Dra Cristiane Pacheco | WhatsApp

Medição do colo do útero durante a gestação: por que é importante?

O colo do útero é uma estrutura que conecta o canal vaginal com a cavidade uterina. Ele é formado pela parte inferior do útero, cuja parede se estreita e forma um tubo muscular. Esse tubo apresenta um canal revestido por células glandulares, que produzem muco. Inferiormente, o colo do útero é revestido pelas células de revestimento presentes no canal vaginal, que são resistentes ao atrito e a danos mecânicos.

Assim, desempenha um papel importante no sistema reprodutor feminino ao controlar o fluxo entre o útero e o ambiente vaginal. O muco produzido por ele atua como uma barreira protetora contra infecções causadas por microrganismos, pois apresenta fatores químicos e físicos que impedem a proliferação e a ascensão de microrganismos para a cavidade uterina. Devido à variação de consistência ao longo do ciclo menstrual, o muco apresenta função contraceptiva fora do período fértil.

O colo do útero é essencial durante a gravidez e o parto. Na gestação, ele se contrai fortemente e permanece fechado, ajudando na manutenção do feto dentro do útero. Já no momento do parto, o colo muda suas características: ele se torna mais fino e frouxo. Isso faz com que ele se dilate progressivamente e permite que o bebê passe pelo canal cervical.

Em alguns casos, porém, o colo do útero pode apresentar disfunções durante a gestação. Por isso, uma das medidas mais importantes do pré-natal é a medida do colo do útero. Quer saber mais sobre a medição do colo do útero? Acompanhe até o final!

Pré-natal e medição do colo do útero

O monitoramento do comprimento do colo uterino durante o pré-natal é uma das medidas utilizadas para avaliar o risco de abortamento tardio e de parto prematuro. Afinal, diversos estudos mostraram que existe uma correlação muito significativa entre o tamanho do colo e as chances desses desfechos.

Ou seja, eles identificaram que havia uma frequência muito maior de parto prematuro no grupo de mulheres com um colo uterino mais curto. O tamanho do colo do útero varia de acordo com a idade gestacional, sendo considerados valores normais:

1º trimestre: colo do útero entre 3,5 e 5 centímetros;
2º e 3º trimestre: colo do útero maior do que 2,5 centímetros.

Atualmente, a ultrassonografia transvaginal é considerada a técnica padrão-ouro para medir o comprimento do colo uterino no contexto do pré-natal. Com a medição cervical ultrassonográfica, seu médico pode identificar se você apresenta maior risco de parto prematuro e implementar intervenções preventivas.

O rastreamento rotineiro do comprimento do colo uterino, especialmente antes de 24 semanas de gestação, está associado a uma redução significativa nos partos prematuros espontâneos. Por exemplo, este estudo feito aqui no Brasil sugere que a medição ultrassonográfica transvaginal do comprimento do colo uterino deve fazer parte dos exames pré-natais de rotina no segundo trimestre.

Com o diagnóstico precoce, intervenções (suplementação de progesterona vaginal ou cerclagem cervical) podem ser indicadas para ajudar a sustentar a gestação até o momento certo para o parto.

O que fazer quando ocorre a medição do colo do útero mostra um encurtamento?

Diversas intervenções podem ser indicadas para trataro encurtamento do colo uterino:

Cerclagem Cervical: a cerclagem cervical é uma sutura cirúrgica (“ponto”) feito ao redor do colo uterino para evitar sua dilatação prematura. Em mulheres que já tiveram colo curto em outras gestações, pode ser realizada preventivamente entre 12 e 14 semanas de gestação. Em novos diagnósticos, a cerclagem deve ser feita o quanto antes após o diagnóstico;
Pessário Cervical: o pessário cervical é dispositivo de silicone endovaginal. Ele serve como apoio estrutural ao colo do útero, além de modificar sua posição, a fim de aliviar a pressão uterina. Como não há muitos estudos que comprovem a eficácia do pessário cervical, ele é empregado apenas quando outras intervenções mais seguras são contraindicadas;
Progesterona: a administração de progesterona reduz a atividade uterina e ajuda a manter a integridade cervical. Esse tratamento hormonal, realizadogeralmente com supositórios vaginais, pode ser recomendado para mulheres com colo curto que não podem utilizar a cerclagem cervical. Também é indicado em complemento às intervenções anteriores;
Alterações no Estilo de Vida: além de intervenções médicas, as alterações no estilo de vida são fundamentais. A paciente deve limitar as atividades cotidianas e esportivas que aumentam a pressão abdominal, como levantar cargas mais pesadas.

O que fazer para e nas próximas possíveis gestações?

A cerclagem cervical preventiva é indicada para mulheres com colo curto em gestações prévias, podendo ser realizada entre 12 e 14 semanas de gestação. Isso deve ser feito mesmo que a medição na gestação atual apresente valores normais. Afinal, os estudos mostram uma chance muito elevada de abortamento e de parto prematuro em mulheres com colo curto em gestações anteriores.

Além disso, as medidas de alteração de estilo de vida também continuam indicadas. O papel do uso precoce de progesterona ainda é debatido, mas é uma opção que pode ser discutida com o seu médico.

Portanto, a medição do colo do útero durante o pré-natal é uma medida importante para avaliar o risco de abortamento e de parto prematuro. Com intervenções precoces, é possível reduzir o risco de desfechos negativos e aumentar as chances de um nascimento saudável.

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Como tratar a diástase abdominal depois do parto?

A diástase abdominal é um defeito da parede abdominal caracterizado pela separação do músculo reto abdominal. O reto abdominal é o músculo relacionado à definição muscular do abdômen, o famoso “tanquinho”. Ele apresenta duas faixas de músculos, uma de cada lado do corpo. Essas duas porções laterais do músculo reto abdominal são unidas por uma faixa de tecido conjuntivo (aponeurose), conhecida pelo nome de linha alba.

O reto abdominal, junto com outros músculos abdominais, forma a parede abdominal. Além disso, ele tem como função a flexão do tronco, permitindo que a parte superior do corpo se mova em direção à pelve. Ele também é essencial para estabilizar a coluna, comprimir os órgãos abdominais durante esforços físicos e garantir uma postura adequada e o suporte interno dos órgãos.

Na diástase abdominal, o músculo e a linha alba ficam mais frouxos, aumentando o espaço entre as porções laterais do músculo reto abdominal. A diástase abdominal é comum em mulheres grávidas, visto que a parede abdominal precisa se distender bastante para acomodar o crescimento da barriga. Quer saber mais sobre como tratar a diástase abdominal após uma gestação? Acompanhe nosso post até o final!

Como tratar a diástase abdominal depois do parto?

O plano terapêutico para a diástase abdominal é individualizado de acordo com as características de cada caso, como a gravidade da separação, os aspectos funcionais e os desejos da paciente. Podemos dividir as intervenções terapêuticas para a diástase abdominal em duas categorias:

  • Medidas conservadoras: são tratamentos, como a fisioterapia e a redução do peso, que não envolvem procedimentos invasivos cirúrgicos. São indicadas geralmente para casos leves e moderados;
  • Medidas cirúrgicas: o procedimento mais utilizado é a plicatura do músculo reto abdominal. Nela, realiza-se uma sutura na aponeurose para aproximar as faixas laterais do músculo reto. As medidas cirúrgicas são reservadas para casos graves e para diástases abdominais que não melhoraram significativamente com o tratamento conservador. 

A seguir, vamos detalhar cada uma das medidas que podem ser utilizadas no tratamento da diástase abdominal

Papel da perda de peso na diástase abdominal

O sobrepeso e a obesidade aumentam a pressão abdominal. Com isso, aumentam-se as chances de agravamento da diástase abdominal. Uma ação que contribui para a perda de peso é a amamentação. Contudo, para algumas mulheres, ela não será suficiente para o retorno ao peso normal. Então, outras medidas de perda de peso, como a dieta, podem ser utilizadas sob supervisão médica. 

Fisioterapia e medidas de reabilitação do core abdominal

A fisioterapia para a diástase abdominal vai utilizar diversas intervenções para melhorar os fatores que levam à diástase abdominal:

  • Fortalecimento do “core”: exercícios para força e hipertrofia abdominal podem ajudar a reduzir o tamanho da diástase abdominal e prevenir seu agravamento. Para que essa medida seja mais eficaz, é fundamental trabalhar tanto os músculos superficiais quanto os músculos abdominais profundos, como o transverso abdominal. Ou seja, não é qualquer abdominal que ajuda a aliviar a diástase, visto que a maioria dos programas de abdominais para motivos estéticos aborda principalmente os músculos superficiais;
  • Correção postural: nossa postura influencia na pressão abdominal, aumentando a distensão do músculo reto abdominal. Assim, o fisioterapeuta vai trabalhar para corrigir desvios posturais, como a inclinação anterior da pelve ou a lordose lombar excessiva;
  • Técnicas de respiração diafragmática: na respiração, ocorre a contração e a distensão do músculo reto abdominal. Alguns padrões de respiração podem fazer com que a barriga se projete mais intensamente para a frente. Na fisioterapia, você aprenderá técnicas de respiração diafragmática que reduzem a pressão intra-abdominal e promovem o fortalecimento dos músculos abdominais;
  • Ergonomia: durante nossas atividades cotidianas, podemos fazer movimentos e posturas que aumentam bastante a pressão abdominal. Na fisioterapia, você aprenderá quais atividades devem ser evitadas e como fazer movimentos que não distendem excessivamente os músculos abdominais;
  • Uso de cintas: a fisioterapia também pode indicar cintas que oferecem um suporte adicional para o abdômen e contrabalançam a pressão abdominal. 

Cirurgia de plicatura do reto abdominal

A plicatura dos músculos retos do abdômen é um procedimento de sutura dos músculos retos do abdômen para restaurar sua anatomia normal. Ela diminui a largura da linha alba e reaproxima as faixas do músculo reto abdominal. 

Ela geralmente é realizada por cirurgiões especializados em parede abdominal, cirurgiões ginecológicos ou cirurgiões plásticos. Quando feita por cirurgiões plásticos, ela pode ser associada à abdominoplastia, incluindo a lipoescultura da região abdominal. 

Ela não apresenta apenas resultados estéticos, sendo também eficaz na reabilitação funcional, como a melhora da postura e da estabilidade do core. Contudo, é um procedimento invasivo que apresenta riscos intrínsecos e pode requerer um período significativo de recuperação.

A diástase abdominal é uma condição comum após as gestações. Ela pode prejudicar tanto a funcionalidade quanto a estética do core abdominal. Por isso, merece atenção, principalmente no período pós-gestacional. O tratamento é individualizado para cada caso de acordo com a gravidade do caso e os desejos da paciente. Assim, pode envolver desde medidas conservadoras, como fisioterapia e perda de peso, até intervenções cirúrgicas, como a plicatura do músculo reto abdominal.

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O que é sangramento uterino anormal?

O útero é um órgão constituído por três camadas: o endométrio (mais interna), o miométrio (intermediária) e o perimétrio (mais externa). Em um ciclo menstrual regular, o endométrio é estimulado a se desenvolver pelos hormônios estrogênio e progesterona a fim de receber um embrião.

Nos estágios iniciais da gestação, ele fornece nutrição e abrigo até a formação da placenta. Se não houver concepção, os níveis hormonais sexuais diminuem, provocando a menstruação. Portanto, a menstruação marca o surgimento de um novo ciclo menstrual devido à redução dos níveis de estrogênio e de progesterona. Quer saber mais sobre as alterações no ciclo menstrual, o sangramento uterino anormal (SUA)? Acompanhe até o final!

O que é sangramento uterino anormal?

O sangramento uterino anormal (SUA) é uma condição ginecológica comum que afeta entre 14% e 25% das mulheres em idade reprodutiva. É uma das principais queixas em consultórios ginecológicos, sendo frequentemente relatada, como “fluxo aumentado” ou “menstruação prolongada”.

Contudo, o termo SUA foi criado para substituir os diversos termos que utilizávamos para se referir a alterações menstruais, como:

  • Hipermenorreia: sangramento menstrual prolongado ou de um volume excessivo;
  • Menorragia: excesso de sangramento vaginal;
  • Hipomenorreia: fluxo menstrual que dura menos do que o normal ou com pouco volume;
  • Polimenorreia: ciclos menstruais com frequência menor que 24 dias;
  • Oligomenorreia: ciclos menstruais com intervalos superiores a 35 dias;
  • Metrorragia: sangramento uterino que acontece fora do período normal da menstruação;
  • Menometrorragia: sangramento aumentado no período menstrual acompanhado de sangramento fora do período menstrual.

Nos últimos anos, alguns estudos mostraram que esses termos não são tão úteis para o diagnóstico e levam a confusões. Com isso, a terminologia foi alterada. Então, sangramento uterino anormal pode se referir a qualquer uma dessas condições.

Tipos de SUA

O sangramento uterino anormal pode ser dividido em duas apresentações principais:

  • Sangramento anormal agudo, que se caracteriza por um volume elevado de perda sanguínea em pouco tempo. Por isso, geralmente, requer tratamento urgente para reposição do sangue perdido;
  • Sangramento anormal crônico se refere a alterações que ocorrem na maioria dos meses nos últimos seis meses. Ocorre em menor intensidade do que o agudo e, por isso, o corpo consegue se adaptar parcialmente à perda de sangue. A anemia pode ocorrer, mas geralmente não precisa ser tratada com urgência. 

Quando o sangramento uterino é considerado anormal?

Um ciclo menstrual regular ocorre a cada 24 a 38 dias. Já a menstruação dura geralmente de 5 a 9 dias com um volume de sangue total entre 5 ml e 80 ml. Ou seja, o termo descreve mudanças na frequência, regularidade, duração e volume do fluxo menstrual.

O sangramento uterino anormal pode ocorrer em qualquer idade, e os que é considerado normal ou anormal varia de acordo com a faixa etária da paciente. Por exemplo, na adolescência e logo antes da menopausa, é comum que os ciclos sejam mais irregulares. Em uma mulher adulta, a irregularidade pode ser considerada SUA e merecer uma investigação mais aprofundada.

Antigamente, o que era considerado anormal se baseava principalmente em números. Por exemplo, o sangramento era excessivo quando ultrapassava 80 milímetros em um ciclo menstrual. Entretanto, hoje, além dos valores numéricos, os parâmetros podem ser individualizados. Então, se uma paciente considerar que seu padrão de sangramento está diferente do que costumava ser, ele pode ser considerado como SUA.

Portanto, considera-se o sangramento uterino anormal quando:

  • Presença de sangramento ou manchas entre os períodos menstruais;
  • Sangramento após as relações sexuais;
  • Percepção de menstruação mais intensa que o normal;
  • Sangramento após a menopausa;
  • Os ciclos menstruais são mais longos ou mais curtos que o habitual para a paciente;
  • Períodos de sangramentos mais curtos ou longos do que o habitual para a paciente.

Causas do sangramento uterino anormal

A Federação Internacional de Obstetrícia e Ginecologia (FIGO) propôs a classificação PALM-COEIN para facilitar o reconhecimento das principais causas de SUA fora da gestação. O termo PALM se refere às causas estruturais:

Já o COEIN abrange condições não estruturais, como:

É importante enfatizar que o sangramento uterino anormal pode ser causado por mais de uma dessas condições acima. Portanto, além de diagnosticar o SUA, o diagnóstico precisa ser bastante criterioso. 

Diagnóstico e tratamento

A principal etapa do diagnóstico é a realização de uma anamnese (histórico médico) e de um exame físico completos. Isso é essencial para guiar uma escolha individualizada dos exames complementares, que podem incluir:

  • Ultrassonografia, ressonância magnética e outros exames de imagem para identificar causas estruturais;
  • Avaliação hormonal para identificar condições, como a síndrome dos ovários policísticos e falência ovariana prematura;
  • Hemograma para identificar se a paciente está com anemia ou se há sinais de infecção;
  • Coagulograma;
  • Dosagem dos hormônios da tireoide;
  • Papanicolaou (especialmente se a paciente não estiver com a rotina em dia). 

O tratamento do SUA dependerá da causa de base, mas geralmente envolve a supressão da menstruação por um determinado período. Se for identificada anemia na paciente, ela pode receber suplementação de ferro. 

Portanto, o sangramento uterino anormal é um termo que abrange diversas irregularidades no ciclo menstrual, classificadas como agudas ou crônicas. Ele é uma condição que pode prejudicar a qualidade de vida das mulheres, afetando aspectos físicos, emocionais, sexuais e profissionais. Por isso, se você notar alterações na sua menstruação ou apresentar sangramentos em momentos em que ele não é esperado, não deixe de procurar um médico.

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Saco gestacional e desenvolvimento da gestação

O saco gestacional apresenta uma função importante no início da gestação. Afinal, é a primeira estrutura visível durante o desenvolvimento embrionário. Sua presença e características fornecem informações importantes para o diagnóstico e acompanhamento da gravidez. Quer saber mais sobre as funções do saco gestacional ao longo do desenvolvimento da gestação, desde sua formação até a transição de protagonismo para outras estruturas mais complexas? Acompanhe nosso post até o final!

O que é saco gestacional?

O saco gestacional é a cavidade preenchida por líquido que contém o embrião. Portanto, é uma estrutura muito importante nas primeiras semanas de uma gestação. Entretanto, com o avanço da gravidez, outras estruturas assumem uma relevância clínica maior e a tendência é que a expressão “saco gestacional” seja menos usada no pré-natal. Veja, a seguir, um resumo do que acontece com o saco gestacional com o desenvolvimento da gestação:

  • Entre 3ª e 4ª semanas: sinal precoce de uma possível gestação;
  • Entre 5ª e 6ª semanas: formação da vesícula vitelina;
  • A partir da 10ª semana: o saco gestacional passa a ser formado pelas membranas embrionárias. Então, a partir desse momento, a paciente passa a ouvir menos o termo “saco gestacional”, pois os médicos e os exames tenderão a usar a expressão membranas embrionárias.

Com isso, é importante ressaltar que a idade do embrião não coincide com a idade gestacional. A idade gestacional é calculada a partir da data de início da última menstruação. No entanto, a fertilização geralmente ocorre entre 10 e 15 dias após esse marco. Então, o embrião é aproximadamente duas semanas mais novo do que a idade gestacional. 

3ª e 4ª semanas: momento de protagonismo do saco gestacional

Após a fecundação, forma-se um zigoto, que inicialmente é uma única célula embrionária. Depois disso, essa célula embrionária indiferenciada começa a se dividir rapidamente (clivagem). Por volta do quarto e do quinto dia após a fecundação, essa massa celular indiferenciada começa a se diferenciar em dois tecidos distintos: o embrioblasto e o trofoblasto. O trofoblasto dará origem a diversos anexos embrionários fundamentais para a evolução normal de uma gestação. 

Após sua formação, o trofoblasto começa a liberar secreções, criando uma cavidade no interior do embrião. À medida que as células trofoblásticas produzem essas secreções, ocorre uma expansão da cavidade do blastocisto, que cresce cerca de 1 milímetro por dia. Além de proteger o embrião, isso fornece um espaço adequado para o desenvolvimento do embrião e dos anexos embrionários. 

Com o crescimento da cavidade do blastocisto, é possível visualizar, na ultrassonografia, uma região com uma massa de células preenchida por líquido. Contudo, o saco gestacional não é essa cavidade do blastocisto, o saco gestacional é todo o espaço preenchido por líquido que contém o embrião. 

A ultrassonografia transvaginal pode detectar o saco gestacional por volta de 4,5 a 6 semanas de gravidez. Nesse exame, o saco gestacional apresentará as seguintes características:

  • Seu interior é uma região muito escura, que é chamada de anecoica (ausência de eco). Isso significa que ela apresenta uma grande quantidade de líquido;
  • O entorno do saco gestacional é um anel hiperecoico, ou seja, que reflete bastante as ondas de ultrassom. Com isso, aparece branca, o que significa que há uma alta densidade de células no local.

Por ser formado precocemente, o saco gestacional é geralmente a primeira estrutura que pode ser identificada no útero pela ultrassonografia. Assim, a visualização do saco gestacional dentro do útero é reconhecida como um dos primeiros sinais de confirmação de uma gestação intrauterina. Se o saco gestacional é identificado nas tubas uterinas ou em outra estrutura pélvica, dizemos que é uma gestação ectópica, a qual não tem chance de evoluir e precisa ser interrompida.

Entre 5ª e 6ª semanas: a formação da vesícula vitelina

Entre 5 e 6 semanas de gestação, a ultrassonografia deve ser capaz de identificar também o saco vitelino e o embrião dentro do saco gestacional. Portanto, a partir desse período, um saco gestacional normal na ultrassonografia deve apresentar um embrião em seu interior. Além disso, nesse período, já é comum que possamos identificar os batimentos cardíacos fetais pela ultrassonografia.

A partir desse momento, pode-se diagnosticar problemas gestacionais, como:

  • Gravidez anembrionária: é a ausência de vesícula vitelina ou de embrião no interior do saco gestacional após a 6ª semana de gestação;
  • Saco gestacional pequeno para a idade gestacional: esse sinal pode significar algum problema de desenvolvimento embrionário;
  • Abortamento precoce: é a presença de um saco gestacional com um feto, mas sem identificação de batimentos cardíacos após o período em que o coração já deveria ter se formado.

A partir da 7ª a 10ª semana: o saco gestacional perde o protagonismo

À medida que o embrião se desenvolve, estruturas mais complexas surgem. Então, as estruturas mais primitivas perdem seu protagonismo no acompanhamento da gestação:

  • A função da vesícula vitelina começa a ser substituída pela placenta, que se torna responsável nutrição do feto;
  • As membranas embrionárias passam a receber mais atenção, e o saco gestacional perde sua relevância funcional. 

Portanto, o saco gestacional apresenta uma grande importância funcional e clínica. Ele oferece um ambiente seguro para o desenvolvimento do embrião e é o primeiro sinal a ser identificado em uma ultrassonografia. Com o avanço das semanas gestacionais, sua relevância clínica diminui à medida que estruturas como a placenta e as membranas embrionárias assumem funções essenciais no suporte do feto.

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O que é candidíase vulvovaginal?

O sistema reprodutor feminino pode ser dividido de diferentes formas. Uma das mais comuns é a divisão entre sistema reprodutor feminino superior e inferior. A porção superior é aquela que não pode ser visualizada durante o exame físico ginecológico, sendo formada pelo útero, pelas tubas uterinas, pelos ligamentos uterinos e pelos ovários. Já a porção inferior é formada pelo colo uterino, pela vagina e pela vulva, que são estruturas que podem ser examinadas durante a inspeção visual ginecológica.

O sistema reprodutor feminino inferior apresenta uma porção que pode ser vista a olho nu, sem o auxílio de instrumentos médicos, a genitália externa (vulva). Entre as estruturas que fazem parte da vulva, estão os grandes lábios, os pequenos lábios, o clítoris e o introito vaginal. 

Contudo, uma região do sistema reprodutor feminino inferior apenas pode ser examinada com o uso do espéculo. Esse instrumento expande a abertura do introito vaginal, permitindo que o ginecologista possa visualizar as paredes da vagina e o colo do útero.

A candidíase vulvovaginal é uma infecção fúngica que acomete tanto a genitália externa (vulva) quanto a vagina, podendo causar sintomas bastante incômodos para a mulher. Quer saber mais sobre essa condição? Acompanhe nosso post até o fim!

O que é candidíase vulvovaginal?

O termo “candidíase” faz referência ao tipo de fungo que está relacionado ao quadro. Eles pertencem ao gênero Candida. Algumas espécies desse fungo habitam naturalmente o microbioma (“flora microbiana”) da mucosa vulvovaginal, sendo importantes para a proteção do sistema reprodutor feminino. 

Em até 92% dos casos, a candidíase vulvovaginal é causada pela Candida albicans, que faz parte do microbioma vaginal normal, estando presente de forma controlada e sem causar desconforto clínico. Então, o que faz com que esse fungo mude seu comportamento?

Causas da candidíase vulvovaginal

O nosso corpo apresenta alguns mecanismos para controlar o crescimento da Candida albicans, como:

  • pH vaginal – Naturalmente, a vagina apresenta um ambiente mais ácido, ou seja, um pH mais baixo do que o pH da pele;
  • Controle imunológico – o sistema imunológico produz células e moléculas que respondem eficaz e rapidamente à proliferação excessiva da Candida, evitando a permanência de sua proliferação.

A multiplicação excessiva da Candida albicans geralmente está associada a mudanças no pH (nível de acidez) da vagina. Portanto, a candidíase pode surgir quando:

  • O ambiente vaginal se torna menos ácido, isso pode facilitar a proliferação dos microrganismos que vivem nela;
  • O sistema imunológico fica enfraquecido. 

Esses fenômenos podem ocorrer devido a fatores, como:

  • Gravidez: mudanças hormonais e um leve enfraquecimento do sistema imunológico que ocorre naturalmente durante a gravidez;
  • Diabetes mellitus: níveis elevados de açúcar no sangue podem enfraquecer o sistema imunológico;
  • Uso de antibióticos: os antibióticos podem eliminar bactérias benéficas, que liberam substâncias que deixam o pH da vagina mais ácido;
  • Imunossupressão: um sistema imunológico enfraquecido reduz a capacidade do corpo de conter a Candida de forma eficaz;
  • Práticas de higiene podem desestabilizar o pH vaginal, como o uso de duchas vaginais. 

Na tentativa de compensar essa resposta insuficiente de controle da Candida, o sistema induz a inflamação, que, na região vulvovaginal, causa sintomas, como:

  • Coceira;
  • Ardência;
  • Vermelhidão;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Secreção vaginal alterada, geralmente espessa e branca.

Infecções de repetição 

Algumas mulheres desenvolvem uma forma da doença caracterizada pela recorrência das infecções. A candidíase vulvovaginal recorrente é definida por pelo menos quatro episódios de candidíase vulvovaginal por ano. Os mecanismos exatos que levam à candidíase de repetição não estão totalmente compreendidos. Presume-se que essa síndrome seja causada por uma combinação de:

  • Fatores genéticos: algumas mulheres apresentam mutações genéticas hereditárias relacionadas a uma dificuldade imunológica de combater a Candida albicans
  • Fatores de virulência: são mecanismos que deixam os microrganismos mais resistentes. Por exemplo, as espécies de Candida podem formar biofilmes na mucosa vaginal, protegendo-se do sistema imunológico e dos tratamentos antifúngicos;
  • Fatores ambientais: os mais comuns são o uso de imunossupressores e a persistência no uso de duchas vaginais; 
  • Fatores adquiridos: o mais frequente é a diabetes mellitus descontrolada, que, por reduzir a eficiência do sistema imunológico, predispõe a um maior número de infecções. 

Exames e diagnóstico

Quando não é de repetição, a candidíase vulvovaginal é uma condição facilmente diagnosticada e tratada. Geralmente, o diagnóstico é feito por meio de exame físico, no qual podem ser observados sinais inflamatórios que explicamos acima (inchaço, vermelhidão e corrimento característico).

Em alguns casos, pode ser necessária a análise das secreções vaginais para identificar o tipo exato de fungo, a fim de determinar o tratamento mais adequado. Isso é especialmente importante em infecções recorrentes (de repetição), pois há uma alta probabilidade de envolvimento de espécies de Candida não albicans ou de cepas de Candida resistente aos antifúngicos.

O tratamento é indicado apenas quando há manifestação dos sintomas. Em outras palavras, com raras exceções, não é necessário tratar a candidíase assintomática. O plano terapêutico é elaborado de forma individualizada, de acordo com a gravidade e a frequência dos episódios. Ele geralmente consiste no uso de medicamentos antifúngicos tópicos ou orais, que são muito eficazes no combate à infecção. Em casos crônicos, as mulheres podem precisar de tratamento prolongado ou até mesmo de um programa de manutenção. 

Por fim, é fundamental que o tratamento da candidíase vulvovaginal seja acompanhado por um médico e que você siga as instruções dele com cuidado. Afinal, um dos fatores que podem levar à recorrência dos sintomas é o tratamento inadequado.

Quer saber mais sobre as infecções vaginais de repetição? Toque aqui!

Sintomas de candidíase vulvovaginal: conheça mais sobre essa infecção de repetição

Infecções vulvovaginais ocorrem quando microrganismos conseguem se multiplicar excessivamente na vulva e na vagina. A vulva é a genitália externa feminina, sendo principalmente formada pelos grandes lábios, pelos pequenos lábios e pelo introito vaginal. Já a vagina é o órgão tubular que se inicia após o introito vaginal e que termina no colo do útero.

Esses dois órgãos apresentam um maior risco de infecção por alguns fatores. Eles estão em maior contato com o meio externo, então estão mais propensos a colonização por microrganismos patogênicos. Além disso, apresentam uma flora microbiana própria, que é controlada pelo nosso organismo e nos protege na maior parte do tempo. Contudo, em algumas mulheres, alguns microrganismos da flora microbiana normal podem se multiplicar excessivamente e provocar infecções de repetição.

O principal microrganismo relacionado a essas infecções vulvovaginais de repetição é a Candida albicans, que faz parte da microbiota normal das mulheres. Quer saber mais sobre a candidíase, a infecção pela Candida albicans? Acompanhe nosso post até o final até o final!

O que é candidíase?

A candidíase é uma infecção vaginal predominantemente causada pela espécie Candida albicans, responsável por cerca de 80% a 92% dos casos. Esse fungo habita naturalmente o canal vaginal, tendo funções protetoras importantes. Por exemplo, ele ajuda a manter o pH vaginal mais ácido e produz substâncias que dificultam a proliferação de bactérias que podem causar infecções vulvovaginais.

Embora menos frequentes, outras espécies de Candida, como Candida glabrata, Candida krusei, Candida tropicalis e Candida parapsilosis também podem ser agentes causadores da candidíase. Em geral, essas infecções podem ser mais difíceis de tratar com os planos terapêuticos utilizados para a Candida albicans.

Causas da Candidíase

No ambiente vaginal, a Candida faz parte de um rico microbioma, do qual fazem partes bactérias, como os lactobacilos, e outros fungos. O crescimento desses microrganismos é controlado por diversos mecanismos químicos e imunológicos, como:

  • pH vulvovaginal;
  • Citocinas, que são moléculas que controlam processos do sistema imunológico;
  • Temperatura corporal;
  • Substâncias antimicrobianos presentes no muco vaginal;
  • Substâncias produzidas por outros microrganismos presentes na flora bacteriana.

Alterações nesses mecanismos podem levar à proliferação excessiva do fungo, o que causa um processo inflamatório local. Estudos indicam que até 75% das mulheres podem experimentar, pelo menos, um episódio de candidíase vaginal ao longo da vida.

Quais são os sintomas da candidíase?

 

Os sintomas da candidíase são causados principalmente pelo processo inflamatório causado pela doença. A apresentação clássica da doença envolve:

  • Prurido (coceira) leve a intensa;
  • Secreção branca, que pode ser mais líquida (descrita como “leitosa”) ou ter uma textura parecida com “leite coalhado”.

Além disso, de acordo com a gravidade do quadro, outros sintomas podem surgir, como:

  • Vermelhidão e inchaço na vulva;
  • Sensação de ardência ao urinar;
  • Desconforto ou dor durante a relação sexual.

Episódios de candidíase complicada podem apresentar sintomas adicionais, como a presença de fissuras e de estenose vaginal. Em algumas situações, a doença pode ser recorrente. Isso parece estar relacionado a fatores, como:

  • Uso de antibióticos;
  • Estresse;
  • Imunossupressão;
  • Diabetes mellitus descompensada;
  • Uso de duchas vaginais.

Além disso, a candidíase parece estar intimamente relacionada a questões hormonais. Afinal, é muito menos frequente em crianças e em mulheres na menopausa.

Nesse sentido, durante a gravidez, os níveis hormonais elevados aumentam a acidez vaginal, criando um ambiente propício para a proliferação de fungos. Simultaneamente, o sistema imunológico da mulher fica ligeiramente suprimido. Felizmente, a infecção não representa risco significativo para a mãe ou o bebê.

Diagnóstico e tratamento da candidíase

A candidíase vulvovaginal é de fácil diagnóstico e tratamento. As características da secreção tornam a doença mais fácil de distinguir de outras vaginoses, mas, em alguns casos, ainda pode ser difícil a distinção.

O diagnóstico pode ser exclusivamente clínico nos casos não recorrentes. O médico realiza um exame físico para identificar sintomas característicos como inchaço, vermelhidão e corrimento na região vulvovaginal.

Contudo, em infecções recorrentes ou complicadas, pode ser necessária a avaliação laboratorial das secreções para identificar a espécie específica de Candida e determinar o tratamento mais eficaz. Afinal, esse tipo de candidíase tem maior chance de envolvimento de cepas não albicans. Inclusive, em pacientes com internação hospitalar recente e infecção complicada, é importante investigar algumas cepas multirresistentes que estão surgindo.

O tratamento é indicado somente quando os sintomas estão presentes, variando de acordo com a gravidade do quadro. Afinal, como se trata de um fungo que habita normalmente e protege a mucosa vaginal, somente faz sentido tratá-lo quando ele causa problemas para a paciente. Geralmente, a terapia envolve o uso de medicamentos antifúngicos, aplicados topicamente ou administrados por via oral, que são eficazes no combate à infecção.

Para mulheres que apresentam candidíase recorrente, o tratamento pode se estender por um período mais prolongado e envolver um plano terapêutico de manutenção. Por isso, é fundamental evitar a automedicação e seguir estritamente as orientações médicas para o tratamento.

Quer saber mais sobre as infecções de repetição? Toque aqui!

Vitamina D: quando é importante suplementar durante a gestação?

A gestação é um fenômeno complexo em que uma nova vida é gerada dentro do útero de uma mulher. Para gerar um novo ser, será preciso fornecer os ingredientes necessários para o crescimento e o desenvolvimento de um organismo saudável. Os nutrientes, como proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais, são os materiais de construção do corpo humano. 

Devido à gestação, portanto, o organismo feminino precisará de muito mais nutrientes e energia do que geralmente precisa. Afinal, o feto obtém seus nutrientes a partir da corrente sanguínea da mulher. Cada grama de músculo e ossos do bebê vem dos alimentos que você come.

Alguns nutrientes, como a vitamina D, são importantes, pois regulam os processos celulares e metabólicos do bebê. Sua falta faz com que o bebê tenha dificuldade em formar órgãos saudáveis mesmo quando a ingestão de outros nutrientes está adequada. 

Por isso, em alguns casos, pode ser necessário utilizar suplementos alimentares, isto é, medicações que fornecem uma quantidade adicional de nutrientes em relação à alimentação. Quer saber quando é necessário suplementar a vitamina D? Acompanhe nosso post até o final!

O que é deficiência nutricional?

A deficiência nutricional é a carência de determinados nutrientes no organismo. A deficiência nutricional pode ser generalizada. Ou seja, a pessoa não obtém grande parte dos nutrientes necessários pela alimentação diária.

A desnutrição é um quadro em que a deficiência nutricional causa repercussões na saúde da pessoa devido às deficiências nutricionais mais prolongadas. Ela pode ser:

  • Primária – acontece quando a pessoa não consegue obter os alimentos necessários para as suas necessidades diárias;
  • Secundária – ocorre devido a uma dificuldade de absorção de nutrientes, como no caso das doenças inflamatórias intestinais, ou ao aumento das necessidades metabólicas, como nas gestações.

Além disso, a desnutrição e a deficiência podem ser

  • generalizadas, atingindo quase todos os nutrientes;
  • específicas – deficiência de algum nutriente específico, como o ferro, o cálcio, o iodo, a vitamina D e a vitamina A. Geralmente, ocorre devido ao baixo consumo de algum nutriente que é obtido apenas com alguns tipos de alimentos. Por exemplo, no Brasil, a suplementação de iodo é feita para todas as pessoas, pois se acrescenta o iodo ao sal de cozinha. Isso é necessário, pois o iodo está presente em peixes de água salgada. A maioria dos brasileiros não consome esse tipo de alimento em quantidade suficiente para a necessidade diária de iodo. 

Quando suplementar e por quê?

Para a maior parte das mulheres saudáveis, não será necessário suplementar a vitamina D. A ingestão e a exposição solar diárias serão suficientes para manter os níveis adequados, e o excesso de vitamina D poderá ser prejudicial. Ou seja, ao contrário do ferro, a vitamina D não é um nutriente que suplementamos preventivamente em todos os casos.

Para indicar a vitamina D, podemos realizar antes um exame que dosa os níveis dessa vitamina no sangue. Contudo, esse não é um exame que faz parte da rotina do pré-natal, sendo indicado após uma avaliação individualizada de cada caso. A suplementação será recomendada se os níveis estiverem abaixo do valor de referência.

Além disso, a suplementação pode ser indicada preventivamente para alguns grupos de risco apresentam maiores chances de carência de vitamina D, como:

  • Mulheres negras ou sul-asiáticas;
  • Mulheres com consumo insuficiente de alimentos ricos em vitamina D;
  • Mulheres com baixa exposição solar (menos de 15 minutos de exposição solar);
  • Mulheres entre 19 e 24 anos;
  • Mulheres obesas.

Por que suplementar a vitamina D quando ela é necessária?

A vitamina D é o nome popular da substância ergocalciferol. No nosso organismo, ela desempenha uma função hormonal. Ou seja, ela ajuda a regular funções metabólicas, como:

  • Metabolismo do cálcio e do fósforo. Assim, a vitamina D participa na regulação do metabolismo dos ossos. Ela é importante para a absorção do cálcio, para a formação dos ossos, para a reabsorção do cálcio nos ossos e para a manutenção de níveis adequados de cálcio e fósforo no sangue;
  • Diferenciação celular. No bebê, as células inicialmente são indiferenciadas, ou seja, elas podem se transformar em qualquer tipo de célula de qualquer órgão ou tecido. À medida que o bebê se desenvolve as células se tornam especializadas em algumas funções, isso é a diferenciação;
  • Apoptose, que é a morte celular programada. Algumas células precisam morrer para que o organismo funcione. Por isso, o corpo programa a morte de algumas células. Por exemplo, as mãos do bebê inicialmente apresentam em um formato parecido com uma nadadeira, sem separação entre os dedos. Para que os dedos se formem, é preciso que algumas células entre os ossos morram. 

Na gestação, as necessidades diárias de vitamina D aumentam substancialmente. Afinal, o bebê está constantemente formando e amadurecendo seus ossos. Por isso, em alguns casos, pode ser necessário suplementar a vitamina D.

Portanto, órgãos de saúde importantes, como a Organização Mundial de Saúde, não recomendam a suplementação de vitamina D para todas as mulheres. Ela é indicada apenas para aquelas com deficiência conhecida ou com fatores de risco. Para quem não precisa da suplementação, é importante manter uma dieta equilibrada e se expor ao sol de acordo com as recomendações médicas.

Quer saber mais sobre a suplementação vitamínica nas gestações? Toque aqui!

Dicas de amamentação: dá para tornar esse momento mais fácil

A amamentação pode ser uma experiência prazerosa tanto para a mãe quanto para o bebê. Ela pode promover um vínculo emocional mais intenso e fortalecer a conexão entre ambos. Além disso, o contato físico próximo, o calor e o ritmo da amamentação podem ser reconfortantes, criando momentos de intimidade e afeto que enriquecem a relação maternal. 

Contudo, algumas mulheres podem sentir dor e desconforto durante a amamentação, o que dificulta o aproveitamento desse momento.

É importante, por isso, enfatizar que a dor durante a amamentação não é normal. Ela pode indicar técnicas incorretas de amamentação ou doenças mamárias. Quer saber mais sobre como facilitar a amamentação? Acompanhe até o final!

A amamentação

Apesar de parecer algo simples, a amamentação resulta de um complexo mecanismo de produção e de liberação do leite.

  • Durante a gestação, níveis elevados de estrogênio e de progesterona estimulam o desenvolvimento das glândulas mamárias, preparando as mamas para a produção de leite;
  • Próximo ao parto, o corpo feminino passa a produzir um hormônio chamado prolactina, o qual estimula a produção de leite nas glândulas mamárias;
  • Para produzir o leite, as glândulas alveolares captam as proteínas e carboidratos presentes no sangue para produzir todas as substâncias necessárias para o desenvolvimento saudável do bebê. Além disso, no leite, estão presentes os anticorpos que o sistema imunológico da mãe produz para se proteger contra infecções;
  • O movimento de sucção do bebê nas mamas estimula as terminações nervosas presentes no mamilo. Isso faz com que o corpo libera ocitocina, uma substância conhecida popularmente como “hormônio do amor” por estar relacionada a processos afetivos positivos de conexão humana. Nas mamas, a ocitocina é responsável por sinalizar a contração das células que ejetam o leite para os ductos mamários;
  • À medida que o leite preenche a boca do bebê, isso gera um reflexo para que ele continue sugando calmamente. Quando pouco leite é liberado, esse reflexo faz com que o bebê sugue com mais força;
  • A amamentação frequente faz com que os níveis de prolactina se mantenham altos. Por outro lado, interromper a amamentação por períodos longos faz com que os níveis de prolactina caiam e você pare de produzir leite.

Como tornar a amamentação mais fácil?

Siga estas dicas gerais de amamentação

Algumas dicas gerais são importantes para ter mais conforto e prazer durante a amamentação, como:

  • Entenda os sinais de fome, como barulhos de sucção, movimentos bucais, movimentos das mãos em direção à própria boca e aos seios maternos. Eles ocorrem mesmo antes de o bebê chorar. O choro é um sinal de fome mais intensa;
  • Amamente o bebê sempre que ele tiver sinais de fome. Colocar horários para o bebê ou esperar ele chorar pode deixá-lo com muita fome e fazer com que ele sugue as mamas com maior força, aumentando o risco de feridas;
  • Não apresse o bebê. A mamada dura entre 10 e 20 minutos em cada mama;
  • Relaxe durante a amamentação e se mantenha em uma posição confortável. Além de trazer memórias negativas em relação à amamentação, o estresse pode dificultar a liberação do leite;
  • Teste diferentes posições para você e o bebê até encontrar aquelas que sejam mais confortáveis.

Aplique a técnica da trava

Muitos problemas de amamentação estão relacionados à dificuldade de sucção do bebê. Com isso, o bebê faz maior força de sucção e há maior chance de atrito dos seus mamilos com a língua e com os dentes dele. A técnica da trava é uma forma de tornar a amamentação mais eficiente, garantindo que o bebê obtenha o máximo de leite durante a sucção. Veja suas etapas a seguir:

  • Coloque o bebê de frente para você e o segure firmemente. Evite amamentar quando você não está segura de que o bebê está bem apoiado em seus braços;
  • Pegue a mama com a mão disponível;
  • Encoste o mamilo no lábio inferior do bebê para estimular a abertura da boca;
  • Coloque o mamilo cuidadosamente na boca do bebê na região acima da língua;
  • Verifique se todo o mamilo e a maior parte da aréola estão dentro da boca do bebê. A trava acontece quando os lábios superior e inferior cobrem o mamilo;
  • Verifique o ritmo de sucção do bebê, que deve ser suave e confortável, provocando, no máximo, um leve formigamento. Sucções muito fortes e dolorosas para você podem ser sinais de pega inadequada;
  • Caso a pega não esteja boa, você deve interromper a sucção. Para isso, insira cuidadosamente seu mindinho entre as gengivas do bebê;
  • Reinicie o processo até obter uma pega adequada.

Lembre-se dos benefícios da amamentação

Além das técnicas de pega e de posicionamento, é importante cuidar dos aspectos psicológicos da amamentação. Para tornar esse momento mais positivo, é importante lembrar que a amamentação traz diversos benefícios para o bebê, como:

  • Redução do risco de infecções muito frequentes em bebês, como otite média e viroses respiratórias;
  • Redução do risco de morte súbita em bebê;
  • Redução do risco de hospitalizações;
  • Melhor desenvolvimento intelectual;
  • Redução do risco de desnutrição. Durante os seis primeiros meses, o leite é um alimento completo para o bebê caso a mulher amamente corretamente. Após os seis meses de vida, a amamentação pode complementar os nutrientes que o bebê recebe da alimentação diária.

Para a mãe, a amamentação traz benefícios, como:

  • Queima de calorias – produzir leite queima calorias, o que pode ajudar a mulher a perder peso mais rapidamente;
  • Contracepção – a manutenção de níveis mais elevados de estrogênio e de progesterona ajudam a prevenir novas gravidezes durante a amamentação, mas, para uma contracepção mais efetiva, você deve utilizar anticoncepcionais, que devem indicados por um médico, pois alguns deles não podem ser utilizados durante a amamentação;
  • Recuperação pós-parto mais rápida – a amamentação provoca a liberação de hormônios que ajudam na involução do útero para o tamanho habitual. Isso reduz o risco de sangramento uterino pós-parto;
  • Prevenção de doenças ao longo da vida – estudos mostram que mulheres que amamentaram têm um menor risco de desenvolver câncer de mama, câncer de ovário ou osteoporose;
  • Prevenção de complicações mamárias – o corpo continua a produzir leite mesmo quando a mulher não amamenta. Caso o leite não seja liberado, ele pode formar cristais que entopem os ductos mamários e provocam inflamação. 

Com essas dicas, você pode deixar o processo de amamentação mais fácil. Caso tenha dúvidas, você pode pedir para que seu obstetra ou o pediatra do bebê ensinem as técnicas mais adequadas para você durante as consultas.

Quer saber mais sobre a amamentação e seus benefícios? Toque aqui!

Laqueadura tubária: quando fazer?

A laqueadura tubária, também chamada de ligadura das tubas uterinas, é um procedimento de esterilização cirúrgica para mulheres. Esterilização é um termo técnico que utilizamos para nos referirmos a procedimentos potencialmente irreversíveis de contracepção.

As tubas uterinas são órgãos de aproximadamente 10 centímetros que se iniciam no fundo do útero, sendo contínuos a esse órgão. Ao final das tubas uterinas, estão os ovários, onde estão armazenadas as células sexuais femininas, conhecidas popularmente como óvulos.

Para entender a laqueadura, precisamos revisar alguns conceitos de anatomia feminina e de reprodução humana. Nas relações íntimas desprotegidas, os espermatozoides (células sexuais masculinas) são liberados na vagina. Para fertilizar os óvulos (células sexuais femininas), eles precisam passar através do colo do útero para alcançar a cavidade uterina.

Contudo, durante a ovulação, os ovários femininos liberam um óvulo nas tubas uterinas. Então, os espermatozoides precisam percorrer toda a cavidade uterina e passar pelo óstio uterino da tuba, um orifício de 1 milímetro que conecta as tubas ao útero. Depois disso, os espermatozoides precisam encontrar o óvulo em uma das porções intermediárias da tuba uterina, a ampola.

Na laqueadura tubária, realizamos a interrupção do canal das tubas uterinas para que o espermatozoide não consiga fertilizar o óvulo da mulher. Quer saber quando esse procedimento pode ser realizado? Acompanhe nosso post até o final!

Quando fazer a laqueadura tubária?

Por ser um procedimento que compromete permanentemente a capacidade de engravidar naturalmente, existe uma lei que regula a realização da laqueadura tubária. Portanto, ela não pode ser feita por qualquer mulher, havendo algumas regras para sua indicação.

Pela Lei nº 14.443/2022, as regras atuais são:

  • Idade mínima de 21 anos no caso de mulheres com menos de dois filhos. Mulheres com mais de 2 filhos podem realizar o procedimento em qualquer idade;
  • Capacidade civil, isto é, a pessoa deve ter condições mentais e psicológicas para tomar decisões por conta própria;
  • Prazo de 60 dias entre a manifestação de vontade e a realização do procedimento. Para realizar qualquer cirurgia, é preciso assinar um documento em que você declara que entendeu os riscos e os benefícios do procedimento e deseja continuar. Para a laqueadura, essa assinatura deve acontecer 60 dias antes do procedimento. Nesse período, você deve também receber aconselhamento sobre outros métodos contraceptivos. 

O objetivo dessas etapas é garantir que a mulher tome uma decisão bem pensada, visto que é um procedimento potencialmente irreversível e com uma taxa elevada de arrependimento. Nesse sentido, as equipes multidisciplinares de aconselhamento familiar vão tentar mostrar que há métodos contraceptivos reversíveis de diferentes durações para alcançar o mesmo objetivo de prevenir gestações.

Além disso, é importante ressaltar que algumas regras antigas não valem mais, como:

  • Necessidade de consentimento do cônjuge. Antigamente, a mulher precisava da assinatura do cônjuge para mostrar que ele estava ciente e concordava com o procedimento. Essa regra não vale mais atualmente;
  • Proibição da laqueadura no momento do parto. Atualmente, a laqueadura tubária pode ser realizada durante o parto desde que a mulher tenha cumprido os 60 dias entre a manifestação de vontade e a realização do procedimento.

Indicações da laqueadura tubária

A laqueadura tubária é mais fortemente recomendada para mulheres em que a gravidez oferece riscos importantes à saúde dela ou de um eventual bebê. Para isso, é preciso que seja apresentado um laudo justificando a necessidade do procedimento, o qual deve ser assinado por dois médicos. Isso pode acontecer em casos de mulheres com transtornos genéticos hereditários graves, com história de gestações tubárias ou que realizaram múltiplas cesarianas.

Por que optar por outros métodos contraceptivos?

Para a maioria das mulheres, recomendamos que a mulher opte por métodos contraceptivos reversíveis. Afinal, alguns estudos apontam que a porcentagem de mulheres que se arrependem do procedimento pode chegar a aproximadamente 15%. Em mulheres que fazem a cirurgia antes dos 30 anos, a taxa de arrependimento foi de 20,3%. Ou seja, 1 em cada 5 mulheres com ligadura antes dos 30 anos deseja não ter feito o procedimento.

A maioria das mulheres considera realizar a laqueadura tubária, pois desejam um método com baixa taxa de falha e que não precise ser reaplicado com frequência. Elas querem evitar o inconveniente de se esquecer de tomar a pílula corretamente e acabar tendo uma gestação indesejada. Entretanto, atualmente, existem métodos contraceptivos de maior duração, como:

  • Os dispositivos intrauterinos (DIU). São hastes colocadas dentro do útero que liberam substâncias que dificultam a fertilização e o início da gestação. Apresentam taxas de falha menores do que 1% e duram entre 5 e 10 anos;
  • Implante hormonal contraceptivo. É uma pequena haste inserida sob a pele do braço, liberando doses pequenas de hormônios. Também apresentam taxas de falha menor do que 1% e duram cerca de 3 anos;
  • Injeção contraceptiva. São injeções de hormônios com baixa taxa de falha e com duração de 1 a 3 meses.

Todos esses métodos são reversíveis. Ou seja, quando a mulher retira o DIU, remove os implantes ou para de aplicar as injeções, ela pode voltar a engravidar sem nenhuma dificuldade.

Portanto, a laqueadura tubária é um método contraceptivo potencialmente permanente. É preciso se lembrar de que nossa vida é dinâmica e nossos desejos mudam constantemente. Podem ocorrer situações, tais quais novos relacionamentos e perda de filhos, que despertam novamente o desejo de ter filhos. Como existem métodos eficazes e duradouros de contracepção, eles são mais aconselháveis para evitar arrependimentos.

Quer saber mais sobre os diferentes métodos de contracepção? Toque aqui!

Vaginose bacteriana: o que é e quais são os sintomas?

A vagina é um ambiente naturalmente rico em microrganismos. O conjunto de microrganismos que vivem na vaginal é chamado de microbioma vaginal. Em mulheres saudáveis, esse microbioma é composto principalmente por lactobacilos, bactérias que produzem um ácido protetor que evita a proliferação de microrganismos causadores de doenças (patógenos).

Em algumas situações, o microambiente vaginal pode se alterar e provocar sintomas incômodos para as mulheres, como mau cheiro e corrimento vaginal anormal. Uma dessas condições é a vaginose bacteriana. Quer saber mais sobre ela? Continue a leitura!

O que é vaginose bacteriana?

A vaginose bacteriana é uma condição muito comum entre as mulheres. Em mulheres na idade fértil, estima-se que sua frequência seja de até 30%. Como vimos, na maior parte das mulheres, o microbioma fisiológico da vagina é composto principalmente por lactobacilos. A vaginose bacteriana é uma doença caracterizada pela substituição temporária dessa microbiota normal por uma microbiota composta por microrganismos patogênicos.

Em outras palavras, durante as vaginoses, observamos uma redução dos lactobacilos protetores. Isso reduz a produção de ácido láctico, o que diminui a acidez do ambiente vaginal. A acidez vaginal é um dos principais fatores que protegem as mulheres contra microrganismos patogênicos.

Bactérias presentes nas vaginoses

Nos estudos feitos em mulheres com vaginose ativa, os microrganismos mais frequentemente identificados são de bactérias:

  • Gardnerella vaginalis, que é uma das mais comuns nos casos de vaginose;
  • Atopobium vaginae;
  • Bacteroides spp.;
  • Prevotella spp.;
  • Mycoplasma hominis;
  • Mobiluncus spp.

Além disso, também podem estar presentes bactérias de outros gêneros, geralmente anaeróbias ou anaeróbias facultativas. Algumas dessas bactérias, como a Gardnerella vaginalis, são capazes de produzir biofilmes. Ou seja, elas produzem substâncias que facilitam sua adesão nas paredes da vagina e ajudam a evitar a ação do sistema imunológico. Isso favorece sua proliferação e permanência na vagina.

Fatores de risco e complicações

A vaginose bacteriana é uma condição muito comum entre as mulheres. Em mulheres na idade fértil, estima-se que sua frequência seja de até 30%. Os principais fatores de risco evitáveis para o desenvolvimento de vaginoses são:

  • Aplicação de duchas vaginais;
  • Tabagismo;
  • Estresse crônico;
  • Comportamento sexual de risco;
  • Sexo sem proteção.

Além disso, as vaginoses são mais frequentes durante e logo após a menstruação. Afinal, o sangue muda as características químicas da vagina, além de ser um material muito nutritivo. Isso pode favorecer o crescimento de microrganismos que não são habituais do microbioma vaginal.

Sintomas da vaginose bacteriana

Um estudo feito no Brasil mostrou que as vaginoses bacterianas são responsáveis por 40% das queixas das mulheres nos consultórios ginecológicos. Com isso, certamente são uma das principais causas de busca por um ginecologista fora da rotina.

Os principais sintomas da vaginose bacteriana isolada são: 

  • Corrimento vaginal anormal, isto é, mudanças na cor, na consistência, no volume ou no cheiro do corrimento;
  • Alteração do odor, geralmente apresentando um mau cheiro descrito como odor de peixe. Isso ocorre devido à produção de aminas pelas bactérias, o que produz um cheiro semelhante ao da amônia. O odor também pode estar presente de forma isolada, sem a presença de corrimento vaginal. O mau cheiro pode piorar com o ato sexual ou durante a menstruação.

Durante o exame físico, seu ginecologista também pode identificar alterações no muco vaginal, que pode se tornar esbranquiçado, acinzentado ou amarelado.

A presença de outros sintomas, como prurido (coceira) e desconforto vaginal, geralmente está relacionada com a proliferação excessiva de outros tipos de microrganismos. Um dos mais frequentes é o fungo Candida albicans, que é presente no microbioma normal da mulher, cuja proliferação pode sair de controle e provocar um quadro patológico.

Diagnóstico e tratamento da vaginose bacteriana

O diagnóstico provável de vaginose bacteriana pode ser feito clinicamente, apenas com a anamnese e o exame físico ginecológico. A presença de corrimento vaginal acinzentado aderido às paredes da vagina é um forte indicativo de vaginoses bacterianas. 

Além disso, alguns testes podem ajudar a confirmar o diagnóstico, como:

  • Medida do pH vaginal. Normalmente, o pH vaginal (medida da “acidez”) se encontra abaixo de 4,5. Valores acima de 4,5 são considerados alterados;
  • Teste das aminas. Como explicamos, as bactérias da vaginose produzem substâncias que causam mau cheiro. Nesse teste coletamos uma amostra da secreção vaginal e aplicamos uma substância (o hidróxido de potássio) que reage com as aminas, um processo que libera rapidamente um odor fétido;
  • Presença de células-chave, que são visíveis quando observamos uma amostra de secreção vaginal ao microscópio.

Os dois primeiros testes são geralmente feitos durante o exame físico ginecológico. Já o tratamento é geralmente feito com antibióticos, como:

  • Metronidazol oral ou intravaginal;
  • Clindamicina tópica.

Para diagnosticar e tratar a vaginose bacteriana, é muito importante procurar um médico para realizar. Afinal, para serem eficazes, os antibióticos precisam ser utilizados na frequência e na duração corretas. 

Além disso, é preciso também avaliar a existência de infecções simultâneas, as quais podem demandar o uso de outros medicamentos associados. No caso das gestantes, um tratamento rápido é fundamental, pois as vaginoses estão associadas a um maior risco de abortamento e de parto prematuro.

As vaginoses também podem ser identificadas acidentalmente durante o exame papanicolaou. Quer saber mais sobre ele? Toque aqui!