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Depressão pós-parto: sintomas

A depressão pós-parto é uma condição muito mais comum do que as pessoas imaginam. Ela pode atingir de 10% a 15% das puérperas. Mesmo assim, as pesquisas mostram que apenas 25% das mulheres têm acesso ao seu tratamento e mais de 50% dos casos podem ficar sem um diagnóstico oportuno.

Parte desses desafios se deve ao estigma que envolve a doença. Por isso, é muito importante ter uma visão realista da maternidade e conscientizar a mulher de que complicações físicas e psíquicas podem, sim, fazer parte do processo.

Em muitos casos, a depressão pós-parto é confundida com o baby blues, uma alteração de humor normal depois do parto. O baby blues é uma resposta às mudanças hormonais e às adaptações significativas que a vinda de um bebê necessita.

Ele também apresenta sintomas depressivos e alterações do humor, mas é passageiro. Se as alterações durarem mais do que 30 a 45 dias, é preciso acender o alerta para um quadro depressivo, que pode trazer um grande impacto na qualidade de vida da mulher e do bebê. Quer entender melhor o tema? Acompanhe o nosso post!

O que é depressão pós-parto?

A depressão pós-parto é um transtorno do humor que pode surgir nas primeiras semanas após o parto. Ele é caracterizado pela persistência de sintomas depressivos por mais de 2 a 4 semanas. Ela pode se estender por todo o primeiro ano pós-parto e evoluir para um transtorno depressivo maior se não for tratada.

A seguir, veja como você pode identificar os sintomas dessa doença.

Alteração no humor

Quando as pessoas pensam em depressão, o humor deprimido é o sintoma que primeiro vem à mente. Mas o que ele é exatamente? É uma redução do ânimo da pessoa. Ela fica para baixo, mais pessimista e com pensamentos de desesperança. As pacientes podem ter crises de choro e, em alguns episódios, sem motivo nenhum.

Outra alteração muito comum é a anedonia, isto é, a perda de interesse em atividades que eram consideradas prazerosas anteriormente. Por exemplo, a mulher pode falar: “nossa, antes eu adorava ver filmes. Mas, agora, eu vejo e não faz diferença nenhuma”. Essa manifestação atinge praticamente todos os aspectos da vida dela, inclusive o relacionamento com a parceria e os familiares.

Além disso, a irritabilidade aumentada pode surgir, fazendo com que a puérpera expresse raiva em situações cotidianas. Essa emoção pode ser direcionada a ela mesma ou a outras pessoas, como o bebê e o companheiro.

Com esse quadro, podem surgir também falas e sentimentos de:

  • Inutilidade (“não sirvo nem para cuidar do meu próprio filho”);
  • Vergonha (“ninguém deveria ter que ver a péssima mãe que eu sou”);
  • Culpa (“por que eu prejudico tanto as pessoas à minha volta?”);
  • Inadequação (“nunca vou servir para ser mãe”).

Negligência no cuidado consigo e com o bebê

É normal ter algum nível de dificuldade para cuidar do bebê. Afinal, é um ser que precisa de muito cuidado. Por exemplo, a mãe precisa acordar diversas vezes durante a noite para atender aos choros do bebê. As noites mal dormidas podem resultar em um maior cansaço durante o dia. Assim, surgem esquecimentos eventuais de trocar uma frauda, mas nada que possa prejudicar a saúde do bebê.

Na depressão pós-parto, pode haver uma negligência maior, expondo o bebê a más condições de higiene e de nutrição. Em resposta, a criança fica mais chorosa e irritada. No entanto, não é um desmazelo em relação ao filho. A própria mulher também passa por dificuldades para cuidar de si.

Mudanças de hábitos

Com a depressão, o comportamento da mulher também muda bastante. Ela pode começar a se afastar do parceiro, de familiares e de amigos. Esse sintoma pode ser muito sutil, visto que a paciente pode associar o isolamento com uma necessidade de cuidar da saúde do bebê e dela mesma.

Alterações nos hábitos alimentares também são comuns e podem se manifestar tanto como falta de apetite quanto como alimentação compulsiva. Consequentemente, podem surgir mudanças de peso. Também pode haver problemas no comportamento do sono, como sonolência excessiva durante o dia e insônia à noite.

Problemas para execução de tarefas no dia a dia

A depressão também altera a cognição e as funções executivas da mulher, resultando em dificuldade para fazer e se manter em tarefas habituais. Isso ocorre devido a manifestações, como:

  • Dificuldades de concentração;
  • Memória reduzida;
  • Indecisão constante;
  • Insegurança excessiva em relação à maternidade;
  • Dificuldade para inibir comportamentos.

Sintomas graves da depressão pós-parto

Alguns sintomas devem gerar mais preocupação, pois indicam um quadro mais grave. Com eles, há um maior risco de a gestante colocar em risco a sua integridade física e a do bebê. Veja alguns exemplos:

  • Delírios e alucinações;
  • Paranoia (sem motivo real, acredita que alguém quer fazer mal a ela ou ao bebê);
  • Pensamentos de agressão a ela própria e ao bebê;
  • Negligência às necessidades do bebê, deixando de amamentá-lo ou trocá-lo frequentemente;
  • Pensamentos persistentes de suicídio, que podem ir desde uma vontade de morrer até um planejamento de como ela pode tirar a própria vida;
  • Pensamentos obsessivos em relação ao bebê;
  • Distúrbios severos do sono;
  • Agitação psicomotora e confusão mental intensas.

Por tudo isso, é fundamental se atentar aos sintomas da depressão pós-parto. Afinal, é uma condição relativamente frequente e que pode prejudicar bastante a qualidade de vida das mulheres.

Quer saber mais sobre o tratamento da depressão pós-parto? Confira este texto em que explicamos tudo sobre o tema!

Não consigo amamentar: quais são as possibilidades?

O aleitamento materno é muito importante, tendo diversos benefícios para a mãe e o bebê. No entanto, em alguns casos, a mulher não pode oferecer o próprio leite para a criança por um problema de saúde ou por não produzir quantidades suficientes. Assim surge uma pergunta muito comum no consultório: não consigo amamentar, doutora, o que eu faço agora?

Primeiramente, entenda que há algumas alternativas para a mulher que não pode aleitar seu bebê. Quando indicadas por um médico e seguidas corretamente, elas também proporcionam um desenvolvimento saudável e normal.

Alguns exemplos são as doações de bancos de leite materno e o uso de fórmulas que têm uma composição especial para as necessidades de crescimento em cada fase da primeira infância.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe o nosso post!

Não consigo amamentar, quais as possibilidades?

Algumas mulheres não podem amamentar por motivos, como:

  • Não produzem o leite;
  • Têm contraindicação materna ao aleitamento (como no caso de portadoras do HIV, usuárias de quimioterapia e de outras substâncias);
  • São mães adotivas.

Em todos os casos, elas podem ficar tranquilas. Não poder amamentar não vai prejudicar o desenvolvimento do bebê nem o vínculo afetivo. Vamos falar sobre as alternativas ao aleitamento materno a seguir.

O que não deve ser feito para substituir o aleitamento materno?

Uma das práticas que não deve ser feita é colocar seu filho para amamentar no seio de outra mulher ou receber leite materno doado fora dos bancos de sangue. Se a doadora do leite não estiver saudável, o leite poderá transmitir diversos microrganismos e toxinas para o bebê e prejudicar a saúde dele. Essa prática é conhecida como amamentação cruzada e não deve ser realizada em hipótese alguma.

Por exemplo, a Organização Mundial de Saúde já conduziu estudos que mostraram que a amamentação cruzada pode transmitir microrganismos do HIV, da HTLV e da Hepatite B. Todas essas doenças são graves e podem comprometer a saúde em curto e em longo prazos.

Outra prática não recomendada é o uso de leite animal. As necessidades nutricionais dos filhotes de vaca e de cabra, por exemplo, são muito diferentes da humana. Então, são leites que não suprem as demandas do desenvolvimento de uma pessoa.

Quais são as formas saudáveis de substituir o aleitamento materno?

Nesse sentido, quais são as alternativas saudáveis para a mãe que não consegue amamentar? São duas:

  • A doação feita em bancos de leite;
  • O uso de fórmulas específicas para bebês.

No Brasil, existem mais de 218 bancos de leite e eles estão presentes em todos os Estados. Muitos deles fazem, inclusive, a entrega do leite na casa das mães que não podem se locomover até o centro de doação.

Qual a diferença entre o leite desses bancos e aquele doado por outra mulher que está amamentando ou de uma ama? Nos bancos, o leite humano passa por um tratamento muito rigoroso. Ele é testado para a identificação de patógenos e, depois disso, passa por processos de eliminação de microrganismos e toxinas (pasteurização). Assim, não há risco de transmissão de doenças.

E qual a diferença entre o leite em pó tradicional e as fórmulas infantis? A primeira opção é feita com leite de vaca e, portanto, não contém todos os nutrientes necessários para o bebê. As fórmulas infantis são elaboradas para atender as necessidades das crianças em cada fase de desenvolvimento dos 0 aos 36 meses de vida.

Então, tem todos os carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e sais minerais necessários para o bebê. No entanto, é preciso de muito cuidado na hora de dá-las para o bebê.

A diluição em água deve ser feita sempre na medida recomendada na lata. Diluir demais vai causar desnutrição na criança. Sempre deve ser utilizada a água filtrada, que deve ser fervida e esfriada antes de ser misturada ao pó. As fórmulas podem ser adquiridas gratuitamente pelo SUS ou compradas em farmácias.

Portanto, em relação à nutrição do bebê, você pode ficar tranquila, pois as alternativas ao aleitamento materno são suficientes para garantir o crescimento saudável do seu filho.

Os aspectos psicológicos da dificuldade para amamentar

Ter um filho geralmente envolve muitas expectativas, principalmente em relação ao próprio desempenho. É comum e saudável a mulher sonhar com uma situação ideal. Porém, em geral, a realidade traz desafios para o que foi planejado.

Então, a mãe com dificuldade para amamentar pode enfrentar muitas emoções difíceis, como:

  • Culpa por algum problema que pode ter causado a impossibilidade de aleita;
  • Insuficiência, uma sensação de não ser tão mulher ou mãe;
  • Ansiedade e medo de não poder prejudicar o bebê.

No entanto, se esses pensamentos vierem, você não precisa se sentir mal. Em situação de estresse, é normal sentir essas emoções negativas. Por outro lado, apegar-se e fixar-se demais nesses sentimentos faz mal.

Nesse sentido, busque aceitar a realidade e a sua reação a ela. Não há nada de errado com isso. Agora, o mais importante é que você siga os valores mais valiosos para você, como:

  • oferecer uma vida saudável para seu bebê;
  • dar afeto e estar presente com o seu filho. O carinho e o amor são nutrientes para a alma do bebê, podendo ser transmitidos em diversos momentos para além do ato de amamentar;
  • vivenciar a sua experiência da maternidade. Ser mãe é algo único para cada mulher. Cada uma delas enfrentará suas próprias dificuldades e desafios. O processo não é perfeito, é um aprendizado contínuo e diário;
  • cuidar de si mesma, da saúde física e mental. Mantenha uma rotina de autocuidado, alimentação saudável e sono.

Portanto, se você está pensando: “não consigo amamentar, e agora?” Um primeiro passo é procurar os médicos que a acompanham (ginecologista do seu puerpério e o pediatra do bebê) para se informar do que pode ser feito para lidar com a dificuldade de amamentar. Se estiver enfrentando conflitos emocionais persistentes, procure também o auxílio de psicólogos e psiquiatras.

Quer saber mais sobre a amamentação? Confira este artigo bem explicativo sobre o tema!

O que é DIP?

O corpo da mulher apresenta muitas especificidades e está sujeito a inúmeras condições médicas, principalmente aquelas localizadas no aparelho reprodutor. Por esse motivo, existe uma especialidade dedicada à saúde feminina, focada na promoção da saúde, na prevenção e na reabilitação de doenças. Uma das condições ginecológicas mais comuns é a doença inflamatória pélvica, a DIP.

A DIP é um processo inflamatório que se estende pelos órgãos e estruturas do sistema reprodutor feminino. Ela pode ocorrer devido a diversas doenças de base, sendo comumente relacionada a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Contudo, também pode ser causada por microrganismos presentes em infecções esporádicas do trato genital.

Na DIP, diversos órgãos podem ser afetados, como o útero, as tubas uterinas e os ovários. A infecção, inclusive, pode ter começado em outro local, como a vagina. Quando o patógeno consegue ultrapassar as barreiras do colo uterino, ele ascende e coloniza estruturas do trato genital feminino superior.

Na maior parte dos casos, as pacientes com DIP são completamente assintomáticas. Assim, o diagnóstico pode ser dificultado. Infelizmente, mesmo as mulheres assintomáticas podem sofrer com as complicações da doença, como a infertilidade e as aderências pélvicas.

Quer saber mais o que é a DIP e como identificá-la? Acompanhe nosso post!

O que é DIP?

Vamos, primeiramente, entender o que cada palavra dessa expressão significa na prática:

  • Doença, ou seja, é um processo desencadeado por alguma causa conhecida, geralmente uma bactéria;
  • Inflamatória — em resposta à infecção, o corpo envia o sistema imunológico para inflamar o local. Isso ajuda a controlar os invasores, mas a reação imune pode sair de controle e afetar a funcionalidade dos órgãos locais;
  • Pélvica — os órgãos localizados na região mais baixa do abdômen são mais acometidos. Ali, estão principalmente as vias urinárias, o útero, os ovários e as tubas uterinas.

Causas da DIP

Dentre as causas de DIP, duas infecções sexualmente transmissíveis são mais frequentes:

  • A clamídia;
  • A gonorreia.

Ambas apresentam muitas características em comum, como o fato de causarem infecções usualmente assintomáticas. A latência entre a infecção e o desenvolvimento da DIP pode durar vários meses. Afinal, ela resulta da persistência da inflamação devido à incapacidade de controle dos patógenos e da permanência da infecção.

Caso o patógeno seja eliminado naturalmente pelo corpo, a DIP tende a não se manifestar ou regredir. No entanto, em mulheres diagnosticadas com ela, o tratamento será essencial.

Fatores de risco para DIP

Um dos principais fatores de risco para a DIP é o comportamento sexual da mulher, pois aumenta as chances de entrar em contato com algum microrganismo causador de doença, que se multiplica no sistema reprodutor feminino.

A vida sexual ativa, por si só, já é um fator de risco. Ou seja, mulheres que não praticam sexo são menos expostas à DIP. Isso não significa que você deve ver as relações sexuais como algo ruim. Pelo contrário, é muito importante se cuidar na hora de realizá-las, utilizando sempre os preservativos, que previnem contra as ISTs.

Veja alguns outros comportamentos de risco a seguir:

  • Relação sexual desprotegida;
  • Multiplicidade de parcerias sexuais;
  • Ter relações sexuais com pessoas com múltiplos parceiros;
  • História prévia de infecções sexualmente transmissíveis;
  • Uso regular de ducha íntima, uma prática comum e vista como higiênica por muitas pessoas, mas que prejudica a saúde da mulher.

Sintomas mais comuns da DIP e diagnóstico

É muito importante entender que a DIP é uma doença assintomática e silenciosa. Portanto, muitas mulheres demoram a suspeitar da inflamação.

Quando expressa sintomas, os mais frequentes são:

  • Dor leve a grave na parte baixa do abdômen;
  • Alterações no corrimento vaginal, como secreção com odor intenso;
  • Sangramento uterino anormal, que pode ocorrer inclusive durante as relações sexuais;
  • Dor durante a relação sexual (dispareunia), especialmente à penetração profunda;
  • Sintomas sistêmicos, como febre, calafrios, náuseas e vômitos;
  • Dor ao urinar;
  • Incontinência urinária.

O diagnóstico é feito com base na consulta clínica, preferencialmente com um ginecologista experiente. Primeiramente, ele vai colher a sua história clínica, com especial atenção ao comportamento sexual, a características dos sintomas, presença de fatores de risco e de problemas reprodutivos. É um acolhimento humanizado, feito sem julgamentos morais.

Depois disso, ele faz o exame físico ginecológico, que pode revelar alterações, como:

  • Ultrassonografia pélvica;
  • Exames de sangue e urina;
  • Videolaparoscopia com biópsia endometrial em casos mais graves, como a presença de aderências significativas e abscessos.

Tratamento da DIP e a gravidez

A DIP é tratada usualmente com medicamentos que eliminam os agentes infecciosos. Por exemplo, para a gonorreia, podem ser utilizados alguns antibióticos orais ou injetáveis. É preciso utilizá-los exatamente da forma prescrita pelo médico até o último dia indicado por ele.

Muitas pessoas deixam de tomar a medicação quando os sintomas melhoram, mas isso faz a doença ressurgir em muitos casos. O parceiro sexual também é tratado para evitar o risco de reinfecção.

Após três meses, é feito o controle de cura e, se houver sinais de recidiva ou falha terapêutica, reiniciamos o tratamento. A abordagem cirúrgica é reservada para situações mais graves, como a presença de abscessos. Portanto, é muito importante que o tratamento da DIP seja individualizado para aumentar as chances de sucesso e evitar maiores complicações.

Quer saber mais sobre esse e outros temas? Confira este artigo bem completo!

Riscos da concepção: saiba mais sobre o assunto

A gravidez é um momento que altera bastante o corpo da mulher. Portanto, é natural que haja alguns riscos da concepção. Na maior parte das vezes, porém, eles são bem baixos, principalmente quando há o acompanhamento adequado da gestação. Nesse sentido, é muito importante entender que os cuidados devem começar preferencialmente antes de você engravidar. As consultas preconcepcionais são ações muito importantes nesse sentido.

Nelas, acolhemos o casal que deseja ter filhos e entendemos melhor a sua história. Então, fazemos uma avaliação tanto do homem quanto da mulher para encontrar fatores que podem comprometer a fertilidade ou aumentar os riscos gestacionais. Durante esse período, a mulher receberá informações sobre as mudanças que ocorrem no seu corpo durante o processo de gravidez.

Os riscos da concepção e da gestação significam que há uma maior chance de ocorrer alguns eventos que podem comprometer a saúde ou a vida do feto ou da mulher. Isso não significa que há uma certeza de que essas complicações vão ocorrer. Trata-se apenas de uma maior probabilidade em relação às gestações habituais.

Esses riscos podem se dever a inúmeros fatores, como idade, história gestacional prévia, doenças crônicas da paciente e a condição fetal. Quer entender melhor o assunto? Acompanhe!

Quais são os riscos da concepção e da gravidez de forma geral?

Afinal, os riscos estão aumentados em relação a quais problemas? Durante uma gestação, podem ocorrer complicações para o feto e a evolução da gravidez, como:

  • Abortamento, que é a perda gestacional antes da 24ª semana de gestação;
  • Malformações fetais (alterações na anatomia dos órgãos e estruturas do bebê);
  • Defeitos no neurodesenvolvimento (os quais podem trazer deficiências intelectuais, cognitivas e motoras para a vida do filho;
  • Morte intrauterina, a qual acontece quando o feto perde os sinais vitais ainda dentro do útero após a 24ª semana;
  • Parto prematuro, que é o parto entre a 25ª e a 36ª semana de gestação. Isso aumenta as chances de o bebê ir à óbito, ter problemas de desenvolvimento ou condições médicas adversas;
  • Parto cesariana. Apesar de ser feito eletivamente em muitas mulheres, trazem mais riscos de complicação para a mulher e para o bebê. Por isso, idealmente, devem ser reservados para situações de impossibilidade do parto normal, sendo vistos como uma complicação do parto.

A gestação também aumenta as chances complicações para a mulher, como:

  • Comprometimento da funcionalidade de órgãos importantes devido a doenças da gravidez, como a eclâmpsia e a diabetes gestacional, ou a descompensação de doenças prévias;
  • Morte materna durante a gestação, no parto ou no puerpério.

Todas elas podem acontecer em qualquer gestação, mas há algumas condições que as tornam mais prováveis.

Por que é importante avaliar os riscos gestacionais antes da gestação e durante o pré-natal?

Os riscos da concepção e da gestação são determinados fatores que aumentam as chances de as complicações acima acontecerem. Muitos deles podem ser controlados mesmo antes de o casal tentar engravidar por meio das consultas preconcepcionais.

Histórico reprodutivo

Complicações em gravidezes anteriores, como doenças gestacionais e partos prematuros;

  • Abortos espontâneos, parto prematuro, cesariana e doenças gestacionais em gestações anteriores;
  • Doenças dos órgãos geniturinários (DIP, infecções urinárias, vaginoses, miomas uterinos pólipos endometriais, patologias do trato genital inferior e endometriose);
  • Infecções sexualmente transmissíveis, como a sífilis, a gonorreia e a clamídia, que frequentemente são assintomáticas. Elas podem levar à infertilidade, abortamentos, malformações fetais e partos prematuros, por exemplo.

Então, o acompanhamento preconcepcional envolve a investigação dessas doenças e o controle antes de iniciar as gestações.

Histórico médico

Condições crônicas não-ginecológicas também podem aumentar o risco de complicações. Veja algumas delas:

  • Hipertensão arterial (pressão alta);
  • Diabetes mellitus;
  • Obesidade;
  • Disfunções da tireoide;
  • Transtorno emocionais e afetivos.

Quando identificadas e controladas antes da gestação, podemos evitar o surgimento ou a evolução de diversos problemas.

Histórico cirúrgico

As cirurgias, principalmente na região pélvica, podem deixar sequelas internas que dificultam a fertilidade ou a evolução normal de uma gestação. Por exemplo, elas podem causar aderências uterinas que obstruem a cavidade uterina ou distorcem a forma do útero.

Idade

Com o envelhecimento, a reserva ovariana cai progressivamente. A partir dos 35 anos, isso leva a um maior risco gestacional devido a:

  • estímulo insuficiente do endométrio, fazendo com que ele fique menos espesso para receber o embrião. Isso traz maiores chances de complicações gestacionais, como defeitos da implantação da placenta e abortamentos de repetição;
  • envelhecimento dos óvulos, que terão maior chance de alterações genéticas (síndrome do X frágil) ou cromossômicas (como a trissomia do cromossomo 21, que leva à síndrome de Down.

Quais são as condutas diante de determinados riscos?

O primeiro passo é fazer uma avaliação para rastrear os principais riscos de saúde com exames, como:

  • Avaliação da reserva ovariana (alguns casos, como na melhor com infertilidade ou no pré-menopausa);
  • Rastreio para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e para o HIV;
  • Dosagem dos níveis dos hormônios envolvidos na reprodução humana (alguns casos);
  • Tipagem sanguínea;
  • Avaliação da imunidade à rubéola, sarampo, varicela, à hepatite B e toxoplasmose;
  • Exame de urina;
  • Rastreio de doenças genéticas (se houver histórico familiar);
  • A conduta dependerá da condição identificada.

Por exemplo, no caso da maioria das infecções, é feito o tratamento curativo com o objetivo de eliminar os microrganismos do corpo da mulher. Se for uma condição crônica, busca-se controlá-la antes da gestação (atingir as metas terapêuticas de pressão arterial ou dos níveis de açúcar no sangue, por exemplo). Mulheres e homens podem receber vacinas se não tiverem imunidade para doenças preveníveis com imunizantes disponíveis.

Nesses e em outros casos, podem ser indicadas outras condutas, como:

  • Mudanças de hábitos de vida;
  • Cirurgias;
  • Reprodução assistida.

Por fim, é muito importante ressaltar que, em alguns casos, a mulher não pode gestar, pois isso traria riscos da concepção e da gestação muito elevados. A adoção e a barriga solidária podem ser opções nesses casos. Na consulta preconcepcional, portanto, podemos orientar todos os casais sobre as melhores condutas individualizadas à sua situação específica.

Quer entender melhor as consultas preconcepcionais? Confira este artigo!

Qual é o melhor momento para engravidar?

Ao contrário dos homens, que são férteis durante toda a vida, sabemos que as mulheres perdem a fertilidade à medida que se aproximam da menopausa, a interrupção permanente da menstruação. Esse evento, que acontece normalmente a partir dos 40 anos, significa que a reserva ovariana chegou a níveis muito baixos.

Consequentemente, não há produção de estrogênio suficiente para estimular o endométrio e causar os ciclos menstruais. Com isso, muitas mulheres se perguntam: qual é o melhor momento para engravidar?

Essa resposta depende atualmente de muitos fatores e, devido ao avanço da medicina e das mudanças culturais, não é tão simples quanto parece. Portanto, a decisão é sempre da mulher, e não é possível fazer uma lista do que você deve considerar ou não. É uma reflexão sua, — com base nos seus valores e nos objetivos da sua vida. Contudo, podemos falar sobre os aspectos biológicos que sabemos sobre a fertilidade feminina ao longo da vida.

Portanto, neste post, você vai entender quais são os fatores físicos que determinam a reprodução. Vamos falar, por exemplo, se há uma idade em que a mulher está mais fértil, se os riscos de ter uma gestação mais tardia ou se há métodos de reprodução assistida que permitem uma gestação após a menopausa. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post!

O que acontece ao longo da vida reprodutiva de uma mulher?

O envelhecimento impacta todas as funções do nosso corpo. Com a fertilidade, não é diferente! Tanto os homens quanto as mulheres têm sua capacidade reprodutiva diminuída com o passar dos anos. Esse fenômeno se acelera a partir dos 35 a 40 anos.

No entanto, enquanto a mulher perde totalmente a capacidade de reprodução natural após a menopausa, o homem não sofre uma “andropausa” verdadeira. Apesar de diminuir, a menos que ocorra alguma condição médica, ele nunca fica completamente infértil pela reprodução espontânea.

Qual o melhor momento para engravidar?

Vamos entender agora por que as mulheres se tornam inférteis após a menopausa e como isso influencia a escolha de qual o melhor momento para engravidar.

Nascimento a adolescência

A maior parte dos gametas femininos são produzidos apenas durante a fase de desenvolvimento fetal, isto é, enquanto a mulher ainda está no útero de sua mãe. Com a formação do ovário, começam a surgir folículos ovarianos primitivos, que são estruturas compostas por um gameta envolto por uma camada de células não-reprodutivas. Portanto, são os folículos os principais determinantes da fertilidade feminina.

São formados 6 a 7 milhões de folículos nas fases iniciais de desenvolvimento do sistema reprodutor feminino. A quantidade de folículos viáveis e vivos compõem a reserva ovariana de uma mulher, que atinge seu pico algumas semanas antes do nascimento.

Ainda dentro do útero, porém, essa reserva começa a cair rapidamente. Aos 10 anos de idade, dos 6 milhões de folículos, restarão apenas 1 milhão aproximadamente. Essa queda é importante para sinalizar para o corpo que é o momento de iniciar a puberdade.

Antes disso, os níveis de alguns hormônios ovarianos suprimem a liberação adequada do hormônio folículo estimulante (FSH), que é produzido na hipófise. Próximo a puberdade, a quantidade e a frequência de produção do FSH aumentam e, assim, os folículos podem alcançar fases mais avançadas de desenvolvimento.

Portanto, o elevado número de folículos durante a infância é uma forma que o corpo tem para suprimir o início precoce da vida reprodutiva e aguardar o momento em que a mulher está mais preparada para gestar. No entanto, a maturidade sexual final somente acontece a partir dos 18 a 21 anos. Antes disso, as gestações tendem a ter um risco maior, tanto do ponto de vista biológico quanto social. Portanto, o melhor momento para engravidar não coincide com o início da capacidade reprodutiva feminina.

A vida reprodutiva

A partir da menarca, a primeira menstruação da mulher, ela passa a ser capaz de engravidar e gestar. Isso acontece devido a alguns fenômenos biológicos: a estimulação do ovário e do endométrio, principalmente.

Com o início da vida reprodutiva, a hipófise passa a produzir uma maior quantidade de FSH intermitentemente. Assim, surgem os ciclos menstruais, que duram cerca de 26 a 35 dias. Como padrão, dizemos que o primeiro dia deles é a primeira menstruação.

No início do ciclo menstrual, os níveis de FSH aumentam progressivamente até atingirem um pico no terceiro dia. Isso leva ao estímulo do desenvolvimento de alguns folículos ovarianos;

Depois disso, alguns folículos ovarianos começam a crescer e se desenvolver. À medida que evoluem, passam a liberar quantidades crescentes de estradiol (o tipo mais potente de estrogênio). O estradiol estimula também o desenvolvimento do endométrio, a camada do útero na qual o embrião se implanta;

Um desses folículos se torna dominante e passa a impedir a maturação dos demais. Por isso, geralmente, apenas ele chega aos estágios finais de desenvolvimento e libera o óvulo, que fica armazenado em seu interior. Os demais morrem, assim como os gametas que eles contêm. Dos 21 aos 34 anos, a mulher está no ápice da sua reprodução e a idade não influencia nos riscos gestacionais significativamente.

Portanto, ao longo da vida, a reserva ovariana cai a cada ciclo menstrual até não ser mais significativa após a menopausa. Quando ela chega em níveis mais baixos, há a redução da fertilidade da mulher, principalmente devido ao estímulo insuficiente do endométrio. Isso aumenta os riscos de complicações gestacionais. Além disso, os óvulos mais velhos têm maior chance de terem alterações genéticas.

Por esses motivos, a partir dos 35 anos, as gestações tendem a ter mais riscos. Felizmente, a medicina tem protocolos de pré-natal para cuidar desses casos e reduzir as chances de complicação. Mesmo assim, você deve levar em consideração os fenômenos biológicos no momento de refletir sobre qual é o melhor momento para engravidar.

Quer saber mais sobre as consultas pré-concepcionais, um acolhimento médico que auxilia você a planejar melhor suas gestações? Confira este artigo sobre o tema!

Ciclo menstrual regular: como calcular o período fértil?

Idealmente, o casal que deseja engravidar deveria entender como calcular o período fértil. Hoje, vamos falar como fazer em pacientes com ciclo menstrual regular. Assim, poderiam programar algumas das suas relações sexuais para os momentos em que há o pico de fertilidade da mulher.

Ao contrário do homem, os gametas femininos não ficam disponíveis continuamente. Eles são liberados intermitentemente em dias próximos ao meio do ciclo menstrual, então há momentos do mês em que a mulher está no pico da fertilidade.

Após a puberdade, a mulher passa por diversas alterações fisiológicas, as quais preparam o corpo da mulher para abrigar gestações. Ciclicamente, são liberados hormônios que estimulam os ovários. Esses órgãos contêm os folículos ovarianos, — cada um deles armazena um óvulo em seu interior.

A partir da primeira menstruação, vários folículos vão crescer a cada ciclo menstrual. No entanto, apenas um deles completa o desenvolvimento e se rompe para liberar o óvulo nas tubas uterinas, onde ocorre a fecundação. Assim, as fases menstruais são divididas em três: a folicular, a ovulatória e a lútea (após a ovulação).

O óvulo sobrevive por aproximadamente 24 horas. Por sua vez, os espermatozoides podem levar até 72 horas para encontrar os gametas. Portanto, o período fértil também abrange alguns dias anteriores e posteriores à ovulação.

Vamos ensinar você a calcular o período fértil de ciclos regulares a seguir. Ficou interessada? Acompanhe!

O que é período fértil?

O período fértil pode ser definido como o intervalo do ciclo menstrual em que as chances de fecundação são maiores. A fertilização da mulher é cíclica e depende da ovulação, que é uma das três fases do ciclo ovariano:

Fase folicular

Começa com o primeiro dia de sangramento menstrual e se prolonga até o décimo terceiro. Nessa etapa, a hipófise libera o hormônio folículo-estimulante. Ele atua sobre os folículos ovarianos, que são cavidades em forma de saco, preenchidas por um líquido e pelo óvulo. Contudo a fertilização, não ocorre no ovário, mas nas tubas uterinas. Portanto, os folículos precisam se romper para liberar os óvulos.

Diversos folículos crescem a cada ciclo, mas apenas um deles se destaca no desenvolvimento e passa a inibir o crescimento dos demais. Enquanto isso, o estrogênio atua no endométrio, fazendo com que ele se torne mais espesso. Isso é fundamental para a implantação do embrião (nidação).

Fase ovulatória

Após estímulos do FSH e o hormônio luteinizante, o folículo dominante se rompe e libera o óvulo. Em média, isso acontece no décimo quarto dia do ciclo, mas há variação no caso de ciclos menos regulares.

O óvulo é, então, captado pelas tubas uterinas, onde sobreviverá por aproximadamente 24 a 36 horas. Se for fecundado por um espermatozoide, haverá a formação de um embrião.

Fase lútea

Depois da ovulação, as células remanescentes do folículo se transformam e se tornam o corpo lúteo. Essa estrutura passa a secretar níveis mais elevados de progesterona, um hormônio fundamental para a função do endométrio nas fases iniciais da gestação.

O que é ciclo menstrual regular?

É aquele cuja periodicidade varia muito pouco. Por exemplo, a mulher sempre menstrua a cada 28 dias, sendo raríssima a mudança de data. Em média, cada ciclo dura aproximadamente 28 dias. Se ele apresenta menos de 26 dias e mais de 35, também há uma alteração na regularidade menstrual.

A irregularidade acontece, por exemplo, quando a paciente tem um ciclo de 30 dias em um mês, 27 no outro, 29 em outro. Isso torna difícil a previsão do período fértil.

Como calcular o período fértil em ciclos menstruais regulares e por que isso é importante?

Há diversas formas de calcular o período fértil é feito da seguinte forma. Normalmente, elas levam em consideração as seguintes informações:

  • O espermatozoide pode sobreviver de 3 a 5 dias no organismo da mulher;
  • Por sua vez, o tempo de vida do óvulo é menor, cerca de 1 a 3 dias.

Diante disso, podemos utilizar várias fórmulas para estimar o período fértil. Algumas delas podem ser bastante complicadas e dependem que você conheça alguns conceitos mais complexos.

Por isso, para mulheres férteis com menstruação regular, podemos usar uma fórmula mais simples:

  • Você deve anotar o primeiro dia da sua menstruação;
  • A menstruação geralmente acontece após 14 dias dessa data;
  • Depois disso, subtraia três a cinco dias desse período;
  • Por fim, acrescente mais um dia.

Portanto, temos 6 dias em que a fertilidade feminina é maior. 3 a 5 antes da data estimada para a ovulação e 1 dia depois. Se sua menstruação veio no dia primeiro, o período fértil é de 11 a 16 daquele mês. Durante essa fase, há uma maior chance de que os espermatozoides liberados consigam encontrar um óvulo e fertilizá-lo.

Para complementar as informações do calendário, você pode observar algumas dicas que o corpo dá durante o período ovulatório, como:

  • O corrimento vaginal passa a ser mais espesso e elástico, lembrando a textura de uma clara de ovo;
  • Sensibilidade e inchaço leve nas mamas, principalmente ao toque;
  • Temperatura corporal, que diminui antes da ovulação e aumenta logo depois dela;
  • Cólicas leves devido ao estímulo hormonal aumentado;
  • Aumento da libido, uma reação natural do corpo para estimular a busca de relações sexuais pela mulher.

As tentativas de engravidar no período fértil tendem a ser muito mais bem-sucedidas. Afinal, os gametas femininos não estão disponíveis constantemente. Por esse motivo, é preciso entender quando estão disponíveis ser fecundados pelos espermatozoides. Por isso, é muito importante entender o ciclo menstrual regular e como prever a data da ovulação dentro dele.

Quer saber mais sobre o tema? Confira este artigo institucional!

Endometriose: o que é? Saiba mais sobre a doença

O sistema reprodutor feminino é composto por diversos órgãos e estruturas, como a vagina o útero, as tubas uterinas, os ovários, entre outros. Todos eles podem ser acometidos por alguma condição médica que prejudica a sua funcionalidade. Hoje, vamos dar destaque a uma doença que compromete a função uterina, a endometriose.

O útero é um órgão com três camadas de tecidos: o endométrio, o miométrio e o perimétrio. A endometriose surge quando há a presença de glândulas e estroma endometriais em regiões fora do útero. Ela pode acometer, por exemplo, os ligamentos uterossacros, as tubas uterinas, os ovários, o peritônio, as vias urinárias e o intestino.

Com isso, surge um processo inflamatório crônico, que pode causar disfunções em diversos órgãos pélvicos, mesmo distantes da lesão. Apesar de os implantes não atingirem diretamente o útero, a inflamação causada por eles faz com que o endométrio normal fique menos receptivo aos espermatozoides e ao embrião.

Quer entender melhor o tema? Acompanhe o nosso post!

O que é a endometriose?

A endometriose é uma doença mais prevalente e incidente em mulheres que ainda estão no seu período reprodutivo. Portanto, os casos da doença são mais frequentes em mulheres após a primeira menstruação (menarca) e a menopausa. Contudo, apesar de os casos serem mais incomuns, ela pode acometer mulheres antes da puberdade e depois da pós-menopausa.

Causas da endometriose

Essa característica da doença ajudou a ciência a identificar uma de suas causas. A endometriose é uma doença estrogênio-dependente. O corpo libera diferentes tipos de estrogênio, o hormônio feminino. A mais potente é o estradiol, o qual é produzido em quantidades significativas apenas quando a mulher está na idade fértil (que se inicia com a menarca e termina com menopausa).

Essa substância tem a capacidade de fazer com que as células se multipliquem com maior velocidade. O excesso de exposição ao estrogênio pode desencadear doenças estrogênio-dependentes, como a endometriose.

Uma forma de contrabalançar a ação do estrogênio é a exposição à progesterona. Esse hormônio estimula a diferenciação das células, impedindo que elas acumulem mutações genéticas que podem levar à proliferação desordenada.

Por esse motivo, os principais fatores de risco para essa condição são aqueles que aumenta o tempo de exposição ao estrogênio sem o contrabalanceamento da progesterona, como:

Os fatores de proteção são aqueles que aumentam o tempo de exposição à progesterona, como a amamentação e as gestações. Algumas mulheres com endometriose apresentam uma remissão duradoura da doença após uma gravidez.

Como a endometriose funciona?

A endometriose é uma doença inflamatória crônica que se inicia devido à presença de células de tecido endometrial em locais fora do útero.

Doença inflamatória — são doenças cujos sinais, sintomas e complicações surgem em decorrência da agressão de algumas células de defesa do nosso organismo. Elas liberam substâncias no local, causando a dilatação dos vasos sanguíneos e uma agressão aos tecidos. Além disso, ela aumenta a sensibilidade à dor na região afetada.

Como não consegue diferenciar entre células saudáveis e as células da lesão, uma inflamação persistente pode causar uma disfunção nos tecidos, que, à medida que permanece, traz mais complicações.

No endométrio, a inflamação pode levar à redução da receptividade do tecido ao embrião. Assim, ele tem dificuldades para se implantar e a mulher poderá ter dificuldades para engravidar.

Crônica — é uma doença que tende a persistir por um período mais prolongado e geralmente não tem perspectiva de cura. Contudo ela tem controle. Por isso, em vez de falar de cura, dizemos que ela entra em remissão. Ou seja, depois de controlada, ela pode retornar. Em algumas mulheres, a doença não se manifesta nunca mais após o tratamento. Em outras, porém, ela retorna e é necessário reiniciar as medidas de controle sintomático.

Tecido ectópico — é um termo utilizado para dizer que um tecido foi identificado fora do seu local habitual. No caso das células endometriais, elas devem ficar restritas à cavidade do útero. Quando elas invadem o miométrio, a camada intermediária do útero, desencadeiam uma doença chamada de adenomiose. Caso elas se instalem em estruturas fora do útero, surge a endometriose.

Consequências da endometriose

A endometriose pode causar os seguintes sintomas:

  • Dor pélvica crônica;
  • Dismenorreia (cólicas menstruais);
  • Dificuldade para engravidar (a infertilidade);
  • Dor nas relações sexuais;
  • Disfunções urinárias cíclicas (durante ou pouco antes da menstruação);
  • Disfunções intestinais cíclicas.

Caso não seja tratada, a condição pode trazer complicações mais graves. A principal delas são as aderências, que podem ser intrauterinas ou pélvicas. Devido ao processo inflamatório crônico, o corpo tenta cicatrizar as agressões com a estimulação da proliferação de tecidos e a deposição de colágeno. Isso pode levar à formação de fibras que se aderem aos tecidos e se tornam mais rígidas com o passar do tempo.

Assim, podem causar a obstrução da cavidade do útero ou das tubas uterinas. Na cavidade pélvica, as aderências podem levar a compressões, que podem evoluir para obstruções externas e alterações na morfologia do útero. Tudo isso aumenta o risco de infertilidade e de dores pélvicas.

Portanto, a endometriose é uma doença complexa, que está relacionada a diversas complicações. Felizmente, avançamos muito em relação ao controle da doença, melhorando a qualidade de vida das mulheres afetadas. Muitas delas, hoje, conseguem engravidar tanto espontaneamente quanto pela reprodução assistida.

Quer saber mais sobre essa doença e sua relação com as gestações? Confira nosso artigo institucional sobre o tema!

Sangramento uterino anormal: causas

A menstruação é o sangramento que ocorre no início de um ciclo menstrual devido à descamação de androgênios. Ela ocorre ao final do ciclo devido à queda dos níveis de estrogênio e progesterona para manter o endométrio mais espesso. A menstruação normal dura de 3 a 7 dias dentro de ciclos de 26 a 35 dias. Alterações na duração, na quantidade e no intervalo dos sangramentos são consideradas formas de sangramento uterino anormal.

O SUA acomete até 25% das mulheres em idade reprodutiva, representando uma das queixas mais frequentes em consultórios. Em alguns casos, impacta significativamente a qualidade de vida, trazendo repercussões físicas, emocionais, sexuais, profissionais e afetivas.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

O que é o SUA?

Os ciclos menstruais podem variar bastante. Nem todos os ciclos de uma mesma mulher serão iguais entre si. Da mesma forma, há muita variação de uma mulher para outra. Nesse sentido, existem variações normais, — pequenas, que não estão relacionadas a processos patológicos.

Em outras casos, há uma alteração mais significativa, como:

  • Sangramento após a menopausa;
  • Pequenos escapes de sangue no período entre as menstruações;
  • Aumento ou diminuição do volume do fluxo menstrual;
  • Prolongamento do período de sangramento menstrual, entre outras possibilidades.

Quais são as causas de sangramento uterino anormal?

Como explicado anteriormente, o SUA não é uma doença ou um sintoma específico. Ele abrange uma série de alterações menstruais, as quais podem estar relacionadas a diversas condições ginecológicas.

Por isso, é muito importante entender as afecções médicas que podem causá-lo. Para facilitar o diagnóstico pelos profissionais, a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) criou o acrônimo PALM-COIEN, que resume as condições que mais frequentemente levam ao SUA.

A primeira parte do acrônimo (PALM) indica as causas estruturais (anatômicas e morfológicas) desse sintoma:

  • P —pólipos;
  • A — adenomiose;
  • L — leiomioma;
  • M — malignidade.

A segunda parte, por sua vez, descreve as demais causas, como:

  • C — Coagulopatia;
  • O — Ovulatória;
  • E — Endometrial;
  • I — Iatrogênica, isto é, relacionado a intervenções médicas (uso de medicações, dispositivos uterinos, entre outras possibilidades);
  • N — Não classificado de outra forma.

No entanto, é muito importante que você entenda que o sangramento uterino anormal pode estar relacionado a mais de uma das condições acima. É comum que ele seja multifatorial (desencadeado por distúrbios comórbidos).

Pólipos endometriais

Os pólipos uterinos são uma das principais causas de sangramento, pois acometem entre 7% e 20% das mulheres. Eles são lesões geralmente benignas que se originam de proliferações endometriais bem localizadas, que podem ser únicas ou múltiplas.

Apesar de a maioria dos pólipos serem assintomáticos, a alta prevalência na população faz com que seja diagnosticado em entre 7% e 34% das mulheres com SUA.

Eles podem se manifestar, como o sangramento com as seguintes características:

  • entre os períodos menstruais;
  • após a menopausa;
  • que provoca aumento do fluxo menstrual;
  • que ocorre após as relações sexuais.

Adenomiose

É a invasão do miométrio por células do endométrio. Isso provoca um estado inflamatório nessa importante camada do útero. Assim, pode surgir diversos sintomas, como o fluxo menstrual aumentado, o sangramento após a menopausa e após as relações sexuais.

Leiomioma

São tumores benignos que surgem quando as células musculares do endométrio se proliferam excessivamente. Eles podem crescer em direção à cavidade do útero ou à cavidade pélvica. Quanto mais ele penetrar na camada endometrial, maior a chance de o sangramento uterino anormal se desenvolver.

Afinal, a presença da lesão causa uma reação inflamatória no endométrio normal, fazendo com que ele se torne mais vascularizado. Então, a paciente pode manifestar aumento do fluxo menstrual e entre os períodos menstruais.

Malignidade

São os tumores malignos do endométrio, que são um tipo menos comum de câncer ginecológico. Ainda assim, eles precisam ser acompanhados com bastante atenção. Eles ocorrem quando as células endometriais se multiplicam excessivamente e começam a invadir os demais tecidos sem nenhum controle.

Coagulopatias

O endométrio é um órgão muito vascularizado. Dessa forma, quando a paciente tem algum distúrbio que facilita a coagulação, ela pode apresentar um sangramento mais intenso ou duradouro em comparação a mulheres saudáveis.

Ovulatória

São os problemas causados pelas disfunções nos ciclos dos folículos ovarianos, geralmente devido a condições hormonais. A síndrome dos ovários policísticos é uma das principais causas de SUA ovulatório. Ela é causada pelo excesso de hormônios masculinos, os quais impedem que os folículos cheguem ao estágio final de maturação.

Endometrial

São outras condições de origem do endométrio, mas que não se enquadram nas categorias anteriores.

Iatrogênica

São as intervenções médicas relacionadas ao SUA,

  • DIU de cobre;
  • Anticoagulantes;
  • Vasodilatadores sistêmicos, entre outros.

Não classificados anteriormente

Apesar de as condições anteriores abrangerem grande parte das causas de SUA, existem etiologias para o sangramento uterino anormal.

O diagnóstico das causas de sangramento uterino anormal é feito com a avaliação clínica de um médico, que pode ser complementada por exames de laboratório e de imagem. Nem sempre as causas serão diagnosticadas com os primeiros exames requisitados. Em alguns casos, o processo de investigação pode ser mais extenso. O tratamento dependerá da condição de base, mas, se nenhuma for encontrada, o uso de medicações antiestrogênicas e de progestágenos vêm sendo recomendado.

Quer saber mais sobre o sangramento uterino anormal, seu diagnóstico e tratamento? Confira nosso artigo institucional!

SOP: saiba o que é

Os ovários são órgãos importantes para o organismo das mulheres como um todo. Eles apresentam duas funções principais: a reprodutiva e a endócrina. Afinal, eles armazenam os folículos ovarianos, que armazenam os óvulos (gametas sexuais femininos).

Em volta dos óvulos, existem também células com capacidade de produzir hormônios, como o estrogênio e a progesterona. Eles atuam em diversos órgãos e tecidos para regular as atividades deles. Na síndrome dos ovários policísticos (SOP), há um comprometimento da função ovariana normal.

Alguns folículos ovarianos, a partir do início da vida fértil na puberdade, começam a se desenvolver periodicamente. Cada ciclo menstrual geralmente significa que alguns folículos se desenvolveram, um deles se tornou dominante e amadureceu até liberar um óvulo nas tubas uterinas.

Na SOP, algumas disfunções endócrinas fazem com que os folículos tenham dificuldade em completar seus ciclos devido ao excesso de hormônios masculino. Consequentemente, não há a liberação de óvulos (ovulação) em alguns ciclos, comprometendo a capacidade reprodutiva da mulher. Também surgem sintomas devido ao estímulo dos androgênios sobre as outras células do corpo.

Quer saber mais sobre o tema? Confira nosso post!

O que é a SOP?

A SOP é uma síndrome. Isso significa que ela é caracterizada como um conjunto de sinais e sintomas com um padrão determinado. Portanto, a SOP é definida como a presença de 2 dois seguintes critérios em uma paciente:

  • Distúrbios ovulatórios. Eles podem se manifestar como oligovulação (ovulação pouco frequente ou irregular) ou como anovulação (ausência de ovulação);
  • Hiperandrogenismo (excesso de hormônios masculinos), que pode ser identificada por alterações físicas (acne excessiva, hirsutismo ou calvície com padrão masculino) ou por exames laboratoriais que dosam os androgênios;
  • Ovários com aparência policística, isto é, presença de 12 ou mais folículos com diâmetro de 2 a 9 milímetros ou volume ovariano maior do que 10 centímetros cúbicos em exames de imagem (geralmente, ultrassonografia transvaginal).

Com essa definição, podemos desfazer um equívoco comum em relação a essa condição. Apesar de seu nome, a SOP pode ser diagnosticada em pacientes com ovários sem morfologia policística. Nessa situação, o médico provavelmente identificou distúrbios ovulatórios e evidências de hiperandrogenismo.

Causas da SOP

A SOP é um distúrbio endócrino muito complexo, tanto que, até hoje, a ciência médica não desvendou todos os seus mecanismos patológicos. Temos algumas peças importantes desse quebra cabeça e, por isso, conseguimos tratar os sintomas dessa condição crônica, que não tem cura.

O que sabemos atualmente é que ela é uma condição relacionada ao excesso de androgênios, os hormônios masculinos. Com isso, o equilíbrio dos hormônios sexuais femininos fica comprometido. Essa disfunção terá um impacto nos ovários e no organismo como um todo.

Assim, os folículos têm dificuldade de completar seu desenvolvimento. Em alguns ciclos menstruais, alguns deles não amadurecem a ponto de se romperem e liberarem os óvulos. É o que chamamos tecnicamente de anovulação, que se manifesta principalmente como amenorreia (ausência de menstruação)

O excesso de androgênios também vai repercutir em outras células do corpo sensíveis a esse hormônio. Desse modo, surgem outros sintomas da SOP, como o hirsutismo (crescimento de pelos com padrão masculino.

Associado a isso, as mulheres acometidas podem também sofrer com a resistência à ação da insulina. Esse hormônio estimula o transporte de açúcar (glicose) do sangue para o interior das células. Quando sua ação é insuficiente, podemos identificar um excesso dos níveis de açúcar em alguns exames de sangue específicos.

Sintomas da SOP

Veja alguns sintomas que podem estar presentes nas mulheres com SOP:

  • Sangramento uterino anormal com menstruação com duração acima de 35 dias ou irregularidade entre os ciclos. Consideramos um indicativo de SOP a paciente ter menos de 9 menstruações ao longo do ano (oligomenorreia) ou ficar meses sem menstruar (amenorreia);
  • Infertilidade devido à anovulação;
  • Hirsutismo;
  • Obesidade;
  • Queda de cabelo com padrão feminino;
  • Acne e oleosidade em excesso.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico pode ser feito exclusivamente com base nos sinais e sintomas da paciente. No entanto, em diversos casos, ele precisa ser complementado por exames de sangue e/ou imagem.

O tratamento da SOP não tem o objetivo de curar a paciente, mas de controlar os seus sintomas. Para os sinais clínicos, podemos administrar anticoncepcionais orais e hormônios de ação antiestrogênica. Com isso, há uma melhora da queda de cabelo, do hirsutismo e da acne.

Em mulheres com queixa de infertilidade, tem sido utilizado medicamentos que reduzem a resistência à insulina. Eles podem ajudar a regular a ovulação. Caso o tratamento não seja eficaz, as técnicas de reprodução assistida podem ser utilizadas.

Alguns estudos vêm apontando que as mulheres com SOP apresentam um maior risco de eventos adversos durante a gravidez e o parto, independentemente de terem engravidado naturalmente ou por reprodução assistida. Uma explicação para isso é a resistência à insulina, que pode levar ao aumento dos níveis de glicose no sangue. Com um acompanhamento obstétrico humanizado, contudo, acolhemos a mulher com SOP e elaboramos um plano terapêutico individualizado para a redução de riscos.

Quer saber mais sobre a SOP e por que ela causa infertilidade nas mulheres? Confira nosso artigo sobre o tema!

Pólipo endometrial: conheça melhor os sintomas

O útero é um órgão do sistema reprodutor feminino, sendo responsável por sustentar o desenvolvimento do feto desde o início de uma gestação até o nascimento. Ele tem formato de pera invertida e é constituído de três camadas principais (da mais interna à mais externa): o endométrio, o miométrio e o perimétrio.

O endométrio reveste a cavidade uterina, tendo uma função essencial para a fertilidade e a manutenção de uma gravidez. Nele, podem surgir algumas lesões, como o pólipo endometrial, que podem causar sintomas e complicações.

O ciclo menstrual normal de uma mulher começa quando o endométrio descama (menstruação) após ter sido estimulado no ciclo anterior. Ao final do sangramento, essa camada começa a se proliferar novamente devido ao estímulo do estrogênio.

Depois da ovulação, o ovário passa a produzir mais progesterona, um hormônio que promove ainda mais o espessamento e a secreção do endométrio, preparando para uma gestação.

Os pólipos endometriais benignos são lesões estrogênio-dependentes, isto é, surgem e se desenvolvem quando os níveis de estrogênio estão mais altos.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe o nosso post!

O que é um pólipo endometrial?

Os pólipos endometriais surgem devido ao crescimento excessivo de células endometriais. Geralmente, são completamente benignos. Em casos raros, podem evoluir para lesões malignas. Ou seja, muitas mulheres podem ser diagnosticadas com eles ao longo da vida, mas pouquíssimas desenvolverão o câncer endometrial.

Eles podem ser classificados em:

  • únicos (apenas uma lesão dentro da cavidade) ou múltiplos;
  • sésseis (com bordas aderidas ao endométrio) ou pedunculares (o corpo da lesão fica preso por uma haste fina de tecido).

No entanto, por menor que esse risco seja, não podemos subestimá-los. Por isso, o acompanhamento periódico da condição com um ginecologista é essencial

Sintomas dos pólipos endometriais

Na maioria das vezes, os pólipos são assintomáticos. Em outras palavras, as mulheres não apresentam sintomas ou complicações da doença. Portanto, as lesões geralmente são descobertas na investigação de outras condições ginecológicas ou no acompanhamento de rotina da saúde da mulher.

Nas mulheres sintomáticas, os principais sintomas são alguma forma de sangramento uterino anormal, como:

  • fluxo menstrual aumentado;
  • sangramento entre os períodos menstruais;
  • sangramentos após as relações sexuais;
  • sangramento no pós-menopausa.

Como os pólipos são uma lesão muito prevalente entre as mulheres, eles são diagnosticados em 7% a 34% das mulheres com queixa de sangramento uterino anormal. Além disso, as lesões podem causar a dismenorreia (cólicas antes e durante o período de sangramento menstrual.

Os sintomas geralmente são leves, mas pode também ser desde moderados a incapacitantes. Normalmente, o surgimento e a intensidade das queixas estão relacionados ao tamanho das lesões e à extensão do endométrio acometidos pelos pólipos.

Além disso, algumas pacientes podem apresentar infertilidade ou abortamentos de repetição relacionados aos pólipos uterinos. Essa dificuldade para engravidar se deve:

  • tanto à obstrução que eles podem causar na cavidade uterina, impedindo que os espermatozoides atinjam as tubas uterinas. Em alguns casos, os pólipos podem levar à formação de aderências intrauterinas, aumentando as chances de obstrução;
  • quanto à redução da receptividade endometrial, que dificulta a implantação do embrião no endométrio e o desenvolvimento da placenta.

Tanto os sangramentos quanto os problemas reprodutivos são explicados principalmente pelo processo inflamatório causado pela lesão. As células do sistema imunológico têm dificuldade em distinguir o tecido endometrial normal dos pólipos uterinos, causando uma inflamação mais generalizada.

Portanto, na presença dos sintomas acima, é muito importante procurar um médico para iniciar uma investigação de possíveis doenças ginecológicas. Caso os pólipos sejam identificados, pode ser necessário biopsiá-los ou acompanhá-los periodicamente com exames de imagem. Assim, evitamos consequências sérias, como a infertilidade grave e tumores endometriais malignos em estágio mais avançado.

O diagnóstico e tratamento dos pólipos uterinos

O diagnóstico dos pólipos geralmente é feito acidentalmente por meio de ultrassonografias de rotina em pacientes assintomáticas. No entanto, pode decorrer de uma investigação de queixas feitas ao médico.

Quando uma mulher apresenta queixas de sangramento uterino anormal ou de infertilidade, o primeiro exame solicitado é a ultrassonografia transvaginal. Afinal, ela apresenta uma boa capacidade de identificar diversas lesões uterinas associadas ao sangramento uterino anormal. Entre as doenças que podem ser identificadas, está o pólipo endometrial.

Quando houver o diagnóstico de imagem desse tipo de lesão, dois caminhos são possíveis:

  • aprofundar a investigação pela vídeo-histeroscopia diagnóstica, permitindo as biópsias para investigação anatomopatológica das lesões;
  • manter o acompanhamento da paciente com avaliações clínicas e ultrassonografias periódicas a fim de identificar o comportamento da lesão e abordá-la se houver alguma alteração preocupante.

O primeiro caminho tem sido considerado o padrão ouro para a confirmação do diagnóstico, sendo uma técnica minimamente invasiva que pode ser feita em ambiente ambulatorial. No entanto, em casos de baixo risco, pode-se adotar o segundo desde que a paciente tenha a segurança de que será capaz de ir às consultas periódicas.

O tratamento pode envolver esse acompanhamento periódico, a administração de medicações para reduzir o sangramento uterino anormal ou a retirada das lesões, principalmente nos casos de infertilidade.

Dentro da ginecologia humanizada, as decisões são feitas de forma compartilhada entre você e o seu médico. Portanto, o plano terapêutico para o pólipo endometrial é sempre individualizado a cada caso, cabendo à mulher o protagonismo das decisões sobre a própria saúde.

Quer saber mais sobre os pólipos endometriais? Não deixe de ler nosso artigo sobre o tema!