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Endometriose: veja quais são os possíveis sintomas

A endometriose é o implante de células típicas do tecido endometrial em órgãos e estruturas que estão fora do útero. Geralmente, as lesões se implantam nos órgãos da cavidade pélvica (ovários, tubas uterinas, bexiga, entre outros).

O endométrio normal é o tecido que reveste a cavidade uterina. É nele que o embrião se implanta no início da gestação. Caso não haja uma gestação, ele se descama na forma da menstruação, a qual ocorre ciclicamente nas mulheres a cada 26 a 35 dias. Como veremos, isso também nos ajuda a compreender o funcionamento dos sintomas da endometriose.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe o nosso post!

O que é endometriose?

A endometriose é uma doença inflamatória crônica. Em outras palavras, seus sintomas e complicações se devem principalmente à inflamação persistente que ocorre nos órgãos afetados.

Essa reação imunológica é desencadeada pela presença de glândulas e estroma endometriais fora da cavidade uterina. Com isso, o corpo inicia uma tentativa de eliminá-lo para não prejudicar as funções normais do organismo.

Em grande parte dos casos, esse tecido fora do lugar (ectópico) se implanta na região pélvica, em estruturas, como:

  • ovários;
  • tubas uterinas;
  • bexiga;
  • intestino;
  • ligamentos uterossacros.

Sintomas da endometriose

A endometriose é uma doença cujo quadro clínico é muito variável de paciente para paciente. Há mulheres completamente assintomáticas e que descobrem as lesões acidentalmente quando realizam alguma cirurgia pélvica, como a cesariana. Por sua vez, há muitas pessoas que apresentam diversas queixas e, em alguns casos, elas são incapacitantes.

Um quadro assintomático, porém, não significa ausência de complicações. Por exemplo, a endometriose está ligada à infertilidade. Frequentemente, as pacientes somente começam a investigar a presença da doença quando não obtém sucesso após diversas tentativas de engravidar. Isso pode acontecer mesmo quando a paciente não notou nenhuma alteração nos últimos anos, — não sentiu dor nem nenhuma disfunção urinária/intestinal. Ou seja, a infertilidade foi um sintoma oculto por muitos anos.

Os estudos mostram que os principais sintomas da endometriose são:

  • dor pélvica crônica;
  • dismenorreia;
  • dificuldade para engravidar.

Dependendo da localização da lesão, ainda podem surgir outras manifestações, como:

  • dor nas relações sexuais;
  • disfunção urinária cíclica (dor ou dificuldade para micção), a qual surge ou se intensifica no período menstrual;
  • disfunção intestinal cíclica (dor ou dificuldade para evacuar), com a mesma característica de periodicidade do sintoma anterior.

Vamos explicar cada uma delas a seguir!

Dor pélvica crônica

É a dor não relacionada ao ciclo menstrual que permanece por mais de seis meses. Ela pode variar de intensidade, indo de um leve desconforto até quadros incapacitantes. Isso ocorre, pois a presença de lesões de endometriose promove um estado inflamatório contínuo nos locais afetados. Uma das consequências da inflamação é a maior sensibilização para a dor.

Dismenorreia

Ela pode se expressar como cólicas intensas antes e durante o período menstrual. Ela pode ser também uma dor intermitente que piora ao longo do dia. No entanto, está sempre relacionada ao período de sangramento menstrual.

Esse sintoma acontece, pois o endométrio ectópico reage às variações hormonais, de forma semelhante ao tecido normal da cavidade uterina. Pouco antes do período de sangramento, o corpo produz baixas quantidades de progesterona e estrogênio. Consequentemente, isso leva o sistema imunológico a atacar o tecido endometrial para estimular a sua descamação.

Esse processo inflamatório, contudo, provoca a sensibilização dos locais afetados pelas lesões da endometriose. Consequentemente, as cólicas menstruais se tornam mais intensas.

Infertilidade

A inflamação também provoca um efeito negativo no endométrio normal. Com isso, esse tecido fica mais hostil aos espermatozoides e ao embrião. Portanto, a mulher pode enfrentar não apenas uma maior dificuldade para engravidar quanto ter um maior risco de perdas gestacionais (abortamentos e óbito fetal).

Dor nas relações sexuais

A penetração causa uma pressão sobre os órgãos pélvicos, os quais estão mais predispostos à dor devido à inflamação. Na endometriose, geralmente ocorre a dispareunia de penetração profunda em vez da dor no início do canal vaginal.

Disfunção urinária cíclica

Esse sintoma está relacionado à endometriose com acometimento das vias urinárias. Devido à intensificação da inflamação durante o período de sangramento menstrual, ele é normalmente cíclico.

Disfunção intestinal cíclica

É mais comum no acometimento do reto, do intestino grosso ou do íleo. Também pode ocorrer a presença de sangue nas fezes. O fenômeno da ciclicidade também acontece aqui pelos mesmos motivos das disfunções urinárias.

O diagnóstico da endometriose

O diagnóstico definitivo da endometriose exige a retirada da lesão pela videolaparoscopia e avaliação histopatológica. Contudo, por ser um procedimento mais invasivo, ele não é realizado de rotina.

Assim, o tratamento pode iniciar a partir do diagnóstico presuntivo (alta probabilidade da doença) com base nos sinais e sintomas, assim como nas alterações em exames de imagem (ultrassonografia pélvica ou ressonância magnética).

Tratamento da endometriose

O tratamento da endometriose dependerá dos objetivos da paciente:

  • se ela estiver assintomática, não desejar uma gestação ou não tiver infertilidade, pode ser feito apenas o acompanhamento clínico periódico;
  • se houver desejo de engravidar, mas a infertilidade estiver presente, a reprodução assistida e/ou a cirurgia de retirada das lesões pode ser feita;
  • nos casos de dor em mulheres sem desejo de engravidar em curto e médio prazos, a terapia com anti-inflamatórios e medicamentos hormonais é possível.

Por fim, é muito importante ressaltar a importância do acompanhamento dos sintomas da endometriose. A doença pode, inclusive, estar relacionada a complicações gestacionais em diversos momentos da gravidez. No parto humanizado, é feito acompanhamento criterioso da condição durante o pré-natal para reduzir riscos para a gestante e o bebê.

Quer saber mais sobre a endometriose e como ela surge? Confira este artigo institucional que temos sobre o tema!

PTGI: saiba identificar os sintomas

Você já ouviu falar das patologias do trato genital inferior, as PGTI? São doenças que acometem o colo uterino, a vagina e a vulva, — a porção inferior do sistema reprodutor feminino. Elas são agrupadas dentro da PGTI, pois apresentam um quadro clínico e causas semelhantes.

Possivelmente, você já deve ter ouvido falar sobre HPT, tumores malignos, tumores benignos e outras lesões na vulva, na vagina e no colo uterino. Então, todas essas condições nada mais são do que PGTI. Elas geralmente estão relacionadas a infecções pelo papilomavírus humano (HPV), que é transmitido sexualmente, principalmente quando as relações sexuais são feitas sem proteção.

O HPV infecta as células do trato genital inferior e provoca alterações celulares que levam a diversos tipos de lesões. As mais benignas, as verrugas genitais parecidas com uma couve-flor, podem causar bastante desconforto nas mulheres.

Por sua vez, há também tipos de HPV que desencadeiam microlesões pré-malignas, que não são visíveis a olho nu, mas podem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer do colo de útero. Por esse motivo, as mulheres precisam realizar o Papanicolaou periodicamente para a prevenção dessa condição mais grave.

Quer saber mais sobre as PGTI e quais são os seus sintomas? Confira nosso post!

O que é o PTGI?

As PTGI são lesões que podem se transformar em câncer nas estruturas do trato genital inferior, geralmente causadas pelos tipos oncogênicos do HPV.

O HPV é um grupo de vírus com mais de 100 tipos que infectam a pele e as mucosas dos seres humanos. A maioria deles causa lesões benignas, como as verrugas. Contudo, existem alguns que são capazes de alterar bastante o DNA das nossas células, o que pode levar ao surgimento de lesões mais sérias, as displasias, que apresentam um comportamento disfuncional.

Normalmente, as lesões têm uma evolução lenta. Ou seja, elas começam com alterações pouco significativas e com baixo potencial de transformação em câncer, — é a displasia de baixo grau.

Por sua vez, à medida que não são tratadas e se modificam ao longo do tempo no colo do útero, podem evoluir para displasias de alto grau (lesões pré-malignas). Da mesma forma, quando não são tratadas, essas lesões podem evoluir para um tumor maligno do colo do útero, o câncer.

O câncer causado pelo HPV geralmente começa nas regiões mais superficiais do colo. Quando ele não invade uma região mais profunda chamada de “camada basal”, sua retirada traz um prognóstico excelente, com altas chances de cura. Contudo, se ultrapassar a camada basal, ele adquire um comportamento mais agressivo e é mais difícil de tratar. Por isso, o exame preventivo também é importante para o diagnóstico precoce.

Sintomas das PGTI: quais são?

Um dos pontos mais importantes sobre as PGTI é que elas geralmente são assintomáticas nos estágios iniciais. Em outras palavras, quando apenas são displasias ou carcinomas in situ, a mulher tende a não manifestar nenhuma queixa ou alteração visível. Com isso, elas podem ter a falsa sensação de que está tudo bem com a saúde ginecológica.

No entanto, à medida que avança, a lesão maligna invade outras estruturas ao seu redor e pode ainda provocar metástases. Nessa situação, começam a se tornar mais sintomáticos com manifestações, como:

  • Sangramento vaginal no período entre as menstruações;
  • Dor pélvica;
  • Dor (dispareunia) ou sangramento (sinusorragia) durante as relações sexuais;
  • Sangramento vaginal após a menopausa;
  • Sangramento entre os períodos menstruais, usualmente em pequeno volume (spotting);
  • Emagrecimento;
  • Sangramento uterino anormal;
  • Corrimento vaginal anormal (aguado, com sangue visível ou odor intenso);
  • Náuseas, vômitos e perda de apetite;
  • Massa abdominal palpável;
  • Úlceras vaginais e vulvares que não cicatrizam, mas apresentam um crescimento constante (que pode ser lento ou rápido).

Essas alterações podem surgir ainda nos estágios pré-malignos, mas isso é mais incomum.

Neoplasia intraepitelial cervical

A NIC é a displasia cervical, isto é, alterações teciduais que ainda não se transformaram em câncer. Contudo elas apresentam um alto potencial de evoluírem caso não sejam tratadas adequadamente.

Ela pode ser assintomática por vários meses ou anos, sendo causada principalmente pela infecção pelo HPV. Na maioria dos casos, permanece completamente assintomática por vários meses e anos.

É mais comumente identificada em mulheres entre 25 e 35 anos, que coincide com a idade fértil da mulher e um período de maior atividade sexual (em geral). Apesar de raramente sintomática, pode se expressar com:

  • Um pequeno escape de sangue no período intermenstrual;
  • Dor ou sangramento nas relações sexuais com penetração;
  • Dor pélvica devido ao processo inflamatório que o corpo pode montar para eliminar a lesão.

Neoplasia intraepitelial vulvar (NIV)

São lesões pré-malignas que acometem a pele da vulva, uma estrutura que abrange o púbis, os grandes e pequenos lábios, o clitóris e o períneo. Para ser considerada NIV, a displasia precisa ser de alto grau. Ela pode apresentar dois tipos, a NIV usual e a NIV diferenciada.

A NIV usual geralmente está associada a infecções por HPV, sendo geralmente assintomática, como nos demais casos. Por sua vez, a diferenciada está relacionada a doenças prévias não relacionadas ao HPV, como o líquen escleroso, cujo principal sintoma é o surgimento de manchas brancas e finas na região genital externa.

O câncer da vulva se manifesta, como:

  • Alterações na coloração da pele da vulva (regiões brancas, rosas, cinzas ou marrom-escuras);
  • Espessamento da localizado da pele da vulva;
  • Lesões que se assemelham a uma verruga;
  • Fissuras ou úlceras na vulva;
  • Sensação de comichão ou queimação.

Neoplasia intraepitelial vaginal

A NIVA pode ser classificada em leve, moderada ou grave à medida que acumula alterações que podem evoluir para o câncer vaginal. Esse tipo de tumor é mais raro e normalmente ocorre em pacientes com histórico positivo para NIC e NIV. É mais comum em mulheres entre 40 e 60 anos, apesar de ocorrer em qualquer idade.

Também pode ser assintomático na maior parte do seu curso na maioria das pacientes. Como sintomas, a mulher poderá apresentar:

  • Um pequeno escape de sangue no período intermenstrual;
  • Dor ou sangramento nas relações sexuais;
  • Dor pélvica devido ao processo inflamatório que o corpo pode montar para eliminar a lesão.

O tratamento envolve o acompanhamento e a retirada das lesões. Os métodos dependem do estágio em que a PGTI se encontra. Caso evoluam para o câncer, a quimioterapia e a radioterapia podem ser necessárias.

No entanto, a mensagem mais importante é a da prevenção! Com o exame ginecológico e o Papanicolaou periódicos, é possível evitar a evolução para tumores malignos. Essas medidas devem ser feitas independentemente dos sintomas, — de acordo com a orientação do seu médico.

Quer saber mais sobre a PGTI? Confira nosso post sobre o tema!

Spinning babies e a gestação: como a técnica pode facilitar o nascimento?

A gestação muda a mulher, tanto física como psicologicamente. Com isso, podem surgir pontos de vulnerabilidade que se expressam até mesmo durante o processo de nascimento do bebê. Por isso, o parto humanizado é tão importante, pois traz o acolhimento que a mulher necessita, assim como as técnicas mais seguras para evitar complicações futuras tanto para a mãe quanto para seu filho. Uma delas é o spinning babies, um método que facilita o trabalho de parto.

Há muitas técnicas e recursos para minimizar os problemas durante a gestação e o parto. Algumas delas, porém, deveriam ser reservadas para situações excepcionais, — para os momentos em que há risco para a mãe e para o bebê. Esse é o caso dos procedimentos mais invasivos como a assistência ao parto normal com a episiotomia e a cesariana. Nos partos de baixo risco, que são a grande maioria, é importante adotar medidas menos invasivas. Afinal, elas apresentam um risco de complicações muito menores

Esse é o caso do spinning babies, em que a mulher realiza uma sequência de exercícios com o objetivo de facilitar o alinhamento uterino e a liberação da pelve. Com isso, aumentam-se as chances de o bebê adotar uma posição adequada para o parto normal e a passagem dele pela pelve ser mais tranquila. A prática pode ser iniciada tão logo na 24ª semana de gestação com periodicidade diária ou semana — com a assistência de uma doula, fisioterapeuta pélvica, do companheiro e/ou de outros entes queridos da mulher.

Quer saber mais sobre ele? Acompanhe nosso post!

O que é spinning babies?

É uma série de exercícios para trabalhar a região pélvica e movimentar o bebê para que as melhores condições de parto sejam obtidas. Vejam alguns deles a seguir:

Rebozo

É uma técnica milenar originada no México, em que se utiliza um xale longo para ajudar o bebê a se encaixar na pelve da mãe. Ela também pode ser utilizada para estimular o trabalho de parto. Ela promove um relaxamento muscular, que traz mais flexibilidade aos músculos que atuam na região pélvica. Além disso, ela tem um efeito analgésico importante, aliviando as dores da contração uterina.

Inversão inclinada para frente

O objetivo desse exercício é estimular o bebê a se movimentar dentro do útero para adotar a posição mais adequada para o parto. Ele é feito com a mulher em joelhos em uma poltrona ou sofá. Os antebraços devem ficar apoiados sobre o chão e a cabeça bem relaxada. Isso ajuda no relaxamento e no alinhamento dos músculos pélvicos importantes para a evolução do trabalho de parto.

Liberação lateral

É um alongamento que busca trazer mais flexibilidade para os músculos da pelve e do períneo, ampliando o canal pélvico temporariamente. O efeito pode durar entre 1 e 4 horas, podendo ser repetido sempre que necessário.

Quando realizados durante a gravidez, preparam a pelve para o trabalho e reduzem as chances de precisarmos realizar manobras manuais para girar o bebê durante o parto normal.

Como o spinning babies pode ajudar no nascimento?

No processo normal de evolução da gestação, o bebê vai mudando de posição dentro do útero à medida que o momento do parto se aproxima. Caso tudo ocorra bem, ele vai se encaixar progressivamente na pelve, curvando-se para frente e com a cabeça em direção à vagina. Ao final, espera-se que ele esteja na apresentação cefálica (também conhecida como vértice) próximo à data provável do parto.

Essa é a posição em que a progressão do bebê durante o parto natural é mais fácil e com menor risco de complicações. Então, o objetivo do spinning babies é proporcionar melhores condições para que o bebê esteja na seguinte posição intrauterina:

  • Cabeça voltada para a direção do canal da vagina (apresentação de vértice ou cefálica);
  • Virado para trás em relação ao abdômen da mãe;
  • Rosto e corpo com uma maior angulação à direita ou à esquerda;
  • Pescoço flexionado (curvado para a frente do corpo do bebê e queixo recolhido para dentro);
  • Braços flexionados sobre o próprio peito.

Com essa posição, o corpo do bebê assume um formato semelhante ao de um projétil (“bala”) de revólver. Essa é a forma mais propícia para facilitar a passagem pelo canal vaginal.

Quais podem ser as dificuldades no parto que o spinning babies pode ajudar?

Ao ampliar o canal de parto vaginal e liberar a musculatura da região pélvica, a técnica facilita a progressão do parto. Com isso, pode ter inclusive efeitos analgésicos. A técnica também evita que o bebê adote apresentações anormais, como:

  • Apresentação defletida;
  • Apresentação pélvica;
  • Apresentação de face;
  • Apresentação de testa;
  • Posição transversa.

Spinning babies, parto normal e cesariana

Os maiores benefícios do spinning babies é evitar que problemas na evolução do parto ou no posicionamento do bebê tornem necessárias a cesariana ou as intervenções invasivas no parto normal. Isso é importante para evitar as diversas complicações que podem ocorrer quando esses procedimentos são realizados. Portanto, devem ser reservados para situações em que os benefícios superam os riscos de executá-los.

O spinning babies tem sido cada vez mais utilizado, pois é uma das ferramentas que nos auxiliam a oferecer um parto humanizado para as gestantes. Isso significa que estamos individualizando as medidas médicas para as individualidades biopsicossociais dela, tornando-a protagonista da sua gestação e adotando as melhores práticas baseadas em evidências científicas.

Quer saber mais sobre o spinning babies? Confira nosso post sobre o tema!

DIP: veja quais podem ser os sintomas

A doença inflamatória pélvica é mais conhecida por sua sigla, DIP. Resumidamente, podemos defini-la como a inflamação nos órgãos reprodutores da mulher, como o útero, as tubas uterinas e os ovários. Geralmente, ela surge quando uma bactéria consegue ultrapassar o canal vaginal e se proliferar nas estruturas genitais superiores. No entanto, ela pode também ser causada por outros agentes, apesar de isso ser incomum.

A doença recebeu esse nome devido à localização e ao quadro clínico que provoca. A inflamação é uma resposta do sistema imunológico contra fenômenos que o corpo considera uma ameaça, como uma infecção.

No entanto, apesar de nos proteger, a inflamação pode sair de controle, levando a complicações e sintomas duradouros. Nos órgãos genitais femininos, isso desencadeia o quadro conhecido como a DIP, o qual provoca sintomas de dor, infertilidade, sangramento uterino anormal, entre outros.

Quer saber mais sobre ela? Acompanhe o nosso post!

O que é a DIP?

A DIP geralmente se inicia quando um microrganismo consegue infectar e se proliferar nos órgãos e tecidos do útero, das tubas uterinas e do ovário.

No entanto, na maioria dos casos, a infecção não se inicia nesses locais. Ela ocorre primeiramente na vagina, geralmente com alguma bactéria causadora de infecções sexualmente transmissíveis, as ISTs. Na DIP, as mais frequentes são a gonorreia e a clamídia.

Além disso, também podem ser causadas por infecções vaginais não transmissíveis sexualmente, como as vaginoses bacterianas. Nesses casos, a principal causa costuma ser a alteração da flora vaginal. Esses microrganismos podem passar para os órgãos mais internos do sistema reprodutor feminino através do colo uterino ou da corrente sanguínea.

A infecção também pode ser levada durante processos interventivos na cavidade uterina, como a inserção de dispositivo intrauterino, a realização de procedimentos endoscópicos (como a histeroscopia e de cirurgias pélvicas.

Quais são os sintomas da DIP?

Os processos inflamatórios levam a seguintes manifestações:

  • Calor — uma sensação de aquecimento na região afetada ou, mesmo, a febre;
  • Edema — é o inchaço provocado pela dilatação dos vasos sanguíneos no local afetado. Isso faz com que o líquido do sangue passe para o espaço entre as células e aumento o volume;
  • Rubor — a região fica mais avermelhada (hiperemiada) devido ao inchaço dos vasos sanguíneos;
  • Dor — a inflamação causa agressões aos tecidos, além de deixar o nosso sistema nervoso mais sensível ao sinal de dor;
  • Perda de função — a região inflamada perde parte de sua capacidade de executar as funções que ela é responsável no organismo. Por exemplo, o endométrio inflamado não recepciona o embrião adequadamente, levando à infertilidade.

Isso está diretamente relacionado aos sintomas e às complicações:

Dor abdominal baixa

Ela pode variar de desde um desconforto até uma manifestação grave ou incapacitante. Em geral, até que a doença seja tratada, ela evolui para um quadro crônico. Há pacientes que chegam aos consultórios com relatos de vários meses ou, até mesmo, anos de desconforto abdominal sem investigação.

Dor e sangramento durante as relações sexuais

Esse também é um sintoma muito frequente. Nas relações sexuais, há uma maior pressão sobre a pelve, o que pode desencadear a dor. Quando há uma vaginose associada, a dor pode se iniciar logo no início da penetração.

Como o colo do útero pode ficar mais fragilizado devido ao edema da inflamação e seus vasos estão mais inchados, ele sangra mais facilmente.

Escape de sangue pela vagina no período entre as menstruações

Pelo mesmo motivo, podem ocorrer pequenas lesões espontâneas no colo do útero. Com isso, ocorre um escape de um pequeno volume de sangue no período intermenstrual.

Dor durante a micção

Como a inflamação pode se estender a toda a pelve, a mulher pode sentir mais dor durante o ato de urinar.

Corrimento vaginal anormal com odor intenso

As bactérias que causam a infecção podem produzir gases que provocam um odor forte. Dependendo do tipo de microrganismo, surge um odor fétido parecido com o de peixe podre.

Febre, calafrios, náuseas e vômitos

Nos casos agudos da DIP, também ocorrem os sintomas clássicos de uma infecção, como a febre, os calafrios, as náuseas e os vômitos.

Complicações da DIP

Durante o curso da infecção, ocorre o comprometimento da função do:

  • Endométrio — o tecido se torna mais hostil aos espermatozoides e ao embrião, comprometendo a implantação e o início da gestação;
  • Tubas uterinas — o fluxo no interior das tubas uterinas se altera, dificultando os processos reprodutivas e gestacionais.

Caso a doença não seja tratada, poderá levar à formação de aderências uterinas, que são cicatrizes que se fixam nas paredes dos órgãos. Elas obstruem os canais e interferem na liberação dos óvulos, no transporte do embrião através da tuba uterina e na chegada dele na região certa do endométrio.

Com tudo isso, surgem as seguintes complicações:

  • Infertilidade;
  • Maior risco de gestação ectópica;
  • Abscesso tubo-ovariano (formação de uma bolsa de pus).

O diagnóstico da DIP é predominantemente clínico com a anamnese e o exame físico realizados por um médico. Ele se baseará nos sinais e sintomas e, então, poderá requisitar exames complementares (testes de urina e de sangue, ultrassonografia pélvica, entre outros). O tratamento é focado inicialmente em eliminar a infecção. Outras intervenções poderão ser feitas conforme complicações forem identificadas.

Quer saber mais sobre a DIP, seu diagnóstico e tratamento? Leia outro texto interessante sobre o tema!

Mioma: o que é?

Muitas pacientes chegam com dúvidas sobre os miomas. Afinal, eles são uma das condições ginecológicas mais comuns ao longo da vida de uma mulher. Cerca de 70% delas apresentarão esse diagnóstico ao longo da vida, mas a maioria dos casos será assintomático.

Os miomas são tumores benignos que se formam na parede uterina, mais especificamente na camada intermediária do útero, o miométrio. Eles surgem de células musculares presentes nesse órgão, as quais têm a função de promover as contrações uterinas, dar sustentação e elasticidade, que são necessárias para as funções reprodutivas.

Essas lesões são mais comuns em mulheres na idade fértil, podendo ser múltiplas ou únicas. O tamanho também é bastante variável, assim como a região em que eles crescem. Apesar de todos os miomas se originarem do miométrio, eles podem crescer e ocupar predominantemente outras camadas.

Isso tem um impacto tanto nos sintomas quanto nas complicações que a condição pode levar. Por exemplo, quando crescem em direção à cavidade uterina, eles estão mais relacionados à infertilidade e ao sangramento uterino anormal. Quando ocupam se desenvolvem acima da subserosa, podem levar a manifestações urinárias e intestinais.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post!

Como o útero é formado?

O útero é formado por três camadas:

  • Endométrio — é a camada mais interna, revestindo a cavidade uterina. O endométrio apresenta subcamadas (mucosa e submucosa). É nele que o embrião se implanta para iniciar a gestação, sendo responsável por auxiliar na nutrição do bebê;
  • Miométrio — é a camada intermediária e a mais grossa do útero, é a que dá forma ao órgão. Ela é composta por diferentes tipos de células. Uma delas são as células de músculo liso, as quais respondem aos hormônios sexuais para provocar contrações uterinas. Cada lesão se forma quando uma célula de músculo liso começa a se proliferar excessivamente por uma maior sensibilidade ao estímulo do estrogênio, o principal hormônio sexual feminino;
  • Perimétrio — o perimétrio é a camada mais externa, sendo dividido também em duas subcamadas, a serosa e a adventícia. Elas produzem uma secreção lubrificante que protege o útero contra lesões por atrito. A serosa fica conectada diretamente ao útero.

Essa explicação é muito importante para entender os tipos de miomas. As principais classificações nesse sentido consideram justamente o volume que as lesões ocupam em outras camadas uterinas. Afinal, isso pode levar a diferentes manifestações da doença.

O que são miomas?

Tecnicamente, dizemos que os miomas são lesões monoclonais de células de músculo liso do miométrio. Em outras palavras, elas surgem de uma única célula de músculo liso do endométrio que começa a se multiplicar excessivamente.

Os miomas podem ser classificados de diferentes formas. A mais fácil de compreender os divide em três tipos principais:

Miomas submucosos, que ocupam total ou parcialmente a submucosa, a camada mais interna do endométrio. À medida que esse tipo de lesão cresce, ela passa a ocupar a cavidade uterina e levar a complicações endometriais que comprometem a fertilidade da mulher. Elas obstruem a passagem dos espermatozoides e dificultam a implantação do embrião. Também podem causar inflamações locais, as quais desencadeiam o sangramento uterino anormal;

Miomas intramurais, os quais crescem predominantemente dentro dos limites do miométrio. Quando crescem excessivamente (mais do que 4 centímetros de diâmetro), podem causar uma distorção da cavidade do útero e, assim, levar à redução da fertilidade, a um maior risco de abortamentos e nascimentos prematuros. Também estão relacionados ao SUA (sangramento uterino anormal) e a cólicas intensas.

Miomas subserosos, que tendem a crescer mais do que os outros tipos de miomas, pois não sofrem restrição da pressão intrauterina e intramural. Com isso, podem ocupar um grande volume dentro da pelve, aumentando as chances de incontinência ou obstrução do intestino e da bexiga.

Por que ele pode se formar?

As causas exatas dos miomas ainda permanecem desconhecidas na ciência médica. No entanto, temos pistas muito relevantes sobre como a doença se desenvolve.

Até 70% das mulheres são diagnosticadas com os miomas ao longo da vida. Na maioria dos casos, são lesões únicas, com pequeno diâmetro e assintomáticas. Isso indica que a condição se deve a mutações genéticas adquiridas ao longo da vida sem nenhuma razão específica.

Como há mulheres que apresentam diversas lesões, sabemos que há também alguma predisposição genética hereditária em alguns casos.

Em ambos os casos, os e são provocados pela ação do estrogênio, o qual tem uma capacidade maior de causar mutações no material genético celular. Isso também é visto em outras doenças ginecológicas, como os pólipos uterinos e a endometriose.

Essas alterações genéticas provocam um crescimento descontrolado e uma maior sensibilidade dessas células à ação do estrogênio. Por isso, quando os níveis desse hormônio caem na menopausa, as lesões se estabilizam e podem ter seu volume reduzido.

Os miomas são geralmente diagnosticados com a ultrassonografia pélvica. O tratamento dependerá dos objetivos da mulher e seus sintomas. Em casos de infertilidade, a cirurgia de retirada da lesão pode ser indicada, assim como a reprodução assistida. Quando a mulher não tem desejo de engravidar, outras possibilidades incluem a terapia de bloqueio da ação do estrogênio com contraceptivos.

Quer saber mais sobre os miomas e como eles podem ser tratados? Leia outro texto sobre o tema!

HPV: conheça os riscos e veja por que é importante tratar

HPV é um grupo de vírus que infectam as mucosas dos seres humanos, formando diferentes tipos de lesões. Existem mais de 100 tipos de HPV identificados em lesões que acometem a nossa espécie. No entanto, os mais preocupantes são os tipos de HPV que são transmitidos durante as relações sexuais desprotegidas. Alguns deles são oncogênicos, isto é, causam alterações genéticas que predispõem as pessoas a tumores malignos.

A infecção pelo HPV mais preocupante atualmente é aquela que atinge o colo uterino das mulheres. Nessa região, as lesões podem evoluir para um dos cânceres que mais mata esse grupo atualmente. Felizmente, ele pode ser facilmente prevenido quando temos um olhar especial para a prevenção e o diagnóstico precoce das lesões do HPV.

Quer entender melhor esse tema? Confira o nosso post!

Quais são os sintomas das infecções por HPV?

A maioria das lesões por HPV são assintomáticas e não são visíveis ao olho nu. Em outras palavras, você não nota nenhuma manifestação e seu ginecologista também não é capaz de identificar nenhum sinal de alteração ao inspecionar o colo uterino no exame especular. Quando se manifestam, contudo, o principal sintoma é o surgimento de lesões na região acometida.

Existem alguns tipos de HPV benignos, os quais geralmente estão relacionados aos papilomas, um tipo de verruga que acomete as mucosas. Frequentemente, as pacientes relatam que elas se parecem com couve-flor. Em alguns casos, elas causam coceira (prurido) ao passo que, em outros, não provocam nenhum desconforto.

Na maior parte dos casos, essas lesões benignas não sangram facilmente nem liberam secreção em abundância.

No entanto, os HPVs que causam lesões malignas geralmente se manifestam com lesões assintomáticas e microscópicas. Ou seja, demora muitos anos para que você ou seu médico note alguma alteração. Quando isso ocorre, é possível que ela já esteja em estágio mais avançado (uma lesão pré-cancerígena ou um tumor maligno). Com isso, o tratamento é mais complicado e o prognóstico é mais reservado.

Por esse motivo, é muito importante fazer o exame preventivo do colo do útero. Ele é capaz de identificar alterações celulares precocemente, mesmo quando as lesões ainda não estão visíveis. Desse modo, o seu médico poderá fazer um acompanhamento mais próximo da evolução da condição e adotar condutas preventivas, diagnósticas e terapêuticas.

Quais riscos são os associados?

Veja alguns riscos relacionados às lesões por HPV.

Maior risco de infecção por outras doenças sexualmente transmissíveis

As lesões de HPV comprometem as barreiras da pele contra os microrganismos. Com isso, pessoas acometidas apresentam um maior risco de se infectar por infecções sexualmente transmissíveis em relações desprotegidas.

Lesões em bebês

Ainda não há evidências claras de que a infecção por HPV leve a malformações fetais mais extensas. No entanto, gestantes portadoras do vírus HPV podem transmiti-lo para o bebê durante a gestação. Em casos raros, isso pode levar à formação de tumores benignos na laringe do bebê.

Tumores malignos

Existem dois tipos de HPV com capacidade de causar alterações celulares relacionadas a casos de câncer, são os HPVs 16 e o 18. Eles são chamados de oncogênicos, “onco” é uma expressão usada para se referir a tumores malignos e “gênico” significa “formação, origem e início”.

Outros tipos de HPV também podem causar lesões malignas, mas isso ocorre mais raramente. Portanto, os tipos que mais preocupam os médicos são o 16 e o 18 e, por isso, já há vacinas que protegem contra eles.

Na maioria dos casos, há uma regressão espontânea das lesões provocadas por eles. No entanto, como muitas mulheres têm contato com eles, há muitos casos de câncer causados pelo HPV.

Como prevenir as infecções pelo HPV e seus riscos?

A principal via de transmissão é pele a pele durante as relações sexuais. Elas são mais comuns nas relações sexuais anais e vaginais desprotegidas.

Há duas formas principais de prevenção contra o HPV: as vacinas e as camisinhas. A proteção deles se complementa. Então, a pessoa vacina deve continuar utilizando os preservativos nas relações sexuais. Da mesma forma, o uso de camisinha nas relações sexuais não exclui a necessidade de vacinação na idade adequada.

Também é essencial se prevenir contra a principal complicação da infecção pelo HPV, o câncer do colo de útero. A evolução das para a malignidade é lenta, podendo levar até 10 anos.

Porém também podem ocorrer no contato das mãos ou da boca com a região genital, inclusive em relações sexuais desprotegidas. Portanto, as mulheres que já tiveram relações sexuais (heterossexuais, homossexuais ou bissexuais) precisam passar pelo preventivo, o qual é feito a partir dos 25 anos de idade.

O preventivo é feito pelo papanicolaou (citopatologia), o qual coleta células do colo do útero durante o exame ginecológico especular. O exame é feito periodicamente dentro das recomendações dos órgãos de saúde.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento?

No caso de lesões (malignas ou benignas), é necessário aprofundar a investigação com exames complementares, como:

  • Colposcopia;
  • Anuscopia;
  • Biópsias da lesão para análise microscópica.

O tratamento dependerá dos tipos de lesão encontradas. Em geral, ele foca no tratamento das complicações, visto que não há tratamento para a eliminação do vírus em si.

Lesões benignas podem ser tratadas com medicamentos tópicos até o retrocesso. Caso ele não ocorra ou haja lesões múltiplas, a retirada cirúrgica pode ser necessária.

As lesões pré-malignas devem ser abordadas cirurgicamente, o que pode envolver a retirada parcial ou total do colo uterino.

As lesões malignas são tratadas de acordo com o estágio do câncer encontrado. A retirada cirúrgica, a radioterapia e a quimioterapia normalmente fazem parte do plano de tratamento, individualmente ou em associação. No entanto, o mais importante é preveni-las e diagnosticá-las precocemente antes que evoluam para tumores invasivos. Isso envolverá a proteção nas relações sexuais, a vacinação e o exame preventivo do câncer do colo de útero (o Papanicolau, o citopatológico).

Quer saber mais sobre as infecções pelo HPV? Confira nosso texto completo sobre o tema!

SOP: saiba identificar os sintomas

Os ovários são órgãos essenciais para a fertilidade feminina. Afinal, são neles que estão armazenados os gametas femininos, que são popularmente conhecidos como óvulos. Essas células sexuais da mulher, que se unem com os espermatozoides para formar um embrião.

Existem condições médicas que podem acometer os ovários, como a síndrome dos ovários policísticos, a SOP. Assim, podem comprometer as funções reprodutivas da mulher.

A SOP é um distúrbio endócrino-ginecológico. Isso significa que ele envolve tanto uma desregulação dos hormônios do organismo quanto alterações específicas do sistema genital da mulher.

É uma condição muito complexa, cujos mecanismos ainda não foram completamente identificados pela ciência médica. Além disso, ela pode se manifestar de diferentes formas, provocando sintomas diversos. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, inclusive, nem sempre a SOP levará aos cistos ovarianos múltiplos à ultrassonografia.

Quer saber mais sobre essa condição? Confira o nosso post até o final!

O que é a SOP?

Saber os mecanismos da SOP é essencial para compreender os seus sintomas.

A SOP é uma condição endócrino-ginecológica cuja causa específica ainda não foi identificada, apesar de ela ter sido descrita inicialmente em 1935. Isso nos mostra o quanto ela é complexa.

Até agora, temos algumas peças muito importantes desse quebra cabeça, mesmo que ele não seja complexo. Os estudos mostram que as mulheres com a SOP apresentam alterações na regulação hormonal pelo hipotálamo.

Isso leva a alterações nas gonadotrofinas, as quais coordenam a produção dos hormônios da hipófise relacionados à regulação ovariana. Eles são:

O hormônio folículo estimulante (FSH) — os quais estimulam o ovário a recrutar folículos, estruturas que protegem os óvulos e os liberam no meio do ciclo menstrual e que produzem hormônios sexuais;

O hormônio luteinizante — o qual estimula a ovulação e o amadurecimento do endométrio.

Com essas alterações, ocorre uma maior produção de hormônios sexuais masculinos pelo ovário e uma desregulação dos ciclos de estrogênio/progesterona. Consequentemente, alguns folículos não completam a maturação e não liberam o óvulo, permanecendo como um cisto ovariano.

A produção de hormônios sexuais masculinos em excesso faz com que a mulher apresente algumas características tipicamente masculinas, um quadro conhecido como hiperandrogenismo.

Sintomas da SOP

A SOP é caracterizada, portanto, por ciclos ovarianos incompletos (anovulação) e uma produção excessiva de hormônios sexuais masculinos. Isso explica seus sintomas principais:

o hiperandrogenismo pode provocar o hirsutismo (presença de pelos em locais tipicamente dos homens), acne e alopecia com padrão masculino;

Já a anovulação pode se expressar pela oligomenorreia (frequência menstrual anormal com intervalo de mais de 35 dias), amenorreia (interrupção da menstruação), alterações no fluxo menstrual e infertilidade.

Vamos explicar melhor cada um a seguir:

Hirsutismo

O hirsutismo é um sintoma comum na SOP, mas ele pode ser sutil. Em casos leves, manifesta-se apenas como a presença de pelos ligeiramente mais grossos na região da face, pescoço, tronco e abdome.

Em alguns casos, pode ser mais intensa e a mulher apresenta um padrão de pilificação muito semelhante ao de um homem.

Acne

Os hormônios masculinos atuam nas glândulas sebáceas para estimular a produção de secreção. Isso facilita a proliferação bacteriana, provocando a presença de espinhas e cravos na região da face e pescoço (acne).

Alopecia androgênica

É a queda de cabelo com padrão masculino. Ela é mais intensa nas entradas e na coroa da cabeça. Isso ocorre pela ação tóxica do DHT, um hormônio masculino tóxico para os folículos capilares. Com o tratamento adequado, ela pode ser revertida em grande parte.

Anovulação e amenorreia

A anovulação causa os sintomas de oligomenorreia e de amenorreia. Para a menstruação ocorrer, é preciso que os ciclos ovarianos sejam completos. Afinal, ela é resultado dos diferentes tipos de estimulação do endométrio que são feitas pelos hormônios produzidos pelos folículos do ovário, antes e depois da ovulação.

Quando não há ovulação, é como se o endométrio não entendesse quando ele deve se descamar na forma de menstruação.

Em casos mais leves, os ovários conseguem manter um ciclo ovariano completo, mas ele é mais longo. Com isso, ocorre a oligomenorreia. Em quadros mais avançados, não há ovulação em nenhum ciclo. Consequentemente, a mulher entra em amenorreia.

Por fim, sem óvulos liberados durante o período fértil, a mulher com SOP apresenta uma maior dificuldade para engravidar (infertilidade)

Outros sintomas da SOP

A SOP ainda está relacionada com a regulação de hormônios sistêmicos, levando a uma resistência à ação da insulina (o hormônio que coloca açúcar dentro das células). Isso contribui para as alterações ovarianas, mas também tem implicações mais gerais.

O quadro pode levar a níveis mais elevados de glicose no sangue e a sintomas, como a acantose nigricans que é o espessamento e escurecimento da pele na região da base do pescoço, das dobras dos dedos, dos cotovelos e das axilas. Além disso, provoca uma maior predisposição ao ganho de peso e a dificuldades para dormir.

Devido aos sintomas, à infertilidade e às alterações hormonais, as pacientes com SOP apresentam um maior risco de depressão e ansiedade. Por isso, essa condição precisa de um cuidado muito atento e humanizado nas consultas com seu ginecologista.

Quer saber mais sobre a SOP, como ela é diagnosticada e seu tratamento? Confira outro texto sobre o tema!

Qual contraceptivo escolher?

Desde que surgiram, os contraceptivos modernos representaram uma grande mudança na sociedade, permitindo um maior planejamento familiar. Atualmente, as mulheres e os homens podem adotar medidas para a prevenção de gestações e escolher o melhor momento para ter seus filhos. No entanto, a escolha da contracepção deve preferencialmente ser feita com o auxílio de um médico.

Afinal, existem inúmeros métodos disponíveis no mercado, mas cada um deles apresenta indicações e contraindicações específicas. Portanto, a escolha depende de uma avaliação da saúde da paciente com uma anamnese completa e um exame físico cuidadoso.

Quer entender melhor esse tema? Acompanhe o nosso post!

Quais são os tipos de contraceptivos que existem?

Antes de falar sobre contracepção, é muito importante entender que a prevenção de gestações indesejadas não é o único objetivo de ter relações sexuais protegidas. Quando não se conhece bem os parceiros e a sua saúde sexual, é muito importante utilizar um método que previna também as doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, a clamídia e a gonorreia.

Atualmente, a camisinha é o único método que oferece essa proteção global contra diversas DSTs e as gestações. Nada impede que a camisinha seja utilizada com outros métodos, reforçando ainda mais a contracepção.

A camisinha é considerada um método contraceptivo de barreira. Em outras palavras, ela impede a gravidez ao criar uma barreira física que impede a progressão dos espermatozoides através do sistema reprodutor feminino.

Outros métodos de barreira são:

  • Diafragma;
  • Esponja contraceptiva.

Existem outros tipos de anticoncepcionais, como:

  • Métodos hormonais — utilizam hormônios para prevenir a gravidez. Eles podem ser administrados de diferentes formas, como os implantes subcutâneos e intrauterinos, os adesivos, as injeções, as pílulas de progesterona e o anel contraceptivo vaginal;
  • DIU intrauterino metálico — é um implante com fragmentos de cobre, que libera íons progressivamente e faz com que as características do muco endometrial/cervical se modifiquem, impedindo a passagem dos espermatozoides ejaculados;
  • Métodos cirúrgicos — são técnicas cirúrgicas que interrompem os canais de trânsito dos gametas sexuais.

Como escolher o melhor contraceptivo?

Na consulta médica de planejamento familiar, o ginecologista vai seguir os seguintes passos:

  • Conhecê-la melhor, criando uma relação de respeito e empatia;
  • Entender se você já tem alguma preferência por algum método e se já teve efeitos colaterais com alguma medicação anteriormente;
  • Explicar que a escolha de um método contraceptivo envolve diversos fatores e que a tomada de decisão é sempre compartilhada com você. Para isso, ele falará sobre as principais opções, seus benefícios e seus riscos;
  • Conversar um pouco sobre seu comportamento no dia a dia. A escolha do método contraceptivo depende, por exemplo, da capacidade de cada paciente de aderir ao tratamento.

Ele vai buscar entender alguns pontos da sua saúde geral que importantes para a escolha da contracepção, como:

  • História pregressa ou familiar de algum distúrbio da coagulação, de tromboembolismos e acidentes vasculares cerebrais;
  • Uso de outras medicações;
  • Comorbidades ginecológicas;
  • Passado reprodutivo e obstétrico.

Comportamento

Esse é um ponto muito importante para a escolha de um método de contracepção. Algumas mulheres têm muita dificuldade em tomar medicações regularmente, — relatam esquecimentos frequentes de doses.

Nesses casos, os métodos com ação prolongada são mais indicados. Esse é o caso de:

  • dispositivos uterinos, que têm ação de 3 a 10 anos, sem necessidade de reaplicação;
  • implantes subcutâneos, que são colocados sob a pele e liberam uma quantidade pequena de hormônios inibidores. Eles podem durar até 5 anos;
  • injeções hormonais, que são aplicadas a cada mês ou trimestre.

O comportamento sexual também influencia a escolha. Caso a mulher não tenha um parceiro fixo no qual confie, a camisinha deve ser sempre utilizada em associação aos outros métodos contraceptivos. Afinal, ela é a única capaz de evitar doenças sexualmente transmissíveis.

Histórico de saúde

Como dissemos, existem determinadas condições médicas que levam à contraindicação de determinados métodos. Por exemplo, em pacientes com risco mais elevado de eventos tromboembólicos, alguns medicamentos hormonais devem ser evitados, pois aumentam o risco de formação de coágulos.

Da mesma forma, podemos aproveitar o efeito de determinado fármaco anticoncepcional para ajudar no tratamento de uma doença concomitante. Por exemplo, tem-se visto um benefício significativo no uso de DIU Mirena em pacientes com endometriose. Então, caso tenha essa condição e não deseje engravidar em curto prazo, essa medicação traria um benefício duplo.

Histórico obstétrico e reprodutivo

Os métodos cirúrgicos, por lei, somente podem ser empregados caso o indivíduo tenha 2 filhos vivos atualmente ou mais de 25 anos. Então, isso serve tanto para o homem (vasectomia) quanto para a mulher (laqueadura).

Portanto, a escolha de um contraceptivo é complexa e deve preferencialmente ser acompanhada por um médico experiente. Dessa forma, garantimos uma avaliação completa da sua saúde e dos seus objetivos reprodutivos. Isso pode prevenir complicações, falhas e efeitos adversos que eventualmente surgem no processo.

Quer saber mais sobre os contraceptivos e quais podem ser utilizados por cada paciente? Confira este texto sobre o tema!

Vacinação da gestante

A vacinação da gestante é muito importante e não pode ser abandonada durante a gestação, embora haja particularidades. Portanto, elas somente devem ser tomadas sob orientação médica dentro do acompanhamento de pré-natal.

Afinal, existem alguns tipos de vacina que são contraindicadas durante a gestação. Da mesma forma, há imunizantes que são prioritários para esse grupo.

Quer entender melhor? Acompanhe nosso post!

Segurança da vacinação da gestante

Para compreender a segurança da vacinação durante a gestação, é muito importante que você saiba quais são os tipos de vacina, que são:

  • Inativadas — são vacinas com microrganismos mortos ou fragmentos deles. Elas têm a capacidade de serem reconhecidos pelo sistema imunológico, mesmo que não contenham nenhum patógeno vivo;
  • Vacinas com o microrganismo vivo enfraquecido (atenuado) — são vacinas produzidas com microrganismos ainda vivos, mas eles passam por diversos processos que reduzem bastante a capacidade de se multiplicar. Com isso, em pessoas saudáveis, eles são combatidos com eficácia pelo sistema imunológico com nenhum risco de causar infecção. No entanto, como as mulheres grávidas ficam com a imunidade alterada e o feto ainda está em formação, esse tipo de vacina não é segura para elas.

Portanto, as vacinas inativas testadas em gestantes são muito seguras para elas e não oferecem nenhum risco adicional. Pelo contrário, protegem a mãe e o bebê contra infecções muito comuns e que estão relacionadas a complicações graves.

As vacinas podem afetar o feto?

Como explicamos, apenas as vacinas de microrganismo vivo atenuado são uma preocupação maior. Nos demais casos, é importante saber se a segurança da vacina foi avaliada em gestantes durante os estudos de desenvolvimento do imunizante. Essa é uma informação que seu médico conhece.

As vacinas consideradas seguras nas pesquisas não causam nenhuma complicação grave para a mãe e o feto. Na realidade, o risco é muito maior se elas não forem tomadas. Afinal, haverá uma vulnerabilidade do seu organismo e do bebê contra infecções que trazem consequências severas.

Recentemente, criou-se um mito popular de que as vacinas podem causar autismo em crianças. No entanto, dezenas de estudos sérios já foram feitos em todo o mundo. Eles não apontaram nenhuma associação das vacinas com um maior risco de autismo.

As pesquisas que mostram uma associação com autismo geralmente não apresentam uma qualidade técnica adequada. Então, suas conclusões não podem ser levadas em consideração. Em relação às vacinas indicadas para as gestantes, uma absoluta maioria da comunidade de ginecologistas e obstetras as considera extremamente seguras para a mãe e o feto em curto, médio e longo prazos.

Vacinação na gestação

As vacinas da gestante são aquelas que foram testadas nesse grupo e não apresentam vírus vivo atenuado. Além disso, é muito importante vacinar a gestante apenas para condições que são uma preocupação significativa para a saúde da mãe e do bebê (antes e depois do nascimento). Elas são:

  • Tríplice bacteriana (dTPa ou dT) para todas as gestantes;
  • Hepatite B em três doses para gestantes não vacinadas ou suscetíveis. A hepatite B é uma doença muito prevalente no ambiente hospitalar e gora dele, pois é provocada por um vírus muito resistente;
  • Influenza em dose única anual. Apesar de geralmente leve em pessoas saudáveis, a gripe por influenza está associada a complicações gestacionais, como abortamento e nascimento prematuro.

A tríplice bacteriana protege contra três doenças muito perigosas para a gestação:

  • Coqueluche, que é uma das principais causas de morte neonatal e em bebês até 6 meses de idade;
  • Tétano. Essa doença já foi uma das principais causas de morte neonatal. A bactéria pode estar presente no ambiente, em instrumentos cirúrgicos e em diversos locais que a mãe e o bebê têm contato durantes e após o parto. Ela tem levada letalidade;
  • Difteria, uma doença relacionada a casos de obstrução respiratória grave, levando frequentemente o bebê ao óbito.

O calendário de vacinação na gestação é muito complexo e depende da avaliação de diversas variáveis, como a identificação da idade gestacional. Por isso, é muito importante que você procure um médico para o acompanhamento pré-natal, o qual indicará quais vacinas tomar e em qual momento da gravidez elas precisarão ser aplicadas.

As vacinas contraindicadas para as gestantes são aquelas fabricadas com microrganismo vivo atenuado. As principais são:

  • Tríplice viral;
  • BCG;
  • HPV;
  • Varicela;
  • Dengue.

Há vacinas que devem ser aplicadas em situações excepcionais, como surtos, epidemias e exposição conhecida. Nesse grupo, enquadram-se as vacinas contra:

  • Pneumococos;
  • Haemophilus influenzae;
  • Meningococos;
  • Hepatite A;
  • Febre amarela;
  • Poliomielite;
  • Raiva.

Como os anticorpos da mãe são transmitidos pela placenta e pelo leite materno, eles protegem o bebê durante vários meses após o nascimento. Então, uma mãe vacinada durante a gestação está cuidando do seu filho antes, durante e depois do parto. Portanto, a vacinação da gestante é uma medida de amor e cuidado.

Quer saber mais sobre o puerpério, o período pós-parto? Confira nosso texto completo sobre esse tema!

Placenta prévia: o que é?

A placenta é a principal estrutura de conexão do organismo do feto com o corpo da mãe. Nesse local, ocorrem as principais trocas entre eles, fazendo com que o oxigênio e os nutrientes cheguem adequadamente ao bebê.

Ela ainda tem a importante função de ser um filtro contra diversos resíduos e substâncias que podem comprometer o desenvolvimento fetal. Existem condições que podem afetar essa estrutura, como a placenta prévia, trazendo cuidados adicionais para o acompanhamento de uma gravidez.

Quer entender melhor? Acompanhe o nosso post até o final!

O que é a placenta e sua função?

A placenta começa a se formar nas primeiras semanas de gestação. Nos primeiros dias após a formação do feto, suas células começam a se multiplicar e se diferenciar. Com isso, surge uma camada chamada de trofoblasto, que evoluirá para formar a placenta, o saco vitelino e outros anexos embrionários importantes para a evolução da gestação.

Quando o embrião chega ao útero, as células originadas dessa camada começam a se infiltrar no endométrio, a camada de revestimento da cavidade uterina. A partir disso, o processo de formação da placenta se inicia:

  • Na segunda semana após a fertilização, o trofoblasto começa a se diferenciar ainda mais e formar vilosidades, pequenas saliências, no endométrio rico em vasos sanguíneos;
  • Na terceira semana, essas vilosidades se conectam com os vasos sanguíneos do endométrio para fazer essa ponte entre a circulação sanguínea da mãe e com a do bebê.

Assim, surge a placenta, que é essencial para o desenvolvimento adequado da gestação. Geralmente, ela se implanta na parte superior ou lateral do útero e se conecta ao bebê, que está envolto pelo líquido amniótico abrigado dentro do saco embrionário. A placenta se conecta ao bebê pelo cordão umbilical, onde estão vasos que levam sangue para dentro e para fora do feto.

No entanto, pode ocorrer diversos tipos de defeitos de implantação. Um dos mais comuns e preocupantes é a placenta prévia, que ocorre quando essa estrutura se forma total ou parcialmente na superfície do colo uterino.

O que é o colo do útero, onde fica e sua função?

O colo uterino é uma estrutura de transição do útero para a vagina. Ele é uma continuidade da parede uterina, mas apresenta funções específicas. Por meio do canal cervical, ele faz a conexão a parte superior e a inferior do sistema reprodutor feminina.

Através do canal cervical, passa a menstruação da mulher a cada ciclo. Além disso, durante o trabalho de parto, o colo uterino se dilata para a passagem do bebê. Por isso, quando a placenta cobre essa região, ocorrem complicações para o parto e para a gestação como um todo.

O que é placenta prévia?

A placenta prévia pode ser dividida em três formas principais:

  • Marginal, em que a placenta está próxima ao colo uterino, mas não cobre o seu orifício interno;
  • Parcial — há uma obstrução parcial dessa abertura do colo uterino;
  • Total — há uma obstrução completa da abertura do colo uterino, sendo a forma mais complicada da placenta prévia.

Causas de placenta prévia

A ciência médica ainda não identificou completamente os mecanismos de formação de uma placenta prévia. Contudo acredita-se que o principal fator sejam as alterações na fisiologia e na dinâmica uterina. Com isso, não há:

  • uma sinalização adequada para as células do feto de onde elas devem se implantar;
  • uma movimentação uterina inadequada, o que faz com que as fases de desenvolvimento embrionário não estejam adequadamente sincronizadas com a movimentação do feto dentro do útero;
  • falha da vascularização da placenta nas regiões de crescimento normal, o que faz com que o embrião se implante no colo uterino.

Isso ocorre principalmente diante dos seguintes fatores de risco:

  • Anormalidades uterinas;
  • Mulheres com múltiplas gestações anteriores;
  • Presença de cicatrizes uterinas provocadas por cirurgias, incluindo a cesariana. Esse é um dos motivos que o parto cesariano deve ser evitado quando não há uma indicação médica que o justifique;
  • Gemelaridade, a gravidez múltipla;
  • Placenta prévia em uma gravidez anterior;
  • Mulheres acima dos 35 anos;
  • Hábitos como tabagismo e alcoolismo, os quais comprometem a saúde vascular da mulher.

Consequências da placenta prévia

A principal complicação da placenta prévia é a hemorragia gestacional, isto é, o sangramento anormal através do colo do útero. Ele é visualizado na vagina e leva a muita ansiedade nas mulheres, pois é associado popularmente com os abortamentos.

Em geral, o sangramento da placenta prévia ocorre no último semestre de gestação. Por esse motivo, está associado a partos prematuros e complicações mais tardias. No entanto, pode ocorrer precocemente e levar ao abortamento (expulsão ou morte do feto antes da vigésima quarta semana de gestação.

O principal tratamento para a placenta prévia é o repouso absoluto da gestante. Com o tempo, a placenta poderá se deslocar e adotar uma localização mais saudável para a gravidez. Mesmo que isso não ocorra, o repouso ajuda a prevenir as complicações. Além disso, o pré-natal será mais próximo, com consultas mais frequentes e realização de exames adicionais.

Quando o sangramento ocorre, o seu gerenciamento dependerá do volume de sangue, das características da gestação, da saúde materno-fetal. Inevitavelmente, a persistência da placenta prévia demanda a realização de uma cesariana.

As medidas buscarão adiá-la para um momento que seja mais saudável para a mãe e o bebê (depois da 36ª semana). Diante de um sangramento intenso, a transfusão de sangue poderá ser necessária. Porém, quando há hemorragias intensas persistentes, a principal conduta é a cesariana de urgência, independentemente da idade gestacional.

Quer saber mais sobre a placenta prévia? Acompanhe nosso texto especial sobre o tema!