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Miomas: sintomas

Miomas são tumores benignos que crescem no miométrio do útero. O miométrio é a camada mais espessa do útero, sendo constituído de células musculares e tecido conjuntivo. Assim, é ele que permite as contrações uterinas necessárias para o trabalho de parto e para a expulsão da menstruação. A contração das células do miométrio também é a responsável pelas cólicas menstruais e pela dor no trabalho de parto.

Normalmente, as células musculares do miométrio se multiplicam lentamente. Contudo, devido a mutações genéticas, elas podem se reproduzir mais rapidamente e isso leva a formação de tumores. Quando o crescimento da lesão é descontrolado e invade outros tecidos, falamos que é um tumor maligno chamado de leiomiossarcomas. Felizmente, ele é muito raro, acometendo cerca de 4 a cada 1.000.000 de mulheres.

A maioria dos tumores miometriais são miomas, isto é, lesões benignas. Ou seja, elas se multiplicam de forma mais limitada. Apesar de poderem se tornar grandes, com mais de 4 centímetros de diâmetro, eles formam massas que não invadem outros tecidos. Mesmo que causem sintomas incômodos em algumas mulheres, geralmente não representam um risco para a vida. Quer saber mais sobre os sintomas dos miomas? Acompanhe até o final!

Quais são os sintomas dos miomas?

Os miomas são lesões muito comuns. Estima-se que eles possam estar presentes em até um quarto das mulheres em idade reprodutiva. A frequência dos miomas aumenta com a idade e, por isso, frequentemente são diagnosticados em exames de rotina de mulheres na menopausa.

Os miomas são geralmente assintomáticos. Quando surgem, os sintomas dos miomas podem ser divididos em três grupos principais:

Contudo, antes de falarmos sobre cada um deles, é preciso entender os diferentes tipos de miomas. Afinal, os sintomas geralmente estão associados com o tipo de lesão. Os miomas podem ser classificados, de forma simplificada, em três tipos:

  • Miomas submucosos, que são miomas com contato maior com a mucosa uterina, o endométrio. Apesar de não se originarem na mucosa, eles crescem em direção a ela;
  • Como veremos, quanto maior o contato com a mucosa, maiores são as chances de sintomas reprodutivos e de sangramento uterino anormal;
  • Miomas intramurais, que têm grande parte do seu volume limitado ao miométrio;
  • Miomas serosos, os quais crescem em direção à camada mais externa do útero. Com isso, tem maior contato com outros órgãos e podem causar mais sintomas de compressão, como incontinência urinária.

Sangramento uterino anormal

O sintoma mais frequente do mioma é o aumento do fluxo menstrual e do número de dias de menstruação. Além disso, podem ocorrer sangramentos no período intermenstrual e no pós-menopausa.

O tamanho da lesão e a localização das lesões influenciam a ocorrência e o volume de sangramento em mulheres com miomas:

  • Miomas submucosos são os mais frequentemente associados a sangramentos intensos devido à proximidade com o endométrio, mas os intramurais também podem causar esse sintoma;
  • Quanto maior a lesão, maior a chance de sangramentos mais intensos, pois distorcem mais a mucosa;
  • Sangramentos são mais raros nos casos de miomas

O sangramento uterino anormal causado pelos miomas deve ser investigado com atenção. Afinal, a perda prolongada de sangue, mesmo que em pequenos volumes, pode causar o risco de anemia por deficiência de ferro. Um estudo mostrou que mulheres com miomas apresentam maior risco desse tipo de anemia.

Sintomas causados pela compressão

À medida que os miomas crescem, eles podem pressionar estruturas ao seu redor e trazer disfunções. Isso é mais comum em miomas subserosos e miomas intramurais de grande volume. As manifestações mais comuns são:

  • Dor ou sensação de pressão no abdômen;
  • Incontinência urinária com aumento da frequência urinária ou urgência urinária;
  • Dificuldade para urinar;
  • Sensação de que o esvaziamento da bexiga não foi completo;
  • Constipação (em caso de lesões próximas ao reto).

Problemas de fertilidade

Os miomas estão relacionados com uma maior dificuldade para engravidar. Alguns estudos apontaram ainda que essas lesões podem aumentar o risco de abortamentos, mas isso pode estar relacionado ao fato de miomas se tornarem mais frequentes com a idade (o que reduz o prognóstico reprodutivo a partir dos 35 anos).

Além disso, as sociedades médicas indicam que o risco de infertilidade não é igual para todo o tipo de lesão. Ele é maior em mulheres com miomas submucosos ou com miomas maiores do que 4 centímetros de diâmetro, independentemente da localização.

Alguns estudos mostram ainda que os miomas podem estar relacionados com problemas de implantação placentária, restrição ao crescimento fetal e parto prematuro. Contudo, ainda são necessárias mais evidências para confirmar essa associação.

O diagnóstico dos miomas é feito com uma avaliação médica detalhada e confirmado com a ultrassonografia transvaginal. Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames mais detalhados, como uma ressonância magnética ou histeroscopia, para excluir outras causas dos sintomas.

O tratamento pode envolver o acompanhamento periódico das lesões, medicações hormonais, a retirada dos miomas e, em casos graves, a retirada do útero.

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Endometriose: o que acontece com a doença no pós-parto?

O útero é o órgão que abriga as gestações, sendo composto por três camadas. A mais interna é o endométrio, no qual o embrião se implanta no início da gravidez. A camada intermediária é o miométrio, que é composto por células musculares que ajudam nas contrações durante o parto. A mais externa é o perimétrio, o qual protege o útero contra o atrito com outros órgãos.

O endométrio é o tecido que se descama como menstruação caso um ciclo menstrual não tenha resultado em gravidez. Ele normalmente é encontrado apenas na cavidade do útero e sua presença fora do útero geralmente é indicativo de uma doença chamada de endometriose.

Quer saber mais sobre a endometriose e se ela pode melhorar no pós-parto? Acompanhe até o final!

O que é endometriose?

A endometriose é uma condição ginecológica que surge quando lesões de tecido semelhante ao endométrio se implantam em órgãos fora do útero. As principais estruturas afetadas são:

  • Ovários;
  • Peritônio;
  • Bexiga;
  • Intestino grosso;
  • Tubas uterinas;
  • Ligamentos uterinos.

Na tentativa de eliminar o tecido endometrial fora do lugar, o sistema imunológico gera uma inflamação crônica, que, em geral, não tem cura. Felizmente, o controle dos sintomas da endometriose pode ser atingido com o tratamento médico, fazendo com que a mulher volte a ter mais qualidade de vida.

Causas da endometriose

As causas exatas da endometriose ainda não foram completamente esclarecidas. Sabemos hoje que:

  • O endométrio ectópico se comporta de forma semelhante ao endométrio normal da cavidade do útero, principalmente em relação à ação hormonal. O estrogênio é um hormônio que estimula a proliferação do endométrio, fazendo com que suas células se multipliquem mais rapidamente. A ação do estrogênio é contrabalanceada pela da progesterona, que estimula o amadurecimento do endométrio e reduz a multiplicação celular;
  • As lesões da endometriose são dependentes do estrogênio, ou seja, precisam desse hormônio para se manter. Quando os níveis desse hormônio caem, as lesões tendem a regredir e os sintomas se aliviam;
  • Níveis elevados de progesterona ajudam a controlar a endometriose. Por esse motivo, os sintomas melhoram em situações em que os níveis da progesterona naturalmente se tornam aumentados no organismo, como na gravidez e na amamentação.

Sintomas, diagnóstico e tratamento da endometriose

Os principais sintomas da endometriose são:

  • Dor pélvica crônica, que é definida como a dor pélvica não cíclica presente por mais de 3 a 6 meses. Em outras palavras, é uma dor que está presente fora do período menstrual, persistindo por diversas semanas, mesmo que não esteja presente todos os dias;
  • Dismenorreia, que é a dor pélvica no período menstrual. As cólicas da endometriose podem se diferenciar das cólicas fisiológicas por sua intensidade e frequência;
  • Dificuldade para engravidar (infertilidade) por mais de 6 meses (mulheres acima de 35 anos) ou de 12 meses (mulheres abaixo de 35 anos) de tentativas sem uso de contraceptivos;
  • Dor durante a penetração profunda nas relações sexuais (dispareunia de profundidade);
  • Dor ou sangramento cíclicos durante a evacuação ou a micção.

A endometriose é uma doença com um quadro clínico muito variado. Há mulheres que são assintomáticas ou apresentam poucos sintomas, enquanto outras apresentam cinco ou mais sintomas em intensidade elevada.

O diagnóstico se inicia com uma consulta médica com uma anamnese completa e um exame físico criterioso. Depois disso, podem ser solicitadas a ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética para identificar os focos das lesões. O tratamento depende do quadro de cada paciente e pode envolver o uso de medicações sintomáticas, terapia hormonal contínua ou cirurgia para retirada das lesões.

Endometriose no pós-parto

É comum pacientes relatarem que amigas ou conhecidas disseram que os sintomas da endometriose melhoraram bastante no pós-parto. É importante ressaltar que isso não é um mito, é algo que realmente acontece para muitas mulheres. A explicação para isso está relacionada com o comportamento das lesões diante das variações hormonais.

Durante toda a gestação, os níveis de progesterona se mantêm elevados. Isso pode fazer com que a atividade das lesões de endometriose se reduza e leve a um controle das lesões. Esse benefício pode ser mantido a longo prazo em alguns casos com uma melhora significativa dos sintomas mesmo após o parto. No entanto, deve-se lembrar que nem todas as mulheres apresentam esse benefício e algumas mantêm sintomas da endometriose durante e após as gestações.

Nos trinta primeiros dias de pós-parto, os níveis de progesterona e estrogênio se mantêm mais elevados, caindo progressivamente a cada dia. Durante esse período, há um menor risco de sintomas da endometriose devido à ação da progesterona. No entanto, depois disso, os níveis de progesterona e de estrogênio caem. Caso a paciente mantenha a amamentação exclusiva, a supressão do estrogênio se mantém, o que ajuda no controle dos sintomas.

A amamentação é um método contraceptivo por si e muitas mulheres ficam sem menstruar nesse período. Ficar sem menstruar geralmente significa que os níveis de estrogênio estão baixos. Para aumentar a eficácia contraceptiva da amamentação, é possível utilizar as pílulas de progesterona, as minipílulas, que atuam também no controle dos sintomas da endometriose.

Portanto, a endometriose é uma doença inflamatória crônica que pode reduzir a qualidade de vida das mulheres. Devido a mudanças hormonais, os sintomas da doença podem melhorar no pós-parto, mas isso não acontece com todas as pacientes. Em alguns casos, a melhora pode persistir após a amamentação, mas, em outros, não. Nesse sentido, é fundamental que você mantenha um bom acompanhamento ginecológico durante esse período.

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Cesarianas sucessivas têm riscos?

A cesariana é uma intervenção cirúrgica utilizada para o nascimento do bebê. Essa técnica envolve uma incisão na parede abdominal e no útero da mãe para a retirada do bebê. Embora a cesariana seja uma operação comum e segura quando realizada em condições adequadas, ela não é isenta de riscos de complicações, como hemorragias.

Por isso, idealmente, ela deveria ser indicada em situações em que o parto normal não é possível ou seguro tanto para a mãe quanto para o feto.

Após uma avaliação individualizada de cada gestante, algumas das situações que podem justificar a realização de um cesariana incluem: distocia funcional ou falha na progressão do trabalho de parto, má posição fetal, desproporção cefalopélvica, várias cesarianas prévias, sinais de alteração da vitalidade fetal, descolamento prematuro de placenta (DPP), placenta prévia total e acretismo placentário, vasa prévia, prolapso de cordão umbilical, macrossomia fetal, gestação gemelar com gêmeo 1 em apresentação anômala, ruptura uterina, gestante soropositiva para HIV com alta carga viral e herpes-simples com lesão ativa no momento do parto.

Quer saber mais sobre o risco de cesarianas sucessivas? Acompanhe até o final!

O que são cesarianas sucessivas?

A cesariana é um procedimento cirúrgico muito utilizado atualmente. Devido à sua comodidade (pode ser planejada para um dia exato) e à ausência de dor, tem se tornado a opção de grande parte das mulheres. No entanto, o ideal seria que as cesarianas fossem realizadas apenas nos casos em que há indicação, isto é, que os benefícios superem os riscos.

O termo “cesarianas sucessivas” serve para se referir à repetição desse procedimento. Afinal, assim como outras cirurgias pélvicas, há um aumento de risco de complicações a cada vez que a pelve é manipulada de forma invasiva.

Riscos relacionados a cesarianas sucessivas

Um dos maiores estudos feitos sobre cesarianas sucessivas encontrou a seguinte frequência de complicações em mulheres que realizaram cesarianas sucessivas:

Número de partos cesáreos Placenta acreta (%) Histerectomia (%) Transfusão (%) Cistostomia (%) Lesão intestinal (%)
1 0,24 0,65 4,05 0,13 0,11
2 0,31 0,42 1,53 0,09 0,06
3 0,57 0,90 2,26 0,28 0,13
4 2,13 2,41 3,65 1,17 0,34
5 2,33 3,49 4,26 1,94 0,00
6 6,74 8,99 15,73 4,49 1,12

 

Hemorragias

A hemorragia durante a cesariana é uma complicação séria que pode ocorrer devido a vários fatores. Elas são o principal fator de risco para a necessidade de transfusão sanguínea e de histerectomia durante o parto.

As principais causas de hemorragias nas cesarianas são:

  • Atonia uterina: falha do útero em contrair adequadamente após o parto. Portanto, nesse caso, o sangramento tende a ocorre após o nascimento do bebê;
  • Lesões Vasculares: danos aos vasos sanguíneos durante a incisão ou manipulação do útero. Felizmente, são eventos raros;
  • Descolamento prematuro da placenta: Separação da placenta do útero antes do nascimento completo do bebê;
  • Placenta prévia e placenta acreta.

Disfunções placentárias

A frequência de problemas placentários aumenta significativamente à medida que novas cesarianas são realizadas. Um artigo científico que reuniu diversos estudos apresentou os seguintes resultados nesse sentido:

  • Placenta prévia — é uma condição em que a placenta se implanta na parte inferior do útero, cobrindo parcial ou totalmente o colo do útero. A proporção de placenta prévia de placenta prévia foi de 10 em 1000 partos em mulheres com apenas uma cesariana, comparado a 28 em 1000 partos de mulheres que já tinham realizado três ou mais cesarianas;
  • Placenta acreta: é uma condição em que a placenta se adere anormalmente à parede uterina. É considerada uma condição mais grave do que a placenta prévia, podendo também estar associada a ela. Considerando todas as pacientes que tiveram placenta prévia, a frequência de placenta acreta foi de 3% a 4% em mulheres sem cesarianas anteriores. Já em mulheres com quatro ou mais cesarianas, a prevalência variou de 50% a 67%.

Esses transtornos placentários aumentam significativamente as chances de hemorragia, necessidade de transfusão de sangue e histerectomia.

Aderências pélvicas

Aderências pélvicas são faixas de tecido cicatricial que podem se formar entre órgãos e estruturas na cavidade pélvica. Essas aderências podem se fixar em órgãos, como útero, ovários, tubas uterinas, intestinos e bexiga. Elas geralmente são causadas por processos inflamatórios na região pélvica. Com isso, entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de aderências pélvicas, estão:

  • Traumas;
  • Cirurgias abdominais;
  • Infecções.

Apesar de ser um procedimento de baixo risco, a cesariana ainda é uma cirurgia pélvica e está sujeita às complicações dessa intervenção.

Ainda não se sabe exatamente o tamanho do aumento do risco de aderências a cada cesariana, pois são necessárias mais pesquisas científicas para estabelecer uma conclusão. Contudo, um estudo identificou que apenas 7% das pacientes apresentavam aderências no primeiro parto cesáreo. Por sua vez, após o terceiro parto, a frequência aumentava para até 68%.

As aderências são um motivo de preocupação, pois elas trazem impactos funcionais significativos para as mulheres, como:

  • A presença de aderências densas dificulta os partos e aumenta o risco de hemorragias, de lesão na bexiga ou no intestino grosso;
  • Ocorre um aumento de risco de obstrução intestinal no pós-operatório;
  • O risco de subfertilidade aumenta com a formação das aderências e a cada nova cesariana. Acredita-se que o principal mecanismo dessa disfunção seja a distorção na anatomia das tubas uterinas.

Portanto, a prevenção de cesarianas sucessivas é de extrema importância devido aos riscos crescentes associados a múltiplas intervenções cirúrgicas no parto. Cada cesariana adicional aumenta a probabilidade de complicações, como aderências, lesões em órgãos internos e problemas placentários em gestações futuras. Com isso, a recuperação pós-operatória tende a ser mais prolongada e complicada, impactando negativamente a saúde da mãe e do recém-nascido.

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Os desafios da amamentação: fissuras e empedramento do leite

A amamentação oferece diversos benefícios tanto para o bebê quanto para a mãe, mas pode apresentar diversos desafios. Entre os principais obstáculos, estão as dificuldades iniciais de pega, as dores mamilares, as fissuras e o empedramento de leite, que podem gerar frustração e ansiedade nas mães.

Neste post, vamos falar sobre essas duas últimas dificuldades, as quais podem comprometer a experiência da amamentação. Quer saber mais sobre as fissuras mamárias e o empedramento de leite? Acompanhe até o final!

Fissuras mamárias durante a amamentação

As fissuras são pequenos cortes e feridas que podem atingir os mamilos ou as aréolas das mamas durante o período de amamentação. Apesar de ser uma das complicações mais comuns da amamentação, deve ser tratada com bastante atenção e cuidado. Afinal, podem provocar uma dor significativa na mãe, comprometendo a experiência de amamentar.

A principal causa de fissuras mamárias é a técnica incorreta de amamentar, isto é, problemas na pega e no posicionamento do bebê. Com isso, podem ocorrer dificuldades, como:

  • O bebê pode precisar fazer mais pressão para sugar o leite;
  • O mamilo pode atritar mais intensamente com o céu da boca (palato duro) e a língua do bebê;
  • O bebê pode acidentalmente morder a aréola.

Os principais sintomas das fissuras são:

  • Feridas na região mamária;
  • Dor, vermelhidão e inchaço leve na região das mamas;
  • Ansiedade devido à expectativa de dor no momento de amamentar.

A presença de pus, de febre e de inflamação mais intensa geralmente indica uma infecção secundária.

O diagnóstico das fissuras mamárias é relativamente simples e não demanda geralmente a realização de exames complementares. A partir dos sintomas da paciente e a identificação de fissuras durante o exame físico das mamas, o médico pode estabelecer o diagnóstico.

Nesse sentido, tão importante quanto diagnosticar as fissuras é diagnosticar a qualidade das mamadas. Assim, o médico possivelmente fará diversas perguntas sobre a técnica de amamentação. Além disso, ele poderá avaliar também o bebê para identificar se ele tem alguma anomalia estrutural oral, pois, apesar de ser mais raro, é possível que as fissuras sejam precipitadas por problemas na anatomia bucal do bebê.

O tratamento tem o objetivo de auxiliar na cicatrização das fissuras atuais e de prevenir o surgimento de novas feridas, incluindo:

  • Educação sobre a técnica adequada de mamada;
  • Evitar o uso de produtos irritantes na região;
  • Fazer o esvaziamento mamário de forma periódica (se necessário) de acordo com as indicações médicas;
  • Deixar as mamas ao ar livre após a amamentação;
  • Evitar roupas que atritem com os mamilos;
  • Curativos e pomadas devem ser usados apenas conforme indicação médica.

Empedramento de leite

O empedramento de leite ocorre quando o leite fica parado dentro dos dutos lactíferos. Com isso, algumas proteínas e substâncias presentes no leite formam um pequeno cristal (“pedrinha”) que entope os dutos. Isso faz com que o leite produzido não seja liberado e fique acumulado no interior das mamas. Então, pode ocorrer a distensão das mamas e uma resposta inflamatória local.

Assim como nas fissuras, a principal causa do empedramento do leite é a técnica incorreta de amamentação. Outros fatores de risco são usar roupas muito justas na região da mama, amamentar sem variar a posição do bebê, amamentar sem variar a mama e não esvaziar as mamas com leite em excesso.

Os principais sintomas do empedramento são:

  • Palpação de uma massa na região das mamas devido ao acúmulo de leite dos dutos lactíferos. Geralmente, a região afetada fica sensível ao toque;
  • Dor, que pode ser constante ou intermitente (vai e volta);
  • “Bolha de leite”, que é a formação de uma pequena bolha branca ou amarelada no mamilo afetado.

O tratamento envolve:

  • Melhorar a técnica de amamentação;
  • Não interromper a amamentação (a não ser que seu médico recomende);
  • Usar compressas quentes e massagem manual eleve;
  • Usar analgésicos prescritos pelo médico em caso de desconforto;
  • Fazer a expressão manual do leite.

Caso o empedramento não se resolva, ele pode evoluir para a galactocele, um cisto de leite. Nessa situação, é necessária a drenagem do cisto por aspiração.

Técnica correta de amamentação

A melhora da técnica de amamentação é fundamental para o tratamento e a prevenção das fissuras mamárias e do empedramento de leite. A técnica da trava é considerada uma das melhores para garantir uma amamentação correta, envolvendo as seguintes etapas:

  • Posicionar o bebê de frente para a mãe, que deve estar em uma posição estável, segurando o bebê com confiança;
  • Com a mão livre, aproxime o mamilo ao lábio inferior do bebê. Isso estimula o reflexo de abrir a boca;
  • Insira o mamilo acima da língua do bebê. Todo o mamilo e a maior parte da aréola devem permanecer dentro da boca dele. A trava acontece quando os lábios superior e inferior estão ao redor do mamilo;
  • Caso a trava não tenha ocorrido adequadamente e o bebê não estiver sugando com um ritmo leve, você pode inserir o mindinho suavemente entre as gengivas para parar a mamada. Então, você pode começar o processo novamente até alcançar uma amamentação que seja confortável para você e para ele.

Além disso, uma boa amamentação envolve também as seguintes medidas:

  • É importante alimentar o bebê sempre que ele tiver fome, pois isso evita que eles suguem com maior intensidade. Não se deve apressar o bebê: deixe que cada amamentação dure cerca de 10 a 20 minutos em cada mama;
  • Você deve cuidar da sua postura para se sentir confortável durante todo o processo de amamentação;
  • Experimente diversas posições do bebê até encontrar aquelas que são melhores para você e para ele. Varie as posições ao longo do tempo para evitar lesões devido ao atrito repetido em uma região da mama.

Portanto, se você tiver fissuras mamárias e empedramento de leite, não deixe de procurar um médico para avaliar seus sintomas e tratar as suas queixas. É fundamental entender que sentir dor na amamentação não é normal e que algumas medidas podem ser feitas para ajudá-la nesse sentido.

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Anemia durante a gestação é normal?

Durante a gravidez, ocorrem diversas mudanças fisiológicas significativas no organismo materno. Uma das principais modificações é a mudança no volume de sangue da mãe, que tem a finalidade de atender a maior demanda por nutrientes e oxigênio devido ao crescimento fetal. Em relação a parâmetros de mulheres não grávidas, o volume plasmático aumenta cerca de 50%, enquanto o número de glóbulos vermelhos (hemácias) aumenta em 25%.

Com isso, pode-se perceber que o volume do sangue cresce cerca de duas vezes mais do que a quantidade de hemácias. Ou seja, ocorre uma diluição do sangue materno. Contudo, essas alterações são normais e necessárias para atender às necessidades tanto da mãe quanto do feto em desenvolvimento. Nesse sentido, é preciso diferenciar o que é normal e o que é anormal. Para saber o que caracteriza anemia na gestante, acompanhe nosso post até o final!

O que é a anemia?

A anemia pode simplificadamente ser definida como a queda da concentração de hemoglobina no sangue. Os valores normais do hemograma da mulher grávida são diferentes dos valores da paciente não grávida. Em pacientes não grávidas, a anemia é diagnosticada quando os níveis de hemoglobina ficam abaixo de 12 g/dL. Já a anemia durante a gravidez é diagnosticada quando:

  • Os níveis de hemoglobina caem para abaixo de 11 g/dL nos primeiro e terceiro trimestres;
  • No segundo trimestre, quando o fenômeno da diluição atinge seu pico, a anemia pode ser diagnosticada com concentrações de hemoglobina abaixo de 10,5 g/dL;
  • No pós-parto, os valores de referência caem para 10 g/dL devido a perda de sangue durante o parto.

A identificação da anemia é fundamental no pré-natal. Afinal, essa é uma complicação importante que pode aumentar os riscos para:

  • A mulher. Na gravidez, a anemia pode aumentar o risco de pré-eclâmpsia e de infecções. No parto e no período pós-parto, a anemia aumenta o risco de cesarianas e de sangramentos mais graves. Um estudo da OMS mostrou que as gestantes com a anemia podem ter um risco aumentado de óbito;
  • O feto. Caso a anemia se mantenha durante grande parte da gestação, o bebê pode ter maior risco de estresse fetal e necessidade de tratamentos intensivos no período neonatal, além de problemas de desenvolvimento ao longo da vida.

Por isso, durante esse período, a mulher fará hemogramas periódicos para diagnosticar precocemente a condição.

No Brasil, alguns estudos mostram que até um terço das gestantes pode ter anemia durante a gestação. Na grande maioria dos casos, essa anemia é causada pela deficiência de ferro, cuja demanda aumenta bastante durante a gestação, pois a mulher precisa fornecer ferro para o bebê em desenvolvimento. Nesse sentido, como veremos a seguir, a suplementação preventiva pode ser uma medida essencial para evitar complicações gestacionais, puerperais e neonatais.

Anemia durante a gestação é normal?

Não, apesar de a anemia ser frequente e atingir mais de um terço das grávidas no Brasil e em muitos países do mundo, isso não significa que ela é normal. Por exemplo, em países desenvolvidos, ela ocorre em menos de 10% das grávidas. Isso significa que precisamos melhorar a assistência à saúde e à nutrição das mulheres grávidas durante o pré-natal. Portanto, não podemos normalizar a anemia.

O aumento do volume do sangue leva, sim, a uma menor concentração de hemoglobina durante a gestação. Por exemplo, uma mulher não-grávida seria diagnosticada com anemia se tivesse uma hemoglobina de 11,5 g/dL. Já uma mulher grávida com esse mesmo valor não seria diagnosticada com anemia.

Em outras palavras, não é que a anemia é normal na gestação, são os valores de referência que mudam. Se a gestante tiver níveis de hemoglobina abaixo de 11 g/dL, ela será considerada anêmica e isso não pode ser considerado normal. É uma doença que precisa ser tratada para reduzir riscos de complicações para ela e para seu bebê.

Quais são os sintomas da anemia durante a gestação?

Os sintomas da anemia durante a gravidez são muito inespecíficos e, em muitos casos, podem se confundir com alterações que ocorrem nas gestações normais, como:

  • Cansaço;
  • Fadiga;
  • Palpitações;
  • Frequência cardíaca aumentada (taquicardia);
  • Falta de ar (dispneia) aos esforços.

Em casos mais graves, podem ocorrer inflamação na língua (glossite) e na boca (estomatite). Essas condições se manifestam com o surgimento de feridas na língua, dor oral e dificuldade para engolir.

Como é fundamental prevenir anemias graves, a investigação da anemia geralmente é feita de forma preventiva. Em outras palavras, mesmo que a grávida não tenha sintomas, um hemograma é requisitado a cada trimestre de gestação (no mínimo).

Suplementação de ferro e de ácido fólico para prevenir a anemia

A suplementação de ferro e de ácido fólico também é feita para praticamente todas as mulheres, mesmo aquelas que são assintomáticas. Quando possível, ela deve se iniciar na fase pré-concepcional, ou seja, quando a paciente ainda está planejando a gestação. Isso ajuda o corpo a aumentar a reserva desses nutrientes, reduzindo o risco de anemia desde o início da gestação.

Caso não tenha ocorrido nessa fase, a suplementação deve ocorrer a partir da primeira consulta de pré-natal. Na maioria dos casos, ela é feita independentemente dos resultados dos exames. É importante que a suplementação seja indicada por um médico, pois as doses de ferro e de ácido fólico devem ser individualizadas de acordo com a condição de cada gestante e de cada gestação.

Portanto, a anemia durante a gestação não é normal, devendo ser prevenida e tratada adequadamente. Nesse sentido, durante o pré-natal, é feita a suplementação preventiva de nutrientes, além da realização de hemogramas periódicos mesmo em pacientes assintomáticas.

Quer saber mais sobre a suplementação nutricional para gestantes? Toque aqui!

Pré-natal: exames do 2º trimestre

A divisão da gravidez em três trimestres é uma forma prática de acompanhar as mudanças e o desenvolvimento do bebê. Cada trimestre apresenta características específicas e, por isso, no pré-natal, são pedidos exames específicos para avaliar marcos importantes tanto para a saúde do feto quanto da gestante.

No primeiro trimestre, ocorre a formação dos órgãos principais, início dos batimentos cardíacos, desenvolvimento dos membros e do sistema nervoso. No segundo trimestre, a formação dos órgãos já está praticamente completa. Nessa fase, o bebê passa crescimento acelerado, desenvolvimento dos sentidos e apresenta movimentos mais perceptíveis. O terceiro trimestre é marcado pelo ganho de peso, pelo amadurecimento dos pulmões e pelo posicionamento para o parto.

Quer saber mais sobre os exames pedidos no segundo trimestre de gestação? Acompanhe até o final!

Quais exames laboratoriais são pedidos no segundo trimestre?

Hemograma

O hemograma é um exame fundamental no segundo trimestre, pois ajuda a avaliar parâmetros hematológicos, como:

  • Contagem de hemácias e avaliação da concentração de hemoglobina – no segundo trimestre, há um aumento significativo do volume sanguíneo da mãe, o que pode diluir a concentração de hemácias e hemoglobina no sangue. Essa condição é chamada de anemia relativa ou anemia por diluição. Apesar de não ser uma anemia propriamente dita, ela pode causar complicações semelhantes, como fadiga;
  • Contagem de leucócitos (glóbulos brancos) – esse parâmetro ajuda a detectar infecções e outras alterações. Por exemplo, um aumento expressivo nos níveis de leucócitos em comparação com o primeiro trimestre pode indicar uma infecção oculta. Durante a gravidez, o sistema imunológico da mãe é naturalmente suprimido para evitar a rejeição do feto. Isso pode aumentar a suscetibilidade a infecções, mas deixá-las menos sintomáticas devido à redução da intensidade da reação inflamatória;
  • Contagem de plaquetas – número de plaquetas é importante para avaliar a capacidade de coagulação do sangue. Trombocitopenia (baixa contagem de plaquetas) pode ser um sinal de condições graves como a pré-eclâmpsia ou a síndrome HELLP, que necessitam de intervenção imediata.

Sorologia para HIV

Detectar o HIV precocemente permite a implementação de terapias antirretrovirais, que reduzem significativamente a carga viral no organismo da mãe, diminuindo o risco de transmissão vertical (da mãe para o filho) durante a gestação. Além disso, o diagnóstico precoce possibilita um planejamento adequado para o parto e o acompanhamento do recém-nascido, aumentando as chances de que ele nasça sem o vírus.

O impacto dessa intervenção é tão positivo que a sorologia para HIV é repetida no segundo trimestre. Assim, podemos identificar falsos negativos no primeiro exame devido à janela imunológica (a pessoa porta o vírus, mas os níveis de anticorpos ainda são indetectáveis) ou casos de infecção após o primeiro exame.

Detecção da toxoplasmose

A infecção por Toxoplasma gondii pode ser transmitida ao feto, resultando em complicações, como:

  • Aborto espontâneo;
  • Parto prematuro;
  • Malformações congênitas;
  • Macrocefalia;

O Brasil ainda é um país endêmico para a toxoplasmose. Então, a triagem rotineira e o tratamento dessa infecção durante o pré-natal são medidas relativamente simples para uma condição que pode ter consequências muito graves.

Reação para rubéola

A infecção materna por rubéola, especialmente nas primeiras 20 semanas de gestação, apresenta alto risco de transmissão vertical. Ela pode levar à síndrome da rubéola congênita, que pode causar diversos defeitos congênitos, tais quais:

  • Problemas cardíacos;
  • Surdez;
  • Catarata;
  • Atraso no desenvolvimento.

Sorologia para hepatite B, hepatite C e citomegalovírus

A hepatite B ou C pode ser transmitida da mãe para o feto durante a gestação, parto ou amamentação, aumentando o risco de doenças hepáticas crônicas na criança. A identificação precoce dessas infecções permite que os profissionais de saúde adotem medidas preventivas, como a administração de imunoglobulina hepatite B no recém-nascido, além de planejar o parto de forma a minimizar os riscos de transmissão, assim como ocorre no caso do HIV.

O citomegalovírus é um vírus que, quando transmitido da mãe para o feto, pode causar anomalias congênitas, como:

  • Surdez;
  • Microcefalia;
  • Atraso no desenvolvimento.

Exame de urina

O exame de urina é um teste simples, mas que pode trazer informações muito importantes sobre a gestação:

  • Ele pode detectar infecções urinárias assintomáticas, que são comuns durante a gravidez. Se não tratadas, podem levar a complicações como pielonefrite e parto prematuro;
  • Ele pode ajudar a diagnosticar a pré-eclâmpsia, uma condição caracterizada pela presença de níveis elevados de proteínas na urina associada à hipertensão arterial;
  • Ele pode indicar diabetes gestacional, a qual pode cursar com presença de glicose na urina.

Quais exames de imagem são feitos no segundo trimestre?

Durante o segundo trimestre, são indicados dois tipos de ultrassonografia. Uma delas é a ultrassonografia transvaginal de segundo trimestre, que é um exame feito inserindo um transdutor na vagina, permitindo uma visualização detalhada da pelve. Seu principal objetivo é medir o colo do útero, visto que o colo curto é um dos critérios utilizados para diagnosticar a incompetência istmocervical e para avaliar os riscos de parto prematuro.

O outro tipo é a ultrassonografia morfológica de segundo trimestre, que avalia a morfologia do feto, a posição da placenta e a quantidade de líquido amniótico. Esse exame é fundamental para:

  • Diagnosticar possíveis malformações fetais e anomalias no desenvolvimento;
  • Identificar situações como placenta prévia;
  • Detectar problemas como oligodrâmnio (volume baixo de líquido amniótico) ou polidrâmnio (excesso de volume de líquido amniótico).

Portanto, os exames realizados durante o segundo trimestre do pré-natal promovem a saúde, previnem doenças e permitem o tratamento de eventuais condições identificadas nos rastreios. Além disso, os exames pré-natais fornecem informações importantes sobre o crescimento e a vitalidade do feto, tranquilizando a gestante e possibilitando um acompanhamento individualizado da gravidez.

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Papanicolau: quando fazer e o que ele pode detectar

O Papanicolau é um dos exames preventivos mais importantes para a saúde da mulher. Ele identifica lesões precursoras do câncer de colo do útero, assim como tumores malignos em estágios iniciais. Ele ocupa o terceiro lugar no ranking de mortalidade por câncer em mulheres, tendo sido responsável por 6,1% dos óbitos por causas oncológicas na população feminina. Felizmente, ele pode ser prevenido com diversas medidas, reduzindo tanto sua ocorrência quanto as suas complicações.

Quer saber mais sobre quando o Papanicolau deve ser feito e o que ele pode detectar? Acompanhe até o final!

O que ele pode detectar?

O Papanicolau é um exame que tem o objetivo de rastrear lesões que podem evoluir para câncer de colo do útero e tratá-las antes que se tornem câncer. Também pode rastrear o carcinoma in situ do colo do útero, permitindo um tratamento precoce. Em alguns casos, ele pode detectar vaginoses e outras infecções, mas esse não é indicado com essa finalidade.

Mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero são causados por infecções prévias com tipos de alto risco do papilomavírus humano (HPV). Portanto, para entender por que e quando fazer o Papanicolau, é preciso entender como ocorre a infecção pelo HPV e a evolução para lesões mais preocupantes.

O Papanicolau coleta células do colo do útero. Ele não detecta a presença do HPV em si, mas as alterações celulares indicativas de lesões causadas por esse vírus. Essas células são obtidas por meio de uma leve raspagem da parte externa (ectocérvice) e interna (endocérvice) do colo do útero, utilizando uma espátula e uma escovinha.

A amostra coletada é enviada para um laboratório especializado, onde é analisada por um profissional para identificar possíveis alterações celulares que possam indicar lesões pré-cancerosas ou cancerosas.

O HPV é um vírus transmitido principalmente pelo contato da pele infectada com a pele saudável. Geralmente, as infecções no trato genital são causadas pelo contato íntimo durante as relações sexuais. Apesar de o sistema imunológico naturalmente combater a infecção na grande maioria das mulheres, ela pode persistir em alguns casos.

Em algumas mulheres, esses vírus podem causar infecções persistentes que causam alterações progressivas no DNA das células do colo do útero. Inicialmente, essas alterações são leves e causam lesões com baixo risco de evolução para o câncer (displasia de baixo grau). Caso não sejam tratadas, elas podem se transformar em lesões pré-malignas (displasia de alto grau), isto é, com risco elevado de evolução para o câncer.

A displasia de alto grau pode evoluir para o carcinoma in situ, um pequeno tumor que ainda não invadiu camadas mais profundas da mucosa do colo do útero. Sem tratamento, o carcinoma in situ pode evoluir para um tumor invasivo, que está relacionado a taxas mais elevadas de mortalidade.

Quando fazer o Papanicolau?

A evolução da infecção para displasias e para o câncer do colo de útero é lenta, ocorrendo progressivamente ao longo de muitos anos. Por esse motivo, o Papanicolau não é necessário para mulheres nos primeiros anos da vida sexual. Também não é indicado para mulheres que nunca tiveram relações sexuais nem heterossexuais nem homossexuais.

Idade para começar a fazer o Papanicolau

O Ministério da Saúde recomenda o início do rastreio com 25 anos de idade. No entanto, algumas sociedades médicas indicam o início do rastreio aos 21 anos de idade. Portanto, há médicos que podem indicar o começo do rastreio em diferentes idades.

Fazer o rastreio antes dos 21 anos de idade não é recomendado. Afinal, os estudos mostram que essa medida traz mais malefícios do que risco. Como a evolução das lesões até o câncer é lenta, dificilmente seriam identificadas lesões de alto risco. Fazer o exame muito precocemente pode levar a intervenções médicas invasivas desnecessárias.

Frequência de realização

Os dois primeiros exames são realizados com intervalo de um ano entre si. Depois disso, caso ambos resultados forem negativos, a frequência do exame é a cada três anos. Esse intervalo será mantido se os resultados forem sempre negativos.

Contudo, se os resultados indicarem alguma alteração ou tiverem significado indeterminado, a conduta muda. Se forem lesões menos preocupantes, indica-se a realização do Papanicolau com maior frequência. Caso as lesões sejam mais preocupantes, encaminha-se a paciente para um exame mais avançado, a colposcopia.

Idade para parar de fazer o Papanicolau

O rastreio pode ser interrompido quando a mulher após os 64 anos desde que a mulher preencha os seguintes critérios:

  • Se a mulher não tiver história prévia de neoplasia pré-invasiva e tiver dois exames negativos nos últimos cinco anos, ela está dispensada;
  • Se a mulher estiver com a rotina de rastreio irregular aos 64 anos, ela deve realizar um ou dois exames para que a condição anterior seja alcançada. Com resultados negativos, ela está dispensada do rastreio periódico;
  • Se a mulher não tiver feito nenhum Papanicolau antes dos 64 anos, serão indicados dois exames com intervalo de três anos entre eles. Caso os resultados sejam negativos, ela não precisa fazer mais nenhum exame preventivo.

Portanto, o Papanicolau permite identificar lesões pré-cancerosas e cancerosas no colo do útero em estágios iniciais, quando ainda não apresentam sintomas. Isso possibilita o tratamento precoce, aumentando as chances de cura e reduzindo a mortalidade por essa doença.

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SOP e gravidez: saiba mais sobre o assunto

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma condição endócrino-ginecológica, sendo caracterizada pelo excesso de hormônios androgênios (hiperandrogenismo) em mulheres durante a idade reprodutiva.

Conhecidas popularmente como hormônios masculinos, os androgênios prejudicam a função ovariana, o que pode levar à dificuldade de ovulação e a ciclos anovulatórios. Com o tempo, podem surgir múltiplos cistos nos ovários dessas pacientes devido ao acúmulo de folículos imaturos que não completaram seu ciclo até a ovulação.

A SOP é a principal causa de anovulação crônica. Com isso, a SOP é a principal causa hormonal de infertilidade. Apesar de a SOP tornar mais difícil engravidar, muitas mulheres com SOP engravidam espontaneamente. Quando isso não ocorre, elas podem ainda utilizar tratamentos para melhorar a fertilidade.

Como a SOP atinge entre 5% e 10% das mulheres, há muitas grávidas com SOP e que têm muita dúvida sobre os cuidados durante a gestação. Neste post, vamos falar sobre esse tema detalhadamente. Ficou interessada? Acompanhe até o final!

A síndrome dos ovários policísticos afeta a gestação?

Sim, a SOP aumenta o risco de algumas complicações gestacionais, como:

Aborto

Alguns estudos apontam que a SOP pode estar associada a um risco três vezes maior de abortamento em comparação com mulheres sem a condição. Algumas pesquisas mostraram que o tratamento com metformina pode reduzir o risco de abortamento em mulheres com SOP, mas outras não mostraram esse mesmo benefício. Com isso, não existe uma conduta definitiva para a prevenção dessa complicação.

Diabetes gestacional

A diabetes gestacional ocorre quando uma gestante sem diagnóstico prévio de diabetes apresenta níveis de glicose (“açúcar”) anormalmente elevados no sangue durante a gestação. Essa complicação é mais comum em mulheres com SOP, pois a SOP também está relacionada a um quadro de resistência à insulina. Esse hormônio é fundamental para reduzir os níveis de glicose no sangue.

A diabetes gestacional é considerada uma condição preocupante na gestação, pois aumenta o risco de diversas complicações:

  • Necessidade de parto cesariano;
  • Hipoglicemia (quando os níveis de glicose ficam muito baixos) no recém-nascido;
  • Dificuldades respiratórias no recém-nascido;
  • Bebê grande para a idade gestacional.

 Pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é também uma condição muito preocupante durante uma gestação, sendo caracterizada pelos seguintes sinais após a 20ª semana de gestação:

  • Aumento da pressão arterial (maior ou igual a 140×90 mmHg) em duas medidas com intervalo de 4 horas;
  • Presença de níveis elevados de proteínas na urina, o que é um indicativo de lesão vascular renal.

A pré-eclâmpsia, por si só, está associada a complicações obstétricas, como parto prematuro e abortamento. Caso não seja acompanhada e tratada adequadamente, a pré-eclâmpsia pode evoluir para eclâmpsia e causar complicações gravíssimas para a mãe, como:

  • Insuficiência renal ou hepática;
  • Convulsões;
  • Óbito.

Nascimento prematuro

A SOP também está relacionada com um maior risco de parto prematuro, isto é, nascimento do bebê após a 24ª semana de gestação e antes da 37ª semana. O nascimento prematuro pode trazer complicações para o recém-nascido, como:

  • Dificuldades respiratórias;
  • Dificuldades para se alimentar;
  • Maior risco de óbito.

Maior risco de cesarianas

A cesariana é o parto cirúrgico. Apesar de ser muito realizada de forma eletiva, a cesariana traz maiores riscos para a mãe e para o bebê tanto no curto quanto no longo prazo. Nesse sentido, a necessidade de realização de uma cesariana é considerada uma complicação.

Geralmente, a cesariana não é indicada devido à SOP em si. Ela se deve à necessidade de interromper precocemente a gestação devido a doenças hipertensivas da gestação e outras complicações.

Preparação para a gravidez

Triagem pré-concepcional de diabetes: uma atenção especial deve ser dada à diabetes. Com isso, recomenda-se que a paciente realize um teste oral de tolerância à glicose antes da gestação;

Perda de peso: uma perda de 5% do peso melhora a fertilidade das pacientes com SOP, ajudando a regular o ciclo e a ovulação. Além disso, a redução do peso no período pré-concepcional também pode reduzir o risco de complicações gestacionais.

Condutas de pré-natal que os médicos podem indicar para pacientes com SOP

A SOP, por si só, geralmente não é considerada uma condição de alto risco na gestação. Então, se não surgirem complicações que justifiquem um pré-natal de alto risco, as pacientes são acompanhadas com a rotina de pré-natal de risco habitual.

Além disso, atualmente, não há nenhum tratamento específico para reduzir o risco de complicações gestacionais em pacientes com SOP. Portanto, a conduta médica será focada no tratamento de condições que surgirem no decorrer da gestação, como a diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia.

Diversas pesquisas têm sido realizadas com medicamentos que reduzem a resistência à insulina, mas não há resultados definitivos. Com isso, há médicos que podem indicá-las, enquanto outros não. A decisão dependerá de diversos fatores, como o risco individual de cada paciente.

Nesse sentido, o mais importante é a manutenção de um acompanhamento médico periódico de acordo com a rotina de pré-natal indicada pelo seu médico. Isso pode promover o diagnóstico e o tratamento precoces de doenças gestacionais que podem levar a complicações mais graves.

Algumas medidas mais específicas para pacientes com SOP são:

  • Avaliação dos medicamentos: algumas pacientes com SOP utilizam tratamentos hormonais e outros tipos de medicações para tratar os sintomas de hiperandrogenismo ou para tratar a resistência à insulina. Seu médico avaliará essas medicações e suspenderá aquelas que podem prejudicar o desenvolvimento do bebê ou da gestação. Caso necessário, ele poderá substituir por medicações mais seguras, como a metformina;
  • Triagem de diabetes: em mulheres com SOP, recomenda-se que a primeira triagem de diabetes com um teste oral de tolerância à glicose ocorra preferencialmente antes da 20ª semana de gestação durante o pré-natal. Se o resultado desse teste for negativo, deve-se repetir a triagem entre 24 e 28 semanas de gestação;
  • Avaliação da saúde mental: mulheres com SOP apresentam risco mais elevado de sofrimento psicológico durante e após a gestação. Nesse sentido, é importante avaliar a rotineiramente a presença de sintomas de depressão e de ansiedade;
  • Atividade física: a realização de 150 minutos de atividades físicas por semana, em intensidade leve a moderada, melhora a saúde da mulher com SOP durante a gestação. No entanto, antes de realizar qualquer exercício físico, consulte o médico que acompanha sua gestação, pois, em alguns casos, a atividade física pode ser contraindicada.

Portanto, a SOP é uma condição que pode influenciar a gestação e que deve ser acompanhada com cuidado durante o pré-natal. No entanto, é importante ressaltar que a maioria das gestações de mulheres com SOP ocorre sem nenhuma complicação e com nascimentos saudáveis.

Quer saber mais sobre a SOP e o impacto dela na fertilidade feminina? Toque aqui!

Incompetência istmocervical: conduta

O pré-natal é uma das medidas mais importantes de cuidado que a gestante pode ter consigo mesma e com seu bebê. Afinal, nessa rotina de consultas obstétricas, é feito o acompanhamento da gravidez com a avaliação, prevenção e tratamento de fatores que podem colocar a mãe e o bebê em risco.

Além de acolher e de orientar a mulher, a rotina de pré-natal inclui um exame físico completo e exames periódicos, como a ultrassonografia. Um dos fatores são as características do colo do útero. Assim, é possível identificar a incompetência istmocervical.

O colo uterino é uma estrutura formada pela porção mais inferior do útero, estando localizada ao final da vagina. Ele apresenta um canal, que conecta a cavidade uterina com o canal vaginal. No final da gestação, o colo uterino se dilata até aproximadamente 10 centímetros para criar o canal de parto por onde passa o bebê.

Quando a dilatação do colo do útero ocorre precocemente de forma não dolorosa, mas persistente, durante o segundo trimestre de gestação, chamamos essa condição de incompetência istmocervical. Quer saber mais sobre ela e quais as condutas quando ela ocorre? Acompanhe até o final!

O que é incompetência istmocervical?

Como vimos, o colo uterino é uma estrutura muito importante durante a gestação. Antes do início do trabalho de parto, sua principal função é segurar o bebê dentro do útero, evitando um aborto ou um parto prematuro.

A parede do colo do útero apresenta células musculares lisas, assim como na parede do útero. Isso faz com que ele tenha a capacidade de se contrair e de se relaxar. Fatores hormonais, bioquímicos e físicos controlam o nível de contração do colo uterino (tônus). Durante a maior parte da gestação, essas células estão fortemente contraídas.

Um dos primeiros eventos do início do trabalho de parto é o relaxamento dessa contração, fazendo com o colo uterino se dilate progressivamente. Isso deve ocorrer idealmente após a 37ª semana de gestação e antes da 41ª semana de gestação.

A incompetência istmocervical pode ser definida como a dilatação precoce do colo uterino com as seguintes características:

  • Ocorre no segundo trimestre de gestação;
  • É uma dilatação não dolorosa;
  • Não está acompanhada de contrações uterinas anormais ou indicativas de trabalho de parto.

Ela geralmente é recorrente. Ou seja, se a mulher apresentou incompetência istmocervical em uma gravidez, é provável que a condição ocorra também em futuras gestações.

Apesar de as causas exatas não serem completamente esclarecidas, a condição decorre de uma fraqueza estrutural do colo do útero, cujos principais fatores de risco são:

  • Traumas cervicais em procedimentos ginecológicos prévios, como curetagem, histeroscopia, tratamento de neoplasias intraepiteliais cervicais ou cirurgia uterina;
  • Traumas cervicais durante o parto normal ou devido a intervenções obstétricas, como uso de fórceps.

Além disso, raramente é causada por anomalias congênitas.

Condutas e tratamento na incompetência istmocervical

As principais condutas na incompetência istmocervical são:

  • Cerclagem cervical — é um procedimento cirúrgico realizado durante a gravidez com o objetivo de prevenir o parto prematuro. Consiste em uma sutura circular do colo do útero para fortalecer e impedir que ele se abra antes do tempo;
  • Suplementação de progesterona — progesterona é um hormônio importante na manutenção da gravidez, ajudando a relaxar o útero e prevenir contrações prematuras.

Veja a seguir as situações em que elas podem ser indicadas:

Pacientes com histórico de incompetência istmocervical prévia

Nos casos de pacientes com história de incompetência istmocervical em gestações passadas, adota-se uma conduta preventiva. Ou seja, a intervenção é realizada mesmo sem uma dilatação atual.

A principal medida é a cerclagem entre a 12ª e a 14ª semana de gestação, pois isso pode reduzir significativamente o risco de perda gestacional e de parto prematuro. Alguns obstetras também podem indicar o uso de progesterona semanalmente entre a 16ª a 36ª semana de gestação.

Essas condutas também são indicadas para pacientes com perdas gestacionais frequentes durante o segundo trimestre de gestação, mesmo que não tenha sido feito o diagnóstico de incompetência istmocervical. Afinal, essa condição é a principal causa de aborto recorrente durante o segundo trimestre.

Pacientes diagnosticadas com incompetência istmocervical pela ultrassonografia

O principal critério para diagnosticar a incompetência istmocervical pela ultrassonografia é uma medida do colo menor ou igual a 25 milímetros antes de 24 semanas de gestação. Caso a paciente tenha uma história de nascimento prematuro associada à alteração ultrassonográfica, indica-se a cerclagem. A suplementação de progesterona associada à cerclagem pode ser feita a critério médico.

Pacientes diagnosticadas com incompetência istmocervical pelo exame físico

Nesse caso, a incompetência istmocervical é diagnosticada quando há evidência de dilatação do colo uterino durante o exame especular ou o toque vaginal. A conduta nessa situação é realizar exames para excluir a possibilidade de uma infecção intra-amniótica. Se a possibilidade dessa doença for excluída, indica-se a cerclagem.

Portanto, a incompetência istmocervical é uma condição em que o colo do útero encurta e se dilata prematuramente, aumentando o risco de parto prematuro e perda gestacional. As condutas adotadas não têm o objetivo de reverter a incompetência istmocervical, mas de evitar que essas complicações ocorram.

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O que é mastite?

A amamentação, embora seja um processo natural e importante para a saúde do bebê e da mãe. Nesse sentido, cada experiência de amamentação é única e, felizmente, muitas dificuldades (como a mastite) que aparecem podem ser superadas com orientação profissional e suporte adequado. Com isso, apesar dos contratempos, muitas mulheres relatam bastante satisfação ao final do processo de amamentação, reconhecendo-a como uma jornada recompensadora.

A amamentação é especialmente difícil nas primeiras semanas após o parto, em especial para mães de primeira viagem. Nos primeiros dias ou semanas, muitas mulheres experimentam dor nos mamilos ou desconforto durante a amamentação. Em alguns casos, pode ocorrer o ingurgitamento mamário, condição em que mamas ficam excessivamente cheias de leite, causando desconforto e dificultando a amamentação.

Caso persista e não seja tratado adequadamente, o ingurgitamento pode levar a problemas como mastite. A mastite é uma inflamação dolorosa da mama, geralmente causada por uma infecção bacteriana. Ela pode ocorrer também fora do contexto da amamentação e em lactantes sem ingurgitamento mamário, mas é menos comum.

A mastite pode ser bastante desconfortável para as mães que estão amamentando, mas geralmente pode ser tratada com sucesso por um médico. Por esse motivo, o acompanhamento ginecológico-obstétrico durante o puerpério e a amamentação é tão importante.

Quer saber mais sobre o que é a mastite, seus sintomas, como preveni-la e tratá-la? Acompanhe até o final!

O que é mastite?

A mastite é a inflamação das mamas, um problema comum que afeta principalmente mulheres que estão amamentando, durante o puerpério. No entanto, também pode ocorrer em mulheres que não estão amamentando e até mesmo em homens.

Causas da mastite

A principal causa da mastite é o acúmulo de leite nos ductos mamários, o que facilita a proliferação bacteriana. O ingurgitamento mamário pode ocorrer por diversos fatores, como:

  • Mamadas espaçadas ou irregulares;
  • Pega incorreta do bebê ao seio;
  • Fissuras mamárias, as quais também aumentam o risco de mastite;
  • Compressão dos seios por roupas apertadas.

Em alguns casos, o acúmulo de leite pode levar à proliferação de bactérias nos ductos mamários, causando a mastite infecciosa. As bactérias podem entrar pelas fissuras nos mamilos ou pelos ductos mamários. O uso de bombas tira-leite e conchas também são fatores de risco para mastite, pois esses objetos podem ser facilmente colonizados por bactérias.

Os principais microrganismos envolvidos nesse tipo de infecção são o Staphylococcus aureus e o Staphylococcus epidermidis, os quais estão presentes na flora microbiana da pele da maioria das mulheres.

Sintomas da mastite

Os principais sintomas de mastite são:

  • Dor na mama: é o principal sintoma da mastite, usualmente ocorre em apenas uma mama, descrita como uma sensação de queimação que piora com o toque e a amamentação;
  • Sinais inflamatórios: a mama afetada pode ficar inchada, quente ao toque e apresentar vermelhidão;
  • Febre e calafrios: em casos de mastite infecciosa, a mulher pode apresentar febre, calafrios, mal-estar e fadiga;
  • Alterações no leite materno: o leite materno pode apresentar grumos, espessamento ou coloração amarelada ou avermelhada.

A dor da mastite, comprometendo a capacidade de a mulher amamentar. Por esse motivo, precisa ser tratada rapidamente e com bastante atenção para não comprometer a experiência da mulher com a amamentação.

Diagnóstico da mastite

Em geral, o diagnóstico é clínico, isto é, com base nos sinais e sintomas da paciente identificados durante o exame médico. O médico começará avaliando os sintomas relatados pelo paciente, como dor, vermelhidão, inchaço e febre. Um exame físico cuidadoso da mama afetada será realizado para verificar sinais de inflamação, como calor e sensibilidade.

Tratamento da mastite

Se a mastite for causada por uma infecção bacteriana, o tratamento principal é o uso de antibióticos. O médico prescreverá um antibiótico adequado com base na suspeita clínica e nos resultados dos exames. É essencial completar o curso completo de antibióticos conforme prescrito pelo médico, mesmo que os sintomas melhorem antes do término do tratamento.

Caso o tratamento inicial não tenha o efeito desejado, podem ser requisitados outros exames, como:

  • Ultrassonografia para avaliar a presença de complicações, como o abscesso mamário;
  • Cultura de secreção mamilar com antibiograma para identificar se a infecção é causada por bactérias resistentes aos antibióticos usados no tratamento usual.

Por que amamentar é tão importante?

Se a mastite ocorrer durante a amamentação, é fundamental continuar amamentando na mama não afetada para prevenir o ingurgitamento dela. A mama afetada pode ser ordenhada regularmente para esvaziá-la e evitar complicações maiores. Isso também ajuda na recuperação. Para aliviar a dor, você pode aplicar compressas no local conforme indicado pelo médico. O uso de analgésicos deve ser feito sob orientação médica.

Continuar a amamentar, quando possível, é importantíssimo. Afinal, por meio do leite materno, a mãe oferece ao seu filho o alimento ideal para seu desenvolvimento físico, emocional e intelectual:

  • Nutrição completa: o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento do bebê nos primeiros seis meses de vida;
  • Fortalecimento do sistema imunológico: o leite materno é rico em anticorpos, células de defesa e outras substâncias que protegem o bebê contra infecções respiratórias, intestinais e até mesmo otite (infecção de ouvido);
  • Desenvolvimento da inteligência: o leite materno contém nutrientes importantes para o neurodesenvolvimento do bebê, como ácidos graxos ômega-3 e colina, que contribuem para a cognição, memória e aprendizado;
  • Formação de um vínculo afetivo único: a amamentação promove o contato pele a pele entre mãe e bebê, fortalecendo o vínculo afetivo entre eles.

Para a mãe, alguns benefícios são:

  • Recuperação pós-parto: a amamentação ajuda na involução do útero, diminuindo o risco de sangramento e acelera a recuperação da mãe;
  • Efeitos contraceptivos: a amamentação reduz o risco de uma nova gestação nos primeiros seis meses de lactação;
  • Redução do risco de ingurgitamento mamário: a maioria das mães que não amamentam continuam produzindo leite. Se esse leite não é liberado, ele se acumula nas mamas, aumentando o risco de ingurgitamento, o qual pode evoluir para a mastite.

Portanto, é importante procurar atendimento médico assim que os sintomas de mastite surgirem para receber um diagnóstico adequado e iniciar o tratamento precocemente. Isso geralmente resulta em uma recuperação mais rápida e completa da mastite.

Assim, você pode voltar a amamentar normalmente. Caso se sinta insegura para esse retorno, converse com seu médico para que ele a acolha e dê orientações para ajudá-la durante as mamadas.

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