Dra Cristiane Pacheco | WhatsApp

Cesarianas sucessivas têm riscos?

A cesariana é uma intervenção cirúrgica utilizada para o nascimento do bebê. Essa técnica envolve uma incisão na parede abdominal e no útero da mãe para a retirada do bebê. Embora a cesariana seja uma operação comum e segura quando realizada em condições adequadas, ela não é isenta de riscos de complicações, como hemorragias.

Por isso, idealmente, ela deveria ser indicada em situações em que o parto normal não é possível ou seguro tanto para a mãe quanto para o feto.

Após uma avaliação individualizada de cada gestante, algumas das situações que podem justificar a realização de um cesariana incluem: distocia funcional ou falha na progressão do trabalho de parto, má posição fetal, desproporção cefalopélvica, várias cesarianas prévias, sinais de alteração da vitalidade fetal, descolamento prematuro de placenta (DPP), placenta prévia total e acretismo placentário, vasa prévia, prolapso de cordão umbilical, macrossomia fetal, gestação gemelar com gêmeo 1 em apresentação anômala, ruptura uterina, gestante soropositiva para HIV com alta carga viral e herpes-simples com lesão ativa no momento do parto.

Quer saber mais sobre o risco de cesarianas sucessivas? Acompanhe até o final!

O que são cesarianas sucessivas?

A cesariana é um procedimento cirúrgico muito utilizado atualmente. Devido à sua comodidade (pode ser planejada para um dia exato) e à ausência de dor, tem se tornado a opção de grande parte das mulheres. No entanto, o ideal seria que as cesarianas fossem realizadas apenas nos casos em que há indicação, isto é, que os benefícios superem os riscos.

O termo “cesarianas sucessivas” serve para se referir à repetição desse procedimento. Afinal, assim como outras cirurgias pélvicas, há um aumento de risco de complicações a cada vez que a pelve é manipulada de forma invasiva.

Riscos relacionados a cesarianas sucessivas

Um dos maiores estudos feitos sobre cesarianas sucessivas encontrou a seguinte frequência de complicações em mulheres que realizaram cesarianas sucessivas:

Número de partos cesáreosPlacenta acreta (%)Histerectomia (%)Transfusão (%)Cistostomia (%)Lesão intestinal (%)
10,240,654,050,130,11
20,310,421,530,090,06
30,570,902,260,280,13
42,132,413,651,170,34
52,333,494,261,940,00
66,748,9915,734,491,12

 

Hemorragias

A hemorragia durante a cesariana é uma complicação séria que pode ocorrer devido a vários fatores. Elas são o principal fator de risco para a necessidade de transfusão sanguínea e de histerectomia durante o parto.

As principais causas de hemorragias nas cesarianas são:

  • Atonia uterina: falha do útero em contrair adequadamente após o parto. Portanto, nesse caso, o sangramento tende a ocorre após o nascimento do bebê;
  • Lesões Vasculares: danos aos vasos sanguíneos durante a incisão ou manipulação do útero. Felizmente, são eventos raros;
  • Descolamento prematuro da placenta: Separação da placenta do útero antes do nascimento completo do bebê;
  • Placenta prévia e placenta acreta.

Disfunções placentárias

A frequência de problemas placentários aumenta significativamente à medida que novas cesarianas são realizadas. Um artigo científico que reuniu diversos estudos apresentou os seguintes resultados nesse sentido:

  • Placenta prévia — é uma condição em que a placenta se implanta na parte inferior do útero, cobrindo parcial ou totalmente o colo do útero. A proporção de placenta prévia de placenta prévia foi de 10 em 1000 partos em mulheres com apenas uma cesariana, comparado a 28 em 1000 partos de mulheres que já tinham realizado três ou mais cesarianas;
  • Placenta acreta: é uma condição em que a placenta se adere anormalmente à parede uterina. É considerada uma condição mais grave do que a placenta prévia, podendo também estar associada a ela. Considerando todas as pacientes que tiveram placenta prévia, a frequência de placenta acreta foi de 3% a 4% em mulheres sem cesarianas anteriores. Já em mulheres com quatro ou mais cesarianas, a prevalência variou de 50% a 67%.

Esses transtornos placentários aumentam significativamente as chances de hemorragia, necessidade de transfusão de sangue e histerectomia.

Aderências pélvicas

Aderências pélvicas são faixas de tecido cicatricial que podem se formar entre órgãos e estruturas na cavidade pélvica. Essas aderências podem se fixar em órgãos, como útero, ovários, tubas uterinas, intestinos e bexiga. Elas geralmente são causadas por processos inflamatórios na região pélvica. Com isso, entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de aderências pélvicas, estão:

  • Traumas;
  • Cirurgias abdominais;
  • Infecções.

Apesar de ser um procedimento de baixo risco, a cesariana ainda é uma cirurgia pélvica e está sujeita às complicações dessa intervenção.

Ainda não se sabe exatamente o tamanho do aumento do risco de aderências a cada cesariana, pois são necessárias mais pesquisas científicas para estabelecer uma conclusão. Contudo, um estudo identificou que apenas 7% das pacientes apresentavam aderências no primeiro parto cesáreo. Por sua vez, após o terceiro parto, a frequência aumentava para até 68%.

As aderências são um motivo de preocupação, pois elas trazem impactos funcionais significativos para as mulheres, como:

  • A presença de aderências densas dificulta os partos e aumenta o risco de hemorragias, de lesão na bexiga ou no intestino grosso;
  • Ocorre um aumento de risco de obstrução intestinal no pós-operatório;
  • O risco de subfertilidade aumenta com a formação das aderências e a cada nova cesariana. Acredita-se que o principal mecanismo dessa disfunção seja a distorção na anatomia das tubas uterinas.

Portanto, a prevenção de cesarianas sucessivas é de extrema importância devido aos riscos crescentes associados a múltiplas intervenções cirúrgicas no parto. Cada cesariana adicional aumenta a probabilidade de complicações, como aderências, lesões em órgãos internos e problemas placentários em gestações futuras. Com isso, a recuperação pós-operatória tende a ser mais prolongada e complicada, impactando negativamente a saúde da mãe e do recém-nascido.

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Os desafios da amamentação: fissuras e empedramento do leite

A amamentação oferece diversos benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe, mas pode apresentar diversos desafios. Entre os principais obstáculos, estão as dificuldades iniciais de pega, as dores mamilares, as fissuras e o empedramento de leite, que podem gerar frustração e ansiedade nas mães.

Neste post, vamos falar sobre essas duas últimas dificuldades, as quais podem comprometer a experiência da amamentação. Quer saber mais sobre as fissuras mamárias e o empedramento de leite? Acompanhe até o final!

Fissuras mamárias durante a amamentação

As fissuras são pequenos cortes e feridas que podem atingir os mamilos ou as aréolas das mamas durante o período de amamentação. Apesar de ser uma das complicações mais comuns da amamentação, deve ser tratada com bastante atenção e cuidado. Afinal, podem provocar uma dor significativa na mãe, comprometendo a experiência de amamentar.

A principal causa de fissuras mamárias é a técnica incorreta de amamentar, isto é, problemas na pega e no posicionamento do bebê. Com isso, podem ocorrer dificuldades, como:

  • O bebê pode precisar fazer mais pressão para sugar o leite;
  • O mamilo pode atritar mais intensamente com o céu da boca (palato duro) e a língua do bebê;
  • O bebê pode acidentalmente morder a aréola.

Os principais sintomas das fissuras são:

  • Feridas na região mamária;
  • Dor, vermelhidão e inchaço leve na região das mamas;
  • Ansiedade devido à expectativa de dor no momento de amamentar.

A presença de pus, de febre e de inflamação mais intensa geralmente indica uma infecção secundária.

O diagnóstico das fissuras mamárias é relativamente simples e não demanda geralmente a realização de exames complementares. A partir dos sintomas da paciente e a identificação de fissuras durante o exame físico das mamas, o médico pode estabelecer o diagnóstico.

Nesse sentido, tão importante quanto diagnosticar as fissuras é diagnosticar a qualidade das mamadas. Assim, o médico possivelmente fará diversas perguntas sobre a técnica de amamentação. Além disso, ele poderá avaliar também o bebê para identificar se ele tem alguma anomalia estrutural oral, pois, apesar de ser mais raro, é possível que as fissuras sejam precipitadas por problemas na anatomia bucal do bebê.

O tratamento tem o objetivo de auxiliar na cicatrização das fissuras atuais e de prevenir o surgimento de novas feridas, incluindo:

  • Educação sobre a técnica adequada de mamada;
  • Evitar o uso de produtos irritantes na região;
  • Fazer o esvaziamento mamário de forma periódica (se necessário) de acordo com as indicações médicas;
  • Deixar as mamas ao ar livre após a amamentação;
  • Evitar roupas que atritem com os mamilos;
  • Curativos e pomadas devem ser usados apenas conforme indicação médica.

Empedramento de leite

O empedramento de leite ocorre quando o leite fica parado dentro dos dutos lactíferos. Com isso, algumas proteínas e substâncias presentes no leite formam um pequeno cristal (“pedrinha”) que entope os dutos. Isso faz com que o leite produzido não seja liberado e fique acumulado no interior das mamas. Então, pode ocorrer a distensão das mamas e uma resposta inflamatória local.

Assim como nas fissuras, a principal causa do empedramento do leite é a técnica incorreta de amamentação. Outros fatores de risco são usar roupas muito justas na região da mama, amamentar sem variar a posição do bebê, amamentar sem variar a mama e não esvaziar as mamas com leite em excesso.

Os principais sintomas do empedramento são:

  • Palpação de uma massa na região das mamas devido ao acúmulo de leite dos dutos lactíferos. Geralmente, a região afetada fica sensível ao toque;
  • Dor, que pode ser constante ou intermitente (vai e volta);
  • “Bolha de leite”, que é a formação de uma pequena bolha branca ou amarelada no mamilo afetado.

O tratamento envolve:

  • Melhorar a técnica de amamentação;
  • Não interromper a amamentação (a não ser que seu médico recomende);
  • Usar compressas quentes e massagem manual eleve;
  • Usar analgésicos prescritos pelo médico em caso de desconforto;
  • Fazer a expressão manual do leite.

Caso o empedramento não se resolva, ele pode evoluir para a galactocele, um cisto de leite. Nessa situação, é necessária a drenagem do cisto por aspiração.

Técnica correta de amamentação

A melhora da técnica de amamentação é fundamental para o tratamento e a prevenção das fissuras mamárias e do empedramento de leite. A técnica da trava é considerada uma das melhores para garantir uma amamentação correta, envolvendo as seguintes etapas:

  • Posicionar o bebê de frente para a mãe, que deve estar em uma posição estável, segurando o bebê com confiança;
  • Com a mão livre, aproxime o mamilo ao lábio inferior do bebê. Isso estimula o reflexo de abrir a boca;
  • Insira o mamilo acima da língua do bebê. Todo o mamilo e a maior parte da aréola devem permanecer dentro da boca dele. A trava acontece quando os lábios superior e inferior estão ao redor do mamilo;
  • Caso a trava não tenha ocorrido adequadamente e o bebê não estiver sugando com um ritmo leve, você pode inserir o mindinho suavemente entre as gengivas para parar a mamada. Então, você pode começar o processo novamente até alcançar uma amamentação que seja confortável para você e para ele.

Além disso, uma boa amamentação envolve também as seguintes medidas:

  • É importante alimentar o bebê sempre que ele tiver fome, pois isso evita que eles suguem com maior intensidade. Não se deve apressar o bebê: deixe que cada amamentação dure cerca de 10 a 20 minutos em cada mama;
  • Você deve cuidar da sua postura para se sentir confortável durante todo o processo de amamentação;
  • Experimente diversas posições do bebê até encontrar aquelas que são melhores para você e para ele. Varie as posições ao longo do tempo para evitar lesões devido ao atrito repetido em uma região da mama.

Portanto, se você tiver fissuras mamárias e empedramento de leite, não deixe de procurar um médico para avaliar seus sintomas e tratar as suas queixas. É fundamental entender que sentir dor na amamentação não é normal e que algumas medidas podem ser feitas para ajudá-la nesse sentido.

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Anemia durante a gestação é normal?

Durante a gravidez, ocorrem diversas mudanças fisiológicas significativas no organismo materno. Uma das principais modificações é a mudança no volume de sangue da mãe, que tem a finalidade de atender a maior demanda por nutrientes e oxigênio devido ao crescimento fetal. Em relação a parâmetros de mulheres não grávidas, o volume plasmático aumenta cerca de 50%, enquanto o número de glóbulos vermelhos (hemácias) aumenta em 25%.

Com isso, pode-se perceber que o volume do sangue cresce cerca de duas vezes mais do que a quantidade de hemácias. Ou seja, ocorre uma diluição do sangue materno. Contudo, essas alterações são normais e necessárias para atender às necessidades tanto da mãe quanto do feto em desenvolvimento. Nesse sentido, é preciso diferenciar o que é normal e o que é anormal. Para saber o que caracteriza anemia na gestante, acompanhe nosso post até o final!

O que é a anemia?

A anemia pode simplificadamente ser definida como a queda da concentração de hemoglobina no sangue. Os valores normais do hemograma da mulher grávida são diferentes dos valores da paciente não grávida. Em pacientes não grávidas, a anemia é diagnosticada quando os níveis de hemoglobina ficam abaixo de 12 g/dL. Já a anemia durante a gravidez é diagnosticada quando:

  • Os níveis de hemoglobina caem para abaixo de 11 g/dL nos primeiro e terceiro trimestres;
  • No segundo trimestre, quando o fenômeno da diluição atinge seu pico, a anemia pode ser diagnosticada com concentrações de hemoglobina abaixo de 10,5 g/dL;
  • No pós-parto, os valores de referência caem para 10 g/dL devido a perda de sangue durante o parto.

A identificação da anemia é fundamental no pré-natal. Afinal, essa é uma complicação importante que pode aumentar os riscos para:

  • A mulher. Na gravidez, a anemia pode aumentar o risco de pré-eclâmpsia e de infecções. No parto e no período pós-parto, a anemia aumenta o risco de cesarianas e de sangramentos mais graves. Um estudo da OMS mostrou que as gestantes com a anemia podem ter um risco aumentado de óbito;
  • O feto. Caso a anemia se mantenha durante grande parte da gestação, o bebê pode ter maior risco de estresse fetal e necessidade de tratamentos intensivos no período neonatal, além de problemas de desenvolvimento ao longo da vida.

Por isso, durante esse período, a mulher fará hemogramas periódicos para diagnosticar precocemente a condição.

No Brasil, alguns estudos mostram que até um terço das gestantes pode ter anemia durante a gestação. Na grande maioria dos casos, essa anemia é causada pela deficiência de ferro, cuja demanda aumenta bastante durante a gestação, pois a mulher precisa fornecer ferro para o bebê em desenvolvimento. Nesse sentido, como veremos a seguir, a suplementação preventiva pode ser uma medida essencial para evitar complicações gestacionais, puerperais e neonatais.

Anemia durante a gestação é normal?

Não, apesar de a anemia ser frequente e atingir mais de um terço das grávidas no Brasil e em muitos países do mundo, isso não significa que ela é normal. Por exemplo, em países desenvolvidos, ela ocorre em menos de 10% das grávidas. Isso significa que precisamos melhorar a assistência à saúde e à nutrição das mulheres grávidas durante o pré-natal. Portanto, não podemos normalizar a anemia.

O aumento do volume do sangue leva, sim, a uma menor concentração de hemoglobina durante a gestação. Por exemplo, uma mulher não-grávida seria diagnosticada com anemia se tivesse uma hemoglobina de 11,5 g/dL. Já uma mulher grávida com esse mesmo valor não seria diagnosticada com anemia.

Em outras palavras, não é que a anemia é normal na gestação, são os valores de referência que mudam. Se a gestante tiver níveis de hemoglobina abaixo de 11 g/dL, ela será considerada anêmica e isso não pode ser considerado normal. É uma doença que precisa ser tratada para reduzir riscos de complicações para ela e para seu bebê.

Quais são os sintomas da anemia durante a gestação?

Os sintomas da anemia durante a gravidez são muito inespecíficos e, em muitos casos, podem se confundir com alterações que ocorrem nas gestações normais, como:

  • Cansaço;
  • Fadiga;
  • Palpitações;
  • Frequência cardíaca aumentada (taquicardia);
  • Falta de ar (dispneia) aos esforços.

Em casos mais graves, podem ocorrer inflamação na língua (glossite) e na boca (estomatite). Essas condições se manifestam com o surgimento de feridas na língua, dor oral e dificuldade para engolir.

Como é fundamental prevenir anemias graves, a investigação da anemia geralmente é feita de forma preventiva. Em outras palavras, mesmo que a grávida não tenha sintomas, um hemograma é requisitado a cada trimestre de gestação (no mínimo).

Suplementação de ferro e de ácido fólico para prevenir a anemia

A suplementação de ferro e de ácido fólico também é feita para praticamente todas as mulheres, mesmo aquelas que são assintomáticas. Quando possível, ela deve se iniciar na fase pré-concepcional, ou seja, quando a paciente ainda está planejando a gestação. Isso ajuda o corpo a aumentar a reserva desses nutrientes, reduzindo o risco de anemia desde o início da gestação.

Caso não tenha ocorrido nessa fase, a suplementação deve ocorrer a partir da primeira consulta de pré-natal. Na maioria dos casos, ela é feita independentemente dos resultados dos exames. É importante que a suplementação seja indicada por um médico, pois as doses de ferro e de ácido fólico devem ser individualizadas de acordo com a condição de cada gestante e de cada gestação.

Portanto, a anemia durante a gestação não é normal, devendo ser prevenida e tratada adequadamente. Nesse sentido, durante o pré-natal, é feita a suplementação preventiva de nutrientes, além da realização de hemogramas periódicos mesmo em pacientes assintomáticas.

Quer saber mais sobre a suplementação nutricional para gestantes? Toque aqui!

Pré-natal: exames do 2º trimestre

A divisão da gravidez em três trimestres é uma forma prática de acompanhar as mudanças e o desenvolvimento do bebê. Cada trimestre apresenta características específicas e, por isso, no pré-natal, são pedidos exames específicos para avaliar marcos importantes tanto para a saúde do feto quanto da gestante.

No primeiro trimestre, ocorre a formação dos órgãos principais, início dos batimentos cardíacos, desenvolvimento dos membros e do sistema nervoso. No segundo trimestre, a formação dos órgãos já está praticamente completa. Nessa fase, o bebê passa crescimento acelerado, desenvolvimento dos sentidos e apresenta movimentos mais perceptíveis. O terceiro trimestre é marcado pelo ganho de peso, pelo amadurecimento dos pulmões e pelo posicionamento para o parto.

Quer saber mais sobre os exames pedidos no segundo trimestre de gestação? Acompanhe até o final!

Quais exames laboratoriais são pedidos no segundo trimestre?

Hemograma

O hemograma é um exame fundamental no segundo trimestre, pois ajuda a avaliar parâmetros hematológicos, como:

  • Contagem de hemácias e avaliação da concentração de hemoglobina – no segundo trimestre, há um aumento significativo do volume sanguíneo da mãe, o que pode diluir a concentração de hemácias e hemoglobina no sangue. Essa condição é chamada de anemia relativa ou anemia por diluição. Apesar de não ser uma anemia propriamente dita, ela pode causar complicações semelhantes, como fadiga;
  • Contagem de leucócitos (glóbulos brancos) – esse parâmetro ajuda a detectar infecções e outras alterações. Por exemplo, um aumento expressivo nos níveis de leucócitos em comparação com o primeiro trimestre pode indicar uma infecção oculta. Durante a gravidez, o sistema imunológico da mãe é naturalmente suprimido para evitar a rejeição do feto. Isso pode aumentar a suscetibilidade a infecções, mas deixá-las menos sintomáticas devido à redução da intensidade da reação inflamatória;
  • Contagem de plaquetas – número de plaquetas é importante para avaliar a capacidade de coagulação do sangue. Trombocitopenia (baixa contagem de plaquetas) pode ser um sinal de condições graves como a pré-eclâmpsia ou a síndrome HELLP, que necessitam de intervenção imediata.

Sorologia para HIV

Detectar o HIV precocemente permite a implementação de terapias antirretrovirais, que reduzem significativamente a carga viral no organismo da mãe, diminuindo o risco de transmissão vertical (da mãe para o filho) durante a gestação. Além disso, o diagnóstico precoce possibilita um planejamento adequado para o parto e o acompanhamento do recém-nascido, aumentando as chances de que ele nasça sem o vírus.

O impacto dessa intervenção é tão positivo que a sorologia para HIV é repetida no segundo trimestre. Assim, podemos identificar falsos negativos no primeiro exame devido à janela imunológica (a pessoa porta o vírus, mas os níveis de anticorpos ainda são indetectáveis) ou casos de infecção após o primeiro exame.

Detecção da toxoplasmose

A infecção por Toxoplasma gondii pode ser transmitida ao feto, resultando em complicações, como:

  • Aborto espontâneo;
  • Parto prematuro;
  • Malformações congênitas;
  • Macrocefalia;

O Brasil ainda é um país endêmico para a toxoplasmose. Então, a triagem rotineira e o tratamento dessa infecção durante o pré-natal são medidas relativamente simples para uma condição que pode ter consequências muito graves.

Reação para rubéola

A infecção materna por rubéola, especialmente nas primeiras 20 semanas de gestação, apresenta alto risco de transmissão vertical. Ela pode levar à síndrome da rubéola congênita, que pode causar diversos defeitos congênitos, tais quais:

  • Problemas cardíacos;
  • Surdez;
  • Catarata;
  • Atraso no desenvolvimento.

Sorologia para hepatite B, hepatite C e citomegalovírus

A hepatite B ou C pode ser transmitida da mãe para o feto durante a gestação, parto ou amamentação, aumentando o risco de doenças hepáticas crônicas na criança. A identificação precoce dessas infecções permite que os profissionais de saúde adotem medidas preventivas, como a administração de imunoglobulina hepatite B no recém-nascido, além de planejar o parto de forma a minimizar os riscos de transmissão, assim como ocorre no caso do HIV.

O citomegalovírus é um vírus que, quando transmitido da mãe para o feto, pode causar anomalias congênitas, como:

  • Surdez;
  • Microcefalia;
  • Atraso no desenvolvimento.

Exame de urina

O exame de urina é um teste simples, mas que pode trazer informações muito importantes sobre a gestação:

  • Ele pode detectar infecções urinárias assintomáticas, que são comuns durante a gravidez. Se não tratadas, podem levar a complicações como pielonefrite e parto prematuro;
  • Ele pode ajudar a diagnosticar a pré-eclâmpsia, uma condição caracterizada pela presença de níveis elevados de proteínas na urina associada à hipertensão arterial;
  • Ele pode indicar diabetes gestacional, a qual pode cursar com presença de glicose na urina.

Quais exames de imagem são feitos no segundo trimestre?

Durante o segundo trimestre, são indicados dois tipos de ultrassonografia. Uma delas é a ultrassonografia transvaginal de segundo trimestre, que é um exame feito inserindo um transdutor na vagina, permitindo uma visualização detalhada da pelve. Seu principal objetivo é medir o colo do útero, visto que o colo curto é um dos critérios utilizados para diagnosticar a incompetência istmocervical e para avaliar os riscos de parto prematuro.

O outro tipo é a ultrassonografia morfológica de segundo trimestre, que avalia a morfologia do feto, a posição da placenta e a quantidade de líquido amniótico. Esse exame é fundamental para:

  • Diagnosticar possíveis malformações fetais e anomalias no desenvolvimento;
  • Identificar situações como placenta prévia;
  • Detectar problemas como oligodrâmnio (volume baixo de líquido amniótico) ou polidrâmnio (excesso de volume de líquido amniótico).

Portanto, os exames realizados durante o segundo trimestre do pré-natal promovem a saúde, previnem doenças e permitem o tratamento de eventuais condições identificadas nos rastreios. Além disso, os exames pré-natais fornecem informações importantes sobre o crescimento e a vitalidade do feto, tranquilizando a gestante e possibilitando um acompanhamento individualizado da gravidez.

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Papanicolau: quando fazer e o que ele pode detectar

O Papanicolau é um dos exames preventivos mais importantes para a saúde da mulher. Ele identifica lesões precursoras do câncer de colo do útero, assim como tumores malignos em estágios iniciais. Ele ocupa o terceiro lugar no ranking de mortalidade por câncer em mulheres, tendo sido responsável por 6,1% dos óbitos por causas oncológicas na população feminina. Felizmente, ele pode ser prevenido com diversas medidas, reduzindo tanto sua ocorrência quanto as suas complicações.

Quer saber mais sobre quando o Papanicolau deve ser feito e o que ele pode detectar? Acompanhe até o final!

O que ele pode detectar?

O Papanicolau é um exame que tem o objetivo de rastrear lesões que podem evoluir para câncer de colo do útero e tratá-las antes que se tornem câncer. Também pode rastrear o carcinoma in situ do colo do útero, permitindo um tratamento precoce. Em alguns casos, ele pode detectar vaginoses e outras infecções, mas esse não é indicado com essa finalidade.

Mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero são causados por infecções prévias com tipos de alto risco do papilomavírus humano (HPV). Portanto, para entender por que e quando fazer o Papanicolau, é preciso entender como ocorre a infecção pelo HPV e a evolução para lesões mais preocupantes.

O Papanicolau coleta células do colo do útero. Ele não detecta a presença do HPV em si, mas as alterações celulares indicativas de lesões causadas por esse vírus. Essas células são obtidas por meio de uma leve raspagem da parte externa (ectocérvice) e interna (endocérvice) do colo do útero, utilizando uma espátula e uma escovinha.

A amostra coletada é enviada para um laboratório especializado, onde é analisada por um profissional para identificar possíveis alterações celulares que possam indicar lesões pré-cancerosas ou cancerosas.

O HPV é um vírus transmitido principalmente pelo contato da pele infectada com a pele saudável. Geralmente, as infecções no trato genital são causadas pelo contato íntimo durante as relações sexuais. Apesar de o sistema imunológico naturalmente combater a infecção na grande maioria das mulheres, ela pode persistir em alguns casos.

Em algumas mulheres, esses vírus podem causar infecções persistentes que causam alterações progressivas no DNA das células do colo do útero. Inicialmente, essas alterações são leves e causam lesões com baixo risco de evolução para o câncer (displasia de baixo grau). Caso não sejam tratadas, elas podem se transformar em lesões pré-malignas (displasia de alto grau), isto é, com risco elevado de evolução para o câncer.

A displasia de alto grau pode evoluir para o carcinoma in situ, um pequeno tumor que ainda não invadiu camadas mais profundas da mucosa do colo do útero. Sem tratamento, o carcinoma in situ pode evoluir para um tumor invasivo, que está relacionado a taxas mais elevadas de mortalidade.

Quando fazer o Papanicolau?

A evolução da infecção para displasias e para o câncer do colo de útero é lenta, ocorrendo progressivamente ao longo de muitos anos. Por esse motivo, o Papanicolau não é necessário para mulheres nos primeiros anos da vida sexual. Também não é indicado para mulheres que nunca tiveram relações sexuais nem heterossexuais nem homossexuais.

Idade para começar a fazer o Papanicolau

O Ministério da Saúde recomenda o início do rastreio com 25 anos de idade. No entanto, algumas sociedades médicas indicam o início do rastreio aos 21 anos de idade. Portanto, há médicos que podem indicar o começo do rastreio em diferentes idades.

Fazer o rastreio antes dos 21 anos de idade não é recomendado. Afinal, os estudos mostram que essa medida traz mais malefícios do que risco. Como a evolução das lesões até o câncer é lenta, dificilmente seriam identificadas lesões de alto risco. Fazer o exame muito precocemente pode levar a intervenções médicas invasivas desnecessárias.

Frequência de realização

Os dois primeiros exames são realizados com intervalo de um ano entre si. Depois disso, caso ambos resultados forem negativos, a frequência do exame é a cada três anos. Esse intervalo será mantido se os resultados forem sempre negativos.

Contudo, se os resultados indicarem alguma alteração ou tiverem significado indeterminado, a conduta muda. Se forem lesões menos preocupantes, indica-se a realização do Papanicolau com maior frequência. Caso as lesões sejam mais preocupantes, encaminha-se a paciente para um exame mais avançado, a colposcopia.

Idade para parar de fazer o Papanicolau

O rastreio pode ser interrompido quando a mulher após os 64 anos desde que a mulher preencha os seguintes critérios:

  • Se a mulher não tiver história prévia de neoplasia pré-invasiva e tiver dois exames negativos nos últimos cinco anos, ela está dispensada;
  • Se a mulher estiver com a rotina de rastreio irregular aos 64 anos, ela deve realizar um ou dois exames para que a condição anterior seja alcançada. Com resultados negativos, ela está dispensada do rastreio periódico;
  • Se a mulher não tiver feito nenhum Papanicolau antes dos 64 anos, serão indicados dois exames com intervalo de três anos entre eles. Caso os resultados sejam negativos, ela não precisa fazer mais nenhum exame preventivo.

Portanto, o Papanicolau permite identificar lesões pré-cancerosas e cancerosas no colo do útero em estágios iniciais, quando ainda não apresentam sintomas. Isso possibilita o tratamento precoce, aumentando as chances de cura e reduzindo a mortalidade por essa doença.

Quer saber mais sobre o Papanicolau e como ele é feito? Toque aqui!

SOP e gravidez: saiba mais sobre o assunto

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma condição endócrino-ginecológica, sendo caracterizada pelo excesso de hormônios androgênios (hiperandrogenismo) em mulheres durante a idade reprodutiva.

Conhecidas popularmente como hormônios masculinos, os androgênios prejudicam a função ovariana, o que pode levar à dificuldade de ovulação e a ciclos anovulatórios. Com o tempo, podem surgir múltiplos cistos nos ovários dessas pacientes devido ao acúmulo de folículos imaturos que não completaram seu ciclo até a ovulação.

A SOP é a principal causa de anovulação crônica. Com isso, a SOP é a principal causa hormonal de infertilidade. Apesar de a SOP tornar mais difícil engravidar, muitas mulheres com SOP engravidam espontaneamente. Quando isso não ocorre, elas podem ainda utilizar tratamentos para melhorar a fertilidade.

Como a SOP atinge entre 5% e 10% das mulheres, há muitas grávidas com SOP e que têm muita dúvida sobre os cuidados durante a gestação. Neste post, vamos falar sobre esse tema detalhadamente. Ficou interessada? Acompanhe até o final!

A síndrome dos ovários policísticos afeta a gestação?

Sim, a SOP aumenta o risco de algumas complicações gestacionais, como:

Aborto

Alguns estudos apontam que a SOP pode estar associada a um risco três vezes maior de abortamento em comparação com mulheres sem a condição. Algumas pesquisas mostraram que o tratamento com metformina pode reduzir o risco de abortamento em mulheres com SOP, mas outras não mostraram esse mesmo benefício. Com isso, não existe uma conduta definitiva para a prevenção dessa complicação.

Diabetes gestacional

A diabetes gestacional ocorre quando uma gestante sem diagnóstico prévio de diabetes apresenta níveis de glicose (“açúcar”) anormalmente elevados no sangue durante a gestação. Essa complicação é mais comum em mulheres com SOP, pois a SOP também está relacionada a um quadro de resistência à insulina. Esse hormônio é fundamental para reduzir os níveis de glicose no sangue.

A diabetes gestacional é considerada uma condição preocupante na gestação, pois aumenta o risco de diversas complicações:

  • Necessidade de parto cesariano;
  • Hipoglicemia (quando os níveis de glicose ficam muito baixos) no recém-nascido;
  • Dificuldades respiratórias no recém-nascido;
  • Bebê grande para a idade gestacional.

 Pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é também uma condição muito preocupante durante uma gestação, sendo caracterizada pelos seguintes sinais após a 20ª semana de gestação:

  • Aumento da pressão arterial (maior ou igual a 140×90 mmHg) em duas medidas com intervalo de 4 horas;
  • Presença de níveis elevados de proteínas na urina, o que é um indicativo de lesão vascular renal.

A pré-eclâmpsia, por si só, está associada a complicações obstétricas, como parto prematuro e abortamento. Caso não seja acompanhada e tratada adequadamente, a pré-eclâmpsia pode evoluir para eclâmpsia e causar complicações gravíssimas para a mãe, como:

  • Insuficiência renal ou hepática;
  • Convulsões;
  • Óbito.

Nascimento prematuro

A SOP também está relacionada com um maior risco de parto prematuro, isto é, nascimento do bebê após a 24ª semana de gestação e antes da 37ª semana. O nascimento prematuro pode trazer complicações para o recém-nascido, como:

  • Dificuldades respiratórias;
  • Dificuldades para se alimentar;
  • Maior risco de óbito.

Maior risco de cesarianas

A cesariana é o parto cirúrgico. Apesar de ser muito realizada de forma eletiva, a cesariana traz maiores riscos para a mãe e para o bebê tanto no curto quanto no longo prazo. Nesse sentido, a necessidade de realização de uma cesariana é considerada uma complicação.

Geralmente, a cesariana não é indicada devido à SOP em si. Ela se deve à necessidade de interromper precocemente a gestação devido a doenças hipertensivas da gestação e outras complicações.

Preparação para a gravidez

Triagem pré-concepcional de diabetes: uma atenção especial deve ser dada à diabetes. Com isso, recomenda-se que a paciente realize um teste oral de tolerância à glicose antes da gestação;

Perda de peso: uma perda de 5% do peso melhora a fertilidade das pacientes com SOP, ajudando a regular o ciclo e a ovulação. Além disso, a redução do peso no período pré-concepcional também pode reduzir o risco de complicações gestacionais.

Condutas de pré-natal que os médicos podem indicar para pacientes com SOP

A SOP, por si só, geralmente não é considerada uma condição de alto risco na gestação. Então, se não surgirem complicações que justifiquem um pré-natal de alto risco, as pacientes são acompanhadas com a rotina de pré-natal de risco habitual.

Além disso, atualmente, não há nenhum tratamento específico para reduzir o risco de complicações gestacionais em pacientes com SOP. Portanto, a conduta médica será focada no tratamento de condições que surgirem no decorrer da gestação, como a diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia.

Diversas pesquisas têm sido realizadas com medicamentos que reduzem a resistência à insulina, mas não há resultados definitivos. Com isso, há médicos que podem indicá-las, enquanto outros não. A decisão dependerá de diversos fatores, como o risco individual de cada paciente.

Nesse sentido, o mais importante é a manutenção de um acompanhamento médico periódico de acordo com a rotina de pré-natal indicada pelo seu médico. Isso pode promover o diagnóstico e o tratamento precoces de doenças gestacionais que podem levar a complicações mais graves.

Algumas medidas mais específicas para pacientes com SOP são:

  • Avaliação dos medicamentos: algumas pacientes com SOP utilizam tratamentos hormonais e outros tipos de medicações para tratar os sintomas de hiperandrogenismo ou para tratar a resistência à insulina. Seu médico avaliará essas medicações e suspenderá aquelas que podem prejudicar o desenvolvimento do bebê ou da gestação. Caso necessário, ele poderá substituir por medicações mais seguras, como a metformina;
  • Triagem de diabetes: em mulheres com SOP, recomenda-se que a primeira triagem de diabetes com um teste oral de tolerância à glicose ocorra preferencialmente antes da 20ª semana de gestação durante o pré-natal. Se o resultado desse teste for negativo, deve-se repetir a triagem entre 24 e 28 semanas de gestação;
  • Avaliação da saúde mental: mulheres com SOP apresentam risco mais elevado de sofrimento psicológico durante e após a gestação. Nesse sentido, é importante avaliar a rotineiramente a presença de sintomas de depressão e de ansiedade;
  • Atividade física: a realização de 150 minutos de atividades físicas por semana, em intensidade leve a moderada, melhora a saúde da mulher com SOP durante a gestação. No entanto, antes de realizar qualquer exercício físico, consulte o médico que acompanha sua gestação, pois, em alguns casos, a atividade física pode ser contraindicada.

Portanto, a SOP é uma condição que pode influenciar a gestação e que deve ser acompanhada com cuidado durante o pré-natal. No entanto, é importante ressaltar que a maioria das gestações de mulheres com SOP ocorre sem nenhuma complicação e com nascimentos saudáveis.

Quer saber mais sobre a SOP e o impacto dela na fertilidade feminina? Toque aqui!

Incompetência istmocervical: conduta

O pré-natal é uma das medidas mais importantes de cuidado que a gestante pode ter consigo mesma e com seu bebê. Afinal, nessa rotina de consultas obstétricas, é feito o acompanhamento da gravidez com a avaliação, prevenção e tratamento de fatores que podem colocar a mãe e o bebê em risco.

Além de acolher e de orientar a mulher, a rotina de pré-natal inclui um exame físico completo e exames periódicos, como a ultrassonografia. Um dos fatores são as características do colo do útero. Assim, é possível identificar a incompetência istmocervical.

O colo uterino é uma estrutura formada pela porção mais inferior do útero, estando localizada ao final da vagina. Ele apresenta um canal, que conecta a cavidade uterina com o canal vaginal. No final da gestação, o colo uterino se dilata até aproximadamente 10 centímetros para criar o canal de parto por onde passa o bebê.

Quando a dilatação do colo do útero ocorre precocemente de forma não dolorosa, mas persistente, durante o segundo trimestre de gestação, chamamos essa condição de incompetência istmocervical. Quer saber mais sobre ela e quais as condutas quando ela ocorre? Acompanhe até o final!

O que é incompetência istmocervical?

Como vimos, o colo uterino é uma estrutura muito importante durante a gestação. Antes do início do trabalho de parto, sua principal função é segurar o bebê dentro do útero, evitando um aborto ou um parto prematuro.

A parede do colo do útero apresenta células musculares lisas, assim como na parede do útero. Isso faz com que ele tenha a capacidade de se contrair e de se relaxar. Fatores hormonais, bioquímicos e físicos controlam o nível de contração do colo uterino (tônus). Durante a maior parte da gestação, essas células estão fortemente contraídas.

Um dos primeiros eventos do início do trabalho de parto é o relaxamento dessa contração, fazendo com o colo uterino se dilate progressivamente. Isso deve ocorrer idealmente após a 37ª semana de gestação e antes da 41ª semana de gestação.

A incompetência istmocervical pode ser definida como a dilatação precoce do colo uterino com as seguintes características:

  • Ocorre no segundo trimestre de gestação;
  • É uma dilatação não dolorosa;
  • Não está acompanhada de contrações uterinas anormais ou indicativas de trabalho de parto.

Ela geralmente é recorrente. Ou seja, se a mulher apresentou incompetência istmocervical em uma gravidez, é provável que a condição ocorra também em futuras gestações.

Apesar de as causas exatas não serem completamente esclarecidas, a condição decorre de uma fraqueza estrutural do colo do útero, cujos principais fatores de risco são:

  • Traumas cervicais em procedimentos ginecológicos prévios, como curetagem, histeroscopia, tratamento de neoplasias intraepiteliais cervicais ou cirurgia uterina;
  • Traumas cervicais durante o parto normal ou devido a intervenções obstétricas, como uso de fórceps.

Além disso, raramente é causada por anomalias congênitas.

Condutas e tratamento na incompetência istmocervical

As principais condutas na incompetência istmocervical são:

  • Cerclagem cervical — é um procedimento cirúrgico realizado durante a gravidez com o objetivo de prevenir o parto prematuro. Consiste em uma sutura circular do colo do útero para fortalecer e impedir que ele se abra antes do tempo;
  • Suplementação de progesterona — progesterona é um hormônio importante na manutenção da gravidez, ajudando a relaxar o útero e prevenir contrações prematuras.

Veja a seguir as situações em que elas podem ser indicadas:

Pacientes com histórico de incompetência istmocervical prévia

Nos casos de pacientes com história de incompetência istmocervical em gestações passadas, adota-se uma conduta preventiva. Ou seja, a intervenção é realizada mesmo sem uma dilatação atual.

A principal medida é a cerclagem entre a 12ª e a 14ª semana de gestação, pois isso pode reduzir significativamente o risco de perda gestacional e de parto prematuro. Alguns obstetras também podem indicar o uso de progesterona semanalmente entre a 16ª a 36ª semana de gestação.

Essas condutas também são indicadas para pacientes com perdas gestacionais frequentes durante o segundo trimestre de gestação, mesmo que não tenha sido feito o diagnóstico de incompetência istmocervical. Afinal, essa condição é a principal causa de aborto recorrente durante o segundo trimestre.

Pacientes diagnosticadas com incompetência istmocervical pela ultrassonografia

O principal critério para diagnosticar a incompetência istmocervical pela ultrassonografia é uma medida do colo menor ou igual a 25 milímetros antes de 24 semanas de gestação. Caso a paciente tenha uma história de nascimento prematuro associada à alteração ultrassonográfica, indica-se a cerclagem. A suplementação de progesterona associada à cerclagem pode ser feita a critério médico.

Pacientes diagnosticadas com incompetência istmocervical pelo exame físico

Nesse caso, a incompetência istmocervical é diagnosticada quando há evidência de dilatação do colo uterino durante o exame especular ou o toque vaginal. A conduta nessa situação é realizar exames para excluir a possibilidade de uma infecção intra-amniótica. Se a possibilidade dessa doença for excluída, indica-se a cerclagem.

Portanto, a incompetência istmocervical é uma condição em que o colo do útero encurta e se dilata prematuramente, aumentando o risco de parto prematuro e perda gestacional. As condutas adotadas não têm o objetivo de reverter a incompetência istmocervical, mas de evitar que essas complicações ocorram.

Quer saber mais sobre o pré-natal e os exames preventivos realizados em cada trimestre de gestação? Toque aqui!

O que é mastite?

A amamentação, embora seja um processo natural e importante para a saúde do bebê e da mãe. Nesse sentido, cada experiência de amamentação é única e, felizmente, muitas dificuldades (como a mastite) que aparecem podem ser superadas com orientação profissional e suporte adequado. Com isso, apesar dos contratempos, muitas mulheres relatam bastante satisfação ao final do processo de amamentação, reconhecendo-a como uma jornada recompensadora.

A amamentação é especialmente difícil nas primeiras semanas após o parto, em especial para mães de primeira viagem. Nos primeiros dias ou semanas, muitas mulheres experimentam dor nos mamilos ou desconforto durante a amamentação. Em alguns casos, pode ocorrer o ingurgitamento mamário, condição em que mamas ficam excessivamente cheias de leite, causando desconforto e dificultando a amamentação.

Caso persista e não seja tratado adequadamente, o ingurgitamento pode levar a problemas como mastite. A mastite é uma inflamação dolorosa da mama, geralmente causada por uma infecção bacteriana. Ela pode ocorrer também fora do contexto da amamentação e em lactantes sem ingurgitamento mamário, mas é menos comum.

A mastite pode ser bastante desconfortável para as mães que estão amamentando, mas geralmente pode ser tratada com sucesso por um médico. Por esse motivo, o acompanhamento ginecológico-obstétrico durante o puerpério e a amamentação é tão importante.

Quer saber mais sobre o que é a mastite, seus sintomas, como preveni-la e tratá-la? Acompanhe até o final!

O que é mastite?

A mastite é a inflamação das mamas, um problema comum que afeta principalmente mulheres que estão amamentando, durante o puerpério. No entanto, também pode ocorrer em mulheres que não estão amamentando e até mesmo em homens.

Causas da mastite

A principal causa da mastite é o acúmulo de leite nos ductos mamários, o que facilita a proliferação bacteriana. O ingurgitamento mamário pode ocorrer por diversos fatores, como:

  • Mamadas espaçadas ou irregulares;
  • Pega incorreta do bebê ao seio;
  • Fissuras mamárias, as quais também aumentam o risco de mastite;
  • Compressão dos seios por roupas apertadas.

Em alguns casos, o acúmulo de leite pode levar à proliferação de bactérias nos ductos mamários, causando a mastite infecciosa. As bactérias podem entrar pelas fissuras nos mamilos ou pelos ductos mamários. O uso de bombas tira-leite e conchas também são fatores de risco para mastite, pois esses objetos podem ser facilmente colonizados por bactérias.

Os principais microrganismos envolvidos nesse tipo de infecção são o Staphylococcus aureus e o Staphylococcus epidermidis, os quais estão presentes na flora microbiana da pele da maioria das mulheres.

Sintomas da mastite

Os principais sintomas de mastite são:

  • Dor na mama: é o principal sintoma da mastite, usualmente ocorre em apenas uma mama, descrita como uma sensação de queimação que piora com o toque e a amamentação;
  • Sinais inflamatórios: a mama afetada pode ficar inchada, quente ao toque e apresentar vermelhidão;
  • Febre e calafrios: em casos de mastite infecciosa, a mulher pode apresentar febre, calafrios, mal-estar e fadiga;
  • Alterações no leite materno: o leite materno pode apresentar grumos, espessamento ou coloração amarelada ou avermelhada.

A dor da mastite, comprometendo a capacidade de a mulher amamentar. Por esse motivo, precisa ser tratada rapidamente e com bastante atenção para não comprometer a experiência da mulher com a amamentação.

Diagnóstico da mastite

Em geral, o diagnóstico é clínico, isto é, com base nos sinais e sintomas da paciente identificados durante o exame médico. O médico começará avaliando os sintomas relatados pelo paciente, como dor, vermelhidão, inchaço e febre. Um exame físico cuidadoso da mama afetada será realizado para verificar sinais de inflamação, como calor e sensibilidade.

Tratamento da mastite

Se a mastite for causada por uma infecção bacteriana, o tratamento principal é o uso de antibióticos. O médico prescreverá um antibiótico adequado com base na suspeita clínica e nos resultados dos exames. É essencial completar o curso completo de antibióticos conforme prescrito pelo médico, mesmo que os sintomas melhorem antes do término do tratamento.

Caso o tratamento inicial não tenha o efeito desejado, podem ser requisitados outros exames, como:

  • Ultrassonografia para avaliar a presença de complicações, como o abscesso mamário;
  • Cultura de secreção mamilar com antibiograma para identificar se a infecção é causada por bactérias resistentes aos antibióticos usados no tratamento usual.

Por que amamentar é tão importante?

Se a mastite ocorrer durante a amamentação, é fundamental continuar amamentando na mama não afetada para prevenir o ingurgitamento dela. A mama afetada pode ser ordenhada regularmente para esvaziá-la e evitar complicações maiores. Isso também ajuda na recuperação. Para aliviar a dor, você pode aplicar compressas no local conforme indicado pelo médico. O uso de analgésicos deve ser feito sob orientação médica.

Continuar a amamentar, quando possível, é importantíssimo. Afinal, por meio do leite materno, a mãe oferece ao seu filho o alimento ideal para seu desenvolvimento físico, emocional e intelectual:

  • Nutrição completa: o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento do bebê nos primeiros seis meses de vida;
  • Fortalecimento do sistema imunológico: o leite materno é rico em anticorpos, células de defesa e outras substâncias que protegem o bebê contra infecções respiratórias, intestinais e até mesmo otite (infecção de ouvido);
  • Desenvolvimento da inteligência: o leite materno contém nutrientes importantes para o neurodesenvolvimento do bebê, como ácidos graxos ômega-3 e colina, que contribuem para a cognição, memória e aprendizado;
  • Formação de um vínculo afetivo único: a amamentação promove o contato pele a pele entre mãe e bebê, fortalecendo o vínculo afetivo entre eles.

Para a mãe, alguns benefícios são:

  • Recuperação pós-parto: a amamentação ajuda na involução do útero, diminuindo o risco de sangramento e acelera a recuperação da mãe;
  • Efeitos contraceptivos: a amamentação reduz o risco de uma nova gestação nos primeiros seis meses de lactação;
  • Redução do risco de ingurgitamento mamário: a maioria das mães que não amamentam continuam produzindo leite. Se esse leite não é liberado, ele se acumula nas mamas, aumentando o risco de ingurgitamento, o qual pode evoluir para a mastite.

Portanto, é importante procurar atendimento médico assim que os sintomas de mastite surgirem para receber um diagnóstico adequado e iniciar o tratamento precocemente. Isso geralmente resulta em uma recuperação mais rápida e completa da mastite.

Assim, você pode voltar a amamentar normalmente. Caso se sinta insegura para esse retorno, converse com seu médico para que ele a acolha e dê orientações para ajudá-la durante as mamadas.

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Dilatação: importância para o parto normal humanizado

O colo do útero é a parte inferior do útero que se projeta na vagina. Ele tem formato cilíndrico com cerca de 3 a 5 cm de comprimento e de 2,5 cm de diâmetro. No centro do colo do útero, encontramos o canal cervical, o qual conecta a cavidade uterina à vagina. Durante o parto normal, esse canal cervical se dilata para permitir a passagem do bebê.

A dilatação do colo do útero é um fenômeno fundamental no trabalho de parto, sendo medida constantemente pelos obstetras para identificar a evolução do parto. Nesse sentido, compreender esse processo é importante para as futuras mães se prepararem para o parto. Afinal, dentro dos princípios do parto humanizado, o protagonismo da mulher é muito valorizado e o conhecimento correto é uma parte fundamental desse objetivo.

Nesse sentido, a dilatação do colo do útero é um dos dados que uma gestante vai ouvir mais frequentemente durante o trabalho de parto normal. Ao entendê-la, podemos empoderar você a tomar decisões mais seguras a respeito do próprio parto. Além disso, saber o que está acontecendo no próprio corpo e entender a linguagem médica reduz medos e dúvidas, proporcionando uma experiência mais tranquila.

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O que é dilatação?

A dilatação é o aumento gradual do diâmetro do canal do colo uterino. O processo de dilatação do colo do útero é avaliado de acordo com três fases distintas do parto, cada uma com suas características e duração:

Fase latente

Marcada por contrações irregulares e leves, como cólicas menstruais. O colo do útero começa a se amolecer e afinar, um processo conhecido como “apagamento cervical”. Esse processo é mais comum em mães de primeira viagem (primíparas) e pode não ocorrer em mulheres que já tiveram outros partos (multíparas). Ao final da fase latente, a dilatação inicial geralmente é de 1 a 3 cm. Esse processo tem duração variável, podendo durar algumas horas ou até dias.

Fase ativa

As contrações se tornam mais intensas, frequentes e regulares, geralmente a cada 3 a 5 minutos. Com isso, estima-se que a dilatação aumenta de 1 a 2 centímetros a cada hora da fase ativa do parto. Isso estimula o colo do útero a se dilatar de forma rápida e progressiva, atingindo de 3 a 10 cm no final do processo. A duração média é de 4 a 6 horas em primíparas (primeiro parto) e 2 a 3 horas em multíparas (partos subsequentes).

Nesse período, é muito comum você ouvir a equipe obstétrica falar sobre o tamanho da dilatação do colo, visto que esse é um parâmetro muito importante. Em geral, isso não significa nenhum problema durante o parto.

Fase expulsiva

Com o colo do útero totalmente dilatado (10 cm), a mulher entra na fase expulsiva do parto. As contrações assumem um novo padrão, com a mulher sentindo a necessidade de empurrar o bebê para fora.

A duração dessa fase varia, mas geralmente dura até 3 horas em primíparas e 1 hora em multíparas. Nessa fase, a mulher recebe orientação da equipe obstétrica sobre as técnicas de empurrão e de respiração mais adequadas. Desse modo, você poderá fazer um esforço mais eficaz, reduzindo o risco de esgotamento durante o processo.

Essa fase pode ser acompanhada de bastante desconforto para algumas gestantes. Por isso, dentro dos princípios do parto humanizado, buscamos deixá-la o mais confortável possível tanto física quanto emocionalmente.

Assim, a mulher pode utilizar diversas técnicas para aliviar a dor, como banho morto, bolo suíça, exercícios pélvicos e técnicas de respiração profunda. Caso deseje, também pode receber uma analgesia apropriada para o parto. O apoio da equipe obstétrica e de familiares também é fundamental para encorajar e tranquilizar a mulher.

Dilatação no parto induzido humanizado

Existem dois marcos principais de dilatação que os obstetras observam no parto normal:

  • Colo uterino com dilatação de mais de 4 centímetros (maior do que duas polpas digitais), que é um dos sinais que indica a fase ativa do parto;
  • Um colo uterino com dilatação de aproximadamente 10 centímetros, que ajuda a indicar o início da fase expulsiva do parto.

Em alguns casos, a mulher não atinge esses marcos espontaneamente no momento adequado, o que pode causar sofrimento fetal ou esgotamento materno. Então, podem ser necessárias intervenções médicas.

Um princípio fundamental do parto humanizado é o uso das melhores evidências científicas, que devem ser individualizadas para cada gestante. Portanto, essas intervenções serão realizadas quando houver evidências de que o procedimento oferece mais benefícios do que riscos, sendo necessário para a evolução saudável do parto. Para isso, podem ser utilizadas medicações indutoras do parto, como a ocitocina.

Dilatação na cesariana

Na maior parte dos casos, a cesariana é realizada de forma eletiva sem que a mulher tenha entrado em trabalho de parto. Nesse sentido, o colo uterino não está dilatado no momento do parto. Contudo, existem as cesarianas intraparto, quando elas acontecem durante um trabalho de parto desfavorável e ocorre a necessidade do desfecho cirúrgico. Ainda assim, o parto deve seguir todos os princípios da humanização.

A dilatação no parto humanizado

O parto humanizado é uma abordagem centrada na mulher e em suas necessidades emocionais, físicas e sociais durante o trabalho de parto. Os princípios fundamentais do parto humanizado incluem:

  • Protagonismo da mulher: o respeito à autonomia da mulher, possibilitando que ela tome decisões informadas e participe ativamente do processo de parto;
  • Individualização biopsicossocial: promove o cuidado personalizado e individualizado, garantindo que a mulher seja tratada com dignidade e respeito por todo o pessoal envolvido no parto;
  • Obstetrícia baseada em evidências científicas: o parto humanizado também valoriza a redução de intervenções desnecessárias, utilizando procedimentos com indicações baseadas nas melhores evidências científicas.

Várias decisões médicas durante o parto são individualizadas de acordo com a dilatação e evolução que a gestante apresenta. Portanto, saber o que cada etapa significa pode ajudar você a ter mais tranquilidade e autonomia durante o trabalho de parto. Assim, é possível ter uma experiência mais positiva, contribuindo para o bem-estar tanto de você quanto do bebê, o que representa o grande objetivo do parto humanizado.

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Colo do útero: saiba mais sobre o que acontece durante a gestação

O colo do útero é uma estrutura muscular em forma de tubo que conecta o útero à vagina. Ele está localizado na parte inferior do útero, na extremidade superior da vagina. Em mulheres não grávidas, o colo do útero tem cerca de 2,5 a 3 cm de comprimento com superfície lisa e consistência firme.

Ele serve como um canal de passagem para o esperma durante a relação sexual e para o bebê durante o parto. Além disso, o colo do útero produz muco que atua como uma barreira de proteção contra infecções.

Esse muco pode ser mais ou menos espesso, dependendo da fase do ciclo menstrual. Quando está mais espesso, ele oferece proteção contra gestações. Durante a ovulação, o muco cervical se torna mais fino e elástico para facilitar a passagem dos espermatozoides em direção ao útero.

Por sua vez, durante a gravidez, o colo do útero permanece fechado para manter o feto no útero até o momento do parto. Ele também produz um tampão de muco que protege o ambiente intrauterino de infecções. Já no trabalho de parto, o colo do útero se dilata para permitir a passagem do bebê através do canal vaginal.

Quer saber sobre as mudanças pelas quais o colo do útero antes, durante e depois da gestação? Acompanhe até o final!

Mudanças no colo uterino ao longo da gestação

O colo do útero também se torna mais macio e flexível, perdendo a consistência firme que tinha antes da gravidez. Com a gestação, ele começa a amolecer, o que é resultado da reabsorção do colágeno, proteína que dá firmeza aos tecidos. Inclusive, um dos sinais que podem ajudar a diagnosticar uma gestação é o amolecimento do colo do útero, que fica com uma consistência parecida à dos lábios ao toque vaginal. Essa alteração é chamada de “regra de Goodell”.

O colo também passa por um processo de afinamento e encurtamento devido ao peso do bebê. Essa mudança é sutil no início da gravidez, mas se torna mais evidente à medida que as semanas de gestação passam.

Formação do tampão mucoso — Nas primeiras semanas de gravidez, um tampão mucoso se forma no canal cervical, bloqueando a entrada do útero. Esse tampão é composto por muco e células, e sua função principal é proteger o bebê de infecções.

O tampão mucoso geralmente é espesso e pegajoso, podendo apresentar uma coloração esbranquiçada ou levemente amarelada. Ele permanece no colo do útero durante a maior parte da gravidez. Ele geralmente apenas se desprende perto do parto, o que pode ser um sinal de que o trabalho de parto está começando.

Transformações do colo uterino em cada semestre de gestação

No primeiro trimestre de gestação, o colo uterino apresenta um tamanho entre 3 e 5 centímetros. No segundo trimestre, ele sofre uma pequena encurtada devido à pressão exercida pelo peso do bebê. Contudo, considera-se o colo curto quando mede menos do que 2,5 centímetros na ultrassonografia obstétrica do segundo trimestre. Nessa situação, pode ser necessária alguma intervenção médica para evitar partos prematuros ou perdas gestacionais.

No terceiro trimestre, à medida que o parto se aproxima, o comprimento do colo diminui até que não seja possível diferenciar o orifício interno do orifício externo. Esse fenômeno é conhecido como o apagamento cervical. É mais pronunciado em mulheres primíparas (nunca tiveram um parto), preparando-o para o parto. Essa mudança, contudo, é menos evidente em multíparas (mulheres que passaram por mais de um parto).

As mudanças do colo uterino durante o trabalho de parto

Enquanto o apagamento é a mudança no comprimento do colo do útero, a dilatação é o processo de abertura do colo do útero durante o trabalho de parto, sendo geralmente precedida pela perda do tampão mucoso. Ela é causada pelas contrações uterinas, que pressionam o colo do útero contra as paredes da vagina.

À medida que a fase ativa do trabalho de parto se inicia, o colo do útero começa se dilatar em um ritmo aproximado de 1 a 2 centímetros por hora, em média. No entanto, até 50% das mulheres podem passar por uma dilatação mais lenta.

Portanto, o processo de dilatação tende a ser lento e gradual, levando várias horas. A fase expulsiva do trabalho de parto geralmente ocorre quando a dilatação cervical atinge cerca de 10 cm. Com isso, há espaço suficiente para que o bebê para que o bebê possa nascer. Quando esse processo não ocorre espontaneamente, pode ser necessário induzir a dilatação.

Pós-parto e novas gestações

No pós-parto, o colo do útero passa por uma série de mudanças para voltar ao seu estado pré-gravidez. Esse processo é influenciado pela involução uterina, que geralmente leva de 6 a 8 semanas para ser concluído. As principais alterações que ocorrem no puerpério são:

  • Diminuição do tamanho: logo após a última fase do trabalho de parto (dequitação), o colo do útero começa a se contrair e diminuir de tamanho. No entanto, o fechamento completo ocorre gradualmente nos dias seguintes ao parto, podendo demorar algumas semanas para ser concluído;
  • Retorno à consistência pré-gravidez: ele se torna mais firme à medida que o processo de involução avança.

Essas mudanças são parte importante do processo de recuperação pós-parto. Por isso, o exame do colo uterino é uma medida importante nas consultas de puerpério.

Portanto, o colo do útero recupera grande parte de suas características pré-gravídicas no pós-parto. Com os cuidados adequados, a maioria das mulheres se recupera completamente e não apresenta nenhum problema a longo prazo.

A maioria das alterações mais prolongadas é benigna. Por exemplo, a cada parto normal que uma mulher tem, as chances de um apagamento e uma dilatação mais rápida aumentam (mas isso não é uma regra).

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