Dra Cristiane Pacheco | WhatsApp

DIU hormonal: quais existem e quais são as vantagens e desvantagens de cada um?

Quando o assunto é contracepção, é natural que surjam muitas dúvidas sobre os métodos disponíveis, sobre qual é o mais adequado para cada mulher e qual é o mais eficiente. Entre as opções mais eficazes e seguras, o DIU hormonal tem ganhado cada vez mais espaço nos consultórios ginecológicos por sua praticidade, longa duração e benefícios adicionais à saúde.

Mas você sabia que existem diferentes tipos de DIU hormonal, cada um com suas particularidades? Neste texto, vamos explicar quais são as opções e quais as vantagens e desvantagens de cada uma, para que você possa tomar uma decisão consciente e alinhada com o seu estilo de vida.

Antes de continuar a leitura, é importante destacar que a escolha do método contraceptivo deve ser feita com acompanhamento médico. Na Clínica NOG, oferecemos uma escuta atenta, acolhimento e avaliação individualizada para ajudar você a encontrar a melhor opção. Continue a leitura e entenda por que o DIU hormonal pode ser uma excelente escolha.

O que é o DIU?

O dispositivo intrauterino (DIU) é um método contraceptivo de longa duração que é inserido dentro do útero com o objetivo de impedir a fecundação e, consequentemente, uma gestação. Existem dois tipos principais de DIU: o DIU hormonal e o DIU não hormonal (DIU de cobre e DIU com fio de prata). Ambos são métodos reversíveis e altamente eficazes, mas atuam de formas diferentes no organismo feminino.

O DIU de cobre não possui hormônio e age liberando íons de cobre que alteram a capacidade de se mover dos espermatozoides, impedindo a fecundação. Já o DIU hormonal libera pequenas quantidades de hormônio diretamente no útero, promovendo uma série de efeitos que tornam o ambiente uterino inóspito para os espermatozoides.

Como funciona o DIU hormonal?

O DIU hormonal contém um progestagênio chamado levonorgestrel, que é liberado gradualmente no útero. Esse hormônio atua de várias maneiras:

  • Espessando o muco cervical para dificultar a entrada dos espermatozoides;
  • Reduzindo o crescimento do endométrio (camada interna do útero) para evitar a gravidez;
  • Inibindo a ovulação, em alguns casos.

O efeito combinado desses mecanismos torna o DIU hormonal um dos métodos contraceptivos mais seguros disponíveis atualmente, com eficácia superior a 99%.

Quais são os tipos de DIU hormonal disponíveis?

No Brasil, os principais modelos de DIU hormonal disponíveis são o Mirena e o Kyleena, ambos aprovados pela Anvisa. Embora tenham o mesmo princípio ativo (levonorgestrel), esses dois modelos apresentam diferenças importantes em relação à dosagem do hormônio, ao tamanho do dispositivo e à duração do efeito contraceptivo.

DIU Mirena

O DIU Mirena é um dos métodos mais conhecidos e utilizados. Ele contém 52 mg de levonorgestrel, liberando aproximadamente 20 mcg por dia inicialmente, com queda progressiva ao longo do tempo. Sua eficácia contraceptiva dura 5 anos, segundo a bula.

Vantagens do DIU Mirena:

  • Alta eficácia contraceptiva;
  • Diminuição significativa do fluxo menstrual, sendo indicado para mulheres com sangramentos intensos (menorragia);
  • Pode reduzir cólicas menstruais;
  • Auxilia no tratamento de algumas condições ginecológicas, como adenomiose e endometriose.

Desvantagens do DIU Mirena:

  • Pode causar sangramentos irregulares nos primeiros meses após a inserção;
  • Pode causar efeitos colaterais como acne, dor de cabeça e sensibilidade mamária, embora sejam geralmente leves e temporários;
  • Não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Apenas um médico pode fazer a inserção do DIU.

DIU Kyleena

O DIU Kyleena é uma versão mais recente e com menor dosagem hormonal. Ele contém 19,5 mg de levonorgestrel e libera, em média, 17,5 mcg por dia. Seu tempo de ação é de até 5 anos.

Vantagens do DIU Kyleena:

  • Tamanho menor que o Mirena, o que pode facilitar a inserção em mulheres que nunca tiveram filhos;
  • Boa eficácia contraceptiva;
  • Menor risco de amenorreia (ausência de menstruação);
  • Redução do fluxo menstrual, embora de forma menos intensa que o Mirena;
  • Pode ser mais bem tolerado por algumas mulheres devido à dose hormonal mais baixa.

Desvantagens do DIU Kyleena:

  • Assim como o Mirena, pode causar irregularidade menstrual nos primeiros meses;
  • Menor duração (até 5 anos);
  • Também requer inserção por profissional habilitado;
  • Efeitos colaterais semelhantes aos do Mirena, embora geralmente mais leves.

Apenas um médico pode fazer a inserção do DIU.

Por que escolher o DIU hormonal?

Cada mulher tem necessidades específicas quando se trata de contracepção, e o DIU hormonal oferece uma alternativa moderna e eficaz, principalmente para aquelas que desejam praticidade no controle da fertilidade e alívio de sintomas ginecológicos, como fluxo intenso e cólicas.

Além disso, o uso do DIU hormonal está associado à melhora da qualidade de vida de muitas pacientes, justamente por reduzir desconfortos menstruais e diminuir os níveis de ansiedade relacionados à possibilidade de uma gestação não planejada.

Quem pode usar o DIU hormonal?

De maneira geral, o DIU hormonal é indicado para a maioria das mulheres em idade fértil, inclusive aquelas que ainda não tiveram filhos. No entanto, existem algumas contraindicações relativas que devem ser avaliadas pelo médico, como presença de infecções genitais ativas, alterações anatômicas uterinas ou certas condições hormonais.

É fundamental que a colocação do DIU hormonal seja feita por um profissional experiente e em ambiente adequado. O procedimento é rápido, geralmente feito em consultório, e a recuperação costuma ser tranquila.

Considerações finais

O DIU hormonal é uma excelente escolha para mulheres que desejam um método contraceptivo seguro, eficaz e de longa duração, com benefícios adicionais à saúde ginecológica. No entanto, a decisão sobre o uso e o tipo de dispositivo deve ser tomada com orientação médica.

Se você quer entender melhor como funciona o DIU hormonal e conhecer mais detalhes sobre o modelo Mirena, convidamos você a ler o nosso artigo completo sobre o tema.

Yoga durante a gestação: benefícios

A Yoga é uma prática de exercício físico que integra corpo, mente e respiração. Por meio de posturas (asanas), técnicas de respiração (pranayamas) e práticas de atenção plena, a Yoga proporciona momentos de relaxamento ou atenção plena para seus praticantes.

As posturas (asanas) trabalham força, flexibilidade e alinhamento corporal, enquanto as técnicas de respiração (pranayamas) na promoção de estados profundos de relaxamento. Já a meditação convida à observação dos pensamentos e das emoções com menor reatividade, trazendo clareza mental e menos ansiedade.

Fora do contexto gestacional, os benefícios da Yoga vêm atraindo diversos adeptos. Contudo, poucas pessoas sabem que ela também pode ser praticada por gestantes, trazendo benefícios para ajudar a mulher a enfrentar alguns desafios da gestação.

Quer saber mais sobre os benefícios da Yoga durante a gestação? Acompanhe nosso post até o final!

Benefícios gerais da Yoga

A Yoga é uma prática que integra exercícios para o corpo e para a mente, oferecendo, assim, benefícios para diversas áreas da saúde e do bem-estar:

  • Melhora da saúde mental: a prática regular de Yoga ajuda a reduzir sintomas de ansiedade e depressão, trazendo um humor mais calmo e equilibrado;
  • Redução do estresse: a Yoga diminui os níveis de cortisol, que é uma das substâncias que se eleva quando o corpo está sob estresse;
  • Maior flexibilidade e força: os alongamentos e posturas da Yoga melhoram a força muscular, o equilíbrio e a mobilidade das articulações para facilitar as atividades diárias;
  • Melhora da saúde cardiovascular: incorporar Yoga na rotina pode resultar em uma leve queda da pressão arterial, melhora dos níveis de colesterol e controle da glicemia, beneficiando a saúde cardiovascular;
  • Alívio da dor: a prática regular de Yoga ajuda a aliviar dores crônicas, especialmente na região lombar, visto que fortalece a musculatura do core abdominal, além de promover maior consciência postural;
  • Melhoria da qualidade do sono: praticar Yoga pode ajudar a adormecer mais rápido, ter um sono mais profundo e reduzir a fadiga;
  • Reforço da função imunológica: a Yoga reforça o sistema de defesa do organismo ao reduzir os níveis de substâncias relacionadas à inflamação crônica.

Indicações da Yoga durante a gestação

A Yoga durante a gestação está indicada sempre que a gestante desejar uma prática que una preparo físico e emocional para uma gestação mais tranquila e para um parto mais confortável. Antes de iniciar as aulas, é fundamental consultar um obstetra.

Afinal, existem contraindicações para a prática de Yoga, como histórico de parto prematuro, hipertensão, problemas cardíacos ou qualquer condição que represente risco significativo à gestação. Além disso, as aulas precisam ser ministradas por instrutores certificados em Yoga gestacional, capazes de adaptar posturas e técnicas de respiração às necessidades da mulher grávida.

Quais os benefícios da Yoga durante a gestação?

Devido aos grandes benefícios da Yoga para a população em geral, diversos estudos vêm avaliando as vantagens dessa prática para as mulheres grávidas, como:

  • Saúde mental: a Yoga pré-natal reduz sintomas de ansiedade, depressão e estresse em gestantes por induzir respostas fisiológicas de relaxamento e aumentar da atenção plena;
  • Redução da dor relacionada às mudanças posturais da gestação: alongamentos suaves, exercícios de fortalecimento e alinhamento postural de Yoga pré-natal aliviam dores lombares pélvicas, que são especialmente comuns no segundo e terceiro trimestres;
  • Desfechos do trabalho de parto: mulheres que praticam Yoga pré-natal tendem a ter duração de trabalho de parto mais curta, menor necessidade de intervenções médicas no parto e maiores taxas de parto normal;
  • Desfechos neonatais: evidências sugerem que a Yoga pré-natal pode diminuir a incidência de parto prematuro e de restrição de crescimento intrauterino;
  • Aptidão física durante a gestação: a posturas adaptadas para as grávidas e sequências focadas no equilíbrio ajudam a manter uma maior força muscular, flexibilidade articular e estabilidade postural, especialmente importante à medida que o centro de gravidade do se desloca para frente devido ao crescimento da barriga;
  • Qualidade de vida e sono: a Yoga melhora a qualidade de vida e do sono, reduzindo a insônia e a fadiga diurna frequentemente relatadas na gravidez. Diversos estudos vêm mostrando um aumento significativo dos relatos de bem-estar e qualidade de vida em gestantes praticantes de Yoga;
  • Redução da probabilidade de surgimento da síndrome do túnel do carpo: condição frequente na gestação caracterizada pela compressão e inflamação do nervo mediano no estreito canal do carpo do punho, já que as alterações hormonais típicas desse período aumentam a retenção de líquidos, estreitando ainda mais o espaço por onde esse nervo passa.

Diante disso, recomenda-se que gestantes pratiquem Yoga moderada por cerca de 30 a 40 minutos, de três a cinco vezes por semana. Ainda assim, sessões mais breves ou menos frequentes de Yoga durante a gestação já ajudam no preparo para o parto.

Para evitar complicações, é importante se exercitar em ambiente ventilado, manter boa hidratação e evitar o superaquecimento, assim como evitar posturas que comprimam o abdômen ou que exijam se deitar de bruços ou de costas. Então, comece devagar, respeitando seu nível de conforto e evitando posições avançadas que possam causar esforço excessivo.

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O que é e quais são os cistos nos ovários?

Os cistos nos ovários estão entre as condições ginecológicas mais comuns nas mulheres. Os ovários são duas glândulas localizadas em cada lado do útero, na cavidade pélvica feminina. Eles apresentam duas funções principais:

  • Armazenamento dos óvulos (gametas femininos): desde o nascimento, cada ovário contém uma reserva finita de folículos, que são estruturas que abrigam um óvulo imaturo. A partir da adolescência, a cada ciclo menstrual, sob influência hormonal, vários folículos iniciam o amadurecimento, mas apenas um deles atinge a fase final de maturidade e, com isso, libera o óvulo durante a ovulação;
  • Produção de hormônios sexuais: os ovários secretam estrogênio e progesterona, hormônios fundamentais para regular o ciclo menstrual, para preparar o útero para uma possível gravidez e para manter características sexuais femininas.

Quando os folículos uterinos amadurecem, eles se enchem progressivamente de líquido e podem aparecer como cistos nas ultrassonografias. Contudo, os ovários também podem conter alguns cistos que são considerados anormais, como veremos neste post.

Quer saber mais sobre os cistos nos ovários? Acompanhe nosso post até o final!

O que são cistos nos ovários?

Cistos nos ovários são lesões com limites bem definidos, sendo caracterizados pela presença de conteúdo líquido. Os cistos nos ovários podem ser classificados em:

  • funcionais, que se relacionam diretamente ao ciclo menstrual;
  • não funcionais, com outras origens, que podem ser relacionadas a processos patológicos.

Cistos funcionais

Os cistos nos ovários funcionais são transitórios. Geralmente, são pequenos com até 5 cm de diâmetro e assintomáticos, pois surgem como parte do ciclo reprodutivo. Os tipos mais comuns de cistos funcionais são:

  • Cisto folicular: durante a primeira fase do ciclo menstrual (fase folicular), vários folículos iniciam crescimento, mas apenas um deles (cisto dominante) se rompe para liberar o óvulo. Se esse rompimento não ocorrer, o folículo continua a produzir fluido, expandindo-se. Com o tempo, costuma regredir, desaparecendo em poucas semanas;
  • Cisto de corpo lúteo: após a ovulação, o folículo vazio se transforma em corpo-lúteo, cuja função é secretar progesterona. O corpo lúteo tende a regredir antes do início do próximo ciclo menstrual. Contudo, em alguns casos, pode haver acúmulo de líquido dentro dele, formando-se o cisto de corpo-lúteo, que geralmente regride em até dois ciclos;
  • Cisto de corpo-lúteo hemorrágico: é um subtipo de cisto de corpo lúteo em que vasos se rompem dentro do corpo-lúteo, fazendo com que o volume aumente rapidamente. Pode provocar dor intensa de um lado só da pelve, principalmente quando há vazamento de sangue ovário, o que provoca inflamação. Apesar disso, também tende a se reabsorver sem intervenção em até um mês.

Cistos não funcionais

Os cistos funcionais surgem de outros processos, como proliferação excessiva de células ou implante de tecido de outros locais do sistema reprodutor feminino. Eles podem não desaparecer espontaneamente e, por isso, exigem acompanhamento mais próximo:

  • Teratoma maduro (dermoide): mais comum na idade reprodutiva, ele contém componentes de diferentes tecidos embrionários, como pele, gordura, cabelo e, às vezes, estruturas dentárias. Geralmente é benigno, mas em cerca de 1% dos casos pode sofrer transformação maligna. Cresce lentamente e pode chegar a 10 a 15 cm, provocando desconforto por compressão de estruturas próximas;
  • Cistadenoma: originado a partir do epitélio na superfície do ovário, apresenta dois subtipos principais. Os serosos são preenchidos por líquido com densidade semelhante à da água, com tamanho que varia de alguns centímetros até grandes massas maiores do que 10 cm. Os mucinosos contêm muco espesso, tendem a ser unilaterais e podem ultrapassar 20 cm. Apesar de volumosos, são geralmente benignos e raramente se transformam em câncer;
  • Endometrioma: resulta do implante de células do endométrio (tecido que reveste o útero) no ovário. As células endometriais se proliferam na fase proliferativa do ciclo menstrual e “sangram” no interior do cisto. Isso faz com que o cisto adquira um tom marrom-escuro (“achocolatado”) de sangue degradado. Frequentemente, os endometriomas causam dor pélvica crônica, dismenorreia (cólicas menstruais) e podem comprometer a fertilidade.

Quais cistos nos ovários podem representar maiores riscos?

Embora a maior parte dos cistos nos ovários seja benigna, algumas lesões císticas podem representar tumores malignos, especialmente os carcinomas epiteliais, que correspondem a cerca de 85–90 % das neoplasias ovarianas malignas. Eles são mais comuns após a menopausa, mas, ainda assim, são raros. Estima-se que menos de 1 a 2 % dos cistos nos ovários sejam cancerígenos.

Certas características aumentam suspeita de malignidade e demandam uma investigação mais aprofundada. Entre os sinais de alerta mais importantes, estão:

  • Características complexas ao ultrassom: presença de regiões sólidos, septos espessos (maiores do que 3 mm), projeções papilares (“nódulos” na parede interna) ou paredes irregulares;
  • Crescimento rápido ou persistência: cistos que aumentam de tamanho em curto período ou que não regridem após dois ou três ciclos menstruais;
  • Bilateralidade: quando o mesmo tipo de cisto aparece em ambos os ovários, o risco de lesão maligna é maior;
  • Ascite ou líquido livre na pelve: acúmulo de fluido fora do ovário pode indicar irritação peritoneal ou implantes tumorais no peritônio;
  • Marcadores tumorais elevados: níveis persistentemente altos de CA 125 no sangue, especialmente em mulheres pós-menopáusicas, estão relacionados mais frequentemente a lesões malignas (mas podem estar presentes em cistos benignos);
  • Sintomas urinários e gastrointestinais: sensação recorrente de estar com “barriga cheia” (plenitude), distensão abdominal constante, dor pélvica crônica, sensação precoce de saciedade, perda de peso inexplicada ou alterações nos hábitos intestinal e urinário;
  • História familiar de câncer ginecológico: antecedente de câncer de ovário, mama ou colorretal na família.

Ainda que a maior parte dos cistos nos ovários seja benigna e se resolva espontaneamente, é fundamental manter o acompanhamento regular com o ginecologista. Assim, qualquer alteração no tamanho, na aparência ou no comportamento do cisto pode ser identificada precocemente. Então, se necessário, o seu médico pode indicar uma conduta individualizada para o seu caso.

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Colposcopia: quando fazer?

Um exame de rotina é aquele realizado periodicamente em pessoas assintomáticas, com o objetivo de rastrear precocemente doenças. Entre os exames de rotina femininos mais comuns, estão o Papanicolaou (citologia cervical), a mamografia e a densitometria óssea em determinadas faixas etárias.

A colposcopia, por sua vez, não faz parte dessa rotina de rastreamento para mulheres que nunca tiveram uma lesão no trato genital inferior (vulva, vagina e colo do útero). Afinal, ela é solicitada apenas quando há indicações específicas, como alterações citológicas ou sintomas sugestivos de lesões no trato genital inferior.

Quer saber mais sobre a colposcopia? Acompanhe nosso post até o final!

O que é colposcopia?

A colposcopia é um exame ginecológico que permite visualizar detalhadamente o colo do útero, a vulva e a vagina. Ela utiliza um aparelho chamado colposcópio, que funciona como um par de lentes de aumento acopladas a uma fonte de luz. Geralmente realizado em ambiente ambulatorial, o exame dura de dez a vinte minutos e, na maioria das vezes, é bem tolerado, com desconforto leve e eventuais sangramentos leves que se resolvem em poucos dias.

Ela é indicada principalmente quando o exame de Papanicolaou apresenta alterações ou quando o médico detecta alguma anormalidade durante o exame pélvico de rotina. Durante o procedimento, a paciente fica em posição ginecológica, um espéculo é inserido para abrir as paredes vaginais.

Com isso, o profissional pode observar as mucosas da vagina e do colo do útero através das lentes do colposcópio. Caso identifiquem áreas suspeitas, pode-se colher um fragmento de tecido para biópsia, o que ajuda a confirmar se existe displasia (lesão precursora do câncer), câncer do colo do útero, verrugas de HPV ou inflamação no colo uterino.

Quando e por que a colposcopia é solicitada?

A colposcopia pode ser solicitada em casos, como:

  • Citologia anormal (Papanicolau alterado): investigação de resultados de citologia cervical com ASC-US persistente, LSIL, HSIL, ASC-H ou AGC. Essa é a situação em que a colposcopia é mais frequentemente indicada;
  • Teste positivo para HPV de alto risco: os testes para a investigação da presença de HPV de alto no trato genital inferior não são tão populares no Brasil, mas têm sido cada vez mais realizados na saúde privada. Quando detectada HPV oncogênico sem anormalidade citológica evidente, pode ser solicitada a colposcopia;
  • Sangramento pós-coito ou intermitente: presença de sangramento fora do período menstrual ou após relação sexual com suspeita possível lesão cervical;
  • Sinais de patologias do trato genital inferior ao exame clínico: identificação de áreas com nódulos, ulcerações, eritemas (vermelhidões) ou outras alterações visíveis na vulva, na vagina ou no colo do útero;
  • Monitoramento após o tratamento de lesão no trato genital inferior: o controle pós-tratamento pode ser indicado após conização, crioterapia ou cauterização de lesões;
  • Avaliação de alterações pélvicas inexplicadas: queixas como dor pélvica crônica ou corrimento anormal sem causa aparente em exames iniciais comumente solicitados para investigar esses sintomas.

A colposcopia é considerada o exame diagnóstico padrão-ouro para lesões do trato genital inferior. Afinal, ela permite uma visualização amplificada dos tecidos cervical, vaginal e vulvar. Assim, é possível identificar alterações morfológicas sutis que não seriam percebidas a olho nu.

Além disso, a aplicação de soluções de ácido acético e lugol durante o procedimento realça áreas de alteração celular ou displasia, permitindo biópsias direcionadas com precisão, o que torna a colposcopia fundamental para a confirmação diagnóstica de neoplasias e lesões pré-neoplásicas.

A principal indicação da colposcopia é um resultado anormal do exame de Papanicolaou. Por isso, vamos explorar melhor esse tema a seguir.

A colposcopia é sempre indicada após resultados alterados no Papanicolaou?

A conduta após os resultados do Papanicolaou dependerá de fatores, como o tipo de lesão e a idade da paciente. Em alguns casos, será requisitada a colposcopia e em outros, não. Entenda melhor a seguir:

  • Células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US): recomenda-se repetir a citologia em três anos nas pacientes com menos de 25 anos, em 12 meses naquelas entre 25 e 29 anos e em seis meses nas com 30 anos ou mais. Contudo, se o laudo não afasta a possibilidade de lesão de alto grau (ASC-H), encaminhamento para colposcopia será feito na mesma consulta em que o médico está avaliando seu exame;
  • Células glandulares atípicas de significado indeterminado (AGC): mesmo quando possivelmente não cancerosas, se houver a impossibilidade de descartar lesão de alto grau, a paciente deve ser encaminhada diretamente para colposcopia para investigação diagnóstica;
  • Células atípicas de origem indefinida (AOI): pelo caráter inespecífico e pelo risco de lesão significativa, a conduta inicial consiste em encaminhamento para colposcopia;
  • Lesão de baixo grau (LSIL): em mulheres com menos de 25 anos recomenda-se repetir o exame citológico apenas em três anos, enquanto naquelas com 25 anos ou mais a repetição deve ocorrer em seis meses com o objetivo de monitorar regressão ou progressão da lesão;
  • Lesão de Alto Grau (HSIL): são as lesões pré-malignas de câncer de colo do útero. O achado de HSIL no citopatológico leva à indicação direta da colposcopia, dado o elevado risco de neoplasia cervical significativa;
  • Lesão intraepitelial de alto grau sem exclusão de microinvasão: diante da possibilidade de microinvasão, a realização rápida de uma colposcopia é fundamental para confirmar extensão e iniciar o tratamento precocemente, caso necessário;
  • Carcinoma escamoso invasor e adenocarcinoma in situ (AIS) ou invasor: a confirmação citológica de carcinoma invasor também exige encaminhamento imediato para colposcopia.

A colposcopia não é indicada como exame de rotina para as mulheres em geral, mas é fundamental quando há achados clínicos ou laboratoriais que sugerem lesões preocupantes no trato genital inferior. Por meio da visualização dos tecidos dessa região, ela permite um diagnóstico definitivo que contribui para determinar qual é o melhor tratamento para cada paciente.

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O que é ovulação?

A fertilidade feminina depende de diversas etapas coordenadas, sendo a ovulação um dos processos centrais, pois possibilita que um folículo ovariano libere um óvulo para a fecundação. Os folículos ovarianos são estruturas presentes nos ovários, responsáveis por abrigar e sustentar os óvulos imaturos. Durante o ciclo menstrual, diversos folículos iniciam seu desenvolvimento sob o estímulo do hormônio folículo-estimulante (FSH), secretado pela hipófise.

Desse grupo inicial, apenas um folículo se destaca como dominante. Esse folículo completa seu processo de maturação e libera o óvulo durante a ovulação. Os folículos restantes não evoluem e passam por atresia, um processo natural de regressão celular.

Quer saber mais sobre a ovulação? Acompanhe nosso post até o final!

O que é reserva ovariana? Qual sua relação com a ovulação?

A reserva ovariana corresponde à quantidade de óvulos viáveis disponíveis nos ovários durante a vida fértil da mulher. Ao nascimento, estima-se que as mulheres tenham aproximadamente um a dois milhões de folículos, que são estruturas que contêm os óvulos. Esse número sofre redução constante ao longo dos anos.

Na puberdade, inicia-se a ativação cíclica dos folículos ovarianos. Ou seja, em cada ciclo menstrual, vários folículos são recrutados, mas apenas um folículo atinge a maturidade completa e se torna apto a liberar um óvulo.

A partir dos 35 anos, a redução da reserva ovariana se torna mais acentuada, afetando tanto a quantidade quanto a qualidade dos óvulos disponíveis. A reserva ovariana pode ser avaliada por meio de exames, como a dosagem do hormônio antimülleriano (AMH) e a contagem dos folículos antrais pela ultrassonografia transvaginal.

Folículos ovarianos

Os folículos ovarianos são estruturas localizadas nos ovários que abrigam os óvulos imaturos. Essas estruturas fornecem suporte e nutrição necessários para o desenvolvimento dos óvulos até a maturidade.

Durante cada ciclo menstrual, diversos folículos iniciam seu crescimento sob estímulo hormonal, principalmente pelo hormônio folículo-estimulante (FSH). Apenas um folículo se torna dominante, completando o processo de amadurecimento e liberando o óvulo durante a ovulação. Os folículos restantes passam por atresia, processo natural de regressão celular.

Como ocorre a ovulação?

O ciclo menstrual é dividido em três fases principais:

  • fase folicular: inicia-se no primeiro dia da menstruação e se estende até a ovulação;
  • fase ovulatória: ocorre a liberação do óvulo maduro, aproximadamente 24 a 36 horas após o pico do hormônio luteinizante, como veremos melhor a seguir. Entender o momento da ovulação é importante, pois ela determina a janela de tempo em que o óvulo está disponível para fecundação;
  • fase lútea: após a ovulação, o corpo lúteo secreta progesterona para manter o endométrio em condições adequadas para a implantação do embrião. Caso a fertilização não aconteça, os níveis hormonais caem, o corpo lúteo regride e o ciclo menstrual reinicia.

A ovulação está inserida nesse ciclo como o evento determinante para a possibilidade de fecundação. A duração e a regularidade das fases do ciclo variam entre as mulheres, sendo a ovulação um marcador fisiológico central na função reprodutiva.

A ovulação corresponde à liberação do óvulo maduro pelo folículo dominante para as tubas uterinas, onde a fecundação pode ocorrer. Esse processo se inicia com o recrutamento de folículos durante a fase folicular. O FSH, produzido pela hipófise anterior, estimula o crescimento dos folículos ovarianos.

À medida que o folículo dominante se desenvolve, ele aumenta a produção de estrogênio. A elevação progressiva desse hormônio atinge um pico que desencadeia um pico de outro hormônio, o hormônio luteinizante (LH).

O pico de LH estimula uma série de modificações no folículo dominante. Ele promove o avanço da divisão celular do óvulo, fazendo com que ele se torne apto para a fecundação. Além disso, o LH provoca modificações estruturais e bioquímicas na parede do folículo.

Entre esses efeitos, está o aumento da produção de enzimas proteolíticas, isto é, proteínas que degradam as barreiras que mantêm o óvulo no interior do folículo. Ele também estimula o acúmulo de líquido dentro do folículo, aumentando a pressão interna para facilitar a ruptura.

Esses processos resultam na liberação do óvulo maduro em direção às tubas uterinas, geralmente entre 24 e 36 horas após o início do pico de LH. Uma vez liberado, o óvulo mantém sua viabilidade para fecundação por aproximadamente 12 a 24 horas.

Ovulação e período fértil

Considerando a sobrevida dos espermatozoides (de até cinco dias) e o período de viabilidade do óvulo, o intervalo mais favorável para a fecundação se estende aproximadamente do quinto dia anterior até um dia depois da ovulação. Depois do período fértil, a fecundação pode até ocorrer, mas é muito menos provável.

Após a ovulação, o folículo rompido se converte em corpo lúteo, estrutura responsável pela produção de progesterona. Esse hormônio estimula a maturação do endométrio, preparando o útero para receber o embrião. Na ausência de fecundação, o corpo lúteo regride, levando à diminuição dos níveis hormonais e à menstruação, reiniciando o ciclo.

A ovulação é um processo complexo que envolve a liberação de um óvulo maduro pelo folículo dominante. Isso ocorre aproximadamente na metade do ciclo menstrual. Condições que causam alterações nesse processo, como a síndrome dos ovários policísticos e as obstruções tubárias, podem afetar diretamente a fertilidade feminina e dificultar o início de uma gestação.

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Mamografia dói ou faz mal?

A pergunta “mamografia dói ou faz mal?” é frequente entre as mulheres que vão realizar o exame, especialmente quando se trata da primeira vez. A resposta é que a mamografia pode, sim, causar desconforto, mas é um procedimento rápido e fundamental para o diagnóstico precoce do câncer de mama.

Neste post, explicamos de forma o que é a mamografia, sua importância para a saúde feminina e por que o exame pode gerar sensação de incômodo. Você poderá entender por que esse desconforto é passageiro e por que vale a pena enfrentá-lo. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe o post até o final!

O que é a mamografia?

A mamografia é um exame de imagem realizado para avaliar o tecido mamário em busca de lesões malignas. Ele utiliza uma dose controlada de radiação, capturando imagens detalhadas das mamas que ajudam a identificar alterações suspeitas. Existem dois tipos principais de mamografia:

  • Mamografia de rastreamento: é indicada para mulheres assintomáticas como parte de um protocolo preventivo;
  • Mamografia diagnóstica: é recomendada quando há sintomas ou alterações previamente detectadas no exame clínico das mamas.

Durante o exame, as mamas são posicionadas e comprimidas entre duas placas do mamógrafo, o que pode causar desconforto em algumas mulheres.

Nesse sentido, é importante ressaltar que o câncer de mama é uma das principais causas de morte por câncer em mulheres no Brasil e no mundo. No entanto, quando identificado precocemente, as taxas de sucesso no tratamento chegam a superar 90% dos casos.

Por isso, órgãos de saúde nacionais e internacionais recomendam a realização periódica da mamografia. O Ministério da Saúde do Brasil indica que mulheres entre 50 e 69 anos realizem a mamografia a cada dois anos como forma de rastreamento do câncer de mama.

Mamografia dói?

Sim. Afinal, durante a mamografia, as mamas precisam ser comprimidas entre duas placas. A compressão, embora momentaneamente incômoda, dura apenas alguns segundos por imagem capturada, o que torna o procedimento rápido. Contudo, essa compressão é necessária para:

  • reduzir a espessura do tecido mamário, evitando que diferentes camadas da mama se sobreponham. Isso ajuda a visualizar o máximo de tecido mamário e a gerar uma imagem mais nítida;
  • minimizar a dose de radiação aplicada;
  • melhorar a qualidade da imagem, permitindo a detecção de pequenas alterações que poderiam passar despercebidas.

O desconforto sentido varia de acordo com a sensibilidade de cada pessoa. Mulheres com maior sensibilidade mamária, o que pode ocorrer especialmente durante determinadas fases do ciclo menstrual, podem relatar sensação de dor ou incômodo durante o exame. Por isso, os dias logo após o término da menstruação são considerados mais apropriados para a realização da mamografia, pois a sensibilidade das mamas tende a ser menor nesse período.

É importante compreender que o desconforto sentido durante a mamografia não deve ser motivo para adiar ou evitar o exame. Os benefícios do diagnóstico precoce superam muito o incômodo temporário, considerando que a detecção de alterações em estágios iniciais possibilita tratamentos mais simples e melhores prognósticos.

Já o câncer de mama, em casos mais avançados, pode ser uma condição muito dolorosa. Assim, podemos pensar no desconforto da mamografia como um investimento de longo prazo para evitar uma condição mais dolorosa no futuro.

E a radiação usada na mamografia pode causar dor ou fazer algum mal?

Não. A radiação utilizada na radiografia é chamada tecnicamente de raios-x, que é um tipo de radiação ionizante. Essa radiação, em doses elevadas, interage com o DNA das nossas células e causam mutações que estão relacionadas a doenças, como o câncer. Contudo, não é a presença de radiação que representa perigo, mas a quantidade de radiação a que uma pessoa está exposta.

Nós estamos expostos à radiação ionizante no nosso dia a dia constantemente, pois os raios de sol e alguns alimentos contêm doses muito baixas de radiação. Para medir a dose de radiação, os cientistas utilizam uma medida chamada milisievert. No dia a dia, estima-se que recebamos 2,7 milisieverts a cada ano. Na mamografia, a pessoa está exposta a uma dose de aproximadamente 0,28 a 0,4 milisieverts a cada exame.

Considerando que as autoridades de saúde estipulam que uma pessoa pode se expor a até 20 e 50 milisieverts ao ano sem aumentar seus riscos de saúde, a mamografia pode ser vista como um exame muito seguro. Mesmo que uma pessoa realize esse exame duas vezes ao ano, ela ainda estaria muito longe de uma dose suficiente para causar mal.

A radiação usada na mamografia não causa nenhuma dor, pois a dose é muito baixa e interage muito pouco com o organismo. Estima-se que uma dose de mamografia equivale à radiação que recebemos no nosso dia a dia em cerca de um mês. Além disso, as técnicas de mamografia avançam constantemente com o objetivo de reduzir ainda mais a dose de radiação necessária para o exame.

Por fim, sabemos que ter dúvida se a mamografia dói é compreensível. A resposta honesta é que o exame pode causar desconforto devido à compressão das mamas, mas esse desconforto é geralmente breve e tolerável. Então, não deixe de focar na importância desse exame como uma ferramenta de diagnóstico precoce, capaz de salvar vidas e evitar dores maiores no futuro.

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O que são fissuras nas mamas durante a amamentação?

A amamentação é um processo natural que traz diversos benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe. Por exemplo, o leite materno oferece os nutrientes essenciais para o desenvolvimento infantil, além de contribuir para a formação do vínculo entre mãe e filho. Além disso, ele previne o empedramento do leite dentro dos ductos mamários, reduzindo o risco de inflamação.

Entretanto, mesmo sendo um processo fisiológico, a amamentação pode apresentar desafios que exigem atenção. Entre eles, destacam-se as fissuras nas mamas, uma condição que, embora incômoda, pode ser prevenida com orientação adequada e tratada com medidas simples. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post até o final!

O que são fissuras nas mamas?

A pele da região mamilar tem uma estrutura delicada, formada por camadas finas de tecido e glândulas, o que a torna vulnerável a traumas físicos repetitivos. Por isso, qualquer fator que gere atrito ou pressão inadequada sobre essa área pode favorecer o surgimento dessas lesões. As fissuras nas mamas são lesões caracterizadas por pequenas rachaduras ou cortes na pele da aréola ou do mamilo.

Elas podem variar de tamanho e profundidade, ֫— desde discretas escoriações até feridas mais profundas que, em alguns casos, chegam a sangrar. As fissuras nas mamas comprometem a integridade da pele e, por isso, aumentam o risco de infecções locais, como a mastite.

Além disso, podem causar dor significativa durante a amamentação. Identificar precocemente as fissuras nas mamas é fundamental para evitar a progressão do quadro e para manter a continuidade da amamentação de forma confortável e segura.

Por que as fissuras nas mamas podem surgir durante a amamentação?

Durante a amamentação, o principal fator de risco relacionado às fissuras nas mamas é a pega inadequada do bebê. Quando o bebê não abocanha corretamente a aréola, concentrando a sucção apenas no mamilo, há uma concentração excessiva de força em um ponto específico, o que provoca pequenos traumas repetitivos. A longo prazo, essa mecânica inadequada resulta na formação de fissuras.

Outro aspecto relevante é a frequência e a duração das mamadas. Mamas expostas a sucção prolongada ou excessivamente frequente, sem intervalos suficientes para recuperação da pele, ficam mais suscetíveis a lesões. Por isso, é fundamental realizar a alternância das mamas durante as mamadas. Além disso, a utilização de acessórios inadequados, como bicos artificiais, também pode predispor ao surgimento dessas fissuras.

Condições dermatológicas preexistentes, como dermatite atópica ou infecções fúngicas da pele, também são fatores de risco relevantes. Afinal, elas comprometem a barreira cutânea natural da mama, facilitando a ocorrência de fissuras.

Fora do contexto da amamentação, as fissuras nas mamas podem surgir por outros motivos. Entre eles, destacam-se traumas diretos, como atrito com sutiãs apertados, exposição ou práticas de higiene excessivamente abrasivas (como buchas mais grossas). Assim, embora sejam mais comuns durante a amamentação, as fissuras nas mamas podem estar presentes em outros momentos da vida da mulher.

O que fazer em casos de fissura nas mamas?

Ao identificar uma fissura nas mamas, o primeiro passo é conversar com sua ginecologista para avaliar a técnica de amamentação. Garantir uma pega adequada é essencial para interromper o ciclo de trauma repetitivo. Além do ajuste da técnica, é importante adotar cuidados locais para promover a cicatrização da pele.

Em alguns casos, a aplicação de pomadas hidratantes com lanolina forma uma barreira protetora sobre a fissura, reduzindo o atrito durante as mamadas e favorecendo o processo de regeneração tecidual. No entanto, é muito importante utilizar pomadas recomendadas por médicos, evitando pomadas caseiras ou artesanais, visto que elas podem conter microrganismos que causam infecções.

Em algumas situações, pode ser necessário interromper temporariamente a amamentação no seio afetado, mantendo a extração do leite para evitar ingurgitamento, até que a lesão apresente sinais de melhora. É fundamental também manter uma adequada higiene da região, utilizando apenas água morna e evitando produtos que possam ressecar a pele. Soluções irritantes ou antissépticos em excesso devem ser evitados, pois podem retardar o processo de cicatrização.

Além disso, é muito importante evitar roupas justas e sutiãs apertados durante o período. Também evite cobrir a região com curativos, pois isso pode facilitar a proliferação dos microrganismos. Se houver sinais de infecção, como vermelhidão intensa, inchaço, calor local ou secreção purulenta, você deve retornar ao médico para avaliar se a fissura está infectada. Com isso, pode ser necessário tratamento antibiótico ou antifúngico.

Por fim, as fissuras nas mamas representam um desafio relativamente comum durante a amamentação, mas que pode ser prevenido e tratado com intervenções adequadas. Isso garante não apenas a resolução das lesões, mas também a continuidade da amamentação de maneira segura e confortável. Afinal, as fissuras não contraindicam a amamentação na maior parte dos casos. Assim, você e o bebê podem colher todos os benefícios que o aleitamento materno proporciona.

Quer saber mais sobre as técnicas corretas de amamentação e seus benefícios? Toque aqui e confira nosso post completo sobre o assunto!

Exames para engravidar: quais devo fazer?

Antes de iniciar uma tentativa de gravidez, é necessário compreender a importância da preparação adequada. A fertilidade depende de fatores, como a saúde do sistema reprodutor e do organismo como um todo.

Por sua vez, grande parte dos casos de infertilidade pode ser identificada com exames pouco invasivos e, em alguns cenários, tratada com medidas simples. Assim, realizar exames para engravidar permite identificar possíveis causas de infertilidade e garantir condições mais seguras para a gestação.

Além disso, mesmo mulheres férteis devem realizar alguns exames antes de engravidar. Assim, elas podem identificar doenças que podem prejudicar o desenvolvimento do feto, como a sífilis e a clamídia. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post até o final!

A importância dos exames para engravidar

A investigação médica antes da concepção (consultas pré-conceptivas) contribui para o planejamento reprodutivo. Os exames para engravidar ajudam a avaliar as condições de saúde, identificar riscos e orientar tratamentos. Algumas condições silenciosas, como infecções assintomáticas ou alterações hormonais discretas, interferem na fertilidade e provocam complicações gestacionais.

Diagnosticar esses fatores reduz incertezas e melhora o prognóstico reprodutivo. Exames laboratoriais e de imagem fornecem informações sobre:

  • a reserva ovariana;
  • a função hormonal sexual;
  • a função tireoidiana;
  • a presença de infecções sexualmente transmissíveis;
  • a imunidade contra algumas doenças infecciosas;
  • os fatores genéticos de malformações fetais.

Quais são os principais exames para engravidar?

Avaliação da fertilidade

Entre os exames para engravidar, a análise hormonal é importante para mulheres que estão com dificuldade para engravidar. Eles não fazem parte dos exames de rotina pré-conceptiva e não são necessários para mulheres férteis. Essa investigação avalia o funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-ovário e possíveis disfunções que afetam a ovulação:

  • FSH (hormônio folículo estimulante): indica a capacidade do organismo de recrutar folículos ovarianos. Níveis altos podem sugerir reserva ovariana reduzida;
  • LH (hormônio luteinizante): participa da ovulação. Alterações podem indicar condições como a síndrome dos ovários policísticos.

Também podem ser indicados exames de avaliação da reserva ovariana, como a dosagem do hormônio antimülleriano (AMH) e a contagem de folículos antrais. Eles fornecem informações sobre o potencial reprodutivo da mulher.

O AMH é produzido pelas células dos folículos em desenvolvimento e seus níveis refletem a quantidade de folículos disponíveis nos ovários. Valores mais baixos podem indicar redução da reserva ovariana, enquanto níveis dentro da faixa de referência sugerem quantidade adequada de folículos.

A contagem de folículos antrais, realizada por meio de ultrassonografia transvaginal, complementa essa avaliação ao visualizar diretamente a quantidade de folículos em determinado ciclo menstrual. A utilização desses dois parâmetros auxilia na orientação do planejamento gestacional, permitindo o encaminhamento da paciente para a medicina reprodutiva em casos de infertilidade.

Além disso, é importante realizar exames para triagem de doenças da tireoide, como a dosagem de TSH (hormônio estimulante da tireoide). Afinal, o funcionamento da glândula tireoide impacta diretamente a fertilidade. Alterações nos hormônios da tireoide precisam ser corrigidas previamente para garantir uma gestação saudável. Por fim, o homem também deve realizar exames para verificar causas de infertilidade masculina.

Rastreio de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

As infecções sexualmente transmissíveis contribuem para a infertilidade, principalmente por causarem alterações nas tubas uterinas e no endométrio, além de malformações fetais. As principais são:

  • Sífilis: a sífilis é uma das principais causas de malformações congênitas e alterações neurológicas em bebês;
  • Clamídia: a infecção por Chlamydia trachomatis costuma ser silenciosa e, quando não tratada, leva à obstrução tubária e às aderências intrauterinas;
  • Gonorreia: causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, pode comprometer as tubas e aumentar o risco de infertilidade.

Essas infecções são frequentemente assintomáticas, e o rastreio adequado permite um diagnóstico e um tratamento em um momento mais oportuno (antes de danos reprodutivos).

Sorologias para doenças infecciosas

A sorologia verifica se a mulher possui anticorpos contra o vírus. Em casos de ausência de baixos níveis de anticorpos específicos para determinadas doenças, a vacinação é indicada. Entre as sorologias indicadas para verificar se a mãe está imunizada, estão:

  • Sorologia contra rubéola e sarampo: avaliar a imunidade contra sarampo e rubéola é necessário, pois essas infecções, quando ocorrem durante a gravidez, provocam abortamento e malformações;
  • Sorologia contra varicela: a varicela está associada a complicações, como pneumonia materna e síndrome da varicela congênita;
  • Sorologia para hepatite B:a infecção pelo vírus da hepatite B pode ser transmitida da mãe para o bebê no parto. A triagem identifica se a infecção está ativa e verifica a imunidade vacinal.

Teste para HIV

O rastreio do HIV é importante, pois, na grande maioria dos casos, é possível evitar que a infecção pelo HIV seja transmitida durante o parto e a amamentação. O diagnóstico permite adotar medidas, como a otimização do tratamento da mãe, o planejamento de uma cesariana e a contraindicação da amamentação.

Sorologia para toxoplasmose

A toxoplasmose é uma infecção que causa complicações como alterações neurológicas e oculares no feto. A sorologia para toxoplasmose é capaz de identificar se a mãe está com uma infecção atual e se ela tem imunidade contra a doença. Com isso, o médico pode orientar cuidados durante a gestação, especialmente quando a mulher é suscetível.

Exame de urina para rastrear infecção urinária

Infecções do trato urinário são frequentes e podem impactar a gestação, aumentando o risco de parto prematuro e complicações renais. O exame de urina identifica infecções assintomáticas e permite o tratamento antes da concepção.

Tipagem sanguínea e fator Rh

A tipagem sanguínea e a identificação do fator Rh são partes importantes dos exames para engravidar. A incompatibilidade Rh entre mãe e feto pode causar doença hemolítica no recém-nascido.

Rastreio de doenças genéticas

Dependendo da história familiar e do perfil do casal, o rastreio de doenças genéticas pode ser indicado. Testes para condições, como fibrose cística, anemia falciforme e talassemias, avaliam os riscos genéticos que podem ser transmitidos aos filhos. Esse rastreio não é feito de rotina, sendo indicado especialmente para casais consanguíneos ou com histórico de doenças hereditárias.

Os exames para engravidar complementam a avaliação da saúde reprodutiva e geral da mulher. Isso permite identificar fatores que interferem na fertilidade e na gestação, orientando tratamentos específicos antes da concepção. Contudo, eles devem ser sempre realizados após a indicação de um médico, o qual avaliará a paciente e indicará os exames de forma individualizada para cada caso.

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O que é mamografia?

As mamas são estruturas anatômicas compostas por tecidos glandular, conjuntivo e adiposo. Elas estão sujeitas a diversas mudanças fisiológicas ao longo da vida da mulher devido a flutuações hormonais, a gravidezes e ao envelhecimento. Ao longo da vida, muitas mulheres serão diagnosticadas com lesões benignas e malignas da mama. Entre elas, a mais perigosa é o câncer de mama, que é uma das principais causas de mortalidade feminina.

Por isso, a avaliação periódica das mamas é essencial para a identificação precoce de doenças. Até os 40 anos, essa avaliação é feita pelo exame físico das mamas durante as consultas ginecológicas. A partir dessa idade, contudo, podem ser necessários exames complementares preventivos para o câncer de mama, como a mamografia.

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O que é a mamografia?

A mamografia é uma técnica radiográfica desenvolvida especificamente para a obtenção de imagens das mamas. Para isso, ela utiliza raios-X de baixa dose para capturar imagens detalhadas do tecido mamário, permitindo a identificação de anormalidades que não são detectáveis apenas pelo exame físico.

As imagens da mamografia são geradas devido à diferença na absorção dos raios-X pelos diferentes tecidos das mamas. Tecidos mais densos, como glândulas e lesões suspeitas, absorvem mais radiação e aparecem mais esbranquiçados na imagem, enquanto áreas de gordura absorvem menos radiação e surgem em tons mais escuros.

A mamografia pode ser utilizada tanto com finalidade de rastreamento quanto de diagnóstico de lesões mamárias:

  • Mamografia de rastreamento: é realizada em mulheres assintomáticas para detectar potenciais malignidades (câncer) em estágio inicial. É feita com doses mais baixas de raios-X para evitar que as mulheres se exponham excessivamente à radiação ao longo da vida. Afinal, as mamografias preventivas são feitas anual ou bianualmente;
  • Mamografia diagnóstica: é feita quando há suspeita clínica de doença mamária, como a presença de um nódulo palpável, secreção mamilar ou achados anormais em uma mamografia de rastreamento.

A mamografia é considerada o padrão-ouro para o rastreamento do câncer de mama e é amplamente recomendada em diretrizes nacionais e internacionais para mulheres. Essas diretrizes podem trazer diferentes recomendações para a idade de início da mamografia, mas, em geral, não indicam o exame em mulheres assintomáticas com menos de 30 anos. No Brasil, a recomendação do Ministério da Saúde é que ela seja feita a cada 2 anos a partir dos 50 anos de idade. Em mulheres com fatores de risco importantes, o rastreamento pode ser iniciado aos 30 anos.

Classificação BI-RADS na Mamografia

As imagens obtidas pela mamografia são, então, avaliadas por um médico especializado em exames de imagem. Ele vai laudar o exame de acordo com o Breast Imaging-Reporting and Data System (BI-RADS), que é um sistema padronizado de classificação desenvolvido pelo American College of Radiology (ACR) para categorizar achados mamográficos.

As categorias BI-RADS são as seguintes:

  • Categoria 0: inconclusivo. Assim, exames adicionais são necessários;
  • Categoria 1: negativo, isto é, nenhuma anormalidade detectada;
  • Categoria 2: achados benignos, como cistos simples e fibroadenomas;
  • Categoria 3: achados provavelmente benignos, recomendando-se o acompanhamento com mamografias mais frequentes ou a investigação com outros exames de imagem;
  • Categoria 4: anormalidade suspeita. Com isso, a biópsia deve ser considerada;
  • Categoria 5: achado altamente sugestivo de malignidade. Assim, há uma forte recomendação para a realização de uma biópsia;
  • Categoria 6: malignidade confirmada por biópsia.

Importância da Mamografia

A mamografia é uma ferramenta fundamental na detecção do câncer de mama, oferecendo diversos benefícios:

  • Detecção precoce: a mamografia pode identificar tumores em estágios iniciais, quando são mais responsivos ao tratamento;
  • Redução na mortalidade: estudos indicam que o rastreamento mamográfico regular reduz a mortalidade por câncer de mama em aproximadamente 20 a 40%, dependendo da população e da frequência do exame;
  • Menor chance de sequelas: cânceres de mama em estágio inicial respondem melhor a tratamentos conservadores, reduzindo a necessidade de intervenções agressivas.

Como a mamografia é realizada?

O procedimento da mamografia geralmente envolve as seguintes etapas:

  • Posicionamento: a paciente se posiciona em frente ao mamógrafo enquanto o radiografista ajusta a mama para o exame;
  • Compressão: uma placa de plástico comprime a mama para melhorar a qualidade da imagem, aumentar a área de tecido visualizado e minimizar a exposição à radiação;
  • Aquisição das imagens: as imagens são captadas de diferentes ângulos. Os sensores digitais de raio-X ou os filmes de raio-X captam a diferença de absorção da radiação e formam uma imagem da anatomia das mamas;
  • Revisão e análise: o radiologista examina as imagens em busca de anormalidades e classifica de acordo com o BI-RADS.

O exame é rápido, geralmente durando, no máximo, 15 minutos.

Portanto, a mamografia é um exame de imagem importantíssimo para a avaliação das mamas, especialmente no rastreamento e diagnóstico de tumores nas mamas. Ao possibilitar o diagnóstico precoce do câncer de mama, ela pode melhorar significativamente os resultados terapêuticos e as taxas de sobrevida.

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Versão cefálica externa (VCE): qual é sua importância? Quando fazer?

A versão cefálica externa (VCE) é uma manobra obstétrica com o objetivo de alterar a posição do bebê para uma apresentação cefálica, em que a cabeça voltada para o canal de parto. Essa é apresentação mais favorável para o parto normal.

Assim, de forma geral, a VCE é indicada para reverter apresentações dificultam o parto. Isso ocorre, por exemplo, quando o feto se apresenta de forma pélvica (com as nádegas ou os pés voltados para o canal de parto) ou de forma transversal (“deitado” sobre o canal de parto).

A VCE já foi muito utilizada por parteiras e médicos antes do desenvolvimento da obstetrícia moderna. Por ser uma técnica mais antiga, já foi alvo de preconceito, mas vem sendo resgatada recentemente à medida que os estudos científicos mostram os benefícios de sua aplicação quando ela é indicada corretamente. Contudo, atualmente, o avanço de técnicas de monitorização fetal e de intervenção no parto permite que ela seja usada com maior segurança.

Hoje, essa manobra representa uma alternativa para evitar realizar cesarianas em mulheres que, apesar de terem condições favoráveis para um parto normal, apresentam apenas a posição inadequada do feto como obstáculo. Por ser uma técnica conservadora (sem procedimentos invasivos), quando indicada corretamente, ela é geralmente considerada mais segura do que a realização de uma cesariana.

Quer saber mais sobre a versão cefálica externa (VCE)? Acompanhe nosso post até o final!

Qual a importância da versão cefálica externa?

A versão cefálica externa é importante, pois:

  • Redução do risco de parto cesáreo: esta revisão que reuniu 9 artigos identificou que a VCE diminui significativamente a taxa de cesáreas. Uma tentativa de VCE reduziu a probabilidade de parto cesáreo em aproximadamente 43% em comparação com não realizar nenhuma tentativa de VCE. Contudo, caso não seja bem-sucedido, a versão cefálica externa pode aumentar ligeiramente o risco de um escore de Apgar baixo em 5 minutos após o nascimento;
  • Aumenta as chances de parto normal em apresentações desfavoráveis: este artigo apontou que a VCE aumenta as chances de partos cefálicos vaginais, sendo bem-sucedida em 54,5% dos casos. A taxa de nascimentos vaginais foi de 73,6% em pacientes em que o procedimento foi bem-sucedido. O estudo mostrou também que o procedimento tem maior chance de sucesso quando realizado por médicos experientes no procedimento, tendo realizado, pelo menos, 20 versões anteriores;
  • Bom perfil de segurança: as complicações graves são raras. A ruptura da placenta ocorre em apenas 0,25% dos casos e uma cesariana de emergência foi necessária em 0,35% dos casos. O maior risco é a mistura do sangue fetal com o materno, o que é uma preocupação apenas em mães com fator Rh divergente. Além disso, o risco de complicações, nesses casos, pode ser reduzido com o uso de imunoglobulinas em mães Rh negativas.

Quando fazer a versão cefálica externa?

A versão cefálica externa é indicada para pacientes com boa perspectiva para uma evolução favorável do trabalho de parto normal, mas cujos bebês estão em uma posição inadequada. O momento ideal para a realização da VCE costuma ser antes do início do trabalho de parto, entre a 36ª e a 38ª semana de gestação. Além disso, para executar a VCE, a gestante deve estar em ambiente hospitalar, uma vez que, mesmo sendo uma técnica não invasiva, ela apresenta riscos, mesmo que mínimos.

Essa janela de tempo é escolhida porque, a partir desse ponto, o bebê já se encontra suficientemente desenvolvido para o parto. Antes desse momento, os pulmões não estão completamente desenvolvidos, o que pode levar à internação em UTI neonatal.

Em determinadas situações, a técnica pode ser realizada durante o próprio trabalho de parto. Para isso, contudo, a bolsa amniótica deve estar intacta, o que facilita a mudança de apresentação fetal e reduz o risco de complicações no parto. Assim, a ruptura das membranas é uma contraindicação relativa ao procedimento.

Antes de optar pela realização do VCE, é imprescindível que seja realizado um exame ultrassonográfico. Isso ajuda a confirmar a posição do feto e a identificar possíveis contraindicações absolutas ao procedimento, como:

  • Sinais de hipóxia fetal (falta de oxigênio para o feto) aguda ou crônica;
  • Placenta prévia;
  • Oligohidrâmnio grave;
  • Anomalias fetais graves;
  • Malformações uterinas;
  • Hiperextensão da cabeça fetal ou feto com a cabeça acima dos ombros;
  • Escore baixo no perfil biofísico fetal.

Outras contraindicações são instabilidade clínica materna e pré-eclâmpsia grave.

Como é feita a versão cefálica externa?

Durante a execução da VCE, a gestante é posicionada deitada de costas. A obstetra, de maneira cuidadosa, utiliza as mãos para movimentos coordenados:

  • Uma mão realiza o deslocamento lateral a pelve fetal;
  • A outra mão manipula a cabeça do bebê.

Isso promove um giro que visa corrigir a apresentação. Essa ação é geralmente feita sob por monitorização por ultrassonografia, permitindo que o médico ajuste a técnica, em tempo real, conforme a resposta do feto. O número de tentativas para a realização do VCE pode variar de acordo com as particularidades de cada caso, mas os protocolos geralmente recomendam não exceder seis tentativas.

Em alguns casos, pode ser necessário que uma gestante receba medicamentos antes da realização da VCE. Esses medicamentos têm a função de inibir as contrações uterinas e promover o relaxamento do útero, facilitando assim o giro do bebê.

Além disso, o procedimento pode ser acompanhado de um desconforto moderado, que é tolerável para muitas mulheres. Para aquelas que sentem uma dor mais intensa, recomenda-se a utilização de anestesia peridural, que pode aumentar as chances de sucesso nas primeiras tentativas. Afinal, o estresse causado pela dor pode aumentar a frequência e a intensidade das contrações uterinas, o que dificulta a realização da manobra.

Portanto, a versão cefálica externa (VCE) é uma técnica que vem se consolidando na obstetrícia. Contudo, precisa ser realizada sob monitorização hospitalar por um médico experiente. Com isso, é possível evitar cesarianas em gestações em que o único obstáculo para um parto normal são as apresentações fetais transversa e pélvica.

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