Dra Cristiane Pacheco | WhatsApp

Ocitocina: o que é?

A ocitocina é um hormônio naturalmente produzido pelo corpo da mulher durante o trabalho de parto normal. As formas sintéticas (medicamentosas) da ocitocina são ainda utilizadas para auxiliar na indução do parto em casos em que ele precisa ser “acelerado” devido à evolução insuficiente, ao sofrimento fetal ou materno.

Muitas mulheres têm receio do uso da ocitocina durante o parto devido a relatos de experiências negativas que elas tiveram no passado, a relatos de pessoas próximas ou lidos na internet. No entanto, é preciso compreender que a ocitocina não é usada como rotina, ela é indicada em situações em que a indução do parto é necessária por trazer mais benefícios do que riscos para a mãe e o bebê.

Além disso, as experiências ruins com a ocitocina não são comuns, são a exceção, pois se trata de uma medicação muito segura quando utilizada corretamente. Em primeiro lugar, é possível que, como esse hormônio é prescrito em partos mais difíceis, a mulher acabe associando que a medicação causou a dificuldade. Contudo, o parto já estava evoluindo com complicações, e a ocitocina foi utilizada para facilitá-lo e evitar uma cesariana.

Por sua vez, as complicações usualmente ocorrem por causa do uso inadequado durante o trabalho de parto (uso de doses excessivas ou por tempo prolongado). Para você ficar mais segura, fizemos um post para explicar tudo sobre a ocitocina. Ficou interessada? Acompanhe!

O que é ocitocina?

A ocitocina é um hormônio e um neurotransmissor produzido pelo hipotálamo, uma região do sistema nervoso central humano localizada dentro do crânio. Ela é armazenada pela neuro-hipófise, uma glândula, conectada intimamente com o hipotálamo.

A sua meia-duração (que indica quanto tempo ela pode durar no sangue) é de apenas 3 a 4 minutos. Contudo, nesse período, seus efeitos são intensos e importantes. Como hormônio, ela estimula fortemente a contração dos músculos lisos do corpo, como aqueles localizados ao redor das glândulas mamárias e na parede do útero.

Como neurotransmissor, é fundamental para estimular a criação de vínculos afetivos e o desejo sexual. No parto e no pós-parto, tem papel importante no segundo estágio do trabalho de parto, no puerpério imediato e no aleitamento.

Mas como ela atua no corpo normalmente, no dia a dia?

Tanto homens quanto mulheres produzem ocitocina no dia a dia, tendo as seguintes funções:

Formação de vínculos sociais e afetivos

A ocitocina é um dos hormônios mais curiosos do corpo humano. Afinal, sua principal ação é estimular a vontade de conexão com outras pessoas, de criação de vínculos afetivos e de trocar emoções. Por exemplo, quando uma pessoa abraça a outra genuinamente, há uma descarga de ocitocina.

Desejo sexual e orgasmo

Junto com a dopamina, a noradrenalina e a melanocortina, a ocitocina é um dos neurotransmissores responsáveis pelo comportamento sexual e reprodutivo. Ela estimula o desejo de contato físico, de vínculo social e de expressar afeto. Quando age em conjunto com a dopamina, também é responsável pela sensação de orgasmo;

Ocitocina na gestação

Os níveis de ocitocina durante a gestação são geralmente mais baixos. Afinal, como esse hormônio estimula as contrações uterinas, uma maior quantidade de ocitocina no sangue poderia causar abortamentos e partos prematuras. Inclusive, quando a paciente entra em trabalho de parto precocemente, podem ser utilizados medicamentos que bloqueiam a ação da ocitocina para evitar a prematuridade.

Ocitocina no trabalho de parto

O número de receptores de ocitocina no útero aumenta conforme o final da gestação se aproxima. Isso é uma forma do corpo se preparar para o nascimento do bebê e mostra que a ocitocina é um dos hormônios mais importantes para o trabalho de parto.

Ela é considerada o mais potente estimulador das contrações uterinas (efeito uterotônico). Quando aplicada nas mulheres gera contrações com frequência e amplitude muito semelhantes àquelas presentes no trabalho de parto.

Por esses motivos, a ocitocina sintética é um dos medicamentos mais utilizados na indução do parto, pois estimula um processo muito próximo do natural. Algumas indicações do parto induzido pela ocitocina são:

  • Alguns casos de distócia;
  • Gravidez pós-termo;
  • Ruptura prematura de membranas;
  • Doenças hipertensivas da gestação;
  • Morte fetal;
  • Restrição do crescimento fetal;
  • Diabetes materno;
  • Infecção na placenta e nas membranas (corioamnionite);
  • Descolamento da placenta;
  • Líquido amniótico insuficiente (oligodrâmnio);
  • Colestase gestacional;
  • Anemia fetal devido à aloimunização (produção de anticorpos maternos contra as células sanguíneas do bebê);
  • Gravidez gemelar.

As complicações do uso da ocitocina são relativamente incomuns e se devem principalmente ao uso de doses muito elevadas, as quais não são recomendadas.

Ocitocina no puerpério

A ocitocina também auxilia o útero a se contrair vigorosamente na fase pós-parto para expulsar a placenta e as membranas fetais. Depois disso, ajuda o útero a retornar a como era antes da gestação, estimulando a involução uterina. Por esses motivos, a ocitocina sintética é considerada o medicamento de primeira escolha para prevenir a hemorragia pós-parto por atonia uterina (ausência de contração uterina).

Ocitocina na amamentação

A ocitocina é o hormônio responsável por produzir o “reflexo de descida do leite”, pois estimula a contração das glândulas mamárias para a ejeção do leite.

Enquanto a mulher está amamentando, os níveis de ocitocina ficam mais elevados. Esse é um dos motivos que faz a amamentação ser tão benéfica para a mãe, pois esse hormônio:

  • facilita a recuperação do parto, pois estimula a involução do útero, reduzindo diversas complicações puerperais;
  • potencializa o desenvolvimento de um vínculo mais forte da mãe com o bebê;
  • pode reduzir o estresse materno no pós parto, visto que o hormônio pode se relacionar com uma redução da liberação de corticoide (hormônio do estresse), além de estimular comportamentos sociais positivos da mãe.

Portanto, a ocitocina é um dos mais importantes hormônios da fase final das gestações, contribuindo para o trabalho de parto, o puerpério e a amamentação. A estimulação do trabalho de parto com a ocitocina não deve ser temida, pois, quando feita corretamente, apresenta baixo risco para a mãe e o bebê. Dentro dos princípios do parto humanizado, a medicação será utilizada sempre de forma individualizada desde que os benefícios superem o risco da indução do parto.

Quer saber mais sobre a assistência humanizada ao parto normal? Confira este artigo!

Cardiotocografia: o que é e importância

A cardiotocografia é um exame usado para o monitoramento da frequência cardíaca fetal e a avaliação da dinâmica das contrações uterinas. Ela pode ser realizada tanto durante o pré-natal quanto no parto. Esta última situação é a mais comum, pois auxilia os médicos a entenderem como o trabalho de parto está evoluindo.

Apesar de sua importância, como qualquer exame, a indicação da cardiotocografia deve seguir alguns critérios. Assim, podemos evitar que a gestante seja submetida a procedimentos desnecessários e que podem trazer complicações. Quer entender melhor o tema? Acompanhe nosso post!

O que é a cardiotocografia?

A cardiotocografia (CTG) é um exame de diagnóstico usado para monitorar a frequência cardíaca fetal ao mesmo tempo em que se avaliam as contrações uterinas durante a gravidez. Ela é feita a partir de um aparelho cardiotocógrafo, que apresenta dois sensores de ultrassom (o mesmo método utilizado nas ultrassonografias feitas ao longo do pré-natal).

Tecnicamente, esses sensores são conhecidos como transdutores. Ambos são colocados no abdômen da gestante. Um dos transdutores registrará a frequência cardíaca fetal, isto é, o ritmo do coração do bebê a cada minuto. O outro monitora as contrações uterinas, medindo a variação da espessura da parede uterina ao longo do tempo. Quando o útero se contrai, suas paredes ficam mais grossas.

Com isso, podemos também estimar a força (tensão) que a parede uterina está exercendo no ambiente intrauterino, onde está o bebê. Os resultados do exame geralmente são impressos em um papel milimetrado, que mostra a variação dos parâmetros ao longo do tempo.

Em casos raros e se houver dilatação do colo suficiente, podemos utilizar ainda a cardiotocografia interna, em que os sensores são colocados dentro do útero para monitorar diretamente os batimentos fetais e a pressão intrauterina. De qualquer forma, o traçado impresso no papel será avaliado pelo médico para auxiliar na tomada de decisão se alguma intervenção será necessária durante o parto.

Qual a importância da cardiotocografia?

A importância da cardiotocografia é que ela pode fornecer um alerta precoce de sofrimento fetal ou de distocia. Isso pode ajudar os médicos a agir rapidamente para garantir que o bebê nasça de maneira segura e saudável.

Os estudos mostram que a realização da cardiotocografia durante o trabalho de parto pode reduzir as taxas de convulsões neonatais. No entanto, ainda não há evidências claras de benefícios, como a redução do risco de paralisia cerebral, mortalidade neonatal ou outros resultados positivos.

Apesar disso, algumas pesquisas mostraram que a CTG pode estar associada ao aumento de risco de realização de cesarianas ou partos vaginais instrumentais. Em outras palavras, quando os médicos realizam a cardiotocografia, eles ficam mais propensos a intervir no processo natural do parto por meio do parto cesáreo ou de procedimentos no parto normal, como a episiotomia e o fórceps. Portanto, não é um risco do procedimento em si mesmo, mas devido à atitude do médico em relação aos seus resultados.

Nesse sentido, dentro dos princípios do parto humanizado, é muito importante que seu médico pese os riscos e benefícios da cardiotocografia de forma individualizada com seu parto, baseando-se sempre nas evidências científicas disponíveis. A decisão de usar a cardiotocografia deve ser compartilhada e ele deve explicar por que está utilizando o exame. Afinal, você é a protagonista do parto.

Quando a cardiotocografia é feita?

O teste geralmente é feito durante o terceiro trimestre (antes ou durante o trabalho de parto), pois pode ajudar a identificar possíveis sofrimento fetal, distocia e início da fase ativa de parto. Antes do momento do parto, contudo, a cardiotocografia tem um uso mais limitado.

Antigamente, ela já foi usada isoladamente para detectar condições, como restrição de crescimento intrauterino (RCIU) e anemia fetal. Entretanto, com a evolução da ultrassonografia e outras técnicas pouco invasivas de avaliação fetal, a CTG não é mais utilizada isoladamente para esse tipo de diagnóstico. Em outras palavras, seu médico possivelmente pedirá outros exames conjuntamente para confirmar ou afastar o diagnóstico.

Mesmo durante o parto, a cardiotocografia não é indicada como rotina para todas as gestantes. Por exemplo, pacientes de baixo risco gestacional não precisam passar pelo exame se o parto estiver ocorrendo sem complicações.

Nesse caso, ela será monitorada apenas com a ausculta fetal habitual, como o sonar cardiofetal (um aparelho eletrônico, que funciona como um ultrassom mais simples) ou o Pinard (um dispositivo que amplia os sons dos batimentos fetais).

Indicações da cardiotocografia durante o parto

A cardiotocografia está indicada nos seguintes casos:

  • partos que podem ser prematuros ou bebês abaixo do peso;
  • mulheres com hipertensão arterial, pré-eclâmpsia e outras comorbidades;
  • mulheres com infecções;
  • mulheres com hemorragia durante o trabalho de parto;
  • casos de gestação múltipla;
  • líquido amniótico com algum grau de mecônio (as “fezes” do feto);
  • ruptura das membranas (bolsa amniótica) antes de iniciar o trabalho de parto;
  • bebê em uma posição anormal;
  • trabalho de parto for induzido ou conduzido;
  • uso de anestesia epidural para alívio da dor.

Além disso, a cardiotocografia é importante quando a ausculta cardíaca fetal estiver alterada. Nesse caso, o médico inicialmente utilizará a CTG por 20 minutos. Se o traçado estiver normal, ele manterá a conduta habitual do parto, sem nenhuma intervenção. Caso haja alterações significativas no traçado, ele poderá monitorar a paciente por mais tempo ou indicar um procedimento para evitar complicações no parto.

Por fim, a CTG pode ser usada para monitorar os efeitos de medicamentos ou tratamentos aplicados durante o trabalho de parto. Isso é especialmente útil para mães que precisam de medicamentos para alívio da dor ou epidurais durante o trabalho de parto. Ao monitorar a frequência cardíaca do bebê e o ritmo das contrações, os médicos podem garantir que os medicamentos não tenham nenhum efeito adverso no bebê e na evolução do parto.

Em resumo, a cardiotocografia é uma ferramenta importante para monitorar a saúde do bebê antes e durante o parto. Pode ajudar a detectar possíveis problemas, monitorar a resposta do bebê ao trabalho de parto e ao parto e garantir que potenciais efeitos colaterais de medicamentos sejam identificados rapidamente. Contudo, é um exame que não precisa ser feito de rotina, sendo indicado nos casos em que os benefícios superem eventuais riscos.

Quer saber mais sobre a cardiotocografia e como ela é feita? Confira nosso artigo completo sobre o tema!

Core abdominal e gravidez: saiba mais sobre o assunto

Quando pensamos nos órgãos envolvidos na gestação e no trabalho de parto, nós geralmente nos lembramos do útero e da vagina. No entanto, existem algumas estruturas fundamentais para o processo e que são “ignoradas”, não levando o crédito que merecem. Estamos falando dos músculos do core abdominal, que estão localizados nas paredes do abdômen e no assoalho da pelve.

São eles que se fortalecem para sustentar o peso crescente do bebê e que se alongam o aumento do volume do útero. Eles permitem que a coluna não sofra tanto com esse impacto extra e ajudam a manter os movimentos corporais da mulher. Durante o trabalho de parto ainda, oferecem uma força extra e potente para ajudar na expulsão do feto. Por isso, fortalecê-los é importante e ajuda a evitar complicações pós-parto. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

Quais são os músculos do core abdominal?

Os músculos do core abdominal são os músculos localizados na área abdominal que atuam na sustentação da coluna e da integridade da parede abdominal. Eles incluem o transverso abdominal, o reto abdominal, os oblíquos internos e externos e o quadrado lombar.

Os músculos do núcleo abdominal trabalham juntos para apoiar a coluna e o tronco, ajudam no equilíbrio e estabilidade e fornecem controle de movimento e postura. O transverso abdominal envolve o abdômen, formando grande parte de sua parede, e é o mais profundo dos músculos abdominais. Ele também estabiliza a coluna vertebral, a pelve e a caixa torácica e contribui para a pressão positiva da cavidade abdominal.

O reto abdominal é o mais externo e visível dos músculos abdominais. Ele é comumente chamado de “tanquinho”. Ele se origina nas costelas e vai até o osso púbico. Com isso, ajuda na flexão da coluna, no controle da respiração e da postura.

Os oblíquos interno e externo estão localizados nas laterais do abdome e são responsáveis pela flexão lateral e rotação do tronco. Eles também ajudam a estabilizar a coluna, fornecendo força e coordenação para os mais diversos movimentos. Por fim, temos o quadrado lombar, que está localizado na parte inferior das costas e ajuda a estabilizar a pelve.

Além disso, fazem parte do core abdominal os músculos do assoalho pélvico:

  • os isquiocavernosos;
  • os bulbocavernosos;
  • os transversos superficial e profundo do períneo;
  • o esfíncter anal externo.

Os músculos do núcleo abdominal são importantes para a saúde e o condicionamento físico em geral, pois trabalham juntos para fornecer estabilidade, movimento e equilíbrio. Exercícios regulares de fortalecimento podem ajudar a melhorar a postura e reduzir o risco de lesões.

Qual a importância do core abdominal para as gestações?

O core abdominal é essencial para uma gravidez saudável e segura. Ele contribui com as seguintes funções:

  • ajuda na preparação para o parto vaginal;
  • sustenta a postura à medida que o peso do bebê cresce e reduz dores nas costas;
  • promove a saúde do assoalho pélvico, auxiliando a distribuir e sustentar a pressão que o útero faz sobre as estruturas da pelve;
  • aumentam a pressão para a expulsão do bebê quando a parturiente faz força.

Qual a importância dos exercícios de core abdominal na gestação e no parto?

Idealmente, o core abdominal deve ser exercitado durante toda a gravidez de baixo risco. No entanto, as atividades físicas de fortalecimento do core devem ser feitas sob indicação e supervisão de um médico ou de um fisioterapeuta obstétrico. Caso contrário, pode haver prejuízos para a gestação.

Os exercícios que se concentram no núcleo abdominal devem ser suaves e não extenuantes. As mulheres devem modificar os exercícios de acordo com seu nível de condicionamento físico e conforto. Além disso, devem ser feitos com a coluna em uma posição neutra, sem arquear as costas ou exercer pressão excessiva sobre a barriga ou a coluna.

Exemplos de exercícios abdominais que podem ser feitos durante a gravidez incluem alguns tipos de pranchas, as inclinações pélvicas, os levantamentos laterais de pernas e as pontes pélvicas. Esses exercícios fortalecem principalmente os músculos mais externos. Porém, da mesma forma, é também importante manter os músculos do assoalho pélvico fortes durante a gravidez.

Os músculos do assoalho pélvico estão localizados entre os ossos do quadril e fornecem suporte para os órgãos da região. Por isso, eles são mais internos e difíceis de trabalhar com movimentos habituais. Assim, eles demandam manobras especiais, como o kegels, que utiliza uma bola de pilates para auxiliar na elevação da pelve.

Outra forma de fortalecer o core é manter uma postura adequada durante a gravidez. Isso envolve manter o peito para cima e os ombros para trás enquanto estiver em posição em pé. Isso ajuda a reduzir a tensão nas costas e promover a força muscular abdominal.

Durante o parto, os músculos do core abdominal da mãe desempenham um papel importante ao fornecer força e estabilidade para o processo. Por exemplo, os músculos do núcleo abdominal ajudam a abrir a pelve e a apoiar a coluna, permitindo que o bebê passe pelo canal do parto. Além disso, em grande parte, são eles que aumentam a pressão abdominal quando a gestante faz força voluntária para expulsar o bebê.

Alguns estudos mostraram que músculos abdominais mais fortes podem ajudar a reduzir o risco de lesões ou traumas para a mãe durante o parto, além de reduzir o risco de dor lombar e disfunção do assoalho pélvico após o parto. Somado a isso, podem ajudar a promover o parto normal espontâneo, reduzir o risco de realização de uma episiotomia e facilitar o trabalho de parto.

Portanto, o core abdominal é fundamental para uma gestação e um parto mais saudáveis. Por sua vez, os exercícios para fortalecimento dos abdominais e do assoalho pélvico podem trazer benefícios antes, durante e depois do parto.

Eles ajudam seu corpo a se preparar para o trabalho, mantêm a postura adequada durante a gestação e reduzem a dor nas costas e promovem a saúde do assoalho pélvico. Entretanto, devem ser indicados por médicos de acordo com seu condicionamento físico e a avaliação individual da sua gestação.

Quer saber mais sobre a fisioterapia durante a gestação? Confira nosso artigo sobre o fortalecimento do assoalho pélvico!

Diástase abdominal e gravidez: qual é a relação?

A diástase abdominal é uma condição que afeta a parede abdominal, fazendo com que os músculos abdominais se separem da linha média. Essa condição pode criar uma protuberância visível no abdômen, que pode ser mais perceptível ao se levantar. A diástase abdominal é mais comum em mulheres após a gravidez, pois os músculos abdominais se alongam durante a gravidez e a parede abdominal enfraquece.

O principal sinal da diástase abdominal é uma protuberância no abdômen. Outros sintomas, mais raros, podem incluir uma sensação de peso no abdômen, dor na parte inferior das costas e nas laterais, sensação de instabilidade na pelve e dificuldade para respirar.

O diagnóstico da diástase abdominal geralmente é feito por meio de exame físico e exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética. O tratamento da diástase abdominal pode incluir mudanças no estilo de vida, como fisioterapia e exercícios, que ajudam a fortalecer os músculos abdominais e melhorar a postura.

Em alguns casos, a cirurgia também pode ser recomendada, principalmente nos casos em que os músculos abdominais não podem ser fortalecidos de forma não invasiva.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

A diástase abdominal

A diástase abdominal é uma condição que afeta muitas mulheres após a gravidez. Ocorre quando os músculos abdominais se separam, causando uma protuberância visível na linha média do abdômen. Esta condição é causada pelas mudanças físicas que ocorrem durante a gravidez.

Quando uma mulher está grávida, o útero se expande para acomodar um bebê em crescimento. Ao fazê-lo, os músculos abdominais devem se alongar para acomodar o tamanho do útero. Esse alongamento pode fazer com que os músculos abdominais se enfraqueçam e se separem na região da linha alba. A intensidade de separação varia dependendo da anatomia individual, do tamanho do bebê e da duração da gravidez.

Os fatores de risco para a diástase abdominal em gestantes incluem obesidade, gravidez múltipla e idade avançada. Apesar de esses grupos serem os mais afetados, a diástase também pode ocorrer em homens e mulheres que não estão grávidas.

Diagnóstico da diástase abdominal

O diagnóstico de diástase abdominal pode ser feito por meio da palpação durante o exame físico. Caso identifique algum grau de afastamento nessa etapa, o médico coloca os dedos na linha média do abdome e mede o espaço entre cada lado do músculo reto abdominal.

A diástase geralmente pode ser diagnosticada quando houver um espaço maior do que 2,5 cm (duas polpas digitais). Depois disso, ele poderá pedir para que você execute uma série de movimentos para determinar se a lacuna aumenta ou diminui. Essas manobras também são importantes para afastar outros diagnósticos, como a hérnia hiatal, que pode estar presente em mulheres com parede abdominal enfraquecida.

Exames de imagem, como ultrassom ou ressonância magnética, podem ser usados para confirmar o diagnóstico de diástase abdominal. No entanto, eles não são fundamentais para tal.

Tratamento da diástase abdominal

Existem vários tratamentos para a diástase abdominal, é o tipo escolhido depende da gravidade da condição. Em casos leves, tratamentos conservadores, como fisioterapia, exercícios musculares básicos e mudanças no estilo de vida, podem ajudar a reduzir os sintomas e restaurar a força abdominal. Em casos mais graves, a cirurgia pode ser recomendada para corrigir a condição.

Fisioterapia

A fisioterapia pode ajudar as pessoas com diástase abdominal a fortalecer os tecidos conjuntivos e os músculos abdominais enfraquecidos. Isso pode ser feito por meio de uma variedade de exercícios focados nos músculos do core, que abrange a região do abdômen e da lombar.

Eles podem ajudar a reduzir a separação da parede abdominal e prevenir a diástase em futuras gestações. Exemplos de exercícios de core incluem pranchas, flexões, pontes e inclinações pélvicas. Um estudo com 228 mulheres mostrou que os exercícios no período antenatal foram capazes de reduzir em 35% o risco de desenvolvimento de diástase abdominal pós-parto.

Além disso, o fisioterapeuta também pode usar massagens e outras técnicas manuais para reduzir a tensão nos músculos e melhorar sua função.

Cirurgia

A cirurgia normalmente é usada apenas em casos de diástase grave dos músculos retoabdominais, principalmente quando os tratamentos conservadores não foram bem-sucedidos. O procedimento cirúrgico normalmente envolve a reparação do tecido conjuntivo enfraquecido e a plicatura (uma pequena sutura) entre os dois músculos abdominais para ajudá-los a permanecer juntos.

Independentemente do tratamento escolhido, é importante entender que a diástase abdominal leva tempo para ser corrigida, então os resultados não serão perceptíveis da noite para o dia. É importante seguir as instruções do médico ou fisioterapeuta e ser paciente enquanto a condição melhora.

Portanto, a diástase abdominal é uma condição relativamente comum após as gestações. Felizmente, podemos reduzir o seu risco por meio de medidas simples, como a realização de exercícios do core, que também são úteis para o tratamento. Procedimentos invasivos de correção raramente são realizados, dando-se preferência aos tratamentos conservadores em casos leves e moderados.

Quer saber mais sobre a importância da fisioterapia na gestação? Confira este post completo sobre o tema!

Violência obstétrica: o que é?

Violência obstétrica é um termo usado para descrever qualquer forma de violência, abuso ou maus-tratos que uma mulher pode sofrer durante a gravidez, trabalho de parto, parto ou pós-parto. Esse tipo de violência pode ser perpetrado por quaisquer profissionais das equipes de hospitais e maternidades.

Exemplos mais explícitos de violência obstétrica incluem abuso físico, abuso emocional, abuso sexual e a negligência. As consequências da violência obstétrica podem ser graves e duradouras e podem incluir dor física, depressão, transtorno de estresse pós-traumático e até a morte. Além disso, as mulheres que sofrem violência obstétrica durante o pré-natal têm maior probabilidade de ter bebês com baixo peso ao nascer e com atrasos no desenvolvimento.

Para prevenir a violência obstétrica, os profissionais de saúde devem ser treinados no reconhecimento e prevenção do abuso, e as instituições devem ter protocolos para relatar e responder a casos de violência. As mulheres devem ser encorajadas a falar se sentirem que estão sendo desrespeitadas.

Todas essas medidas são garantidas pelas práticas de parto humanizado, o qual busca preservar o protagonismo da gestante, a individualização biopsicossocial e a prática baseada em evidências. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

O que é violência obstétrica?

A violência obstétrica é um termo usado para descrever qualquer ação ou atitude que resulte em danos físicos, psicológicos ou emocionais para uma mulher durante sua gravidez. É importante ressaltar que a violência obstétrica não se limita ao abuso físico, podendo incluir qualquer forma de tratamento desrespeitoso, desfavorável ou discriminatório, como:

  • abuso físico, que pode incluir o uso de contenções físicas aos movimentos da gestante, exames vaginais forçados, o uso de fórceps ou de episiotomia sem necessidade e sem consentimento da mulher;
  • abuso emocional, a qual pode envolver insultos verbais, humilhação, intimidação ou piadas a respeito da situação da gestante;
  • negligência, que envolve não fornecer assistência ou informações médicas adequadas.

O que é hoje considerado violência obstétrica?

A violência obstétrica é uma forma de violência de gênero e uma violação dos direitos humanos. É um problema importante em muitos países e pode ter sérias consequências físicas e psicológicas para a mulher envolvida. É importante trabalhar ativamente para reconhecer e prevenir a violência obstétrica e garantir que todas as mulheres grávidas tenham acesso a cuidados maternos seguros, respeitosos e de qualidade.

Exemplos de violência obstétrica podem incluir:

  • a recusa de realizar uma epidural para controle da dor quando esse for o desejo da gestante;
  • realizar uma cesariana ou um procedimento invasivo sem necessidade nos casos em que a mulher expressou o desejo por um parto natural;
  • ignorar o direito da mulher ao consentimento informado para a realização de procedimentos invasivos;
  • ferir a autonomia da paciente sobre o seu corpo;
  • atrasar o atendimento médico necessário;
  • deixar de fornecer nutrição e repouso adequados à mulher;
  • fazer com que a mulher sinta que não está no controle de seus próprios cuidados;
  • praticar abuso verbal ou menosprezo.

Como prevenir a violência obstétrica?

Veja algumas dicas para evitar a violência obstétrica:

Informação

A educação do paciente é essencial na prevenção da violência obstétrica. As pacientes devem ser informadas sobre seus direitos e ensinadas a confiar em seu próprio julgamento e estar cientes de quaisquer sinais potenciais de abuso.

Os pacientes também devem estar familiarizados com as leis e regulamentos em vigor para protegê-los e estar cientes dos recursos legais que podem acessar, se necessário. Um bom médico dará todas essas informações ao longo do pré-natal.

Além disso, as pacientes devem ser educadas sobre os benefícios de ter uma equipe de parto de apoio e um ambiente de parto seguro e confortável. Por fim, as pacientes devem ser informadas sobre seu direito de expressar quaisquer questões ou preocupações que tenham e a importância de falar quando algo parecer errado ou desconfortável.

Plano de parto

O plano de parto é uma ferramenta essencial na prevenção da violência obstétrica, pois ajuda a garantir que sejam prestados os cuidados adequados e que os direitos e desejos da mãe sejam respeitados. Também é importante lembrar que o plano de parto deve ser flexível e pode ser modificado para atender às suas necessidades em qualquer momento durante o trabalho de parto.

A seguir, um resumo básico dos componentes a serem incluídos em um plano de parto:

  • introdução: Uma breve introdução sobre a mãe e o plano de parto;
  • cenário do parto: Onde a mãe planeja dar à luz e qualquer desejo em relação à ambientação;
  • controle da dor: Que método de controle da dor, se houver, a mãe usará durante o trabalho de parto e o parto;
  • parto: que tipo de acompanhamento e/ou intervenções, se houver, a mãe gostaria de receber durante o trabalho de parto e parto;
  • pós-parto: Que tipo de cuidado pós-parto é desejado;
  • pessoas de apoio: quem terá permissão para ficar com a parturiente durante o trabalho de parto;
  • consentimento: Assinaturas da mãe e do médico para garantir formalizar essa espécie de contrato por ambas as partes.

O parto humanizado é uma parte importante do processo de parto, permitindo que a mãe tenha mais controle sobre o processo de parto, tenha uma experiência mais positiva e que os profissionais de saúde prestem o melhor atendimento possível à mãe e ao bebê. Baseado no tripé de autonomia da mulher, individualização do parto e da prática baseada em evidências, ele jamais deve ser negligenciado, pois, além desses benefícios, previne a violência obstétrica e outras intercorrências durante a gestação.

Quer saber mais sobre o parto humanizado e sua importância? Confira nosso artigo sobre o tema!

Ultrassom do segundo trimestre para medição do colo uterino

O colo do útero é um órgão localizado entre a vagina e o útero, conectando esses dois órgãos femininos. Ele mede cerca de 2 a 4 cm de comprimento fora das gestações. Ele é constituído de tecido conjuntivo e músculo liso, que são cobertos por células de revestimento (epitélio) e células glandulares.

Durante o segundo trimestre das gestações, a medição do colo uterino é um indicador importante para avaliar o risco de parto prematuro. Quer entender melhor o tema? Acompanhe!

O que é o colo uterino?

O colo uterino pode ser dividido em 2 partes principais:

  • Endocérvice — ele reveste o canal que conecta a vagina ao útero (canal endocervical), sendo formado por células secretoras de muco;
  • Ectocérvice — é a parte externa do colo do útero, localizando-se no fundo da vagina. Células escamosas revestem a ectocérvice e a vagina. Elas são planas e finas, parecendo escamas de peixe ao microscópio.

Durante uma gravidez, o colo uterino passa por diversas transformações. Próximo ao final da gestação, seu comprimento diminui e seu orifício dilata. No entanto, ele também pode encurtar precocemente, o que aumenta o risco de trabalho de parto prematuro.

Em outras palavras, o colo curto aumenta as chances de que o trabalho de parto comece entre 24 semanas e 36 semanas e 6 dias de gravidez.

Funções do colo uterino

Durante a gravidez, a principal função do colo do útero é sustentar o peso do feto e da bolsa amniótica a fim de mantê-los dentro do útero. Para isso, durante a maior parte da gestação, os músculos lisos desse órgão estão fortemente contraídos. Além disso, o órgão se torna mais espesso e endurecido.

À medida que o momento do parto se aproxima, o colo do útero amolece, encurta e dilata, preparando-se para a saída do feto. Essas modificações são uma das primeiras evidências que seu obstetra terá para identificar que o momento do parto está próximo.

Em algumas mulheres, no entanto, o amadurecimento cervical pode acontecer precocemente (ainda no segundo trimestre) e levar a abortamentos ou partos prematuros.

Ultrassonografia do segundo semestre

No primeiro trimestre de gestação, a principal preocupação é a avaliação da morfologia do bebê para avaliar malformações congênitas. Já no segundo trimestre, à medida que o bebê cresce e a gestação avança, passamos também a investigar fatores que podem levar a um parto prematuro. Nesse sentido, a medida da espessura do colo uterino pela ultrassonografia transvaginal é fundamental.

Ela permite o diagnóstico de condições que acometem até 8% das gestantes: uma possível incompetência istmocervical e o colo curto. Na literatura médica, já está bem estabelecido que esses dois fatores estão relacionados a uma maior chance de partos após 20 a 24 semanas de idade gestacional.

A ultrassonografia transvaginal é o método mais preciso para a medição do colo uterino. Ela é feita com a introdução de uma “sonda” fina na vagina com a paciente em posição ginecológica. Entre as suas vantagens em relação ao ultrassom abdominal, estão:

  • pode avaliar precisamente outros fatores cervicais, como o posicionamento;
  • maior sensibilidade para avaliar se a paciente tem um colo curto. Em outras palavras, ele tem uma maior capacidade de identificar o colo curto em pacientes que realmente tem a condição.

A Sociedade de Medicina Materno-Fetal (SMFM), por exemplo, recomenda medir comprimento cervical tanto em pacientes de alto quanto de baixo risco. A principal finalidade desse exame é a prevenção de parto prematuro, que é mais comum em mulheres com colo curto (comprimento menor do que 25 milímetros, que equivalem a 2,5 centímetros.

A medição do comprimento cervical ao longo do pré-natal é feita com a ultrassonografia transvaginal (USTV). Apesar de ser importante para grande parte das gestantes, ela é fundamental para pacientes com história de parto prematuro espontâneo em uma gravidez anterior. Afinal, essa complicação pode ter ocorrido devido a uma predisposição.

No entanto, existem alguns casos em que a medida do colo uterino pode ser contraindicada, como:

  • pacientes com cerclagem cervical;
  • presença de gestação múltipla;
  • placenta prévia.

A medida do comprimento cervical pelo ultrassom pode mostrar que o comprimento do colo do útero é:

  • menor do que 2,5 centímetros (25 mm). Com isso, pode ser necessária uma intervenção médica, como a aplicação de progesterona na vagina ou a cerclagem (um procedimento invasivo) e dependendo da idade gestacional pode se utilizar um pessário também;
  • menor que 29 milímetros, mas maior que 25 milímetros. Assim seu médico pode recomendar ultrassonografias mais frequentes para monitorar o comprimento cervical;
  • maior do que 3,0 centímetros, que é o tamanho de colo normal.

Em gestações múltiplas, contudo, a medida do comprimento cervical não é o melhor indicador de maior risco de parto prematuro. Nesse caso, o melhor critério é a dilatação do canal cervical maior do que 1,0 centímetro.

Tratamento

A aplicação de progesterona vagina é uma intervenção menos invasiva, mas eficaz em diversos casos de colo curto. Os estudos mostram que ela reduz o risco de parto prematuro em pacientes que preenchem todos os seguintes critérios:

  • assintomáticas;
  • gravidez única (um único feto);
  • gestação sem complicações atualmente;
  • sem história prévia de perdas gestacionais no segundo trimestre;
  • comprimento cervical menor ou igual a 25 milímetros.

A cerclagem, que é a aplicação de suturas para fechar mecanicamente o colo uterino, é indicada quando a paciente tem colo curto, associado a um dos seguintes critérios:

  • história de perda gestacional espontânea no segundo trimestre;
  • história de cerclagem prévia;
  • dilatação cervical perceptível no exame físico do pré-natal do segundo trimestre;
  • dilatação cervical maior do que 1,0 centímetros em gestações múltiplas.

Portanto, em um pré-natal humanizado, fazemos uma avaliação individualizada dos indicadores que podem mostrar uma potencial evolução desfavorável da gestação, inclusive a medição do colo uterino.

A partir disso, podemos indicar intervenções baseadas em evidências científicas a fim de reduzir esse risco. Em cada etapa, você será informada sobre tudo o que está acontecendo e participará de cada decisão, mantendo seu protagonismo durante todo o processo.

Quer saber mais sobre os exames realizados em cada trimestre de gestação? Confira este artigo completo sobre o tema!

Ocitocina no parto normal: conheça os detalhes

O trabalho de parto geralmente ocorre em quatro estágios (latente, ativa, expulsiva e dequitação), cada um com seu próprio conjunto de eventos físicos, hormonais e emocionais. A ocitocina é um hormônio que desempenha um papel essencial nesse processo.

Durante o trabalho de parto, quando o feto (geralmente a cabeça) pressiona o colo do útero, são enviados sinais neurais ao cérebro. Isso estimula a liberação de ocitocina pela hipófise, uma glândula conectada ao sistema nervoso central. Então, esse hormônio estimula as contrações do útero, intensificando e acelerando as contrações uterinas.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post!

O que é ocitocina?

A ocitocina é um hormônio, ou seja, uma substância que age como moléculas mensageiras circulando pela corrente sanguínea para enviar instruções aos órgãos, músculos e outros tecidos do corpo. Esses sinais permitem que seu corpo saiba quais ações tomar e quando fazê-las.

No caso da ocitocina, ela regula componentes essenciais dos sistemas reprodutores feminino e masculino, como trabalho de parto e lactação e certos comportamentos humanos. Por esse motivo, as formas sintéticas da ocitocina podem ser utilizadas para a indução do trabalho de parto.

Funções da ocitocina

A ocitocina tem duas funções principais no corpo:

  • estimular a contração do útero durante o trabalho de parto;
  • ajudar na liberação de leite materno, fazendo com que as glândulas dos seios se contraiam para ejetar o leite.

Além disso, a ocitocina estimula a produção de prostaglandinas, outro grupo de hormônios que promovem o trabalho de parto e tornam as contrações ainda mais poderosas. Em partos bem-sucedidos, essa coordenação hormonal é fundamental para que o trabalho de parto progrida além do nascimento do bebê.

Apesar de outras funções da ocitocina não serem bem estabelecidas. Acredita-se que ela tem uma grande influência em muitos comportamentos humanos, como:

  • aumentar a excitação sexual;
  • gerar sentimentos de confiança;
  • auxiliar na formação de fortes laços entre pais e filhos.

Indução do parto normal com ocitocina

A ocitocina é o método mais utilizado para induzir o parto normal quando a gestante tem um colo favorável e a gestação é viável. Quando o caso não preenche esses dois requisitos, podemos utilizar outros métodos de indução do trabalho.

Por exemplo, em partos com colo desfavorável, entretanto, preferimos a utilização das prostaglandinas. No entanto, caso as prostaglandinas não estejam disponíveis ou haja contraindicação a seu uso, a ocitocina pode ser empregada como alternativa.

A ocitocina é comumente administrada por via endovenosa lentamente. Durante o período de infusão, monitoramos a resposta uterina e a frequência cardíaca fetal. Além disso, o médico estará todo o tempo atento ao parto para evitar complicações. Veja, a seguir, algumas das indicações da ocitocina para a indução do parto.

Ruptura prematura de membranas

A ruptura prematura de membranas (PROM) a termo é a ruptura de membranas corioamnióticas (“bolsa”) que ocorre antes do início do trabalho de parto, mas depois de 37 semanas de gestação. Está presente em até 8% dos partos a termo. Apesar de geralmente não causar nenhuma complicação grave, deve ser manejada com cuidado, pois pode levar à corioamnionite e ao prolapso do cordão umbilical.

O diagnóstico não exige nenhum exame, sendo feito com base nos sinais e sintomas que você relata ao médico. Em geral, os mais comuns são o escape e o acúmulo de um líquido claro na vagina da mulher. Alguns testes bioquímicos, realizados com tiras reagentes, podem ser feitos para ajudar no diagnóstico.

Depois disso, realizamos uma avaliação, que inclui:

  • uma ultrassonografia transvaginal para identificar a apresentação fetal;
  • avaliação das condições fetais, como a frequência cardíaca;
  • avaliação materna com medição da pressão arterial, exame especular e monitoramento da atividade uterina (tocografia).

Os estudos mostram que ruptura prematura de membranas a termo é uma das condições com melhores evidências de benefício de indução do parto com ocitocina. Em geral, os estudos sobre parto nos mostram que esperar o processo natural do parto traz mais benefícios do que a intervenção médica.

Se a apresentação do bebê estiver favorável, seu médico pode intervir precocemente com a indução do parto pela ocitocina. O ideal é que isso ocorra dentro de 24 horas após a ruptura. Isso pode ser melhor do que aguardar a evolução do trabalho de parto espontaneamente, principalmente no caso de você estar colonizada por bactérias relacionadas a infecções maternofetais pós-parto.

Distocia

Distocia é um termo médico usado para descrever o trabalho de parto difícil ou prolongado. Pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo:

  • tamanho ou posição fetal desfavoráveis;
  • insuficiência das contrações uterinas;
  • colo uterino com dilatação inadequada.

Pacientes com distocia associada a sinais de esgotamento materno ou sofrimento fetal podem precisar da ocitocina para fornecer uma ajuda adicional durante o trabalho de parto. Isso pode evitar, por exemplo, a conversão de um parto normal em cesariana.

Outras situações

Após uma avaliação individualizada, outras situações podem levar ao uso da ocitocina, como:

  • Gravidez pós-termo;
  • Pré-eclâmpsia, eclâmpsia, síndrome HELLP, hipertensão gestacional, hipertensão crônica;
  • Diabetes gestacional;
  • Restrição do crescimento fetal;
  • Corioamnionite;
  • Oligoidrâmnio;
  • Colestase da gravidez;
  • Aloimunização com anemia fetal;
  • Gravidez de gêmeos.

Portanto, o trabalho de parto deve ser induzido com ocitocina apenas em situações em que os benefícios superem os riscos de aguardar a evolução natural do processo. Em partos não complicados, sugere-se que as mulheres evitem a indução do parto sem necessidade médica. Afinal, isso aumenta as chances de prolongamento do trabalho de parto e de uma cesariana.

Quer saber mais sobre o parto induzido? Confira nosso artigo completo sobre o tema!

Incontinência urinária durante a gestação: saiba se é normal e o que fazer

A incontinência urinária é a perda involuntária de urina. Pessoas com essa condição têm dificuldade em controlar a bexiga e/ou vontade intensa de ir ao banheiro. Por exemplo, você pode ter perdas de urina entre as idas ao banheiro, sentir urgência em ir ao banheiro com frequência e ter uma sensação desesperada de precisar ir o tempo todo.

Isso pode resultar de vários motivos, como a gravidez, complicações do parto ou simplesmente o passar dos anos. Hoje, vamos focar na incontinência urinária durante a gestação e explicar um pouco o que acontece no pós-parto. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

É normal incontinência urinária durante a gestação? O que acontece?

Sim! A incontinência urinária é um dos sintomas mais comuns ao longo de toda a gestação, podendo acometer entre 30% e 46% das grávidas. Ela pode se iniciar logo no primeiro e segundo trimestre, pois a gestação altera os níveis de alguns hormônios que controlam a quantidade de urina que o rim produz.

No entanto, ela é muito mais comum no terceiro semestre, podendo ser relatada por até 65% das mulheres. Isso se deve principalmente ao aumento do peso do feto e do volume uterino. Isso leva a uma maior pressão sobre a bexiga, órgão que armazena a urina, diminuindo o controle voluntário que você tem sobre ela.

O tipo mais comum nessa fase da gestação é a incontinência urinária de estresse, que é caracterizada pelo escape de urina durante atividades que aumentam a pressão abdominal. Isso faz com que o útero comprima a bexiga, levando à liberação de um pequeno volume desse líquido.

Os estudos mostram que esse tipo de incontinência pode acometer cerca de 37% das mulheres nas últimas semanas de gestação. Em casos leves, acontece apenas quando a paciente faz um esforço mais intenso, como subir uma escada.

Em outros casos, ocorre com ações simples, como tossir, espirrar ou dar uma gargalhada. Isso pode trazer constrangimento para a paciente, mas é importante entender que é uma manifestação comum da gestação. Não significa a existência de nenhuma anormalidade.

A incontinência de urgência é outro tipo de incontinência bem comum em gestantes no terceiro trimestre, sendo caracterizada por episódios de vontade urgente de ir ao banheiro. Muitas vezes, a perda de urina ocorre antes de chegar ao vaso sanitário. Isso acontece devido ao menor espaço disponível para a bexiga expandir à medida que chega mais urina. Quando ela atinge a sua capacidade atual, ela envia um sinal para o cérebro, provocando a vontade de urinar.

Outras manifestações urinárias da gestação

Na gestação outras manifestações urinárias, semelhantes à incontinência, podem ocorrer. Entre as mais comuns, estão:

  • a noctúria, que é a vontade de urinar durante a noite, mesmo depois de já ter ido para cama. Cerca de 66% das gestantes experimentam esse sintoma no terceiro trimestre;
  • o aumento da frequência urinária, que acomete aproximadamente 59% a 81% das pacientes.

Essas duas condições também estão relacionadas ao aumento do útero, que reduz o espaço disponível na bexiga, e à pressão do feto sobre esse órgão.

Fatores de risco

Há alguns fatores que podem estar relacionados com um maior risco de incontinência urinária nas gestações, como:

  • idade materna maior do que 35 anos;
  • índice de massa corporal elevado;
  • história familiar de incontinência urinária.

O que pode ser feito para minimizar a incontinência urinária durante a gestação?

O tratamento da incontinência urinária durante a gestação se concentra no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico por meio da fisioterapia pélvica. Nela, são feitos exercícios que envolvem contrair e relaxar os músculos da região para fortalecê-los e devem ser feitos de forma supervisionada, sob orientação de um médico ou fisioterapeuta experiente no acompanhamento de gestantes.

Uma vantagem importante desses benefícios é a possibilidade de realizá-los preventivamente. Em outras palavras, se você tiver risco de desenvolver incontinência urinária durante a gestação, poderá realizar o fortalecimento do assoalho pélvico antes mesmo dos sintomas começarem. Os seus benefícios podem se estender até 12 meses após o parto, reduzindo também a incontinência no pós-parto.

Durante as gestações, as medicações para incontinência urinária são geralmente contraindicadas. No entanto, em casos graves, essa e outras intervenções podem ser avaliadas individualmente por seu médico.

A incontinência urinária no pós-parto

A incontinência urinária pode se manter no pós-parto devido a lesões nos músculos do assoalho pélvico e outras causas. Por esse motivo, a paciente deve manter os exercícios de fisioterapia pélvica desde o puerpério até um ano de gravidez.

Também é importante desfazer alguns mitos sobre a incontinência urinária após o parto. Apesar de ser mais comum nos partos normais, a condição também pode ocorrer em cesarianas. Há uma crença de que a cesariana elimina o risco de incontinência urinária, mas isso é um mito.

Além disso, há também uma noção de que as cesarianas devem ser indicadas para reduzir o risco de incontinência urinária crônica em pacientes predispostas. Contudo, as evidências científicas atuais não mostram um benefício claro de fazer uma cesariana nesse caso.

Portanto, no pré-natal e no parto humanizado, acolhemos todas as queixas da gestante para que ela tenha a melhor experiência possível com a gravidez. Isso inclui cuidar de condições incômodas, como a incontinência urinária durante a gestação. Nós a trataremos com os tratamentos mais eficazes (baseados em estudos científicos sérios) e evitaremos realizar procedimentos desnecessários, os quais podem trazer mais complicações do que benefícios.

Quer saber mais sobre a fisioterapia pélvica durante a gestação? Confira nosso artigo sobre o tema!

Incompetência istmocervical: o que é? Pode afetar a gestação?

O colo uterino é a estrutura que contém o canal que liga o útero à vagina, sendo fundamental para a manutenção das gestações à medida que elas evoluem. Sua parede é formada por músculo liso e tecido conjuntivo, que dão ao colo a capacidade de se contrair e se dilatar.

Nas fases iniciais da gestação, o colo está rígido e fortemente contraído para evitar a saída do feto. No segundo trimestre, ele tem um formato de tubo com mais de 3 centímetros e está minimamente dilatado. À medida que o parto se aproxima, no terceiro trimestre, ele passa por mudanças, tornando-se mole e curto, além de se dilatar.

A incompetência istmocervical é uma condição na qual o colo uterino tem dificuldade de manter a gestação no segundo trimestre devido a fatores estruturais. Em outras palavras, as suas fibras do tecido conjuntivo e de músculo liso estão mais fracas.

Assim, ele não consegue manter o colo do útero fechado durante a gravidez, permitindo que o canal se abra precocemente na gestação. Isso pode causar complicações, como o parto prematuro e o aborto espontâneo tardio.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe nosso post!

O que é incompetência istmocervical?

Tecnicamente, a incompetência istmocervical é “a incapacidade do colo uterino de reter uma gravidez no segundo trimestre na ausência de contrações clínicas, trabalho de parto ou ambos”. Em outras palavras, a condição é diagnosticada quando seu obstetra identifica:

  • dilatação cervical ou colo curto ainda no segundo trimestre de gestação;
  • essas alterações não são acompanhadas de sinais ou sintomas de parto (como contrações uterinas em padrão de parto);
  • ausência de sintomas de infecções e outras condições não estruturais.

Quando a insuficiência cervical se manifesta, os sintomas mais comuns são um desconforto pélvico leve ou o spotting, presença de pequenas manchas de sangue nas roupas íntimas.

Outros sintomas menos comuns são:

  • sensação de pressão na região da pelve;
  • cólicas abdominais leves;
  • alteração nas características e no volume do corrimento vaginal.

Esses sintomas, no entanto, são incomuns. Além disso, estão presentes em diversas outras condições obstétricas. Por esse motivo, o diagnóstico é comumente feito nas ultrassonografias periódicas e nas consultas clínicas de pré-natal — em que o ginecologista realiza um exame físico completo.

Fatores de risco

Em relação aos fatores de risco, é sempre importante lembrar que a existência de um deles não significa que você terá a condição. Na verdade, a maioria das mulheres com fatores de risco não desenvolvem a incompetência istmocervical.

O trauma cervical, por lesionar o tecido conjuntivo, pode aumentar as chances de insuficiência. Ele pode ocorrer em alguns procedimentos invasivos, como:

  • biópsia em cone;
  • qualquer procedimento que requeira dilatação cervical mecânica, como a curetagem;
  • histeroscopia cirúrgica.

Eles podem enfraquecer o tecido conjuntivo cervical e prejudicar a funcionalidade do órgão. Outros fatores estão relacionados ao histórico gestacional, como:

  • parto prematuro anterior, que pode ter ocorrido devido a uma incompetência istmocervical não identificada;
  • ruptura prematura de membranas anterior a 32 semanas de gestação;
  • gravidez anterior com medida do comprimento cervical menor do que 25 mm antes de 27 semanas de gestação;
  • perdas recorrentes de gravidez no segundo trimestre.

Alguns estudos ainda identificaram alguns fatores congênitos, como:

  • anomalias müllerianas;
  • deficiências cervicais de colágeno e elastina, como a síndrome de Ehlers-Danlos.

No entanto, a incompetência istmocervical pode acontecer em mulheres sem nenhum fator de risco conhecido.

Por que e quando a insuficiência cervical é avaliada?

A avaliação da incompetência istmocervical é importante, pois essa condição é um fator de risco para parto prematuro. O diagnóstico pode ser feito com critérios clínicos (história prévia e sintomas atuais), que podem ser associados à realização de uma ultrassonografia transvaginal. Seu médico estará atento a duas informações principais:

  • história de dilatação precoce do colo uterino no segundo trimestre em uma gestação prévia;
  • histórico de trabalho de parto prematuro ou abortamento no segundo semestre de gestação.

No exame físico, o seu médico poderá realizar o toque vaginal para estimar a espessura cervical e o tamanho de uma eventual dilatação. O exame especular também é fundamental, pois permite a inspeção visual para verificar se há abertura do colo. Seu médico pode ainda fazer manobras para estimular a abertura do colo e identificar sinais precoces da condição.

Além disso, a investigação complementar da incompetência istmocervical é feita com a medição do colo nas ultrassonografias de segundo trimestre, que podem trazer as seguintes alterações:

  • em gestações com apenas um feto (única) — comprimento cervical menor do que 2,5 centímetros (25 milímetros) antes das 24 semanas de idade gestacional;
  • em gestações múltiplas (mais de um feto) — dilação maior do que 1,0 centímetro antes das 24 semanas.

Além disso, as alterações ultrassonográficas devem estar associadas à história de perda gestacional entre 14 e 36 semanas em uma gravidez anterior. Portanto, apenas uma ultrassonografia alterada não é suficiente para o diagnóstico. A avaliação clínica é fundamental.

O tratamento para a incompetência istmocervical depende da avaliação de diversos fatores individuais. Em alguns casos, apenas fazemos um acompanhamento mais próximo da gestante. Em outros, podemos indicar intervenções, como a aplicação de progesterona vaginal e a cerclagem (um procedimento pouco invasivo).

Quer saber mais sobre o pré-natal e quais são os exames realizados em cada fase? Confira nosso artigo sobre o tema!

Cordão umbilical: o que é e função?

O cordão umbilical é uma estrutura que atrai bastante a curiosidade dos pais, pois está envolvida em diversos processos do gestação e do parto. Ele tem a forma de cordão que conecta o feto em desenvolvimento à placenta. Entre outras funções, o cordão umbilical transporta sangue rico em oxigênio e nutrientes da placenta para o feto, além de eliminar os produtos tóxicos produzidos pelo metabolismo do bebê.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

O que é cordão umbilical?

O cordão umbilical é a estrutura responsável por conectar a circulação da placenta com a circulação do bebê. Ele contém duas artérias que transportam sangue desoxigenado do feto para a placenta, bem como uma veia que transporta sangue oxigenado da placenta para o feto.

O cordão umbilical é envolto por uma espessa camada de geleia de Wharton, uma substância gelatinosa composta, em grande parte, por matriz extracelular. Essa camada de gelatina serve para proteger o cordão de rupturas e de compressões, fornecendo resistência e elasticidade. Externamente, o cordão umbilical é envolto por uma membrana amniótica protetora.

Ao final da gestação, o cordão umbilical tem normalmente cerca de 2 cm de diâmetro e 50 cm de comprimento, mas pode variar em comprimento de 20 cm a 80 cm.

Os tipos de anormalidades do cordão umbilical podem envolver:

  • Alterações na morfologia e na inserção placentária;
  • Nós e circular de cordão;
  • Número anômalo de vasos;
  • Fluxo sanguíneo insuficiente;
  • Presença de massas císticas e sólidas/complexas.

Dentre elas, a mais comum é a circular de cordão, que pode ocorrer em até 37% das gestações.

Quando se forma o cordão umbilical?

Por volta da 3ª semana do período embriológico, inicia-se a formação do cordão umbilical com a criação do pedículo conector. Na 7ª semana, o cordão umbilical está completo, com o pedículo conector, o ducto vitelino, os vasos umbilicais e a membrana amniótica todos presentes.

Geralmente, o alongamento do cordão umbilical ocorre durante o segundo trimestre. Ao final do processo, em média, ele medirá cerca de 50-60 centímetros de comprimento, com diâmetro de 2 centímetros e até 40 voltas helicoidais.

O cordão não está ligado diretamente ao sistema circulatório da mãe, porém se une à placenta. Isso a troca de materiais entre o sangue materno e o do bebê sem se misturarem diretamente. Essa foi uma forma que a natureza encontrou para proteger o bebê contra eventuais problemas que acometem a mãe, como as infecções.

Quais as funções do cordão umbilical?

O cordão umbilical fornece três funções principais:

  • Em primeiro lugar, permite um fluxo constante de sangue oxigenado da mãe diretamente para o feto, o que é fundamental para sua sobrevivência, visto que os pulmões do bebê ainda não podem respirar o oxigênio do meio ambiente;
  • Em segundo lugar, transporta nutrientes como carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais para o feto, uma vez que o feto é incapaz de comer. Assim, precisa obter esses nutrientes por meios normais;
  • Em terceiro lugar, elimina os resíduos tóxicos do metabolismo, transferindo-o para a placenta. Depois disso, ela liberará essas substâncias a circulação da mãe para ser removido por excreção.

O que acontece com o cordão umbilical durante o trabalho de parto?

Em alguns casos, o cordão umbilical pode ficar enrolado ao redor do pescoço do bebê. Isso é chamado de circular de cordão umbilical, que é relativamente comum e ocorre em aproximadamente 1 em cada 3 gestações.

Quando retratam alguma complicação durante o parto, as novelas e os filmes geralmente utilizam a circular de cordão ao redor do pescoço. Isso faz com que muitas mulheres acreditem que o sufocamento pelo cordão umbilical é uma complicação comum. No entanto, a realidade é muito diferente. Apenas em casos raríssimos, a circular de cordão está associada a eventos adversos durante o parto, pois é muito simples de se resolver.

Se a circular de cordão for diagnosticada, não há necessidade de alarme. Na maioria dos casos, o cordão se desenrola por si só à medida que o bebê se move no útero ou durante o trabalho de parto. Mesmo que o cordão permaneça enrolado no pescoço do bebê durante o parto, ele pode ser desenrolado por manobras não-invasivas. A realização de uma cesariana por causa da circular de cordão acontecerá apenas em casos raríssimos, se houver evidências

O que é feito com cordão umbilical após o nascimento?

Após a conclusão do parto, a equipe obstétrica vai colocar dois grampos no cordão umbilical. Então, fará um corte entre eles. Isso é muito importante para evitar hemorragias e infecções que poderiam ocorrer em um corte com as extremidades abertas.

A extremidade do cordão presa ao bebê (corto umbilical) será protegida com um curativo estéril. A parte ligada à placenta será eliminada com a dequitação. Recentemente, alguns pais têm optado por congelar parte do cordão umbilical para preservar células-tronco presentes nele, mas é um procedimento opcional e sem eficácia comprovada atualmente.

Os principais cuidados com o coto umbilical são:

  • Inspecione a área do cordão umbilical diariamente em busca de sinais de infecção ou irritação;
  • Certifique-se de que a área seja mantida seca e limpa o tempo todo;
  • Não coloque cremes, óleos ou loções na área.

O cordão umbilical é uma estrutura fundamental para o desenvolvimento dos bebês. Além disso, é visto com bastante carinho pelas mães, que veem nele o símbolo da união delas com os filhos. O coto umbilical deve ser cuidado com atenção.

Quer saber mais sobre outras decisões importantes durante o processo de parto? Confira nosso artigo sobre o parto humanizado!