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Cesarianas sucessivas: riscos

Com a evolução da medicina, diferentes formas de parto surgiram. De um lado, por exemplo, temos o parto natural, que é feito sem nenhuma intervenção medicamentosa ou cirúrgica no processo. Do outro, temos a cesariana, um parto cirúrgico feito com um corte na pelve e no útero da mulher.

Nos últimos anos, centenas de estudos científicos têm mostrado que, na maioria dos casos, o um parto mais natural é a opção mais benéfica para a mãe e o bebê. Apesar disso, devido a riscos materno-fetais, pode ser necessário intervir para acelerar o parto normal (parto induzido) ou, mesmo, criar um canal de parto artificial com uma incisão pélvica (a cesariana).

No entanto, uma questão muito importante tem se tornado uma preocupação na obstetrícia: o aumento das cesarianas sem indicação. Muitas mulheres optam pelas cesarianas eletivas, pois não são informadas dos riscos que esse tipo de procedimento traz.

Por esse motivo, este post vai explicar quais são as complicações que cesarianas sucessivas podem trazer. Ficou interessada? Acompanhe!

O que é cesariana?

A cesariana é uma técnica cirúrgica que revolucionou a medicina, permitindo que médicos pudesse salvar a vida de muitas mães e bebês em situações em que o parto vaginal não é seguro. Ela é feita com uma incisão na região da pelve e no útero com a gestante sob anestesia regional.

Indicações da cesariana

Embora a cesariana seja segura, ela tem seus próprios riscos e requer um tempo de recuperação mais longo do que um parto vaginal. É por isso que a decisão de realizar uma cesariana deve ser tomada em consulta com um obstetra, levando em consideração os riscos para a saúde da mãe e do bebê. Quando os benefícios superam os riscos (dentro das evidências científicas atuais aplicadas a cada caso individualmente), a cesariana é um procedimento fundamental.

Atualmente, as indicações mais bem consolidadas da cesariana são:

  • Falha na progressão do trabalho de parto normal;
  • Feto em situação transversa;
  • Pacientes com cicatriz uterina longitudinal ou na região do fundo do útero;
  • Herpes genital ativo;
  • Placenta prévia;
  • Prolapso de cordão;
  • Desproporção da cabeça do feto com o canal de parto vaginal;
  • Vasa prévia;
  • Gestações gemelares monoamnióticas;
  • Placenta acreta.

Esses são apenas alguns exemplos de casos em que a cesariana pode ser necessária. Já as seguintes indicações são mais relativas e dependem de uma avaliação caso a caso:

  • Feto com mais de 4500 gramas (macrossomia fetal);
  • Descolamento prematuro da placenta;
  • Vaginismo (contrações vaginais involuntárias intensas);
  • História de duas ou mais cesarianas anteriormente;
  • HIV+ com carga viral baixa;
  • Distocia;
  • Apresentação pélvica;
  • Apresentação fetal defletida;
  • Sofrimento fetal persistente durante o parto normal;
  • Falha na indução do parto vaginal, entre outras.

Cesarianas sucessivas

Cesarianas sucessivas ocorrem quando a paciente já passou por uma cesariana previamente. Elas geralmente trazem maiores riscos para as gestantes. Por isso, devem ser avaliadas com cuidado.

Além disso, existe um mito de que pacientes que já passaram por uma cesariana prévia estão contraindicadas ao parto normal. Sempre que as condições de cada gestação permitirem, é importante tentar um parto vaginal para evitar as complicações das cesarianas sucessivas.

Em outras palavras, se você já teve uma cesariana, é possível realizar:

  • Uma nova cesariana;
  • Tentar um parto normal.

A escolha deve considerar as condições de cada gestação. Por exemplo, se houver alguma contraindicação significativa ao parto normal, a cesariana será a melhor opção. Além disso, é muito importante que a decisão médica seja tomada junto com a gestante, após o profissional ter explicado os riscos e benefícios.

Riscos de cesarianas sucessivas

A seguir, está uma tabela adaptada de um artigo que avaliou a frequência de algumas complicações de acordo com o número de gestações:

  1 2 3  4 ou mais
Lesão da bexiga 0,09% 0,06% 0,23% 0,81%
Lesão intestinal 0,13% 0,09% 0,18% 0,85%
Ruptura do útero 0,43% 0,61% 3,71% 4,34%
Transfusão de sangue 4,05% 1,58% 2,23% 5,35%
Admissão na UTI 1,99% 0,59% 0,63% 1,95%
Histerectomia cesariana 0,69% 0,43% 0,91% 2,49%
Placenta acreta 0,56% 0,36% 0,67% 2,57%
Placenta prévia 6,41% 1,35% 1,22% 2,87%
Adesões graves 0,83% 7,27% 20,00% 15,15%

 

Da tabela, podemos extrair algumas informações muito importantes:

  • A frequência de lesão na bexiga aumenta mais de 2 vezes na terceira cesariana e em 9 vezes a partir da quarta;
  • A frequência de aderências é cerca de 9 vezes maior em mulheres que realizaram a segunda cesariana. É 24 vezes maior na terceira cesariana;
  • Realizar 4 ou mais cesarianas geralmente traz um risco muito maior à saúde das mulheres. Para evitar essa situação, seu médico pode recomendar uma laqueadura durante o parto da terceira gestação.

Em alguns casos, a frequência cai com um maior número de cesarianas, mas isso não significa que o risco reduziu. Isso possivelmente se deve às características das populações de cada estudo. Então, se você já fez uma cesariana, prefira realizar um parto normal em futuras gestações caso não haja nenhuma contraindicação.

Riscos para o bebê

De acordo com o estudo, as cesarianas sucessivas não aumentam a frequência de complicações neonatais.

A cesariana é uma ferramenta médica vital importante. Quando indicada adequadamente, pode salvar vidas tanto de mães quanto de bebês. No entanto, é importante reconhecer que cada cesariana sucessiva aumenta os riscos para a saúde das mulheres, como hemorragias, lesões a órgãos próximos e aderências pélvicas.

Quer saber mais sobre as cesarianas e como ela é feita? Confira nosso artigo completo sobre o tema!

Laqueadura tubária: conheça a nova lei

A decisão de não ter mais filhos é complexa e pode ser motivada por inúmeros fatores pessoais e de saúde. Uma das opções disponíveis para mulheres que escolhem um método contraceptivo permanente é a laqueadura tubária.

Esse procedimento é um assunto polêmico, principalmente devido à exigência de consentimento do parceiro que a antiga lei previa. Considerava-se que isso poderia ser um obstáculo para os direitos reprodutivos femininos. Com o novo texto da lei, essa exigência foi retirada. Atualmente, a decisão é individual, apesar de ainda haver algumas regras importantes.

Quer entender o que é exatamente este procedimento? Como é realizado? E quais as recentes mudanças na legislação sobre o tema? Neste post, abordaremos as novas diretrizes estabelecidas pela lei de planejamento familiar, a fim de esclarecer todas essas questões para você. Ficou interessada? Acompanhe até o final!

O que é a laqueadura tubária?

A laqueadura tubária é um método de esterilização cirúrgica. Em outras palavras, é um método contraceptivo permanente, potencialmente irreversível, realizado em pacientes que não desejam mais nenhuma gestação. As cirurgias para revertê-la não garantem o retorno da fertilidade.

A laqueadura tem o objetivo de interromper a permeabilidade tubária, ou seja, impedir que os espermatozoides se encontrem com o óvulo nas tubas uterinos. Com isso, não há fecundação.

  • Laparotômica: é a laqueadura feita com uma cirurgia aberta. É feito um corte de aproximadamente 3 centímetros na região acima do púbis;
  • Laparoscópica: é uma técnica minimamente invasiva, feita com alguns cortes de menos de um centímetro. Depois disso, insufla-se o abdômen com gás carbônico e o procedimento é feito por vídeo.

Nessas cirurgias, há diferentes formas de interromper a permeabilidade das tubas. Uma opção é a colocação de clipes ou anéis que obstruem mecanicamente as tubas uterinas. Outra modalidade envolve a retirada de parcial ou total das tubas uterinas. A primeira opção é de mais fácil reversão, enquanto a segunda é geralmente mais efetiva.

Quais as indicações da laqueadura?

Em geral, a laqueadura está indicada para mulheres com convicção de que não desejam uma gestação no futuro. Além disso, precisa preencher os seguintes pré-requisitos para realizar a laqueadura:

  • Ter mais de 21 anos OU ter dois ou mais filhos vivos;
  • Apresentar plena capacidade civil;
  • Passar por aconselhamento por equipe multidisciplinar.

Ela também é indicada para casos em que há risco à vida e à saúde da mulher ou de um futuro bebê. Nessa situação é preciso apresentar laudo assinado por dois médicos. Veja algumas situações em que isso pode ocorrer:

  • Pacientes com transtornos genéticos hereditários graves;
  • Pacientes que passaram por múltiplas cesarianas previamente;
  • Pacientes com histórico de múltiplas gestações tubárias.

No momento de optar pela laqueadura, é importante refletir bastante sobre a escolha. Os estudos mostram que, em média, 14,7% das pacientes se arrependem do procedimento. A taxa chega a 20,3% em mulheres que realizaram a cirurgia antes dos 30 anos.

Lembre-se de que há métodos muito eficazes de longo prazo, como os implantes intrauterinos. Eles oferecem eficácia superior a 99% e proteção por 5 anos ou mais. Se você já tiver amadurecido sua decisão e cumpra os pré-requisitos, a laqueadura é um direito seu.

Quais regras da laqueadura mudam e quais permanecem com a nova lei de planejamento familiar?

Aqui estão as mudanças significativas que a nova lei trouxe para as mulheres que desejam fazer laqueadura:

  • Idade mínima para a esterilização: Na lei antiga, a esterilização voluntária só era permitida para homens e mulheres maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos. A nova lei reduz essa idade mínima para 21 anos;
  • Esterilização durante o parto: a antiga lei proibia a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto, exceto em casos de comprovada necessidade, como nas mulheres que passaram cesarianas sucessivas anteriores. A nova lei, por outro lado, permite a esterilização cirúrgica em mulher durante o parto se for respeitado um prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o parto, além de observadas as devidas condições médicas;
  • Consentimento conjugal: a antiga lei estabelecia que, na vigência de sociedade conjugal, a esterilização dependia do consentimento expresso do cônjuge. Essa exigência foi revogada pela nova lei, o que significa que o consentimento do cônjuge não é mais necessário para que um indivíduo passe por uma esterilização.

Essas são as principais alterações trazidas pela nova lei. As demais partes dela permaneceram as mesmas. Por exemplo, a esterilização também pode ocorrer se houver risco para a vida ou saúde da mulher ou do futuro conceito, confirmado por dois médicos.

A pessoa precisa expressar sua vontade de maneira clara e escrita, após ser informada sobre os riscos da cirurgia, efeitos colaterais, dificuldades de reversão e opções de contracepção reversíveis.

Manifestações de vontade expressas sob influência de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou permanente não serão consideradas válidas. A laqueadura somente pode ser feita após 60 dias do termo de consentimento, permitindo que a pessoa reflita sobre o procedimento e possa modificar sua decisão.

Portanto, a decisão de realizar uma laqueadura tubária é extremamente pessoal e exige uma reflexão cuidadosa sobre as consequências a longo prazo. Embora seja um método contraceptivo altamente eficaz e seguro, é importante lembrar que a sua reversão pode ser difícil.

Por isso, é imprescindível discutir todas as opções de contracepção com seu ginecologista antes de tomar uma decisão.

Quer saber mais sobre os contraceptivos e como escolher o melhor método para você? Confira este artigo completo sobre o tema!

Indução do parto: conheça as técnicas

O parto normal geralmente não precisa de indução. Na grande maioria dos casos, ele começa e termina por conta própria quando o corpo da mãe e o bebê estão prontos. Para isso, a partir das últimas semanas da gestação, o corpo da mulher se modifica gradativamente. Por exemplo, o colo se afina e o útero inicia contrações de treinamento.

Por isso, o ideal é sempre permitir que o parto siga o ritmo natural, mas há situações em que isso pode trazer riscos para a mãe e para o bebê. Assim, a indução do parto pode ser necessária. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe até o final!

Como é a evolução do parto normal?

Algumas semanas antes do parto, ocorre um progressivo processo de afinamento e amolecimento do colo do útero. À medida que isso evolui, o útero começa a se contrair de forma mais intensa e regular, “treinando” para as fases ativa e expulsiva do parto. Depois de amadurecer, o colo começa a se dilatar (devendo atingir uma dilatação de mais de 10 centímetros)

Portanto, algumas condições importantes para a evolução normal do parto:

  • Posição fetal: a posição ideal para o bebê é a posição cefálica, o que significa que a cabeça está para baixo em relação à mulher;
  • Idade gestacional: normalmente, o parto ocorre entre 37 e 41 semanas de gestação;
  • Condição de saúde materna: a mãe deve estar hígida para suportar o trabalho de parto. Problemas médicos graves, como pré-eclâmpsia ou diabetes gestacional descontrolada, podem colocar a mãe ou o bebê em risco e exigir a indução do parto;
  • Estado do colo do útero: o colo do útero deve estar maduro, isto é, fino, mole e progressivamente mais dilatado;
  • Contrações regulares e efetivas: elas devem ser fortes e frequentes a fim de permitir a progressão do trabalho de parto;
  • Frequência cardíaca fetal: deve estar entre 110 e 160 batimentos por minutos em ritmo regular.

Em alguns casos, as alterações nesses fatores podem prejudicar a evolução natural do parto ou colocar a saúde materno-fetal em risco. Assim, é necessária a indução do parto.

Quando a indução do trabalho de parto está indicada?

Algumas situações em que a indução pode ser indicada incluem:

  • Doenças hipertensivas durante a gestação;
  • Incompatibilidade RH;
  • Evidências de inflamação dos anexos embrionários (corioamnionite);
  • Ruptura prematura de membranas (rompimento da “bolsa”);
  • Evidência de sofrimento fetal;
  • Gestações após 41 semanas.

Esses são apenas alguns exemplos ilustrativos. Outro caso bem comum é a distocia (evolução desfavorável do trabalho de parto). Quando o médico cogita induzir o parto, uma das avaliações mais importantes será o Índice de Bishop, que avalia a necessidade de intervenções para amadurecer o colo e induzir o parto.

Como seu médico avalia a necessidade de indução do parto?

O Índice de Bishop é uma das ferramentas mais utilizadas para avaliar a indicação da indução do parto e se é necessário o estímulo do amadurecimento cervical. Ele é calculado a partir da soma da pontuação individual de cinco critérios. Quanto maior a pontuação de uma paciente no índice, maiores são as chances de ela ter um parto normal bem-sucedido:

  • Menor ou igual a 6: indica um colo uterino não favorável. Nessa situação, é necessário o amadurecimento do colo anteriormente à indução do parto;
  • 6 e 7: geralmente é indicada a indução sem a necessidade de amadurecimento cervical induzido;
  • Maior ou igual a 8: indica um colo amadurecido com condições favoráveis para o parto normal espontâneo.

A seguir, estão os cinco critérios do Índice de Bishop:

Posição cervical

  • Posterior – 0;
  • Média – 1;
  • Anterior – 2.

Consistência

  • Firme – 0;
  • Moderadamente firme – 1;
  • Macia – 2.

Dilatação cervical

  • Fechado – 0;
  • 1-2 cm – 1;
  • 3-4 cm – 2;
  • Maior do que 5 cm – 3.

Esvaecimento cervical

  • 0 a 30% – 0;
  • 40 a 50% – 1;
  • 60 a 70% – 2;
  • Maior ou igual a 80% – 3.

Altura de apresentação do colo

  • -3 – 0 pontos;
  • -2 – 1 ponto;
  • -1 – 2 pontos;
  • +1, +2 – 3 pontos.

Técnicas de indução do parto

A indução do parto é um procedimento feito de forma bastante individualizada. Primeiramente, avaliamos a maturidade do colo uterino com Índice de Bishop mostrado acima. Se houver necessidade, o primeiro passo é induzir o amadurecimento cervical.

A indução do parto em si é geralmente feita com a ocitocina, a qual aumenta a frequência e a força das contrações uterinas. Quando as características uterinas estão favoráveis, é realizada a amniotomia (caso a bolsa não tenha rompido naturalmente).

Amadurecimento cervical induzido

O amadurecimento do colo pode envolver duas técnicas:

  • Indução mecânica: é feita com uma sonda com um pequeno balão em uma das extremidades. O médico enche esse balão com 30 mililitros de água para dilatar o colo. A indução mecânica está contraindicada para pacientes com placenta baixa, sangramento uterino, ruptura de membranas e cervicite;
  • Misoprostol: é uma prostaglandina aplicada, geralmente a cada 6 horas, por via vaginal. O esquema será mantido até que o colo atinja um Índice de Bishop maior ou igual a 6. Caso essa pontuação não seja obtida com 24 horas, o obstetra deve avaliar o caso. Se não houver contraindicação, pode-se repetir o esquema por mais 24 horas. Quando há falha do esquema após 48 horas, indica-se realizar uma cesariana. O misoprostrol está contraindicado para pacientes com cesariana prévia, pois pode levar à ruptura uterina.

Se o parto evoluir para a fase ativa durante a aplicação do misoprostrol, não é necessária a indução com a ocitocina, salvo algumas exceções bem específicas.

Indução do parto com ocitocina

A ocitocina é um hormônio que desempenha diversas funções, incluindo a de regular as contrações durante o trabalho de parto. A administração de ocitocina sintética é a técnica de indução do parto mais utilizada atualmente devido a seu perfil de segurança e de eficácia. Ela induz o aumento da frequência e da intensidade das contrações uterinas. Isso estimula uma maior dilatação do colo uterino e facilita a expulsão do bebê.

Essa medicação é normalmente administrada, aos poucos, por via intravenosa (IV). Suas doses são cuidadosamente ajustadas a partir dos dados vitais do bebê (como a frequência cardíaca) e das características das contrações da paciente.

Uma das vantagens da indução com a ocitocina é que ela pode ser revertida rapidamente com a interrupção da infusão do medicamento, o que pode ser necessário no caso de complicações. Apesar de muito segura, a técnica também pode ter alguns efeitos colaterais. O mais comum deles é a taquissistolia (mais de 5 contrações a cada 10 minutos), o que pode comprometer a evolução fisiológica do parto e causar estresse para o bebê. Por esse motivo, a indução do parto (como qualquer intervenção médica) deve ser reservada para situações em que é realmente necessária.

Amniotomia

A amniotomia é um procedimento realizado para romper as membranas que envolvem o feto (a famosa “bolsa”) quando elas não se romperam espontaneamente. Com isso, é possível induzir e acelerar o trabalho de parto. Ele somente deve ser feito quando o bebê já está em posição de parto e a dilatação uterina estiver avançada. Além disso, está contraindicado em pacientes com boa evolução do parto normal.

A amniotomia relativamente simples (mas não sem riscos), feita de acordo com os seguintes passos:

  • A mulher é colocada em uma posição deitada ou inclinada;
  • O toque vaginal é realizado para verificar a dilatação do colo do útero e o toque abdominal é feito para identificar a posição da cabeça do bebê;
  • O profissional de saúde insere um instrumento estéril especializado através do canal vaginal e do colo do útero. Ele conta com uma pequena ponta afiada, a qual é usada para fazer um pequeno orifício na bolsa. Assim, o líquido amniótico começa a vazar.

A amniotomia estimula a evolução do parto, pois provoca a liberação de prostaglandinas e outras substâncias que atuam na parede uterina. O procedimento, entretanto, tem seus riscos, como infecções, descolamento prematuro da placenta, a compressão do cordão umbilical e o sofrimento fetal. Por isso, dentro dos paradigmas do parto humanizado, a decisão de realizar uma amniotomia é compartilhada entre a mulher e seu médico, considerando as circunstâncias individuais do parto e as melhores evidências científicas.

Portanto, a indução do parto é um procedimento indicado quando a espera da evolução do parto está desfavorável para a saúde da mãe ou do bebê. Ele não deve ser feito rotineiramente, pois traz riscos importantes. O ideal é sempre deixar o parto ocorrer da forma mais natural (fisiológica) possível.

Quer saber mais sobre o parto induzido e suas indicações? Confira este artigo sobre o tema!

Amamentar dói?

Amamentar dói? Essa é uma dúvida que muitas mulheres têm e que causa bastante ansiedade. Afinal, há relatos de quem teve bastante desconforto no início do processo, enquanto outras mulheres relatam que a amamentação foi e sem quase nenhuma dor. Por isso, vamos fazer um texto bastante realista para que você tenha as informações certas para ter mais tranquilidade e segurança após o parto.

Em primeiro lugar, é preciso dizer que geralmente amamentar dói, principalmente nas primeiras semanas. Seus seios estão se adaptando à produção de leite e à sugada do bebê. No entanto, a tendência é que o desconforto melhore com o tempo.

Além disso, a dor frequentemente se torna uma questão maior por conta de a gestante não conhecer a técnica correta de amamentação. Assim, adota medidas que predispõem às fissuras e dificultam a sugada do bebê.

É muito importante que a técnica adequada seja ensinada desde o pré-natal até as primeiras consultas de puerpério. Então, é possível reduzir sua intensidade, duração e frequência. Quer entender melhor esse assunto tão importante? Acompanhe nosso post até o final!

Amamentar dói?

Sim, precisamos ser bem realistas em relação a isso, mas geralmente a dor é passageira e se torna mais leve com a prática. Veja as suas principais causas.

Ingurgitamento mamário

O leite é produzido pelas glândulas mamárias e é armazenado nos ductos mamários. Esses canais armazenam o leite até que ele seja sugado pelo bebê. Quando estão cheios, podem fazer com que a mulher sinta uma sensação de pressão e desconforto nos seios. Se esse leite não é drenado, ele pode “empedrar”, causando uma inflamação local dolorosa.

Em outras palavras, não amamentar também predispõe a mulher à dor. Afinal, o leite se acumulará nos ductos e poderá causar o ingurgitamento. Por esse motivo, caso a mulher não possa amamentar por alguma razão médica, ela ainda precisará liberar esse leite para evitar a dor.

Má pega

O sucesso da amamentação depende de o bebê sugar eficientemente o leite materno. Quando ele não se prende adequadamente às mamas, não consegue obter a quantidade de leite suficiente a cada sugada. Isso pode fazer com que ele faça a sucção com maior força ou morda as mamas. Além disso, a má pega faz com que regiões mais sensíveis dos seios entrem em atrito com a boca do bebê, predispondo a fissuras.

Fissuras

As fissuras mamárias são a principal causa de dores mais intensas. Essas rachaduras podem ocorrer por diversos motivos, como:

  • Pega incorreta;
  • Atrito dos mamilos sensibilizados com o sutiã e as roupas;
  • Uso de cosméticos e medicamentos caseiros nas mamas sem indicação médica.

Então, durante a amamentação, essas fissuras entram em contato com a saliva e a boca do bebê, o que pode provocar dor.

O que fazer para reduzir a dor?

A pega correta é a principal medida de alívio da dor, evitar o ingurgitamento e os abscessos mamários. Ela começa com o posicionamento correto do bebê:

  • A barriga dele deve estar em direção à barriga da mamãe;
  • A cabeça e os ombros dele devem estar alinhados;
  • A cabeça do bebê pode ser apoiada em seus braços para ele se sentir mais seguro;
  • Você deve estar em uma posição confortável e relaxada. Em caso de dor e desconforto na posição sentada, é melhor amamentar deitada.

Na hora de amamentar, faça uma pinça (“prega”) com as mãos em forma de “C”. Caso tenha dúvida, pergunte para seu obstetra ou para o pediatra do bebê. Leve o corpo do bebê até as mamas (evite se curvar, pois isso causa desconforto). Somente inicie a amamentação quando a boca dele estiver bem aberta.

Na pega correta, a metade de baixo da aréola deve ficar mais dentro da boca do que a metade superior. Ou seja, ao contrário do que muitas mamães pensam, a aréola não precisa ficar toda na boca do bebê.

Então, observe a posição do bebê em relação às mamas. A boca dele deve estar bem aberta e os lábios para fora, fazendo com que o queixo também toque as mamãs.

Quais são as dicas para pacientes com dificuldade para amamentar?

Algumas características das mamas podem necessitar de medidas mais específicas para facilitar a pega. Veja algumas dicas do Manual da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia:

Mamas muito volumosas

Quando as mamas são muito grandes, o posicionamento do bebê pode ser desafiador. O uso de tipoias com fraldas de tecidos ou malhas especializadas ajudam o corpo da mulher a suportar o peso das mamas e facilitam o posicionamento correto.

Mamilos planos

Há um mito de que o leite sai pelos mamilos. Mas, na verdade, eles são liberados pela aréola. Os mamilos ajudam principalmente a orientar a pega do bebê. Então, fique tranquila se seus mamilos forem planos, isso não vai prejudicar a amamentação de forma significativa.

Há algumas técnicas que podem ajudar nesse processo:

  1. Amacie a aréola antes de iniciar a amamentação. Para isso, o ideal é extrair um pouco de leite antes de dar o peito para o bebê;
  2. Estimule o mamilo antes da amamentação. Com movimentos leves (bem suaves para não causar fissuras) de rotação e de puxões, é possível estimular o reflexo de ereção do mamilo;
  3. Depois disso, com as mãos em pinça, faça uma prega na aréola. Assim que o bebê abrir a boca, coloque a aréola sobre a língua.

Mamilos invertidos

Há mulheres com mamilos invertidos, mas isso não significa que a amamentação será sempre difícil. Para facilitá-la, siga o passo de amaciamento da aréola que explicamos assim. Novamente, faça uma prega nas aréolas com um movimento suave das mãos, coloque o máximo da aréola sobre a língua da criança, o que estimulará o movimento da sucção.

Além disso, outras medidas são fundamentais:

  • Não use bicos de silicone ou plástico para ajudar na sugada;
  • Evite esperar até que o bebê fique com bastante fome antes de amamentar;
  • Se o bebê chorar vigorosamente, espere ele acalmar antes de continuar a mamada.

Portanto, sim, amamentar dói em alguns momentos, mas é um processo que beneficia tanto a mãe quanto o bebê. Para o bebê, o leite materno fornece nutrição ideal, incluindo uma mistura equilibrada de vitaminas, proteínas e gorduras, que são necessárias para o seu desenvolvimento físico e cerebral.

Ele também contém anticorpos que ajudam a proteger o bebê contra várias infecções. Para a mãe, a amamentação pode ajudar a queimar calorias extras e a prevenir novas gestações. Além disso, também reduz o risco de certos problemas de saúde, como o ingurgitamento mamário. A amamentação também pode promover um vínculo mais forte entre mãe e bebê.

Quer saber mais sobre a amamentação e sua importância? Confira nosso artigo sobre o tema!

Nova vacina contra HPV: conheça!

O papilomavírus humano — o HPV — é um grupo com mais de 200 vírus. A maioria deles é inofensivo para as pessoas, causando apenas doenças benignas na pele e nas mucosas (verrugas e papilomas). Alguns tipos de HPV, contudo, causam infecções que precisam de maior atenção, pois podem causar complicações graves, como o câncer do colo de útero e o câncer de garganta.

Isso acontece, pois eles causam mudanças progressivas no DNA das células afetadas. Ao longo dos anos, essas mutações podem levar à proliferação excessiva e invasiva (câncer) dessas células, fazendo com que elas invadam tecidos saudáveis.

Felizmente, isso acontece apenas com alguns tipos de HPV. Os principais deles são o 16 e o 18, os quais estão associados com aproximadamente 70% dos casos de câncer do colo do útero. Outros tipos oncogênicos de HPV incluem: 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 66 e 68.

Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe!

O que é HPV?

Os HPVs são vírus, isto é, microrganismos que precisam infectar células de um hospedeiro para se multiplicar. No caso do HPV, ele geralmente se multiplica nas células da pele e das mucosas dos seres humanos.

A transmissão geralmente ocorre no contato da pele/mucosa infectada com a pele/mucosa saudável. Nos casos dos HPVs que podem causar câncer, isso acontece durante as relações sexuais desprotegidas, nas quais há um contato íntimo e prolongado entre os indivíduos.

Após entrar em contato com a pele ou a mucosa, o vírus vai invadir as células desse tecido. Dentro delas, eles vão liberar o seu material genético para fazer com que a célula produza novos vírus. Nesse processo, o material genético viral pode se combinar com o material genético humano e causar mutações. Isso pode levar a lesões benignas e malignas.

Na maior parte dos casos, o sistema imunológico da pessoa infectada é capaz de eliminar a infecção viral sem dificuldades. Em outros, porém, a infecção pode persistir e causar mutações cada vez maiores a ponto de predispor à pessoa ao câncer.

Como é feita a prevenção do HPV?

A prevenção do HPV envolve:

  • reduzir o contato íntimo pele a pele durante as relações sexuais por meio de preservativos de barreira (camisinhas masculina e feminina);
  • fortalecer o sistema imunológico para a produção de anticorpos contra os tipos mais perigosos do HPV. Isso é feito por meio da vacinação.

As vacinas contra o HPV

As vacinas ativam o sistema imunológico a produzir mais anticorpos contra um determinado microrganismo. Os anticorpos são proteínas que se ligam aos invasores (antígenos), sinalizando a infecção para o sistema imunológico. Eles também impedem que os vírus entrem nas células.

A grande eficiência dos anticorpos está no fato de eles serem bastante específicos para cada tipo ou espécie de microrganismo. Por esse motivo, entretanto, é necessário que a imunização seja feita para cada tipo de HPV. Geralmente, a vacina contra um tipo não imuniza contra um outro de forma eficaz.

As duas vacinas disponíveis, até agora, no Brasil eram a bivalente e a tetravalente. A primeira protegia apenas contra os tipos 16 e 18. Já a tetravalente oferecia imunidade adicional para os tipos 6 e 11, que estão associados a lesões benignas (verrugas genitais).

A nova vacina contra HPV, a nonavalente (Gardasil 9)

Recentemente, chegou a nova vacina do HPV, a nonavalente (Gardasil 9). Além de proteger contra os tipos 6, 11, 16 e 18, ela também combate os tipos 31, 33, 45, 52 e 58 (todos eles oncogênicos). Com isso, ela pode evitar ainda mais casos de câncer cervical.

Eficácia da nova vacina

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações, os estudos com a nonavalente mostraram que ele apresenta eficácia semelhante à quadrivalente na proteção contra os HPVs 6, 11, 16 e 18.

Em relação às lesões causadas pelos subtipos 31, 33, 45, 52 e 58, a eficácia da vacina foi de 96% a 96,7%. No entanto, ainda são necessários mais estudos para identificar qual será o impacto disso na redução do risco do colo de útero.

Como esse tipo de investigação leva cerca de 10 anos para ser feito, ainda não há nenhuma conclusão. Os dados parciais, por sua vez, mostram que ainda não houve registro de doenças pré-neoplásicas associadas aos HPV 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58 na população do estudo.

Reações adversas

Mais de 90% dos eventos adversos identificados nos estudos foram leves a moderados, o que torna a vacina muito segura para a população geral:

  • Muito comuns: dor, inchaço e vermelhidão no local da injeção, além de dor de cabeça;
  • Comuns: urticária, coceira, náuseas vômitos, hematoma e febre;
  • Incomuns: tontura e dor nas extremidades do corpo;
  • Raras: broncoespasmo.

Os efeitos colaterais locais foram mais frequentes na vacina nonavalente em comparação à quadrivalente e à bivalente. Isso possivelmente se deve ao fato de ela ter mais tipos de vírus e provocar uma reação inflamatória mais intensa por esse motivo.

Portanto, a nova vacina contra o HPV é mais uma ferramenta que temos para prevenir o câncer do colo de útero, uma das principais causas de morte precoce entre as mulheres. A vacinação com a nonavalente está indicada para homens e mulheres de 9 a 45 anos. Não deixe de tomá-la se tiver a oportunidade.

Quer saber mais sobre a infecção do HPV e seus riscos? Confira nosso artigo sobre o tema!

Qual é a função da placenta durante a gestação?

A gravidez é um período extraordinariamente complexo na vida de uma mulher, cheio de mudanças físicas, emocionais e fisiológicas. Envolve o desenvolvimento de um novo organismo desde uma única célula até um bebê totalmente formado, um processo que exige uma orquestração precisa de eventos biológicos.

No nível físico, o corpo da mulher passa por mudanças significativas para acomodar o feto em crescimento. Isso inclui o alargamento do útero, o aumento dos seios e a mudança na postura para acomodar o peso adicional. Além disso, o corpo deve criar uma placenta inteiramente nova, um órgão complexo que fornece oxigênio e nutrientes ao feto.

Quer saber mais sobre esse tema? Acompanhe!

O que é a placenta?

A placenta é um órgão que só existe durante a gravidez, sendo fundamental para o desenvolvimento do bebê e para uma gravidez saudável. O processo de formação da placenta começa quando o blastocisto, uma estrutura formada no início do desenvolvimento embrionário, se implanta no revestimento do útero materno (o endométrio) no sexto dia após a fertilização.

Isso acontece quando uma camada de células do blastocisto (chamada trofoblasto) penetra no endométrio, criando uma ponte entre a circulação da mãe e do bebê. A partir do quarto mês de gravidez, a placenta já está completamente formada.

Quais as funções da placenta?

A placenta tem vários papéis importantes durante a gravidez. Principalmente, ela ajuda na troca de gases entre mãe e feto, fornece nutrientes para o bebê, elimina resíduos produzidos pelo feto e ainda produz hormônios e enzimas.

Ponte entre a mãe e o bebê

A placenta funciona como uma espécie de ponte, permitindo a passagem de oxigênio e nutrientes da mãe para o feto. Ela também permite a saída de dióxido de carbono e de produtos do metabolismo fetal.

A placenta é um órgão fascinante, executando essas funções por meio de diferentes mecanismos. Para que você perceba a complexidade e a eficiência da placenta, vamos mostrar como esse transporte de substâncias é feito de uma maneira extremamente inteligente para garantir a saúde do feto.

Gases, como oxigênio e dióxido de carbono, além de água e a maioria dos eletrólitos, passam através da placenta por difusão simples. Em outras palavras, a placenta permite que essas substâncias fluam espontaneamente do local de maior concentração para o local de menor concentração.

A glicose é transportada por difusão facilitada. Esse é um processo de transporte passivo semelhante ao da difusão simples. No entanto, ele é facilita por canais de proteínas presentes nas células da placenta, é como se esses canais fosse um túnel que melhora o fluxo de substâncias importantes para o bebê. Isso permite a passagem de substâncias que normalmente não conseguiriam atravessar a membrana sozinhas.

Já as vitaminas utilizam transporte ativo. Ou seja, há proteínas transportadoras na superfície das células da placenta. Elas queimam energia para que as vitaminas fluam o organismo do bebê.

Já as proteínas são absorvidas por endocitose. Esse é um processo pelo qual a célula engloba e absorve partículas ou substâncias do seu ambiente externo, criando uma “bolsa” a partir da membrana celular.

Esse processo só acontece quando a substância é considerada segura pelas células da placenta. Isso é fundamental para proteger o bebê, pois evita que toxinas, vírus e microrganismos consigam entrar no organismo do bebê.

Produção hormonal

Durante a gravidez, muitas mudanças hormonais acontecem. Grande parte delas é devido à alta produção de estrogênios, progesterona e um hormônio chamado gonadotrofina coriônica humana (hCG), produzidos em conjunto pelo feto e pela placenta.

Os estrogênios desempenham um papel crucial durante a gravidez:

  • aumentam o fluxo sanguíneo para o útero e a placenta;
  • estimulam o crescimento e a multiplicação das células do revestimento uterino;
  • aumentam as contrações uterinas;
  • estimulam o desenvolvimento da mama.

Nas últimas semanas de gravidez, o corpo da mulher produz uma quantidade enorme de estrogênios. A quantidade produzida em um único dia nesse período é cerca de mil vezes maior do que a quantidade presente no período de ovulação de uma mulher.

A progesterona tem uma função importante durante a gestação. Logo após a fertilização, ela ajuda a preparar o útero para a gravidez. Ao longo de toda a gestação, ela mantém as contrações do útero controladas e suprime uma eventual reação do sistema imunológico contra o feto. Ao longo da gestação, os níveis de progesterona no sangue podem ser de 10 a 5.000 vezes mais altos do que quando a mulher não está grávida.

Outro hormônio, a gonadotrofina coriônica humana (hCG), é essencial no início da gravidez. Sua principal função é ajudar a manter o corpo lúteo, que é a parte do folículo que permanece no ovário após a ovulação.

Nos primeiros dias da gravidez, os níveis deste hormônio no sangue dobram a cada dois ou três dias, alcançando um pico entre as 8 e 12 semanas de idade gestacional. Como esse hormônio não é produzido significativamente fora da gravidez, ele pode ser medido para diagnosticar as gestações.

A placenta é um órgão incrivelmente importante que se desenvolve no útero durante a gravidez. Ela atua como uma interface entre a mãe e o feto, permitindo a troca de nutrientes, gases e resíduos. A placenta fornece ao feto oxigênio e nutrientes essenciais provenientes do sangue materno, enquanto remove dióxido de carbono e outros resíduos do sangue fetal.

Além disso, a placenta produz hormônios cruciais para a manutenção e progressão da gravidez, incluindo progesterona e estrogênio. Após o nascimento, a placenta é expelida, pois não é mais necessária.

Você sabe o que é placenta prévia, uma complicação possível nas gestações? Não?! Então, não deixe de ler nosso post sobre o tema!

Parto normal e doula: saiba mais sobre o assunto

A jornada do parto é um momento único e especial na vida de uma mulher e de sua família. Por isso, buscamos um parto humanizado. Esse modelo de assistência ao parto que valoriza a experiência da paciente, respeitando suas escolhas e necessidades durante todo o processo.

Para alcançar esse objetivo, buscamos criar um ambiente seguro, acolhedor e respeitoso, em que a paciente se sinta apoiada emocionalmente. Assim, durante esse processo, a gestante pode contar com as doulas, profissionais que oferecem suporte emocional e físico durante o processo do parto.

Quer saber mais sobre essas profissionais tão importantes? Acompanhe!

O que é uma doula?

Uma doula é uma profissional escolhida pela gestante para acompanhá-la durante a gestação ou o parto. Seu objetivo principal é promover uma experiência positiva e empoderadora para a mulher, ajudando-a a se sentir confiante e informada. Dentro dos princípios do parto humanizado, a figura das doulas é cada vez mais valorizada, visto que elas podem ajudar a resgatar os sentidos afetivos e emocionais do nascimento de um bebê.

Porém, é importante enfatizar que as doulas não atuam como profissionais de saúde. Elas fazem uma ponte entre a mãe e a equipe médica, facilitando a comunicação e ajudando a paciente a ter seu protagonismo preservado. Por esse motivo, elas não podem indicar condutas, como recomendar medicações para a paciente.

Qual o papel das doulas no parto normal?

As doulas são profissionais que podem auxiliar as gestantes desde o pré-natal até o puerpério, proporcionando suporte a esse momento que pode ser bastante desafiador na vida das mulheres. Aqui estão algumas das principais funções desempenhadas pelas doulas durante um parto normal:

Suporte emocional

A doula está presente para trazer mais segurança emocional à paciente e encorajá-la nos momentos desafiadores do parto. Ela pode ajudar a acalmar os medos e abrandar a ansiedade com ações, como tirar dúvidas que possam surgir durante o trabalho de parto.

Suporte físico

A doula pode:

  • Ajudar a mulher a se mover e experimentar diferentes posições para facilitar o trabalho de parto;
  • Fazer massagens e oferecer compressas para aliviar dores e desconfortos;
  • Incentivar a hidratação e outras medidas importantes para a saúde da mulher durante o processo de parto.

Assim, ela pode contribuir para aliviar a dor e o desconforto durante o trabalho de parto.

Informação e educação

A doula fornece informações e explicações sobre o processo do trabalho de parto, como:

  • as diferentes fases;
  • as opções de alívio da dor;
  • as intervenções médicas possíveis.

Apesar de não serem profissionais de saúde, as doulas geralmente tem formação para entender alguns aspectos técnicos do parto. Com isso, a doula atua como uma ponte entre a mulher e a equipe médica, auxiliando na comunicação efetiva e na compreensão das opções e procedimentos. Por exemplo, ela pode ajudar a traduzir termos médicos complexos, fazer perguntas em nome da mulher e garantir que suas preferências sejam atendidas.

Nesse sentido, é muito interessante que a paciente faça um plano de parto durante o pré-natal. Ter um plano de parto é um direito da mulher. Dentro do que é seguro para a mãe e o bebê, a equipe médica deve seguir o que os desejos expressos pela paciente nesse documento. Com esse documento, a doula pode advogar pelo direito da gestante de ter um parto humanizado.

Apoio ao parceiro/acompanhante

A presença da doula também beneficia a parceria da gestante ou outros acompanhantes da mulher em trabalho de parto. Ela oferece orientação e suporte aos entes queridos, permitindo que eles participem mais ativamente do processo e saibam como apoiar a grávida.

Doulas na cesariana

As doulas desempenham um papel importante nos partos em geral, não apenas nos partos normais. Durante uma cesariana, a doula pode ajudar a:

  • acalmar a ansiedade da mãe em relação aos procedimentos cirúrgicos, como as incisões e a anestesia;
  • oferecer informações sobre o processo cirúrgico;
  • ajudar a criar um ambiente acolhedor na sala de parto e no quarto da gestante;
  • oferecer apoio no pós-operatório, auxiliando a mulher com a amamentação, o cuidado com o bebê e a recuperação física e emocional.

Embora as ações da doula no parto cesariano possam ser um pouco diferentes em comparação com um parto normal, sua presença ainda pode ser valiosa para proporcionar uma experiência positiva para a paciente.

Portanto, a presença de uma doula durante o parto pode ser um valioso recurso para promover uma experiência de parto positiva e fortalecedora. Ao contratar uma doula, é essencial que a gestante busque profissionais qualificadas e certificadas, que compartilhem dos seus valores e estejam dispostas a respeitar as suas necessidades individuais.

Assim, o momento do parto poderá ser mais afetuoso, tranquilo e acolhedor. O essencial é que você se sinta apoiada e confiante durante essa maravilhosa jornada da maternidade.

Quer saber mais sobre as doulas e seu papel na assistência ao parto? Confira nosso post sobre o tema!

Dilatação no parto normal: como acontece?

A dilatação do colo do útero é um evento muito importante para determinar como o parto será feito. Para isso, é importante entender cada tipo de parto. O parto normal é um tipo de parto que acontece via vaginal.

Ele pode envolver intervenções médicas, como o uso de medicamentos para induzir o trabalho de parto, a anestesia epidural para aliviar a dor e, em alguns casos, parto instrumental para facilitar a saída do canal de parto. O objetivo dessas intervenções dever sempre ser ajudar a assegurar a segurança e o bem-estar da mãe e do bebê.

O parto natural é também um parto vaginal (normal), mas sem intervenções médicas. Em outras palavras, utilizamos medicamentos nem procedimentos invasivos para aliviar a dor, induzir ou acelerar o parto. Portanto, enfatiza a capacidade do corpo da mulher de dar à luz de maneira inata. Afinal, sabemos que são relativamente raras as gestações que realmente necessitam de alguma intervenção médica.

A cesariana, por sua vez, é um procedimento cirúrgico em que o bebê é retirado através de uma incisão no abdômen e no útero da mãe. As cesarianas são realizadas quando um parto vaginal é considerado arriscado para a mãe ou para o bebê.

Também é feito em algumas situações em que o trabalho de parto não progride como esperado (distocia). Nas últimas décadas, contudo, tem aumentado o número de cesarianas eletivas feitas em gestantes sem complicações na gestação e no parto.

Quer saber como cada tipo de parto está relacionado com a dilatação do colo do útero? Confira nosso post até o final!

Como acontece a dilatação do colo uterino?

A dilatação do colo do útero é uma parte crucial do processo de parto. Ela é medida em centímetros e é essencial para o nascimento de um bebê. O processo de dilatação do colo do útero durante o parto é dividido em duas etapas principais: latente e ativa, que se distinguem pela rapidez com que a dilatação acontece. Além disso, ela é precedida pelo amadurecimento cervical.

Amadurecimento do colo uterino

O amadurecimento do colo do útero, também conhecido como apagamento ou afinamento, é uma parte fundamental do processo de preparação para o parto. É um processo gradual durante o qual o colo do útero deixa de ser grosso e firme para se tornar fino e macio. Isso é fundamental para que ele se dilate facilmente para permitir a passagem do bebê pelo canal de parto.

O amadurecimento cervical é mediado por vários fatores, incluindo mudanças hormonais e físicas. Por exemplo, no final da gestação, a placenta produz um hormônio chamado relaxina, o qual ajuda a relaxar as fibras do colo do útero.

Além disso, à medida que a data do parto se aproxima, o corpo começa a produzir prostaglandinas, hormônios que também ajudam a amolecer o colo do útero. Caso a dilatação não ocorra como esperado, a dilatação do colo pode ser induzida pela aplicação de prostaglandinas.

Fase latente

A etapa latente começa quando o trabalho de parto se inicia, o que é marcado pela presença de pelo menos duas contrações regulares a cada 10 minutos e por uma dilatação do colo do útero de até 3 centímetros (cerca de 2 dedos).

Essa etapa finaliza quando o colo atinge mais de 4 centímetros de dilatação. Geralmente, é a fase mais demorada do trabalho de parto, com uma duração média de 8 horas, podendo se estender até 20 horas.

Fase ativa

Quando a dilatação alcança 4 centímetros, começa a fase ativa. Nela, a velocidade de dilatação do colo do útero acelera consideravelmente, chegando a uma média de 1 centímetro por hora, mas essa dilatação pode variar na sua velocidade e se o parto ocorre em multíparas ou primíparas. A fase ativa continua até que a dilatação do colo do útero seja completa, o que é geralmente definido como 10 centímetros.

A dilatação do colo uterino em cada tipo de parto

Agora, vamos ver como a dilatação se relaciona com cada tipo de parto.

Parto natural

No parto natural, o processo de dilatação ocorre naturalmente devido aos fatores físicos e hormonais que explicamos acima. Não é feita nenhuma intervenção para induzir ou acelerar a o amadurecimento e a dilatação cervical. Uma dilatação total do colo do útero a 10 centímetros é necessária para que o bebê possa passar.

Parto normal induzido

Em alguns casos, porém, pode acontecer de o colo não se dilatar naturalmente. Também pode ser necessário realizar o parto com maior urgência, induzindo o amadurecimento e a dilatação do colo do útero.

Na maior parte dos casos, a mulher já está com o colo amadurecido no momento do parto. Quando isso não acontece, o amadurecimento cervical pode ser induzido artificialmente pela administração de prostaglandinas sintéticas. Quando o colo uterino já está amadurecido, a dilatação é comumente induzida com a ocitocina, um hormônio que estimula também as contrações uterinas.

Cesariana

A dilatação do colo do útero não é necessária na cesariana, pois o bebê é retirado através de uma incisão feita no abdômen e no útero da mãe. No entanto, em algumas situações, uma cesariana pode ser realizada após algum grau de dilatação, caso surjam complicações ou se o trabalho de parto não progredir como esperado. Além disso, nos casos de dilatação avançada do colo uterino, o parto normal pode ser a melhor via neste momento, mesmo que uma cesariana esteja programada.

Portanto, é importante lembrar que, no parto humanizado, a decisão sobre o tipo de parto é compartilhada entre você e seu médico. Para isso, ele vai informá-la sobre os riscos e benefícios de cada modalidade de acordo com as suas circunstâncias individuais. Dependendo da escolha, a dilatação do colo do útero poderá ser natural ou induzida. Na cesariana, ela sequer será necessária.

Quer saber mais sobre a evolução do parto normal? Confira nosso artigo sobre o tema!

Cardiotocografia: quando fazer?

A cardiotocografia é um exame não invasivo indicado para avaliar a saúde fetal durante a gravidez e o parto. Ela monitora três fatores principais: os batimentos cardíacos fetais (BCF), a movimentação fetal e as contrações uterinas.

Isso ajuda a identificar se o feto está recebendo oxigênio suficiente ou se seu metabolismo está sob estresse. Por exemplo, se a frequência cardíaca fetal é muito baixa ou alta, pode ser um sinal de que feto está em sofrimento. Já a avaliação das contrações uterinas pode ajudar a identificar o estágio do parto e se o feto está lidando bem com o estresse do parto.

Os dados obtidos a partir da cardiotocografia são visualizados em um gráfico, que deve ser interpretado por um médico especializado. Com isso, o exame permite que intervenções necessárias possam ser feitas no melhor momento.

No entanto, é importante lembrar que a interpretação dos resultados é complexa, devendo ser associada com as informações clínicas da paciente. Portanto, não é o único fator a ser considerado ao tomar decisões sobre o manejo do trabalho de parto. Quer saber mais sobre o tema?

Como é feita a tocografia?

O exame é um exame não invasivo simples de fazer e é totalmente seguro, sem nenhum risco para a mãe ou o bebê. Ele é feito com uma máquina especial chamada cardiotocógrafo. Ela tem dois sensores que medem a frequência cardíaca do bebê e a atividade do útero. Além disso, conta com um dispositivo que registra se o bebê está se mexendo ou não.

Todos esses componentes serão colocados sobre a pelve da gestante no local mais próximo ao dorso do feto. A gestante será colocada em uma posição semideitada ou sentada, ficando inclinada levemente de um de seus lados. O exame inicialmente dura 20 minutos. Se o resultado for negativo, a paciente é liberada. Se houver sinal de alteração, é necessário um tempo extra de até 30/40 minutos.

Isso aumenta a capacidade de identificar os sinais mais sutis de estresse fetal. Por ser tão sensível, um resultado negativo geralmente pode ser interpretado como um sinal de bem-estar fetal, visto que os resultados falso-positivos também são raros.

Quando utilizar a cardiotocografia?

A avaliação pela cardiotocografia pode ser realizada em dois momentos: antes do parto (também chamada de cardiotocografia basal ou anteparto) e durante o parto (intraparto). A primeira parte é usada para acompanhar a saúde do bebê durante a gravidez. A segunda parte é usada para monitorar o bem-estar do bebê durante o parto.

Antes do parto

O papel da cardiotocografia na rotina dos pré-natais de baixo risco é controverso. Afinal, há evidências de que o excesso de indicação geral desse exame está relacionado a taxas mais altas de intervenção médica.

Apesar disso, ainda não existe consenso em relação ao tema. Por isso, nesse contexto, a recomendação do exame vai variar de acordo com a prática de cada médica. Em outras palavras, alguns médicos indicam a CTG como parte do cuidado pré-natal de rotina para avaliar a evolução final da gestação, enquanto outros reservam o esse exame para situações específicas do pré-natal de baixo risco.

Isso ocorrerá, por exemplo, na suspeita de complicações gestacionais, como:

  • Redução dos movimentos fetais;
  • Ruptura prematura das membranas;
  • Crescimento fetal restrito;
  • Dilatação prematura do colo uterino.

Nos casos de gravidez de alto risco, a situação é um pouco diferente. Devido a uma chance maior de sofrimento fetal, o exame é geralmente indicado de forma rotineira, especialmente a partir do terceiro trimestre.

As principais condições que classificam uma gestação como alto risco são:

  • gestação múltipla;
  • presença de condições médicas maternas, como pré-eclâmpsia ou diabetes gestacional);
  • problemas com a placenta;
  • malformações fetais.

Durante o parto

A cardiotocografia contínua é o exame complementar mais usado na monitoração durante o parto. Entretanto, o uso rotineiro desse exame em partos de gestações de baixo risco tem sido associado a um aumento nas cesarianas, sem melhorar os resultados do parto.

Mesmo assim, quando disponível, recomenda-se considerar a monitorização contínua nas situações em que há um maior risco de o bebê ter falta de oxigênio ou acidose (excesso de ácido no corpo do bebê). Alguns exemplos desse tipo de indicação são:

  • Rompimento da bolsa há mais de 24 horas;
  • Fase ativa do parto com duração maior do que 12 horas;
  • Fase expulsiva do parto com duração superior a 1 hora;
  • Paciente com história de cesariana prévia;
  • Gravidez prematura ou pós-termo;
  • Crescimento intrauterino tardio;
  • Sangramento antes do parto;
  • Gestação múltipla;
  • Presença de febre durante o parto;
  • Doenças maternas que influenciem na gestação (diabetes, síndromes hipertensivas, doenças na tireoide, entre outras).

Em todo caso, é muito importante que o exame seja avaliado por um médico experiente e cauteloso, o qual interpretará os resultados do exame de acordo com as características da gravidez, os sintomas da gestante e com outros indicadores de saúde fetal.

Portanto, assim como outros métodos que acessam o bem-estar do concepto, o principal objetivo da CTG é identificar o sofrimento fetal em tempo hábil para realizar medidas preventivas. Isso ajuda a fim de evitar sequelas neurológicas e o óbito fetal devido à exposição prolongada a baixos níveis de oxigênio do sangue.

Quer saber mais sobre a cardiotocografia e como ela é feita? Confira nosso artigo completo sobre o tema!

 

Vitamina D durante a gestação

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por uma série de mudanças para sustentar o crescimento e o desenvolvimento do feto. Essas mudanças exigem a ingesta de uma quantidade maior de nutrientes e vitaminas para garantir a saúde tanto da mãe quanto do bebê.

Além disso, durante a gravidez, o volume sanguíneo da mulher aumenta para suprir as necessidades do feto. Isso requer uma ingestão adequada de nutrientes, especialmente ferro e ácido fólico, que são essenciais para a produção de células sanguíneas saudáveis.

Somado a isso, uma deficiência de vitaminas durante a gravidez pode ter consequências negativas para a saúde da mãe e do bebê. Por exemplo, uma deficiência de ácido fólico pode aumentar o risco de defeitos do tubo neural no feto. Por esse motivo, recomenda-se a suplementação de ácido fólico antes da gestação para todas as gestantes.

No entanto, em relação a outros nutrientes, como a vitamina D, a suplementação não é sempre necessária e dependerá de uma avaliação individual. A seguir, explicaremos detalhadamente a função dessa vitamina e mostraremos os casos em que a suplementação — sob supervisão médica — pode ser necessária. Quer saber mais? Acompanhe!

O que é a vitamina D?

A vitamina D, quando ativa no corpo, atua como um hormônio importante para regular os níveis de cálcio no sangue e outros processos. Ao contrário de muitas vitaminas, que devem ser obtidas pela alimentação, a vitamina D pode ser produzida pela nossa pele quando entramos em contato com raios ultravioletas B da luz solar. Em menor escala, ela também é consumida na alimentação, principalmente com a ingesta de peixes, gemas de ovo, laticínios integrais e fígado.

Em adultos saudáveis, a deficiência de vitamina D é mais rara do que se pensa. No entanto, pode ocorrer em situações quando as necessidades do organismo são maiores do que a produção e a ingestão natural. Isso pode ocorrer em mulheres grávidas e em lactantes. Então, a suplementação é muito importante.

Quais as funções da vitamina D?

A vitamina D tem várias funções importantes no nosso corpo. Ela ajuda a regular a diferenciação celular (o processo pelo qual as células se tornam especializadas) e a apoptose, que é a morte celular programada.

Durante a gestação, a vitamina D desempenha um papel crucial para a saúde tanto da mãe quanto do bebê. Como vimos, a vitamina D é essencial para a absorção adequada de cálcio e fósforo, que são nutrientes importantes para o desenvolvimento dos ossos e dentes do feto. Ela também desempenha um papel importante no desenvolvimento cerebral e na função imunológica.

Estudos em crianças cujas mães têm deficiência de vitamina D mostraram que essas crianças podem ter dificuldades de atenção e ser mais sensíveis a certos agentes que podem causar problemas mentais. Além disso, há pesquisas que sugerem que a deficiência de vitamina D pode estar relacionada ao desenvolvimento de convulsões. No entanto, essas evidências ainda não são fortes o suficiente para dizermos que há uma relação de causa e consequência.

A deficiência de vitamina D também pode ter consequências para as mães. Um estudo de 2012, que reuniu várias pesquisas realizadas sobre o tema, mostrou que há uma correlação significativa entre baixos níveis de vitamina D e a ocorrência de diabetes gestacional.

Quem pode precisar de suplementação com vitamina D?

Os grupos de risco para carência de vitamina D são:

  • Mulheres negras e sul-asiáticas;
  • Mulheres com ingesta insuficiente de fontes de vitamina D;
  • Mulheres entre 19 e 24 anos;
  • Mulheres com menos de 15 minutos de exposição solar durante o dia;
  • Mulheres obesas.

O que acontece com a vitamina D durante a gestação?

Durante a gravidez, ocorrem algumas mudanças relacionadas à vitamina D:v

  • Transferência para o feto: A vitamina D é transferida da mãe para o feto através da placenta. Portanto, os níveis de vitamina D da mãe podem afetar diretamente os níveis de vitamina D do bebê;
  • Demanda aumentada: durante a gestação, a demanda por vitamina D aumenta devido às necessidades do feto em crescimento, sendo necessária para o desenvolvimento adequado do esqueleto do bebê. Uma quantidade adequada de vitamina D é importante para prevenir complicações como raquitismo fetal, que está relacionado a fragilidade óssea;
  • Variação na síntese: algumas gestantes podem experimentar uma diminuição na produção de vitamina D em sua pele quando expostas à luz solar. Isso ocorre devido a alterações hormonais e ao aumento da produção de melanina na pele, o que altera a conversão pelos raios UV. Portanto, é importante garantir uma ingestão adequada de vitamina D por meio da alimentação e, se necessário, suplementação.

Suplementação de vitamina D – quando fazer?

É fundamental não tomar suplementos por conta própria. Afinal, o excesso de vitamina D também é prejudicial. Além disso, as evidências, em geral, mostram benefícios da suplementação para mulheres que fazem parte dos grupos de risco de deficiência.

Para demais pacientes saudáveis, no entanto, as evidências são menos claras e a suplementação não é necessária. Portanto, essa conduta não é recomendada como rotina no pré-natal.

O mais importante é que as mulheres grávidas recebam acompanhamento médico e realizem exames básicos do pré-natal, cujos benefícios já foram mostrados em diversos estudos. De acordo com cada caso, o médico pode recomendar um exame de sangue para avaliar seus níveis de vitamina D.

Caso haja carência, o médico pode recomendar a suplementação de vitamina D para garantir níveis adequados dessa vitamina durante a gestação. Para preveni-la, por sua vez, basta que a gestante tome entre 5 e 15 minutos de sol entre 10h00 e 15H00.

Quer saber mais sobre a suplementação vitamínica para gestantes? Confira este artigo completo sobre o tema!