A gestação é um fenômeno complexo em que uma nova vida é gerada dentro do útero de uma mulher. Para gerar um novo ser, será preciso fornecer os ingredientes necessários para o crescimento e o desenvolvimento de um organismo saudável. Os nutrientes, como proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais, são os materiais de construção do corpo humano.
Devido à gestação, portanto, o organismo feminino precisará de muito mais nutrientes e energia do que geralmente precisa. Afinal, o feto obtém seus nutrientes a partir da corrente sanguínea da mulher. Cada grama de músculo e ossos do bebê vem dos alimentos que você come.
Alguns nutrientes, como a vitamina D, são importantes, pois regulam os processos celulares e metabólicos do bebê. Sua falta faz com que o bebê tenha dificuldade em formar órgãos saudáveis mesmo quando a ingestão de outros nutrientes está adequada.
Por isso, em alguns casos, pode ser necessário utilizar suplementos alimentares, isto é, medicações que fornecem uma quantidade adicional de nutrientes em relação à alimentação. Quer saber quando é necessário suplementar a vitamina D? Acompanhe nosso post até o final!
O que é deficiência nutricional?
A deficiência nutricional é a carência de determinados nutrientes no organismo. A deficiência nutricional pode ser generalizada. Ou seja, a pessoa não obtém grande parte dos nutrientes necessários pela alimentação diária.
A desnutrição é um quadro em que a deficiência nutricional causa repercussões na saúde da pessoa devido às deficiências nutricionais mais prolongadas. Ela pode ser:
- Primária – acontece quando a pessoa não consegue obter os alimentos necessários para as suas necessidades diárias;
- Secundária – ocorre devido a uma dificuldade de absorção de nutrientes, como no caso das doenças inflamatórias intestinais, ou ao aumento das necessidades metabólicas, como nas gestações.
Além disso, a desnutrição e a deficiência podem ser
- generalizadas, atingindo quase todos os nutrientes;
- específicas – deficiência de algum nutriente específico, como o ferro, o cálcio, o iodo, a vitamina D e a vitamina A. Geralmente, ocorre devido ao baixo consumo de algum nutriente que é obtido apenas com alguns tipos de alimentos. Por exemplo, no Brasil, a suplementação de iodo é feita para todas as pessoas, pois se acrescenta o iodo ao sal de cozinha. Isso é necessário, pois o iodo está presente em peixes de água salgada. A maioria dos brasileiros não consome esse tipo de alimento em quantidade suficiente para a necessidade diária de iodo.
Quando suplementar e por quê?
Para a maior parte das mulheres saudáveis, não será necessário suplementar a vitamina D. A ingestão e a exposição solar diárias serão suficientes para manter os níveis adequados, e o excesso de vitamina D poderá ser prejudicial. Ou seja, ao contrário do ferro, a vitamina D não é um nutriente que suplementamos preventivamente em todos os casos.
Para indicar a vitamina D, podemos realizar antes um exame que dosa os níveis dessa vitamina no sangue. Contudo, esse não é um exame que faz parte da rotina do pré-natal, sendo indicado após uma avaliação individualizada de cada caso. A suplementação será recomendada se os níveis estiverem abaixo do valor de referência.
Além disso, a suplementação pode ser indicada preventivamente para alguns grupos de risco apresentam maiores chances de carência de vitamina D, como:
- Mulheres negras ou sul-asiáticas;
- Mulheres com consumo insuficiente de alimentos ricos em vitamina D;
- Mulheres com baixa exposição solar (menos de 15 minutos de exposição solar);
- Mulheres entre 19 e 24 anos;
- Mulheres obesas.
Por que suplementar a vitamina D quando ela é necessária?
A vitamina D é o nome popular da substância ergocalciferol. No nosso organismo, ela desempenha uma função hormonal. Ou seja, ela ajuda a regular funções metabólicas, como:
- Metabolismo do cálcio e do fósforo. Assim, a vitamina D participa na regulação do metabolismo dos ossos. Ela é importante para a absorção do cálcio, para a formação dos ossos, para a reabsorção do cálcio nos ossos e para a manutenção de níveis adequados de cálcio e fósforo no sangue;
- Diferenciação celular. No bebê, as células inicialmente são indiferenciadas, ou seja, elas podem se transformar em qualquer tipo de célula de qualquer órgão ou tecido. À medida que o bebê se desenvolve as células se tornam especializadas em algumas funções, isso é a diferenciação;
- Apoptose, que é a morte celular programada. Algumas células precisam morrer para que o organismo funcione. Por isso, o corpo programa a morte de algumas células. Por exemplo, as mãos do bebê inicialmente apresentam em um formato parecido com uma nadadeira, sem separação entre os dedos. Para que os dedos se formem, é preciso que algumas células entre os ossos morram.
Na gestação, as necessidades diárias de vitamina D aumentam substancialmente. Afinal, o bebê está constantemente formando e amadurecendo seus ossos. Por isso, em alguns casos, pode ser necessário suplementar a vitamina D.
Portanto, órgãos de saúde importantes, como a Organização Mundial de Saúde, não recomendam a suplementação de vitamina D para todas as mulheres. Ela é indicada apenas para aquelas com deficiência conhecida ou com fatores de risco. Para quem não precisa da suplementação, é importante manter uma dieta equilibrada e se expor ao sol de acordo com as recomendações médicas.
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