • à infecção neonatal;
  • infecção generalizada (septicemia) materna.

Portanto, o pré-natal bem feito, com a realização de todos os exames de rotina do 1.º trimestre, melhora o prognóstico durante e depois da gestação. Ele deve ser realizado por um(a) médico(a) que vai acolhê-la e permitir que o todo processo seja o mais satisfatório e seguro quanto possível.

Quer saber mais sobre os exames que são realizados durante todo o pré-natal? Confira este nosso post completo sobre o assunto!

Parto natural: o que é e como é feito?

Afinal, o que é o parto natural? A medicina evoluiu muito com os desenvolvimentos farmacológicos e cirúrgicos feitos nas últimas décadas. Eles trouxeram grandes avanços sociais, como queda das taxas de mortalidade de várias condições e o aumento da expectativa de vida.

Devido ao otimismo gerado, ela passou a ter um papel cada vez maior no cotidiano, — que nem sempre é benéfico. Por isso, é necessário falar sobre o parto natural.

A cada dia, descobrimos mais efeitos negativos dos excessos de intervenção médica, um processo que chamamos de medicalização da vida. Por isso, a medicina intervencionista precisa ter seu espaço redimensionado para que possamos recuperar a dimensão humana do cuidado com a saúde.

Afinal, as intervenções médicas fora de critérios estabelecidos cientificamente podem prejudicar mais do que ajudar. Quer entender melhor? Acompanhe!

O que é o parto natural?

Na obstetrícia, vemos muito isso. Por exemplo, o processo espontâneo de parto natural começou a ser temido pelas mulheres devido ao medo da dor. Assim, partos vaginais assistidos e cesarianas se tornaram uma regra, em vez da exceção. Uma experiência natural e benéfica perdeu seu sentido original e passou a ser vista como algo que precisa ser remediado. Com isso, surgem também vários riscos.

O parto natural é aquele que ocorre sem nenhuma intervenção médica artificial: nenhum procedimento invasivo e nenhum medicamento é utilizado. O processo apenas pode ser facilitado por manobras manuais, posições especiais e pela movimentação da gestante.

Como ele é feito?

O parto é um fenômeno complexo, que envolve questões físicas, psicológicas, sociais e culturais.

  • pré-natal — todas as condições da gestante e do feto são avaliadas para planejar um parto natural seguro;
  • preparação emocional — o obstetra vai trabalhar estratégias de enfrentamento psíquico da dor. A sensação física é inevitável, mas o sofrimento causado por ela pode ser reduzido com algumas estratégias, como a aceitação;
  • um plano de parto — no qual a mulher expressa todas as suas vontades e expectativas para o momento. A equipe obstétrica deverá respeitá-lo;
  • ambientação da sala de parto — toda a atmosfera do local de parto será preparada com iluminação, temperatura e sons que reduzem a ansiedade do momento;
  • medidas e manobras físicas — a facilitação do parto é feita com os mecanismos naturais do corpo, os movimentos e a respiração;
  • protagonismo da mulher — grande parte das manobras serão feitas pela própria gestante. Mesmo que manual, a intervenção da equipe de assistência será mínima.

Diferenças entre o parto normal e o parto natural

O parto normal é um conceito mais amplo, que abrange todo o nascimento pela via vaginal. Apesar de ser muito benéfico, algumas intervenções artificiais ainda podem ser feitas nele, aumentando os riscos de eventos adversos (em curto e longo prazo). Portanto, não podemos confundir o parto natural com algumas modalidades de parto normal, como:

Parto normal intervencionista (ou assistido)

O intervencionista ocorre quando há ações artificiais, como indução por medicamentos, anestesia, analgesia, episiotomia, entre tantas outras. Mesmo a administração de medicamentos seguros e muito utilizados, como o dipirona e o paracetamol, potencialmente interferem nos complexos mecanismos do parto.

Parto normal induzido

O parto é resultado de uma série de processos fisiológicos, como as contrações do útero acompanhadas da abertura e do afinamento do colo uterino. Esses fenômenos desencadeiam e são desencadeados por complexas alterações químicas e estruturas no organismo. Elas podem acontecer naturalmente (parto espontâneo) ou serem provocadas por médicos (parto induzido).

Portanto, parto normal não é sinônimo espontâneo ou natural. Afinal, também pode ser induzido e intervencionista. Por sua vez, todo o parto natural deve ser normal e espontâneo, conduzido exclusivamente pelos mecanismos próprios do corpo da mulher.

Quais os riscos dos partos assistidos?

Muitas mulheres acreditam que apenas a cesariana é um risco, mas outros tipos de assistência intervencionista ao parto normal também são. As consequências negativas podem ser desencadeadas mesmo em tratamentos seguros habitualmente, como o controle da dor com analgésicos.

Assistência por procedimentos invasivos

Há um significativo aumento de risco às seguintes complicações:

  • lesão nos músculos anais devido à episiotomia, à extração a vácuo ou a fórceps;
  • hemorragias e necessidade de transfusão de sangue;
  • infecções locais, pélvicas e intrauterinas;
  • dor vaginal intensa;
  • experiência negativa no parto;
  • disfunções intestinais pós-parto;
  • incontinência urinária;
  • incontinência fecal;
  • hemorroidas;
  • disfunções sexuais;
  • transtorno do estresse pós-traumático.

No bebê, podem ocorrer lesões cerebrais (baixo risco) ou na face (risco moderado).

Assistência medicamentosa

Apesar de ser muito segura, a anestesia pode causar complicações maternas (pressão baixa e dor de cabeça) e alterar o comportamento dos bebês (irritação e menor responsividade à mãe) no primeiro mês de vida.

Benefícios do parto natural

Durante o parto natural, ocorre a liberação de endorfina, um neurotransmissor relacionado ao controle da dor e à sensação de bem-estar. Por isso, quando olham para trás, muitas mulheres relatam que não mudariam sua escolha para um parto cirúrgico. Já os bebês se tornam mais responsivos à conexão com a mãe e menos irritados nos primeiros meses de vida.

Além disso, os estudos que comparam o parto natural com a cesariana e os normais intervencionistas mostram que eles apresentam:

  • riscos aumentados de endometrite, necessidade de transfusão e pneumonia;
  • um maior tempo de internação;
  • uma maior chance re-hospitalização no período de recuperação do parto.

Hoje em dia, sabemos que uma menor intervenção médica é mais vantajosa para a mãe e para o recém-nascido. Afinal, interferimos em algum ponto do complexo equilíbrio corporal. Portanto, o parto natural é uma tendência com cada vez mais aceitação pelas mulheres, pois está baseada nas melhores evidências científicas e permite uma vivência dos sentidos do nascer.

Quer saber mais sobre o parto natural e o seu planejamento? Então, não deixe de conferir este nosso post completo sobre o tema?

Parto normal: veja todos os benefícios

Com a evolução da gestação, uma das principais dúvidas das mulheres diz respeito à melhor forma de nascimento para a saúde dela e do bebê. Pelas evidências científicas atuais, os maiores benefícios e os menores riscos do parto normal fazem com que ele seja a melhor opção em grande parte das mulheres.

Muito utilizada no Brasil, a cesariana é um procedimento cirúrgico hospitalar, que intrinsecamente apresenta riscos. Ela será essencial quando o nascimento pela via vaginal não é possível, oferece risco à saúde materno-fetal ou pode trazer complicações para a paciente. Nesses casos, ela salva vidas e melhora a qualidade de vida no futuro, mas, nos demais, ela deve ser evitada.

Em qualquer que seja o método, é fundamental que ela ofereça uma experiência positiva e gratificante para a gestante. Por isso, é preciso que ela se torne a protagonista da tomada de decisão. Consequentemente, a informação é essencial para que você, gestante atual ou futura, sinta-se mais segura e tranquila. Então, acompanhe o nosso post!

Parto normal x parto cesariana

O parto normal é todo aquele que ocorre pela vagina, sendo também chamado de “vaginal”. Essa é a única via natural do nosso corpo para o nascimento. Ele se diferencia dos partos cirúrgicos, quando uma intervenção médica cria um canal artificial para a passagem do bebê. Idealmente, deveriam ser a exceção, reservados à impossibilidade ou aos riscos de complicações da via vaginal.

A cesariana é a principal técnica cirúrgica utilizada na obstetrícia. Nela, após receber medicamentos anestésicos potentes, são feitos cortes na pele da pelve e na parede do útero para a retirada da criança. Isso traz consequências para a mulher e para a criança:

  • apesar de ser muito segura, a anestesia pode causar complicações maternas (pressão baixa e dor de cabeça) e alterar o comportamento dos bebês (irritação e menor responsividade à mãe no primeiro mês de vida);
  • o bebê não é exposto a hormônios e outras substâncias que estimulam o seu amadurecimento após o nascimento;
  • no período de recuperação, há uma inflamação intensa que altera as funções corporais, o que pode ter repercussões permanentes;
  • infelizmente, a cesariana se tornou muito mais comum do que seria saudável para a nossa população de gestantes.

Portanto, todo o parto é um processo multidimensional, que envolve aspectos físicos, emocionais, bioquímico, culturais e psíquicos. Todavia os mecanismos de algumas modalidades de parto trazem resultados mais positivos do que os outros em gestações habituais.

Riscos da cesariana x riscos do parto normal

Durante a execução da cesariana, vários eventos imprevistos podem ocorrer, — por mais que o médico seja capacitado e tenha seguido as melhores práticas.

Mesmo que tudo transcorra bem, a recuperação cirúrgica da cesariana exige que a mulher seja observada em ambiente hospitalar. Com isso, fica exposta aos riscos das internações, como as infecções.

Por fim, o próprio processo de recuperação pode desencadear complicações em curto, médio e longo prazos. Confira a seguir!

Riscos para a mãe durante e depois do parto

  • retirada de emergência do útero;
  • infecções pós-parto;
  • dor generalizada ou no local do corte;
  • insatisfação com a experiência do parto;
  • menor contato com o bebê;
  • disfunções psíquicas, como depressão e ansiedade.

Ao longo dos anos, há um risco moderado de desenvolvimento de dor pélvica crônica e de obstrução intestinal.

Riscos para a saúde reprodutiva da mãe

Se você deseja novas gestações, uma cesariana pode ter consequências bastante negativas para a saúde reprodutiva, aumentando o risco de:

  • infertilidade;
  • gravidez ectópica;
  • disfunções placentárias;
  • ruptura do útero.

Riscos para o recém-nascido e para os frutos de futuras gestações

Para os bebês as complicações também podem ocorrer desde o parto até o desenvolvimento:

  • cortes cirúrgicos acidentais;
  • disfunções respiratórias nas primeiras horas de vida;
  • ausência de aleitamento materno;
  • asma e outras atopias.

Além disso, em futuras gestações, haverá uma maior predisposição às mortes intraútero e imediatamente após o parto.

Os benefícios do parto vaginal

O parto vaginal não é vantajoso apenas por reduzir as chances de eventos adversos. Ele também desencadeia vários fenômenos positivos para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida da mulher e da criança.

Fortalecimento do organismo dos filhos

O contato com a flora intestinal vaginal faz com que o bebê desenvolva uma maior proteção contra doenças durante toda a sua vida. Há pesquisas que indicam que isso pode ter impacto também no desenvolvimento cerebral.

Menores problemas para o aleitamento

O trabalho de parto e o contato imediato da mãe com o bebê libera uma substância chamada ocitocina. Ela fortalece o vínculo entre os dois e estimula a liberação de leite pela mãe, aumentando as chances de sucesso do aleitamento materno exclusivo.

Recuperação dos sentidos do nascer

Além disso, o intervencionismo médico excessivo distorce o verdadeiro sentido do parto, que é ser um acontecimento especial na vida das mulheres. Ele não deve ser visto como um procedimento médico, mas é a conclusão de um processo que durou meses e o início de uma interação que potencialmente será importante para toda a vida da recém-nascido, da mãe e da família.

Por tudo isso, os benefícios do parto normal justificam que ele deve ser sempre a sua primeira opção. Sabemos que a dor e a imprevisibilidade podem causar ansiedade, mas as pesquisas mostram que, no geral, a satisfação com ele é maior.

Afinal, a cesariana apresenta vários riscos de complicações. Em um cenário ideal, a intervenção profissional deveria apenas facilitar o nascimento, permitindo que ele seja mais seguro e satisfatório.

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Como é feito o acolhimento em qualquer tipo de parto?

O acolhimento médico antes, durante e depois de qualquer tipo de parto é um dos elementos mais importantes de um parto humanizado. Dentro desse paradigma, acolher significa não somente oferecer um excelente cuidado técnico dentro das evidências médico-científicas, mas também ir além, oferecendo abrigo e refúgio às emoções da gestante.

No dicionário, acolher é uma expressão que tem significados muito especiais, como “oferecer ou obter refúgio, proteção ou conforto físico; abrigar(-se), amparar(-se)”. Na medicina, sobretudo nos cuidados com as gestantes, tudo isso ganha contornos muito ricos e importantes.

Quer entender melhor como é feito o acolhimento em todos os tipos de parto?

O que é acolhimento médico?

Uma das características mais importantes de um acolhimento humanizado é o profissional não expressar nenhum julgamento moral a respeito das suas demandas, escolhas e da sua história. A mulher merece todos os cuidados nesse momento repleto de vulnerabilidades que é o parto.

A medicina trabalha com dados técnico-científicos, os julgamentos morais sobre o que é melhor ou pior pertencem à esfera pessoal. Eles não podem ser testados para que possamos afirmar o que é bom ou ruim.

Então, dentro de sua autonomia, é a mulher quem deve regular a sua bússola moral. Para isso, ela recorre às suas crenças religiosas ou não, à família, à sua cultura, entre outros pontos.

Na medicina humanizada, o refúgio do acolhimento é oferecido independentemente de o médico e a paciente terem princípios completamente distintos nas suas vidas privadas. Cabe ao médico compreendê-los para ofertar o melhor cuidado técnico, mantendo sempre a sua empatia e preservando a relação médico-paciente.

Como é feito o acolhimento em qualquer tipo de parto?

Oferecer proteção à mulher em sua individualidade biopsicossocial

Cada gestação é uma experiência humana e individual. Cada mulher apresenta uma história de vida muito rica, a qual certamente influencia as suas escolhas. Associado a isso, todo organismo é único, fazendo com que um mesmo evento ou tratamento levem a respostas diferentes.

Então, o acolhimento deve ser dado à mulher levando em consideração sua condição de saúde, as suas emoções, seu contexto cultural e social. Tecnicamente, dizemos que isso significa entender cada pessoa em sua individualidade biopsicossocial.

Conforto físico: a importância da analgesia do parto

Uma das definições de acolher é “oferecer proteção ou conforto”. A dor do parto é um dos eventos fisiológicos que está mais presente no imaginário popular. Há um mito de que é sempre uma das piores que se pode sentir, senão a pior.

Com isso, muitas mulheres chegam aos consultórios bastante ansiosas em relação à escolha da técnica, exigindo, por exemplo, que seja feita uma cesariana.

Em um primeiro momento, acolher significa conhecer a gestante, as concepções que ela tem sobre o parto, suas experiências passadas e como sua história de vida influencia seus pensamentos.

Tudo isso, como dissemos, sem julgar ou forçar uma escolha. Também será essencial conhecer as condições físicas da mulher e do feto para decidir se há contraindicações absolutas ou relativas a cada parto.

Depois disso e durante todo o acompanhamento da gestação, acolher significa explicar para a mulher essas e outras informações sobre a dor em cada tipo de parto e mostrar que há formas de minimizá-las. Confira algumas informações relevantes:

  • Todos os tipos de parto podem desencadear processos dolorosos, não existe algum que seja totalmente sem nenhum dor;
  • Cada mulher experimenta as dores do trabalho de parto vaginal de forma individual. Algumas relatam que a dor não era tão intensa quanto esperavam, enquanto outras experimentam estímulos muito intensos, requisitando a aplicação de analgesia. Também há muitos casos de mães que, apesar de sentirem muita dor, o processo de parto foi muito gratificante e que não mudariam a escolha;
  • Há um mito de que a cesariana é um método completamente indolor. Realmente, com a técnica anestésica correta, não há dor durante a execução das técnicas cirúrgicas. No entanto, o período de recuperação pós-cirúrgica pode trazer dores significativas, que, inclusive, apresentam um pequeno risco de se tornarem crônicas.

Conversar sobre a dor e as formas de minimizá-la é uma maneira de reduzir a ansiedade e o sofrimento psíquico, que podem ser desencadeados pelo processo de escolha por um tipo de parto.

Acolhimento e assistência médica no processo de escolha do tipo de parto

Além disso, o acolhimento também busca dar a gestante as ferramentas necessárias para que ela possa se amparar com autonomia. Veja algumas ferramentas para atingir esse objetivo:

  • O pré-natal: no pré-natal, as conversas, a avaliação clínica e os exames complementares auxiliam a mulher a conhecer melhor as condições dela e do feto. Assim, ela terá mais instrumentos para decidir com mais segurança a respeito do tipo de parto;
  • Plano de parto: é um instrumento que documenta as suas escolhas de como será o nascimento, como o local, a ambientação, a equipe de assistência, o acompanhante, o tipo de parto, as intervenções que devem ser priorizadas, entre outras. A gestante tem direito que seu plano de parto seja seguido. Durante o acolhimento pré-natal, ele poderá ser elaborado com o auxílio do profissional assistente. Para isso, serão oferecidas informações sobre as características, riscos e benefícios de cada opção.

Diante de tudo isso, o primeiro desdobramento do acolhimento é o que conhecemos, na medicina, como princípios da não-maleficência (não adotar medidas que podem fazer mal) e da beneficência (adotar as medidas com maior potencial de trazer benefícios).

Qualquer tipo de parto deve também ser visto para além da sua dimensão técnica, pois também é uma experiência única e individual de uma mulher. É um momento de que ela se lembrará por toda a vida.

Por isso, ela deve escolher como quer passar por ele, sem a indicação de condutas médicas desnecessárias, as quais também podem comprometer a saúde física devido a sequelas para a mãe e o bebê.

Ficou interessada em saber mais sobre o parto humanizado e seus benefícios para a gestante? Então, confira nosso post institucional sobre o tema!

Podemos utilizar analgesia no parto humanizado?

É muito comum que as gestantes confundam os conceitos de parto humanizado com os de parto natural. Nesse último, realmente, busca-se não empregar intervenções médicas (cirúrgicas ou medicamentosas) durante o processo de nascimento, o que restringe o controle da dor (analgesia) por meio de medicamentos.

Já o parto humanizado é uma proposição muito mais abrangente, pois determina um conjunto de princípios e condutas aplicáveis a todas as técnicas obstétricas. Nesse sentido, as cesarianas e os partos normais (sejam naturais ou assistidos por intervenções médicas) devem ser também humanizados.

Esse é um direito da mulher e uma meta de saúde proposta pelo Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Quer entender melhor o assunto? Acompanhe o nosso post!

Analgesia para o parto: o que é e qual sua relação com o parto humanizado?

A analgesia é um termo técnico que usamos para nos referir à redução da sensação de dor pela paciente. Naturalmente, durante o parto, o próprio corpo libera substâncias endógenas que reduzem a sensação de dor. Para algumas mulheres menos predispostas à dor, isso pode ser suficiente para trazer mais conforto ao parto.

Outras gestantes, por sua vez, desejam viver a experiência do parto integralmente, o que inclui também a própria dor. Então, mesmo que a intensidade seja elevada, não desejam nenhuma intervenção medicamentosa para reduzir a dor. Como veremos, algumas medidas naturais podem ser tomadas com esse objetivo.

Também, há mulheres que desejam a analgesia com a administração de medicamentos. Isso pode incluir o uso de:

  • Analgésicos: medicamentos orais ou venosos, que amenizam processos de geração ou transmissão dos estímulos dolorosos;
  • Anestesia: bloqueio direto dos neurônios, que transmitem a sensação de dor até o cérebro, geralmente com anestésicos aplicados em diferentes níveis e camadas do canal espinhal.

Parto natural

Uma das modalidades de parto normal é o parto natural, o qual é, como os outros, uma escolha da mulher. Nele, não são utilizadas intervenções médicas em situações de risco habitual, como medicamentos e procedimentos invasivo. O trabalho é conduzido pelo próprio corpo da mulher nos processos fisiológicos normais da gestação.

No entanto, isso não significa que não são tomadas medidas para aliviar a dor. A gestante poderá circular livremente pela sala, utilizar bolas e outros equipamentos para encontrar uma posição que alivie a dor.

A ambientação relaxante e a confiança na equipe reduzem a ansiedade e, portanto, a sensibilidade à dor. Mesmo assim, um parto natural pode ser desumanizado quando não houver respeito à autonomia e à integridade biopsíquica da gestante.

Também podem ser oferecidos banhos e compressas aquecidas.

Qual a relação entre a anestesia e o parto humanizado?

Sabemos que o trabalho de parto é um momento que pode ser muito doloroso. Então, se for um desejo da mulher e não houver nenhuma contraindicação, a analgesia deve ser aplicada. Isso tem tudo a ver com os princípios do parto humanizado, entenda!

Protagonismo da mulher

O parto não deveria ser visto como um momento do médico como figura principal. O protagonismo deve ser da mulher, que passou por um processo longo que traz muitas expectativas, expõe vulnerabilidades e desencadeia emoções ricas, diversas e intensas.

Portanto, alienar a gestante das decisões do clímax da gestação é uma forma de desumanizar o início da relação entre aqueles dois sujeitos.

Por mais difícil que os partos sejam, muitas mulheres definem o momento com adjetivos muito positivos, como mágico, divino, fantástico e incrível. Por isso, os médicos devem empregar todos os seus esforços para que essa experiência seja única e memorável. Então, a gestante pode escolher:

  • A presença de um acompanhante, o local do parto e sua ambientação. Quando a mulher está se sentindo mais segura, confortável e menos ansiosa, a sensação de dor pode ser menor;
  • Quais intervenções permitidas em situações que não sejam urgentes ou emergentes;
  • As formas e momentos da analgesia;
  • Se deseja um parto natural.

Essas escolhas geralmente são feitas junto com o obstetra que acompanha a gestação depois de você ser informada a respeito das características, dos riscos e dos benefícios de cada opção.

Individualidade biopsicossocial

Antes das decisões sobre a analgesia é feita uma extensa avaliação da sua saúde física:

  • Levantamento de história de alergias a analgésicos e anestésicos utilizados comumente durante o parto;
  • Avaliação do risco anestésico;
  • Planejamento da analgesia e da condução do parto de acordo com suas condições físicas;
  • Monitoramento contínuo dos sinais vitais seus e do feto durante o trabalho de parto;
  • Respeito por suas crenças religiosas e pessoais, por seu contexto familiar e econômico, entre outros pontos.

Do ponto de vista psíquico, a gestante é vista na integralidade do corpo com a mente. Como as emoções influenciarão a lembrança da experiência do parto, há muito respeito e atenção com o que você sente a cada momento.

Por isso, é essencial a qualificação de relacionamentos pessoais entre profissionais e pacientes e a criação de espaços para construção de conhecimento. Por essas razões, a analgesia e outras técnicas são totalmente compatíveis com os princípios do parto humanizado.

Quer entender melhor como é o parto humanizado? Então, confira nosso post sobre o tema!

Parto humanizado: quando pensar nessa possibilidade?

O parto humanizado não é uma técnica nem um método de parto específico. É uma forma de assistência à gestante, na qual ela ganha mais protagonismo, além de todos os cuidados para lidar com esse momento em que pode se sentir tão vulnerável.

O objetivo é devolver ao parto a sua dimensão humana e pessoal, que foi gradualmente perdida com os excessos de intervenção médica.

Em um mundo ideal, o termo parto humanizado sequer deveria existir. Afinal, todas as práticas e princípios indicados por essa forma de assistência, têm como fundamento condutas profissionais baseadas na ética e em dados sólidos.

A necessidade de criar esse novo conceito surgiu por causa de algumas ações inadequadas que se tornaram muito frequentes no dia a dia dos partos. Quer entender melhor? Acompanhe o nosso post!

Quando pensar na possibilidade de optar por um parto humanizado?

Sempre, todo parto deve ser humanizado. Não devemos confundir parto humanizado com parto natural. Nesse último, há sim o objetivo de evitar qualquer ação médica intervencionista, cirúrgica ou medicamentosa.

  • A humanização do parto, porém, prevê diversas cautelas para:
  • Não alienar a mulher dos processos da gestação e do nascimento;
  • Priorizar práticas baseadas em evidências científicas;
  • Pesar os riscos e benefícios de cada intervenção para a mãe e para o bebê, entre outros pontos.

Nesse sentido, qualquer tipo de parto (vaginal ou cesariano) pode ser humanizado.

Quais são os princípios básicos do parto humanizado?

Entenda os princípios do parto humanizado e sua aplicação prática em alguns contextos.

Protagonismo da mulher

Mais do que um princípio, esse é o grande alicerce do parto humanizado. Precisamos recuperar o sentido humano do nascimento: ele não é um procedimento médico, um ato no qual o profissional é o personagem mais importante. Na verdade, o papel das equipes obstétricas será oferecer assistência no sentido mais original do termo: alguém que cuida, auxilia e facilita um processo.

Nesse sentido, você, gestante, é a grande protagonista. Afinal, foi quem gestou uma criança por vários meses: é o seu corpo e apenas você conhece a experiência de cada gravidez. Por esse motivo, poderá planejar o parto de acordo com as suas expectativas e escolhas, como:

  • Definição do tipo de parto: normal, que pode ocorrer em diferentes formatos, ou cesariana realizada por razões não médicas;
  • Do local de nascimento;
  • De quem vai participar do processo;
  • Uso de anestesia;
  • Ambientação do espaço;
  • Cuidados com o bebê após o nascimento.

Por exemplo, sabemos que o parto normal apresenta muitas vantagens para as mulheres. No entanto, nem sempre a mulher deseja ou pode passar por ele. O papel do médico não será julgar a sua escolha, mas acolhê-la e oferecer todas as informações para que você tome uma decisão consciente.

Individualidade biopsicossocial

Na medicina, gostamos de dizer que o ser humano deve ser visto na sua integralidade biopsicossocial. O que isso significa?

  • Avaliação da saúde física (bio): são levadas em consideração as características anatômicas, os processos fisiológicos, as doenças e outros aspectos do organismo de cada pessoa;
  • Avaliação da saúde mental (psico): são os pontos relacionados às suas emoções, comportamentos e pensamentos. Assim, seu humor, sua relação com a gestação e seus sentimentos serão abordados nas consultas médicas. O objetivo é conhecer expectativas e princípios para auxiliá-la a sentir uma maior sensação de autorrealização e de satisfação com o parto;
  • Social: são os aspectos familiares, culturais, religiosos, econômicos, entre outros. Todas as eventuais restrições que a mulher tiver por alguma dessas razões serão respeitadas.

Portanto, o parto é individualizado para cada gestante em cada contexto. Cada nascimento é único!

Medicina baseada em evidências

Esse é outro grande pilar do parto humanizado, pois suas práticas são amparadas pelas evidências científicas aplicadas a cada caso individualmente. Após a identificação das determinantes biopsicossociais sua e do bebê, o médico utiliza a experiência clínica para avaliar o risco e o benefício de cada procedimento.

Ao final, a partir dos seus valores e preferências, vocês tomam uma decisão compartilhada.

Como é realizado?

O acolhimento da gestante com empatia e respeito é a base das técnicas de humanização do parto.

  • Conhecer e compreender as expectativas da gestante e de sua família;
  • Esclarecer dúvidas relacionadas à gravidez e ao parto;
  • As necessidades de saúde da futura mãe;
  • Orientar sobre a rotina e os procedimentos que serão realizados.

Outros atos muito importantes são:

  • Prevenção de complicação pela realização de exames e condutas necessários no pré-natal;
  • Maior participação, autonomia e poder de decisão sobre seu corpo. Inclusive, o(a) obstetra pode auxiliá-la em um processo de empoderamento caso você apresente essa demanda;
  • Presença de um acompanhante à sua escolha durante o trabalho de parto e nascimento
  • Qualificação de relacionamentos pessoais entre profissionais e pacientes;
  • Criação de espaços para construção de conhecimento;
  • Uso de técnicas medicinais ou não para o alívio da dor;
  • Planejamento prévio do processo de trabalho de parto e nascimento.

Portanto, o parto humanizado deve abranger todos os tipos de partos, independentemente das técnicas e métodos utilizados. O objetivo dele é cuidar da sua saúde de forma integral, considerando os aspectos físicos, psíquicos e sociais.

A partir disso, todo o processo de acompanhamento obstétrico será feito para garantir que o momento do parto seja uma experiência única e positiva.

Você quer entender melhor o que é e como encontrar profissionais que façam o parto humanizado em Manaus? Confira outro texto sobre o tema!